História Get It Right - Capítulo 1- Introdução

Marcelina Guerra

Oi! Vocês já devem saber, mas meu nome é Marcelina Guerra, irmã de Paulo Guerra. Sou, com toda certeza, a pessoa mais talentosa que vocês irão conhecer. Se eu estou sendo orgulhosa? Não, apenas realista.

Tudo começou quando eu tinha acabado de completar 4 anos. Involuntariamente, comecei a cantar, e meus pais ouviram. Eles dizem que gravaram e mandaram para uma cantora famosa que eu ainda não descobri quem é. Talvez por isso ser uma mentira.

Tudo bem, eu admito. Ainda não recebo minha devida valorização. Mas anote minhas palavras: ''Marcelina Guerra é a pessoa mais talentosa de todas."

Meu primeiro passo já está feito. Entrei para o clube do coral, para pelo menos me tornar mais popular. Desde que entrei aqui, ninguém enxergou o meu talento e potencial para ser cantora. Na verdade, quem "comanda" essa escola são as líderes de torcida e os jogadores de futebol. Na minha opinião, isso é muito injusto com os "invisíveis", um termo que eu criei. Porém, ser namorada de um jogador não seria tão ruim assim... Tenho tudo que as namoradas deles têm. Sou linda, talentosa e inteligente, sem querer me gabar.

Mal cheguei no colégio e meu irmão já se separou de mim. Acho que não quer que saibam que sou irmã dele, pois, assim, a popularidade dele chegaria a 0, ou talvez até um número negativo. Ignoro e caminho até a sala do clube. No entanto, ao chegar lá, tenho uma surpresa nada agradável.

- Quem são eles?- pergunto ao meu professor Renê, referindo-me as pessoas sentadas nas cadeiras.

- Seus novos colegas! Não é incrível? Mais pessoas para o clube!- ele... comemorou? Isso não é motivo para comemorar, além de não ser justo!

Viro-me para as pessoas, finalmente, com uma cara nada boa. Enxerguei uma garota ruiva, dois garotos morenos, um loiro, duas garotas morenas e um garoto alto com a jaqueta do time de... futebol? Isso está ficando interessante. Assim que absorvi o fato, sorri para ele, que ergueu uma sobrancelha.

- Pensando bem, é uma ótima ideia!- proferi, ainda sorrindo.

- Sente-se, Marcelina.- pediu Renê, então eu o fiz.- A lição da semana será "apresentações"!

- Apresentações? Como assim?- perguntou uma das garotas morenas.

- Cada um irá cantar uma música que demonstre perfeitamente sua personalidade. O prazo será até sexta-feira.- falou. Prontamente, vi a ruiva levantar a mão.- Pode vir, Ana.

- Meu nome é Ana e irei cantar Rock N Roll, da Avril Lavigne.- "apresentou-se" e já pude descobrir um pouco de seu jeito. Suas roupas eram todas pretas e estranhas e, apesar de estar calor, usava um moletom dos Guns N' Roses (que eu não sei o que significa) e um casaco por cima, além de uma touca.

"I don't care about my makeup
I like it better with my jeans all ripped up
Don't know how to keep my mouth shut
You say so what (what)

I don' t care if I'm misfit
I like it better than the hipster bull shit
I am the mother fucking princess
You still love me

Some some how
It's a little different when
I'm with you
You know what I really am
All about
You know how it really goes

Some some way
We'll be getting out of this
Time one day
You're the only that I
Want with me
You know how the story goes

When it's you and me
We don't need no one to tell us who to be
We'll keep turning up the radio
What if you and I
Just put up a middle finger to the sky
Let them know we're still rock 'n roll

Rock 'n roll
Hey hey hey
Rock 'n roll
Hey Hey Hey

When it's you and me
We don't need no one to tell us who to be
We'll keep turning up the radio
What if you and I
Just put up a middle finger to the sky
Let them know we're still rock 'n roll

Rock 'n roll
Hey hey hey
Rock 'n roll
Hey Hey Hey"

- Uau! Isso foi incrível!- Renê aplaudiu e eu olhei-o, espantada. Ana canta bem, mas se cantarmos esse tipo de música em competições, nunca iremos ganhar.

- Concordo.- um garoto moreno pronunciou-se, dando um sorriso de canto para a ruiva, que franziu a testa e revirou os olhos. Ela jogava no outro time? Nada contra, mas aquele garoto era bem bonito.

- Vá se danar.- palavras dela em resposta. Aterrorizei-me, quase concluindo minha teoria.

- Sr. Cavalcante!- escutei o jogador de futebol chamando-o.- Gostaria de cantar uma música também.

- Tudo bem, Mário. Solte a voz.

"Lately, I've been, I've been losing sleep
Dreaming about the things that we could be
But baby, I've been, I've been praying hard
Said, no more counting dollars
We'll be counting stars
Yeah we'll be counting stars

I see this life like a swinging vine
Swing my heart across the line
And my face is flashing signs
Seek it out and you shall find
Old, but I'm not that old
Young, but I'm not that bold
I don't think the world is sold
I'm just doing what we're told

I feel something so right
Doing the wrong thing
I feel something so wrong
Doing the right thing
I couldn't lie, couldn't lie, couldn't lie
Everything that kills me makes me feel alive

Lately, I've been, I've been losing sleep
Dreaming about the things that we could be
But baby, I've been, I've been praying hard
Said, no more counting dollars
We'll be counting stars

Take that money
Watch it burn
Sink in the river
The lessons are learned

Take that money
Watch it burn
Sink in the river
The lessons are learned

Everything that kills me
Makes me feel alive

Lately, I've been, I've been losing sleep
Dreaming about the things that we could be
But baby, I've been, I've been praying hard
Said, no more counting dollars
We'll be counting stars."

