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História Gerard Way, Student Teacher - Capítulo Quatro


Escrita por: fronkiero e MarieOGrace

Notas do Autor


Eu disse que sairia na segunda e aqui estou eu ♥
Muito obrigada pelos favs e comentários, vocês são incríveis.
Beijinho, até as notas finais!

Capítulo 4 - Capítulo Quatro


                Frank ficou doente pela próxima semana e esse não era o único problema: ele sentia que estava falhando tremendamente na aula de Inglês.

                É claro que culpou sua indisposição, dizendo que estava doente demais para entender a matéria. Mas a segunda semana chegou, ele estava saudável e continuava não entendendo nada.

                Jamia não podia ajudá-lo, pois a carga de tarefas estava pesada e ela só tinha tempo para fazer a sua. Gerard também não podia fazer nada, porque estava ocupado ensinando todas as matérias e avaliando trabalhos.

                Mr. Philips deixava Gerard para fazer tudo para ele, enquanto ele se sentava atrás de sua mesa e lia livros.

                Além disso, Frank e Gerard haviam se tornado bons amigos. Frank até ficava depois das aulas para ajudá-lo a limpar a sala, já que parecia que ninguém daquela classe sabia como jogar o próprio lixo fora. Às vezes, Jamia também ficava, e eles tinham conversas casuais enquanto limpavam tudo.

                Lindsey havia desistido de persuadir Gerard depois da primeira semana, quando ele deixou bem claro que não estava interessado, e ela finalmente entendeu. Tinha um cara novo que havia obtido a atenção dela e, por sorte para todos daquela escola, ele parecia gostar dela também.

                Então, além de suas notas, as coisas estavam indo bem para Frank, ele até havia ganhado um celular novo. No entanto, Gerard comentou sobre suas notas enquanto limpavam a sala.

                “Você está ruim nessa matéria, Frank.” Gerard suspirou, sentando em uma das mesas depois de finalizar o trabalho. “Eu sou um professor tão ruim assim?” Ele riu quietamente.

                “Nem é.” Frank também suspirou, se sentando perto de Gerard. “Vou ser honesto com você. Não faço a mínima ideia do que você fala durante metade do tempo, e você está muito ocupado para poder explicar de forma diferenciada para mim.”

                “Talvez eu deva começar um grupo de estudos depois da escola, assim você pode conversar com outros alunos sobre a matéria e eu podia ajudá-lo a entender melhor.”

                “Sério?” Frank pareceu animar-se no mesmo instante. “Isso seria incrível. Eu realmente não posso falhar nessa matéria, pois se eu o fizer, não irei me formar.”

                “Sim, claro.” Gerard sorriu. “Falarei com Mr. Philips sobre isso hoje e, se tudo der certo, começaremos brevemente.”

                “Perfeito.” Frank suspirou, relaxando como se fosse pela primeira vez em semanas.

                Gerard não precisou fazer muito para arrumar o grupo de estudos, tudo o que ele teve de fazer foi perguntar para Mr. Philips se estava tudo bem e, então, ficar até mais tarde na escola. Então, quando Frank chegou no dia seguinte, Gerard estava ansioso para contar que ele poderia ficar depois da escola por ajuda se ele quisesse.

                Frank concordou, é claro, especialmente depois de Gerard entregar um pequeno panfleto que ele fez para o grupo. Era um panfleto fofo, que tinha pequenos desenhos de livros e lápis ao redor do anúncio e fez Frank sorrir ao pensar que Gerard teve todo aquele esforço por ele.

                Ele convidou Jamia para participar com ele, esperando que ela seria capaz de ajudá-lo caso Gerard não pudesse, mas ela tinha trabalho depois da escola. Frank não se importou, entretanto, especialmente porque sempre que Jamia recebia, ela insistia em levá-los para um almoço.

                Contudo, Frank ficou confuso ao retornar a sala depois de ir ao armário, pois ele era o único lá além de Gerard.

                “Onde estão os outros?”

                “Você é o único falhando nessa matéria, eu acho.” Gerard riu, vendo Frank fazer todo seu caminho até a mesa arrumada.

                “Bom, isso é vergonhoso para caralho.” Ele murmurou, sentando-se perto de Gerard.

                “Não, não. Vai ser muito mais fácil para você entender, de qualquer modo.” Gerard apontou e Frank encolheu os ombros, ainda se sentindo constrangido que era o único se dando mal. “Se sentiria melhor se eu fizesse café?”

