História Gerard Way, Student Teacher - Capítulo Dezessete - Parte 1

         “Frank…” Gerard cutucou o homem nu prensado contra ele. “Frank, acorda.”

         “Não.” Frank murmurou, agarrando ainda mais o corpo de Gerard.

         “Por que não?” Gerard riu quando percebeu que o outro fingia estar dormindo.

         “Porque se isso é só um sonho, quando eu acordar vai ter acabado e eu não quero que isso aconteça”

         Gerard sorriu antes de passar os dedos pela pele de Frank com lentidão, seu sorriso ficando cada vez mais malicioso e, de repente, cravou as unhas na pele de Frank.

         “Ow!” Frank pulou, empurrando Gerard para longe dele. “Que porra foi essa?”

         “Eu estava beliscando você para que você soubesse que isso não é um sonho.” Gerard riu, sequer sentindo dor quando Frank agarrou seu braço.

         “Tanto faz.” Frank murmurou, se movendo na cama para se cobrir, só então lembrando que estava totalmente pelado.

         “Sua mãe vai estar te esperando para o jantar daqui a alguns minutos.” Gerard adicionou; ele havia ligado para a mãe de Frank para avisá-la que Frank estaria atrasado por causa da detenção, então ela deixaria o jantar para mais tarde, mas por causa de eventos inesperados, o tempo passou rapidinho.

         “Você quer ir comigo?” Frank sugeriu tímido, sem ter certeza do que era apropriado e do que não era mais.

         “Você está me pedindo para ir pra casa contigo?” Gerard sorriu malicioso, se aproximando de Frank antes de passar seu braço sobre a barriga de Frank por baixo do cobertor.

         “Jesus Cristo, você tem que parar com isso.” Frank ofegou, empurrando o braço de Gerard. “Você faz ideia do quão sensível meu corpo é com você?”

         “Nope.” Gerard riu, sentindo um pouquinho de orgulho ao ver o quão fácil ele excitou Frank. “Mas eu amo isso...” Sua mão foi até o quadril de Frank, e ele literalmente pulou da cama para escapar do toque – sabendo que eles não tinham tempo para ficar mais um pouco antes que precisassem ir.

         “Porra, para-” Frank grunhiu, tentando ignorar a maneira com que Gerard encarava seu corpo nu. “Nós não temos tempo.”

         “Okay.” Gerard suspirou dramaticamente, tirando os cobertores de seu corpo, o que não ajudou muito o problema de Frank.

         “Puta merda...” Frank balançou a cabeça, forçando seu olhar para longe enquanto pegava as roupas de Gerard e as jogou nele. “Coloca a merda das suas roupas, por favor.”

         “Eu acho que é bem fofo o quão nervoso você fica.” Gerard riu, colocando sua boxer antes de se levantar. “Você é adorável, sério.”

         “Eu não sou, fica quieto.” Frank resmungou, colocando sua calça, evitando colocar sua boxer suja. “E não é nem minha culpa, ok? Tipo, eu acabei de perceber que eu gosto de homens, o que é tipo reaprender sobre sexo tudo de novo- e você sabe como garotos são quando eles aprendem que tocar seu pau é bom, simplesmente não conseguem parar de fazer-”

         Frank estava murmurando vergonhosamente sobre suas desculpas do porquê Gerard o excitava tanto, sendo que nenhuma era verdadeira por completo. A verdade mesmo era que, com o tempo, Frank formou um laço com ele, e esse laço fez com que ele se apaixonasse por cada parte dele, e claro que quando via todas essas partes ele não conseguia se controlar.

         Gerard o silenciou com um beijo, seus braços se entrelaçando suavemente ao redor do corpo de Frank e o trazendo para perto.

         “E-Então, sabe-” Frank murmurou, tentando terminar sua fala. “Eu esqueci o que eu estava dizendo.”

         “Esse era o meu objetivo.” Gerard sorriu, beijando os lábios de Frank rapidamente e voltando a colocar o resto de sua roupa. “Agora se vista, nós não queremos irritar sua mãe.”

         Frank ficou parado estupefato- realmente parecia que nada havia mudado, o que ele tinha quase certeza que aconteceria depois que transassem. Ele não sabia o porquê de pensar que as coisas mudariam, mas talvez porque haviam mudado com Jamia.

         De qualquer forma, ele estava em estado de choque, e não podia evitar encarar sem expressão alguma, tentando entender o que estava acontecendo em sua cabeça.

