História Get Ready I'm Back - Key West

  ‘P.O.V. Avery Chase

  Uma luz batia na minha cara. Escutei várias pessoas falando ao mesmo tempo. Senti que estava sendo levada a algum lugar. Não consegui entender o que diziam, então de repente caí num sono profundo.

  Abri os olhos devagar, a mesma luz estava sobre meu rosto. Senti uma dor na mão direita, e percebi que tinha uma sonda ligada a minha veia que trazia o que parecia ser soro. E então eu entendi, estava no hospital.

  Olhei para os dois lados e vi minha mãe deitada segurando a minha mão esquerda. Ela parecia estar dormindo sentada, numa cadeira ao lado da cama em que eu estava. Mas, o que eu estava fazendo ali?

  Tentei me lembrar de alguma coisa, e então, flashes da cena em que os populares me torturavam com água gelada enquanto eu estava drogada vieram a minha mente. Eu ainda não me lembrava de todos os detalhes, mas os que eu já tinha eram suficientes. Eu nem fazia questão de lembrar do resto.

  Apertei de leve a mão da minha mãe que segurava a minha; logo ela levantou.

  - Avery, filha, graças a Deus – ela disse – vou chamar um médico!

  Assim que ela saiu, Natalie e Sophia entraram no quarto onde eu estava. Elas pareciam cansadas, talvez estivessem ali por muito tempo.

  - Não faz esforço, Avery. – Natalie disse, se aproximando da cama. – O médico disse que você está muito fraca.

  - O que aconteceu? – perguntei.

  - Você não se lembra? – Sophia disse, eu tentei responder, mas ela continuou: - Eles te atacaram de novo, Avery.

  - Me lembro dessa parte – respondi – Por que eu estou aqui?

  Antes que uma das duas pudesse me dizer, minha mãe entrou seguida de um médico.

  Ele mediu minha pressão, conferiu o soro e perguntou se eu estava bem. Respondi que sim, afinal, não sentia nada. Quer dizer, além da dignidade que se partiu e do orgulho ferido.

  O médico disse que eu fiquei inconsciente por quase doze horas. Ao que parecia, eu sofri um tipo sub-agudo de hipotermia, com sintomas leves. Graças à água gelada que jogaram em mim num dia que faziam 13ºC. Ele continuou dizendo que eu estava drogada, e que a junção de tudo aquilo poderia ter me matado.

  Eu teria que ficar no hospital, em observação por mais uns dois dias. Natalie e Emily chegaram e como não fui buscá-las no aeroporto, tentaram me ligar, minha mãe atendeu e disse que eu estava no hospital. Sophia e Harper ficaram desde a hora em que cheguei até a hora que acordei, tive que pedir pra irem pra casa descansar, afinal, era madrugada.

  O médico me deu um remédio pra dormir, e apaguei rapidamente.

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    Acordei novamente. Minha mãe mexia no celular, já era dia.

  - Eu sabia que não deveríamos ter voltado. – minha mãe disse, olhando pra mim. – Olha o que eles fizeram com você, Avery...

  - Mãe...

  - Um aluno te achou caída numa sala da escola, desmaiada e completamente fria. Chamaram o socorro e agora você está aqui. Avery... O que aconteceu? O médico ainda disse que você tinha usado LSD.

  - Eles me drogaram.

  Minha mãe parecia mais em choque do que eu deveria estar.

  - Temos que sair dessa cidade. O dinheiro está curto, mas eu vou dar um jeito. Em Key West você era tão feliz, nada disso acontecia. Porque você estava longe dessas pessoas! – ela começou a chorar.

  - Mãe, escuta. Se acalma. Vamos pensar no que fazer depois, ok?

  - Avery, onde estava o Logan todo esse tempo?

  Foi ele quem me drogou, eu queria dizer isso a ela. Mas não podia. Eu sabia que era verdade, mas resolvi deixar isso só pra mim. Não queria envolver ninguém nos meus problemas em confiar nas pessoas erradas.

  “Pois é, Avery. Vai se recuperar da segunda desilusão amorosa da sua vida. Coitadinha”.

  - Não o vi depois da aula – respondi.

  - Posso entrar um pouco? – Harper apareceu na porta, minha mãe disse que sim e saiu, dizendo que iria pegar meu café da manhã. – Como você tá?