                Frank tentou não aparentar estar tão feliz pela menção daquilo, mas Gerard o conhecia bem o bastante, então, com uma risada quieta, ele foi até o fim da sala preparar o café.

                “Eu imprimi suas notas, por que não dá uma olhada e escolha qual assunto vai querer reforçar enquanto eu faço o café?”

                “Tudo bem.” Frank concordou, olhando os papéis na mesa onde estavam e finalmente achando o seu.

                Ele recuou internamente quando viu sua nota, pois era pior do que ele havia pensado. No entanto, tentou ignorar aquilo e foi para a lista de tarefas, tentanto achar algo que fosse menos complicado para ele. Mas aquilo pareceu levar uma eternidade, pois antes de escolher uma, Gerard havia voltado com o café.

                “Apenas escolha uma para mim.” Frank suspirou, aceitando o copo de café. “São todas ruins.”

                “Não são tão ruins assim.” Gerard tentou, olhando para a lista. “Vamos começar do começo.”

                Frank murmurou em resposta e tomou um gole de seu café enquanto esperava Gerard escolher uma tarefa.

                “Essa aqui, então. Você leu o capítulo?”

                “Superficialmente, sim.” Ele murmurou novamente de trás de seu copo.

                “Leia o capítulo.” Gerard suspirou, pegando o tal capítulo e entregando-o. “Começaremos daí.”

                Frank não queria ler o capítulo, pois ele tentou antes e era puro tédio. Mas como Gerard estava perdendo tempo de seu dia para tentar ajudá-lo, ele decidiu se esforçar e ler tudo. Todavia, ele só conseguiu metade até que desistisse, olhando para Gerard como se tivesse perdido todas as esperanças.

                “Isso é chato para caralho.” Frank reclamou. “Eu não consigo nem me focar nisso, é tão chato.”

                Gerard revirou os olhos antes de pegar o maço de folhas com o capítulo. Se Frank não ia ler, ele iria.

                “Ouça e preste atenção, tudo bem?”

                “Ok...” Frank franziu o cenho, nenhum professor havia ido tão longe para ajudá-lo antes, normalmente ele apenas o mandavam se ferrar por não encarar as notas como algo sério.

                Gerard começou a ler o resto do capítulo e Frank se esforçou ao máximo para escutar o que dizia e processar a informação em sua mente. Na verdade, funcionou muito bem, e a informação não parecia ser tão chata vindo da boca de Gerard.

                Frank também tomou algumas notas enquanto ele lia, pois mesmo que soasse interessante vindo dele, ele duvidava que seria capaz de memorizar. Depois que Gerard terminou, Frank leu suas notas e, para a surpresa dos dois, ele havia memorizado a maior parte.

                “Bom.” Gerard sorriu, se refirindo às notas. “Eu posso usar as notas como parte da sua nota.”

                “Ótimo. E agora?”

                “Você tem que escrever um resumo do capítulo e então responder as questões do fim. Não se preocupe, são apenas três.”

                Frank suspirou, mas concordou de qualquer jeito. Seus olhos travaram nas notas enquanto ele tentava se lembrar do conteúdo do capítulo e como descrevê-lo. Ele começou a encarar o papel em branco, mordendo a boca e tentando desesperadamente achar e juntas algumas palavras que resumiam o capítulo estúpido. Gerard esperou três minutos antes de falar, pois depois dos três minutos estava bem claro que Frank não ia escrever coisa alguma.

                “Frank.” Gerard suspirou. “Em vez de escrever o resumo, apenas me diga o que você se lembra do capítulo e, se você repetir informação o bastante, eu contarei como as questões e o resumo.”

                “Sério?” Frank olhou para ele com espanto. “Você é incrível.”

                “Eu sei.” Gerard riu. “Agora me fale sobre o capítulo.”

                Por mais incrível que pareça, Frank foi capaz de fazê-lo, porque conversar com Gerard sobre aquilo parecia ser muito mais fácil que procurar a forma perfeita de passar tudo para o papel.

                “Perfeito.” Ele sorriu de novo, escrevendo em seu papel. “Eu vou avaliá-lo usando esse exercício hoje, mas por enquanto, vamos seguir.”

                Frank acenou com a cabeça e tentou se sair ainda melhor no próximo exercício e, com o passar do tempo, começou a se dar bem com eles. Era muito mais fácil aprender um por um assim e ele estava extremamente grato por Gerard ter feito aquilo por ele.