         “Você está bem?” Gerard questionou quando notou que Frank não havia se movido ainda. “Eu fiz algo?”

         “N-Nada mudou.” Frank murmurou, lentamente encontrando os olhos de Gerard. “Quero dizer… você disse que não mudaria, mas realmente não mudou- eu pensei que você só estava falando por falar...”

         “Eu não quero que as coisas mudem.” Gerard ficou na frente dele, suas mãos lentamente descendo pelos lados de Frank. “Quando eu te conheci, eu não queria passar tempo com você apenas com a possibilidade de acabar em sexo... eu queria passar tempo com você porque eu gosto de quem você é como pessoa, e ainda é como eu me sinto, sexo não vai mudar isso.”

         Frank ponderou a lógica por alguns segundos e logo fez sentido para ele. Ele gostava de Gerard por ser Gerard, sim, ele o queria de maneira sexual, mas não era dessa maneira no começo, e não seria dessa maneira no fim; sexo era um bônus, ganhar beijos e dormir de conchinha já era mais que o bastante.

         Esse era o problema com Jamia, com poucas diferenças; eles nunca tiveram sentimentos românticos um pelo outro, e os sentimentos sexuais que sentiram depois, não eram porque estavam atraídos pelo outro, eram por causa da urgência humana de transar.

         É por isso que as coisas ficaram diferentes depois, e é por isso que não ficaram dessa vez.

         O rosto de Frank foi tomado por um sorriso de orelha a orelha quando percebeu isso, e ele entrelaçou os braços ao redor do pescoço de Gerard, se inclinando para beijá-lo apaixonadamente.

         “Gerard, mas que surpresa agradável!” Mrs. Iero cumprimentou alegremente. “Eu vou pegar um prato para você.”

         Frank olhou para Gerard com um sorriso tímido, querendo muito segurar sua mão, mas evitando fazê-lo. Gerard percebeu, e discretamente pegou a mão de Frank, apertando suavemente e soltando outra vez.

         Eles checaram suas aparências outra vez, e fizeram questão de reparar se não cheiravam a suor antes de andarem até a cozinha.

         O jantar começou como sempre, mas dessa vez Frank evitava um sorriso toda vez que Gerard o olhava. A mãe de Frank questionou sobre o porquê da detenção, e Gerard a distraiu, dizendo que Frank precisava finalizar uma tarefa e a única maneira de terminar era na detenção.

         Ela acreditou sem hesitar, simplesmente perguntando se Frank havia terminado a tarefa.

         “Como estão Ryan e Jamia?” Sua mãe perguntou de repente, conseguindo acabar com o humor de Frank. “Eu não os vejo há tempos.”

         “Eles andam ocupados.” Frank deu de ombros, pegando a sua comida e ignorando o olhar preocupado que Gerard o lançava.

         Sua mãe começou a falar sobre o quão chato aquilo era, mas Frank não a ouviu muito, tudo o que ele podia focar era no som ensurdecedor da culpa.

         Ele se esforçou para esquecer aquilo enquanto estava com Gerard, mas isso não era o que ele queria; aquilo o havia deixado em um estado ignorante de felicidade, mas agora que essa felicidade fora interrompida, ele percebeu que precisava arrumar isso.

         A dor em seu peito parou quando sentiu uma mão leve em sua coxa, e seus olhos pousaram em Gerard, que o mandava um olhar tranquilizante. Frank deixou aquilo o relaxar durante todo o jantar, e ele sabia que depois Gerard o ajudaria, ou pelo menos o escutaria reclamar sobre o quão horrível era.

         Qualquer uma das duas opções o ajudaria, e com sorte, Gerard não acharia Frank tão horrível quanto ele pensava que era.

         “Obrigado pelo jantar, mãe.” Frank sorriu educado, ajudando a limpar a mesa com Gerard, que ainda insistia em limpar tudo.

         “Não foi nada, docinho.” Ela beijou o topo de sua cabeça, andando até a sala de estar para assistir seus programas.

         “Você está bem?” Gerard perguntou suavemente quando estavam na pia limpando a louça.

         “Não.” Frank forçou-se a falar, lutando contra as lágrimas que se formavam. “Podemos esperar para falar sobre isso a sós?”

         “É claro.” Gerard concordou, deixando a conversa acabar enquanto acabam com as louças. “Eu vou falar com sua mãe bem rapidinho... te encontro lá em cima, ok?” Gerard falou quando eles acabaram, fazendo com que Frank parasse, confuso.

