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História Get lonely with me - He's different


Escrita por: hellodear

Capítulo 2 - He's different


A maioria das pessoas que conheço prefere Mozart a Beethoven, sinto que devo pesquisar o porquê disso. Mas antes, devo sobreviver ao retorno às aulas; mas pelo menos tenho algo a pensar quando passar o intervalo sozinha.

Passo o intervalo sozinha, mas não é algo digno de vitimização, pois tive algumas oportunidades de passar o intervalo acompanhada. A galera do clube de xadrez me chamou para almoçar com eles na primeira semana (o capitão do clube até me chamou para um encontro), porém tive que recusar convites tão tentadores; também teve as asiáticas malucas, que deveria ser o clube do livro, mas tornou-se um grupo de asiáticas totalmente histéricas pelo time de futebol, ou de natação, ou de vôlei, sei lá, não importa. Só sei que dispenso duplamente a ótima oportunidade de falar dos bíceps do Noah Peters (atleta de algum dos times que falei a cima) e sobre os livros do John Green.

Eu não preciso fazer parte de nada, prefiro sentar num banco e ler sobre a paleta de cores usada por Van Gogh a ter que conviver com pessoas que não tem nada a ver comigo, tudo apenas para “me encaixar”. Olha que ler sobre a paleta de cores utilizada por Van Gogh é um programa dispensável ao meu interesse.

Entro na escola, vou até meu armário, o sinal toca, o inferno se faz presente. Todos os alunos foram imediatamente para sala, o que só acontece duas vezes por ano em todas as escolas por um simples motivo: novatos (as). Porém não posso mentir, também adoro novatos (as), mas gente para analisar e para acabar com qualquer hipótese de haver algum tipo de holofote social em cima de mim. Dirijo-me a sala de biologia, com Mr. Cowell.

-Bom dia! –Mr. Cowell nos cumprimenta e a turma retribui com o mesmo. –Estou um pouco curioso sobre o que alguns de meus alunos fizeram nas férias. Diga-me... (POR FAVOR, NÃO ME ESCOLHA) Michael R. o que fez de bom nas férias? –Sinto o alívio percorrer meu corpo.

-Fui para Austrália, professor. Aprendi surf e cultura. –Michael responde.

-Muito interessante, Michael, sinta-se privilegiado. –Saudou.

–Agora me diga... Mizzle!- PUTA QUE PARIU, NÃO PODE SER REAL. A turma inteira está procurando quem é Mizzle, e uns 30 segundos depois chega à conclusão que sou eu. Sou um holofote social no primeiro dia de aula. Preciso contar isso ao meu psiquiatra.

-Pare de vergonha Mizzle! Diga!- O professor insiste. Preciso dizer algo que distraia suas mentes totalmente do que eu faço, ou seja, de quem eu sou.

-Fiz um curso de dobradura de papel, no qual oferecia até intercâmbio. –Respondo.

-Sério? Conte mais sobre. –Responde Mr. Cowell.

-Claro. Fui até o Japão e consegui sequestrar várias crianças para o tráfico usando técnicas de distração do origami. –Digo sarcasticamente e a classe inteira ri, inclusive o professor.

-Que bom que conseguiu melhorar seu humor nessa viagem, Leslie!- Responde Mr. Cowell

-Sabe como é, são as crianças. –Brinco e ele ri. Depois de algumas perguntas sobre as férias dos outros alunos, ele inicia o processo de apresentação dos alunos novos. Novos, porém sempre iguais.

-O que veio fazer em Chicago, Spencer? –Pergunta Mr. Cowell.

-Vim morar com meu pai. Ele é juiz aqui.

-Seu pai? Que interessante! Pretende seguir os passos dele?

-Não. Esse ano fui aceito em Harvard e ganhei uma bolsa de especialização. –Ele responde o professor e minha cabeça automaticamente levanta. Ele não me parece igual.

-Em quê?- Um dos alunos pergunta.

-Neurociência. –Ok, ele não é igual.

-Se você é um gênio, por que não terminou a escola bem mais cedo? –Um dos atletas idiotas pergunta.

-Quando eu tinha 12 anos, quiseram me passar para o penúltimo ano, porém foi quando minha mãe descobriu que tinha câncer. Então quis poupá-la de toda burocracia.

-Você tem uma história muito interessante Spencer. Sua genialidade me lembra de Mizzle, vocês deveriam se conhecer melhor. –Diz Mr. Cowell. Esse homem não cansa de me envergonhar?

Passei a aula de biologia pensando em métodos de falar com Spencer, ele não parecia tão sociável, mas não antissocial ao meu ponto.

O sinal toca e essa é a chance de falar com ele, porém quando percebo tem um grupo de meninas em cima dele. Desde quando essas meninas se interessam por caras que não são atletas? É melhor eu desistir mesmo e apenas ficar aqui arrumando meu material.

-Achei interessante você ter usado a piada do origami para desviar a atenção de si mesma, apesar de ter feito todos rirem. –Spencer diz se aproximando por trás de mim. Admito que estou um pouco nervosa.

-Agora entendi por que Neurociência. –Respondo rindo.

-Você ia falar comigo, mas quando viu o grupo de meninas simplesmente voltou a arrumar seu material. Elas te deixam nervosa? –Ok, já tem análise demais aí.

-Não tanto quanto deixam você. Quando elas se aproximaram você olhou para o seu pé diversas vezes, depois, em quanto elas falavam, você piscou mais que o normal e levantou as sobrancelhas todas as vezes que alguma delas tocou seu ombro. Elas te deixam nervosa ou você tem problema com germes? –Respondo e ele sorri.

-Agora entendi por que Mr. Cowell disse que deveríamos conversar. Foi um prazer,Mizzle. –Ele diz saindo.



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