                No entanto, Frank começou a ficar nervoso assim que a chuva começou. Uma tempestade estava prevista para aquele dia e tempestades simplesmente o matavam de medo. Ele tentou ignorá-la, mantendo seu corpo virado de forma desconfortável para longe das janelas para que não pudesse ver a chuva. Mas nada parecia colaborar: a chuva ficou ainda mais forte e assim que deu o primeiro raio e trovão, Frank pulou tão alto que bateu seus joelhos na mesa.

                “Merda.” Ele murmurou para si mesmo, mantendo a cabeça abaixada para que Gerard não visse o tom avermelhado que cobria suas bochechas.

                Frank estava envergonhado, pois que tipo de gente tem medo de tempestades quando está prestes a completar 18 anos?

                “Frank, você está bem?”

                “Mhm.” Frank respondeu rapidamente, sua cabeça ainda abaixada. “Então, essa pergunta-” Sua frase foi interrompida por outro raio e, dessa vez, foi inevitável que Frank choramingasse em medo.

                Ele detestava a luz brilhante que o raio dava e desprezava o estrondo alto que o seguia.

                “Você tem medo de tempestades?” Gerard perguntou suave, tentando espiar a cara de Frank.

                “Não.” Frank respondeu baixo, rabiscando coisas aleatórias e fingindo fazer seu trabalho.

                Sua resposta se contrario no segundo seguinte, quando um trovão agitou o céu. Aquilo foi a gota d’água e, morrendo de medo, ele pulou com rapidez de sua cadeira e se escondeu debaixo da mesa.

                “Me desculpa.” Frank choramingou em um som quase inaudível, escondendo seu rosto em seus joelhos que estavam grudados ao peito.

                “Frank-” Gerard se apressou, o seguindo para debaixo da mesa. “Você está bem?”

                “Porra-” Frank tremeu enquanto mais trovões sacudiam todo o local. “Faça parar-”

                Gerard estava muito preocupado e Frank parecia petrificado, mais petrificado que Gerard quando tinha de tomar vacinas e ele realmente se desesperava em situações como aquelas. No entanto, entendia seu medo, então logo pensou em uma maneira de ajudá-lo.

                Ele saiu de debaixo da mesa e puxou as cortinas, cobrindo as janelas e tampando a visão para a chuva e os raios. Frank o assistia curioso, ainda na mesa. Gerard foi até a frente da sala, alcançando sua mochila e retirando o que parecia ser um pequeno rádio ou algo assim.

                “O que está fazendo?” Frank perguntou quando Gerard voltou e o outro apenas sorriu.

                “Nós vamos ouvir música e nos distrair.”

                Frank concordou na mesma hora, logo se sentindo relaxar quando Gerard ligou seu fone no que ele descobrira ser um alto falante, escolhendo um de seus álbuns favoritos dos Misfits para tocar.

                “Melhor?” Gerard perguntou esperançoso, olhando para Frank, que ainda estava por baixo da mesa.

                “S-sim.” Ele concordou lentamente. “Obrigado.”

                Ele sorriu e estendeu sua mão, Frank a aceitando e deixando-se ser puxado para ficar de pé. Mas, alguns segundos depois de ficar de pé, o trovão soou mais alto que a música, e Frank abraçou a mão de Gerard no mesmo instante, trazendo-a contra seu peito em medo.

                “Merda, desculpa. Não era minha intenção-” Frank gaguejou, largando a mão de Gerard. “Eu estou tão envergonhado, me desculpa-”

                “Não fique envergonhado, nós todos temos nossos medos.” Gerard o acalmou, aumentando o som ainda mais para que pudesse cobrir o trovão da próxima vez.

                Na verdade, funcionou muito bem e Frank podia fingir que o estrondo era só parte da música. Ele nunca havia pensado nisso antes, usar música para distraí-lo das tempestades, o que era bobo se considerássemos que ele queria ser um músico.

                Frank estava um tanto  preocupado com os outros professores no lugar, pois provavelmente reclamariam da música alta. Mas Gerard não parecia se importar com isso, então Frank também tentou evitar pensar no assunto. Seu telefone começou a vibrar em seu bolso alguns momentos depois e ele sorriu quando viu a foto de Jamia.

                Ela sempre o ligava quando chovia, não importava o que ela estava fazendo, pois sabia o medo que ele sentia pelas tempestades e não queria que ele ficasse sozinho quando assustado. Entretanto, ele recusou a ligação, mandando uma mensagem rápida agradecendo-a por checar, depois dizendo que estava com Gerard e que ele estava ajudando-o. Apesar de tudo, ela estava ocupada e ele não queria arranjar problema, sendo que ele estava perfeitamente bem com Gerard.