         “Sobre o que você vai falar com ela?” Frank franziu o cenho, levantando uma sobrancelha para Gerard.

         “Não se preocupe com isso.”

         “Você vai falar com a minha mãe a sós, eu estou preocupado com isso.” Frank riu nervoso, mas Gerard se recusou a falar sobre o que era, então eventualmente Frank aceitou e foi para o andar de cima.

         Foi horrível esperar até que Gerard chegasse e, honestamente, os poucos minutos duraram mais que anos. Frank não fazia a mínima ideia do que Gerard tinha para falar com sua mãe, e todas as possibilidades o deixavam louco.

         Logo ele retornou, e Frank o questionou no segundo em que pisou no quarto.

         “Não é nada.” Gerard o assegurou, andando até Frank com um sorriso.

         “Sério, o que você-” Frank foi silenciado quando os lábios de Gerard o encontraram, fazendo-o perder o fio da meada. “Gerard-” Ele suspirou. “Não-” Outro beijo para o calar. “Começa-”

         Frank desistiu e apenas o beijou de volta, se perdendo na sensação das mãos de Gerard em sua cintura enquanto ele o empurrava em sua cama.

         “Oh, merda, não começa com isso-” Frank avisou quando Gerard começou a beijar seu pescoço. “Gerard- sério, meus pais estão lá embaixo.”

         “É duro lidar com isso.” Gerard reclamou, inclinando a cabeça para olhar para Frank. “Eu finalmente tenho permissão para te beijar, e te tocar... sentir seu gosto... porra, Frankie, você tem um gosto tão bom.”

         “Isso não é a única coisa que está fodidamente dura agora, muito obrigado.” Frank zombou, tentando ignorar a maneira com que seu estômago revirava violentamente com desejo.

         Ele estava prestes a ceder e deixar Gerard continuar, quando Gerard saiu de perto dele.

         “O-O que você está fazendo?” Frank questionou, se virando para encarar Gerard.

         “Você está certo, seus pais estão no andar de baixo.

         “Porra, você está de brincadeira com a minha cara?” Frank praticamente se sobressaltou. “Você é assim o tempo todo?

         Gerard começou a rir, uma risada que fez a frustração de Frank acabar rapidamente, uma risada que podia curar qualquer coisa.

         “Você é mau.” Frank suspirou, se aproximando de Gerard e deitando a cabeça em seu peito. “Sorte sua que você é fofo.”

         “Eu sou quente.” Gerard corrigiu. “Se lembra?”

         “Me desculpe, Sir.” Frank riu, mal prestando atenção na maneira com que o corpo de Gerard endureceu com o uso do nome. “Puta merda- isso podia ser uma coisa-” Frank sobressaltou-se, levantando com rapidez. “Sabe como eles fazem nos pornôs? Nós podíamos fazer isso.”

         Gerard apenas levantou uma sobrancelha para ele, o que é claro que fez Frank continuar com sua falação.

         “Puta merda, isso seria tão gostoso- porque você é meu professor, né?! Então-” Ele parou outra vez, percebendo algo horrível. “Puta merda, eu vou ficar duro em todas as aulas agora- ah, não-”

         “Frank.” Gerard riu, passando seus braços ao redor do outro e o puxando para a cama. “Se acalma.”

         “Okay, okay.” Frank suspirou, se aconchegando contra o peito de Gerard enquanto ele o segurava por trás, quase da mesma maneira que ficaram quando Frank passou a noite em sua casa. “É fácil me acalmar quando você me segura assim.”

         “Eu gosto de te segurar assim.” Gerard murmurou, sua mão esfregando o peito de Frank gentilmente.

         Eles caíram no silêncio, e assim que isso aconteceu, os dois pensaram sobre o assunto mal discutido, sendo este o comportamento de Frank mais recente. Frank foi quem finalmente falou sobre isso, sussurrando sobre como seus melhores amigos o odiavam agora.

         “Eu não sei o que fazer.” Frank sussurrou, sua voz baixa por causa do medo mostrando sua dor. “Eu amo eles, sabe?”

         “Eu acho que você deveria falar com eles.” Gerard sussurrou de volta, beijando a nuca de Frank. “Eu acho que você deveria falar com eles e pedir desculpa.”