- Muito bem, isso foi demais!- tive que concordar com o professor desta vez. Assim como o resto do clube, demos palmas para ele. Pelo menos não fiz sozinha, vai que ele pense que eu sou uma atirada? Logo, escutamos o sinal para o intervalo, e assim nos liberou. Notei o jogador saindo e corri até ele.

- Ei!- exclamei, fazendo com que ele virasse para mim.- Você canta muito bem, sabia?

- Ahn.. obrigada, eu acho.- vi que ele estava tentando caminhar mais rápido para livrar-se de mim, mas eu não poderia deixar que isso acontecesse.

- Sabe, somos muitos talentosos... podíamos sair juntos!- falei, na esperança que ele concordasse.

- Foi mal Marcelina, mas eu tenho namorada. Até mais.- foi a última coisa que disse antes de ir embora. Droga, quando alguém vai me notar?

Alícia Gusman

Aqui estou eu, na minha escola, prestes a iniciar o primeiro ano do Ensino Médio. Do meu lado, caminham minhas 2 melhores amigas: Maria Joaquina Medsen e Margarida Garcia. Somos mais conhecidas como "Trindade Profana". Não entendeu? Irei te explicar.

"Trindade Profana" é o termo atribuído às 3 melhores Cheerios ou, se preferir, líderes de torcida. Estamos no grupo há um bom tempo, já era a hora de um reconhecimento por parte da treinadora Helena.

Enfim, além de sermos as 3 meninas mais gatas e gostosas do colégio, o que nos dá MUITA popularidade, eu e Margarida namoramos jogadores do time de futebol, ou seja, mais popularidade ainda. E não, não é o que vocês estão pensando. Nós amamos eles, temos quase absoluta certeza. Mas isso não importa agora.

Maria Joaquina ainda não entrou no nosso caminho. De nós três, é a mais santa. O que estou querendo dizer é que ela ainda é virgem. Se alguém soubesse disso, nossa reputação de "meninas malvadas" cairia para o zero. Por isso, estamos tentando arranjar um namorado para ela, pelo menos para perder a virgindade. Com o que acontece depois, não devo me preocupar. Problema é dela. Além disso, fala coisas sem sentido de vez em quando.

Vejo Mário e Paulo vindo em nossa direção e sorrio para o primeiro. Mário era meu namorado e capitão do time de futebol. Já Paulo, melhor amigo dele e namorado de Margarida. Prefiro não falar muito sobre ele... Talvez em breve vocês irão saber o motivo.

- Oi!- Mário fala e eu corro até ele, dando-lhe um beijo. Quando nos separamos, vi Paulo me olhando, um pouco desconfortável. Ignorei-o, mas resolvi continuar com um joguinho.

- Tenho que falar com você.- falei, na tentativa de provocar Paulo Guerra, mas ele conversava animadamente com Margarida.- Vem cá.- puxei-o para um canto mais reservado. Assim que percebeu, o irmão mais velho da família Guerra me olhou. Até que enfim!

- O que foi?

- Sabe, meus pais não irão estar em casa na sexta.- iniciei, mexendo nas pontas do meu rabo de cavalo, típico de uma Cheerio.- Você podia ir para lá, estaremos sozinhos...- completei, passando a mão pelos seus braços musculosos, por conta de ele fazer academia.

- Só você e eu? Tipo, eu e você, sozinhos?- perguntou, fazendo-me revirar os olhos. Outra característica dele é ser muito lerdo e santinho, assim como Maria Joaquina. Talvez até pior.

- É, bobinho.- pude notar seu nervosismo. Talvez já pensasse no que poderia acontecer. E sim, ele era santo, mas não inocente.

- E-eu n-não posso!- ele estava realmente me dando um fora? Ah mas ele vai ver..

- E por que não? Posso saber?- perguntei, irritada. Nunca havia levado um fora na vida e não seria agora ue levaria.

- Tenho coisas para fazer!- falou, me dando um selinho e saindo dali, correndo. Droga! Voltei para onde estavam Maria Joaquina, Margarida e.. Paulo.

- E aí? Conseguiu?- a Garcia me perguntou.

- Não, que raiva!

- Vai ver ele está com candidíase.- Maria Joaquina prounuciou-se e olhamos para ela.- Que foi gente?

- Nada, Maria. Nada.- falei, sorrindo falsamente.

- Vamos, amiga. Tenho que falar com você.- Margarida revelou, referindo-se a mim e a MJ.

- Eu já vou, tenho que pegar uns cadernos no meu armário.- falei, virando-me para ele.

- Tudo bem, te encontramos lá.- MJ saiu com Margarida e Paulo. Bem, foi o que eu pensei.

- Levou um fora do namoradinho, foi?- uma voz masculina surgiu por trás de mim.

- Me deixa em paz, Guerra!- exclamei, alterada. Entretanto, ele me cercou com seus braços, prendendo-me no armário.

- Não antes de você me dar o que me prometeu, Alicinha.

- Não te prometi nada, garoto!

- Prometeu sim, e eu quero isso agora! Caso contrário, você irá sofrer consequências.- concluiu, apertando-me ainda mais contra o armário.

- Tudo bem, mas a Margarida não pode saber!

- Seu segredo está guardado comigo!- por algum motivo, não senti segurança nas suas palavras, mas mesmo assim fiz o que ele pediu. Trocamos um longo beijo, com muita pegada. Só espero que ele não conte para ninguém, principalmente para Margarida ou Mário.