                Ele não pressionou Frank para fazer mais tarefas, provavelmente entendendo que ele estava muito abalado para pensar nesse tipo de coisa. Então, eles simplesmente esperaram até que a tempestade acabasse enquanto ouviam música.

                A tempestade durou mais ou menos metade do álbum, mas logo os trovões acabaram e só restou o som das gotas. A música o ajudou muito, Frank ainda dava uns pulinhos, mas Gerard colocava a mão sobre seu ombro e dizia que tudo ficaria bem. Ele se sentia realmente seguro com Gerard, o que era estranho, considerando que as únicas pessoas que o faziam se sentir daquele jeito durante as tempestades eram Jamia e sua mãe.

                “Eu posso te dar uma carona, se você precisar.” Gerard falou, andando até uma das cortinas e levantando-as, para ver se a chuva continuava. “Eu não quero que você fique doente de novo e Lindsey abuse de você durante minha aula.”

                Os dois riram e Frank concordou, pegando suas coisas e colocando na mochila. Gerard sorriu e começou também a recolher suas coisas, tendo certeza que tudo estava trancado e que ele não havia esquecido de nada.

                “Ei, Gerard?” Frank falou suavemente enquanto estavam saindo da sala, parando Gerard no meio do caminho. “Obrigado por hoje, tipo, por tudo. Você não era obrigado a perder seu tempo comigo, mas você perdeu, e obrigado.”

                “Eu não considero isso como uma perda de tempo, eu gosto de passar o tempo com você e, novamente, eu odiaria que você não graduasse só porque não teve a ajuda que precisou em sala.”

                “Porra, você é incrível.” Frank riu baixinho, sem reparar que suas bochechas se avermelharam. “Seria estranho se... eu posso-” Frank suspirou, decidindo apenas falar de uma vez. “Posso te abraçar?”

                Gerard pareceu ter recuado e é claro que Frank se xingou baixinho quando percebeu o quão estúpido foi.

                Gerard era um professor, aquilo era inapropriado.

                Mas, na mesma hora em que Frank abriu sua boca para se desculpar, ele ficou chocado ao ver Gerard com os braços abertos e um sorrisinho no rosto. Obviamente, ele desistiu de pedir desculpas e retribuiu o sorriso, abraçando-o e murmurando “obrigado” quando seus braços se entrelaçaram.

                “Para de me agradecer.” Gerard riu, mantendo seus braços em volta de Frank pela mesma quantidade de tempo que Frank manteu os dele.

                “Tudo bem.” Ele respondeu, mas ainda o abraçando.

                Novamente, ele se sentiu seguro. E não só isso, a sala estava congelando e Gerard era quente (e cheirava bem), e Frank não queria soltá-lo. Mas ele sabia que deveria fazê-lo, então depois de alguns segundos, se separaram. Um sorriso em seus lábios enquanto ele tentava não agradecer Gerard.

                “Aqui.” Gerard ofereceu, estendendo a jaqueta de couro para Frank. “Você pode usá-lo como um guarda-chuva de novo.”

                Frank aceitou agradecido e, em questão de segundos, eles estavam correndo através do estacionamento até o carro de Gerard. Ele abriu a porta para Frank como da última vez e também a fechou.

                Ele tentava não se molhar com a jaqueta, o que já parecia ser um milagre, mas ele continuou abraço nela mesmo depois de adentrar o carro, pois estava congelando e a jaqueta o mantia quente.

                Gerard se lembrava a localização da casa de Frank, então fez o caminho todo sem nenhum problema. De qualquer modo, a chuva ainda estava forte quando chegaram na casa e Frank estava nervoso para entrar, pois realmente não queria ficar doente de novo.

                “Frank?” Gerard perguntou suavemente depois de notar que Frank não saiu do carro. “Está tudo bem?”

                “Sim, sim.” Frank concordou, olhando para a sua casa através da chuva pela janela do carro. “A gente pode esperar a chuva? Eu não queria ficar doente de novo, sabe? E eu não preciso de muito para ficar.”

                “Nós podemos esperar.” Gerard acenou positivamente, não é como se ele tivesse uma vida para viver, ele ficava em sua casa assistindo televisão e às vezes, desenhando. “Meu aplicativo diz que a chuva não vai parar por pelo menos uma hora.”