         “E se isso não funcionar?” Frank engasgou, colocando as cartas na mesa, sabendo que não tinha razões para esconder aquilo, e deixando suas lágrimas caírem. “Gerard, eu fodi a porra toda-”

         Ele começou a chorar então, e Gerard gentilmente o virou para que se encarassem, dessa maneira podia acariciar o rosto de Frank numa tentativa de acalmá-lo.

         “E se eles nunca me perdoarem?” Frank choramingou, sua visão borrada pelas lágrimas. “Eu fui tão ruim com eles- eu joguei Ryan contra uma parede, eu-”

         “Você o que?” Gerard o interrompeu, a confissão o chocando. “Por que você fez isso?”

         Frank ficou em silêncio, ele não queria contar para Gerard o que havia feito com Kelly; não só porque tinha vergonha disso, mas também tinha medo que Gerard o odiasse depois disso.

         “Frank...” Gerard o empurrou suavemente, forçando-o a olhar para ele. “Falar vai ajudar.”

         “Você vai pensar que eu sou horrível... porra, eu sou horrível.” Frank suspirou, forçando os olhos a se fecharem. Ele sabia que tinha de contar para Gerard, mas não podia começar um relacionamento com Gerard escondendo coisas dele. “Ele contou para Kelly que eu a usava apenas para transar...”

         Gerard não estava chocado com o negócio da Kelly, na verdade era bem óbvio que era isso que Frank queria com ele, ele só não sabia que havia ido tão longe.

         “E agora ela me odeia, e Ryan me odeia, e Jamia me odeia-”

         Ele estava começando a se emocionar outra vez, então Gerard apenas o segurou contra ele até que sua respiração voltasse ao normal novamente.

         “Você me odeia?” Frank finalmente falou, a falta de resposta de Gerard o assustando. “Você acha que o que eu fiz foi horrível?”

         “Eu não te odeio.” Gerard falou suavemente, acariciando as costas de Frank. “Mas eu concordo que você fez uma coisa bem horrível.”

         “Obrigado por falar a verdade.” Frank murmurou, mesmo que a verdade o tenha machucado um pouco. “O que eu devo fazer?”

         “Bem... você deveria definitivamente pedir desculpas para Kelly.”

         “Porra.” Frank suspirou, sua cabeça começando a doer. “Eu odeio isso-”

         “Então vamos parar de falar sobre isso.” Gerard sugeriu, correndo seus dedos pelo cabelo de Frank. “Isso foi um bom começo, mas podemos terminar de falar sobre isso depois, ok?”

         “Ok.” Frank concordou, mordendo o lábio inferior quando começou a olhar nos olhos de Gerard. “O que você quer fazer em vez disso?”

         Os lábios de Gerard se curvaram em um sorriso, e então quebrou a distância entre eles, beijando Frank suavemente.

         “Eu gosto disso.” Frank riu baixinho, se empurrando contra Gerard enquanto o beijo se aprofundava, acabando em cima dele.

         Ele teve que continuar pausando apenas para olhar Gerard, aquele sentimento pesado o sobrecarregando quando o olhava.

         “Deus, eu-” Frank parou repentinamente ao perceber o que quase falou, sua boca sendo mais rápida que seu cérebro quando notou que estava prestes a dizer que o amava.

         Gerard estava curioso com o que Frank ia dizer, mas logo foi distraído quando ele começou a beijá-lo outra vez. Frank ainda tentava o distraí-lo, então também começou a esfregar seus corpos e puxar um pouco o seu cabelo. Estava ficando tudo bem quente, os dois se perdendo na sensação do que acontecia, até que alguém bateu na porta.

         Eles se separaram no mesmo instante, os dois se sentado enquanto Frank gaguejava um “pode entrar”.

         “Olá, garotos.” A mãe de Frank cumprimentou com um sorriso, por sorte não notando a maneira com que as suas bochechas estavam coradas. “Seu pai e eu vamos até o bar ali de baixo para beber um pouco com nossos amigos, estaremos de volta em uma hora, Gerard é bem-vindo para ficar o tempo que quiser.”

         “Okay, obrigado, mãe. Se cuida.” Frank conseguiu falar calmo, esperando ansiosamente para que ela saísse.

         Ela apenas encarou Gerard por alguns segundos, um sorriso em seu rosto que fez com que Frank sentisse que ela sabia algo que ele não sabia. O fez sentir, no mínimo, desconfortável, mas isso acabou assim que ela saiu.

         “Então, Frankie.” Gerard sorriu, tirando sua camiseta. “Você ainda tem aquele lubrificante com sensação de calor?”