                “Porra.” Frank suspirou, sabendo que não teria jeito de ficar no carro de Gerard por mais uma hora. “Eu vou só-”

                “Eu estou com fome, sabe? A gente podia ir pegar algo e ficar comendo enquanto espera a chuva passar. A gente nem precisa sair do carro, pegarmos no drive thru.”

                Frank sentiu o mesmo nervoso do dia em que Gerard ofereceu a carona pela primeira vez, mas ele o olhou e viu a sinceridade em seus olhos e logo seus nervos se acalmaram. O único problema é que Frnak não tinha dinheiro, e ele se sentiria mal se Gerard comprasse comida para ele.

                “Eu adoraria, mas estou duro.” Frank riu quietamente, voltando sua atenção para a janela.

                “Sem problemas, eu pago.” Gerard sorriu, mas logo considerou se Frank não estava dando desculpas porque ele não queria ir. “Quero dizer, nós não precisamos, só acho que seria legal.”

                “Não é isso.” Frank sorriu, olhando para Gerard novamente, sentindo o seu nervosismo. “Eu realmente estou quebrado e me sentiria mal se você me comprasse comida.”

                “Nesse caso,” Gerard falou, dirigindo para longe da casa de Frank. “Nós vamos pegar comida.”

                “Gerard.” Frank reclamou, tentando esconder sua felicidade.

                Ele estava dividido entre ficar bravo por não pagar e feliz, pois não era apenas obter comida grátis, também passaria mais tempo com Gerard, que estava se tornando sua coisa favorita.

                “Você me pede para comprar bebidas, mas não me deixa comprar comida?” Gerard revirou os olhos, mas os manteve na estrada. “Você é um homem interessante, Frank.”

                “Primeiramente, eu pagaria pelas bebidas!” Frank riu, pegando seu telefone para avisar a mãe que chegaria mais tarde em casa. “E, tudo bem, eu vou paro de reclamar por você pagar minha comida.”

                “Ótimo.”

                Gerard ficou no estacionamento do lugar e entregou a comida de Frank, que consistia em um hambúrguer vegetariano, batatas-fritas e uma coca cola. O garoto assegurou que pagaria Gerard quando tivesse dinheiro e ele apenas riu e disse ‘você pagará da próxima vez’. E isso animou ainda mais Frank, pois ele estava insinuando que eles comeriam juntos mais uma vez.

                Ele pegou um lanche de bacon e Frank não pôde evitar olhar com desgosto enquanto ele mastigava, o que causou risadas nele.

                “Você não curte bacon nem nada assim?” Ele resmungou enquanto mastigava, sorrindo quando Frank balançou sua cabeça com rapidez. “Como você vive?”

                “Com alface! Verduras!” Ele riu, pegando um pedaço da alface de seu lanche e jogando nele. “Experimenta um pouco.”

                “Tem alface no meu lanche!” Ele gritou quando jogou a alface de volta para Frank, fazendo com que os dois rissem.

                Porém, a risada de Gerard morreu assim que ele pegou seu celular, seu sorriso desaparecendo completamente enquanto lia o que estava na tela. Ele tentou fingir que não era nada, bloqueando o celular e colocando para longe, e depois mandando um sorriso falso para Frank.

                “Você está bem?” Frank teve de perguntar, especialmente depois do sorriso falso.

                O sorriso – que já não era nem verdadeiro – acabou na mesma hora, e ele tirou seu olhar de Frank, pensando se deveria mentir ou não. Mas decidiu não fazê-lo, ele já estava mentindo para todo mundo, tinha que contar a verdade alguma hora.

                “Não.” Ele riu baixinho, tentando ignorar a dor em seu coração.

                “Você quer falar sobre isso ou quer que eu distraia você do que está te incomodando? Eu me faço de idiota, se é o que você precisa.”

                Então, Gerard sorriu, mas dessa vez de verdade. Bebeu um pouco de seu refrigerante, esperando que fosse evitar que sua voz falhasse como fazia quando estava magoado.

                “Meu ex-namorado fica me mandando mensagem e eu queria que ele parasse.”

                “Oh.” Frank franziu as sobrancelhas, tentando descobrir o que dizer para ajudar. “Você já pediu para parar?”

                “Sim, e ele só manda quando está bêbado, chapado ou os dois juntos.” Gerard murmurou, ignorando quando mais notificações chegaram em seu celular.

                “É por isso que vocês terminaram?” Frank perguntou antes de perceber que era uma pergunta muito pessoal. “Merda, desculpa-”

                “Está tudo bem. É uma longa história, mas basicamente sim, é por isso que terminamos.”

                “Desculpa, eu queria poder ajudar.” Frank resmungou, ele não tinha visto Gerard dessa maneira antes e aquilo fazia seu peito doer.

                “Acredite ou não, você está ajudando.” Gerard sorriu genuinamente, mantendo contato visual com Frank para que ele soubesse que falava sério. “Eu naõ contei para ninguém sobre essas mensagens, mas agora me sinto melhor.”

                “Bom, estou feliz que tenha feito isso.” Frank sorriu. “Tem mais algo que eu possa fazer para ajudar?”

                “Bem, uh, poderia apagar as mensagens que ele me mandou? Assim não tenho vontade de responder, sabe? Eu não acho que sou forte o bastante para apagá-las sozinho.”

                “Claro.” Frank concordou no mesmo instante, aceitando o celular de Gerard quando ele o estendeu. “A senha continua a mesma?”

                Gerard concordou e voltou sua atenção para a comida, querendo se distrair para não tentar parar Frank. Ele digitou a senha e o celular desbloqueou como da última vez, então, ao abrir o aplicativo de mensagens, apareceu muitas mensagens quases ilegíveis de alguém chamado “Bert”.

                Frank tentou não ler as mensagens enquanto as deletava, mas ele pegou algumas palavras e digamos que esse Bert não parecia ser alguém muito legal. Apagou todas rapidamente, mas antes de devolver o celular de Gerard, ele clicou nos contatos e adicionou seu número ali. Ele queria que Gerard tivesse seu contato nem que fosse uma distração, no caso de Bert tentar encher o saco de novo.

         “Obrigado.” Gerard murmurou, aceitando o celular de volta. “Desculpa se isso é estranho ou algo assim.”

                “Sem problemas, fiquei feliz de fazê-lo. Eu não queria ler as mensagens, mas eu li algumas.... Gerard, você merece muito melhor que isso.”

                “Eu sei.” Ele falou como se estivesse tentando convencer a si mesmo, acenando positivamente enquanto falava. “Eu só preciso me lembrar disso.”

                Frank fez da sua missão pessoal ter certeza que Gerard sabia que ele merecia melhor, e ele ia lembrá-lo disso sempre que tivesse oportunidades.

                Pois mensagens como ‘volta para mim, eu sou o único que vai te amar’ e ‘para de ser uma vadia e me responde’ não era o tipo de mensagem que ele merecia.

                Eles voltaram para uma conversa casual depois disso, argumentando sobre qual era o melhor álbum de todos os tempos, quem era o melhor guitarrista e coisas assim. Frank disse que ele mesmo era um guitarrista incrível, despertando o interesse de Gerard, fazendo com que insistisse para que ele mostrasse algum dia.

                Frank ficou nervoso pela primeira vez para tocar guitarra para alguém, pois ele queria muito mostrar para Gerard que tinha o que precisava para ser um músico. Além disso, Gerard entendia de música, então saberia se Frank teria uma chance ou não.

                A chuva parou mais ou menos quando eles terminaram de comer, então depois de jogar o lixo deles fora, Gerard o levou para casa. Frank o abraçou como despedida antes de sair do carro, e isso ficou meio natural para os dois, como se fossem amigos casuais e não professor e aluno.

                Ele entrou em sua casa com um sorriso na cara e, enquanto se jogava na cama suspirando, ele sentiu uma palpitação estranha em seu peito.

                Ele realmente gostou de passar um tempo com Gerard.

                Não conseguiu parar de pensar em Gerard para o resto do dia, e estava preoucupado com ele. Ele parecia tão machucado e derrotado quando recebeu aquela mensagem. Frank não queria que ele se sentisse daquela maneira de novo.

                “Você merece coisa melhor.”

                Frank acabou mandando mensagem para ele, mas é claro que não salvou o número em seu celular assim que chegou do correio.

                Tudo bem, talvez Frank tenha o feito, mas Gerard disse para guardar seu número se precisasse de algo e se ele esperasse muito para salvá-lo, ficaria perdido no histórico do telefone da casa.

                Gerard sorriu quando recebeu a mensagem e, pela primeira vez, ele acreditou de verdade que merecia coisa melhor. Pois Bert nunca mandou mensagens legais assim e se Frank, seu amigo, pudesse, ele sabia que seu namorado devia também.


Notas Finais


~Gerard amorzinho como sempre
~Frank amorzinho como sempre
~E o Bert apareceu, não como um cara muito legal, mas apareceu
Espero que tenham gostado, adoraria comentários.
O próximo sai na quarta e até lá ♥


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