  - Estou bem, eu acho.

  - Isso é bom. Avery, não vamos te pressionar, ok? Pode contar o que aconteceu quando estiver pronta.

  Assenti. Agradeci mentalmente por não ter milhares de pessoas me perguntando sobre o ocorrido, como aconteceu da outra vez.

  - Eu só quero sair daqui logo.

  - Vai sair. As outras meninas querem falar com você.

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    Dois dias se passaram. Como já estávamos de férias, fiquei alguns dias ainda internada e na companhia de Natalie, Emily, Harper e Sophia. Saí do hospital no dia 22 de dezembro.

  Nós cinco estávamos conversando no meu quarto, depois de ter contado a história toda pra elas.

  - Avery, me dá o seu celular. – Emily pediu, e eu o entreguei. – É a mesma senha, certo? – assenti.

  - Em, o que você vai fazer?

  - Estou tomando medidas drásticas por você, minha querida e adorável Avery.

  - O que? – me sentei ao lado dela, e quando olhei de volta para meu celular, ela tinha bloqueado Logan das minhas redes sociais.

  - Ele nunca mais vai mexer com você. – Sophia disse. – Ah, que ódio desse garoto. Eu nem suspeitei, ele era tão diferente dos outros... Mas na verdade, sempre foi um deles. Que nojo.

  - Eu acho que preciso sair.

  - O que acha de irmos ao shopping à noite? – Harper sugeriu.

  - É uma boa ideia, mas eu preciso sair de verdade, pra longe. Bem longe de Chicago.

  - Como passar o Natal e o Ano Novo nas maravilhosas praias de Key West? – Natalie disse, me fazendo ficar entusiasmada.

  - Nossa, eu gostei. Meu Deus, é isso! Vamos pra Key West!

  - Você pode voltar quando as férias acabarem. Vai ter muito tempo pra esfriar a cabeça. Sem contar que abriu um novo restaurante lá perto da minha casa e tenho certeza que você vai amar. – Emily disse.

  - E a Soph e Harper podem ir também! – eu sugeri, as duas se animaram comigo.

  - Praia? Garotos? Já quero! – Sophia gritou, fazendo todas rirem.

  - E o seu plano de arrumar um cara na faculdade?

  - Posso deixar isso de lado por enquanto. – ela riu.

  - Vamos, Avery, conversa com a sua mãe.

  - Vou falar com meus pais também – Soph e Harper disseram, saindo. – A gente volta daqui a pouco.

  - Esse vai ser o melhor Natal de todos! – Natalie disse, animada.

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    - E então, mãe? Podemos passar o Natal e a virada de ano na casa do meu pai. E só voltaremos no ano que vem.

  - Com certeza. O que eu mais quero é tirar você daqui logo – sorri.

  - Olha, eu estou bem. Não precisa ficar assim, tá bom, Melissa Chase? – eu a abracei.

  Voltei pro quarto onde as meninas estavam e contei que minha mãe iria junto, e que ela pretendia ir no dia seguinte.

  - Avery, isso é ótimo! – Natalie disse, dando pulinhos. – Emily, ajude a Avery com as malas! Vou reagendar nosso voo.

  Emily me disse pra levar roupas de festa e coisas do tipo. Estávamos escolhendo qual biquíni eu iria levar quando ela me disse que, além do novo restaurante que tinha inaugurado lá, ela também me levaria a uma festa na praia, e nas baladas.

  - Ai, meu Deus. Emily! Calma ai, ok.

  - Avery, você está indo pra se divertir, não é? – assenti. – Então, garota! Pelo menos na festa na praia você tem que ir! Vai ser aquelas coisas estilo luau, Hawaii. Adoro.

  - Tá bom, quem sabe.

  - Agora pega essa blusa, e essa também. Pegue os sapatos que você vai levar enquanto eu arrumo essa parte.

  Fui pegando todos os meus tênis preferidos, um a um. All Star vermelho, preto, azul, de caveiras, de âncora, bandeira do Reino Unido...

  - Você só pode estar brincando.

  - O que foi?

  - Avery, não vou deixar você levar seis pares de All Star.

  - Emily, são meus filhos. Não me separo deles! – ela riu.

  - Tinha que ser você. Já tava sentindo falta dessa maluca.

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    Chegamos de carro no aeroporto. Estava tudo pronto pra sairmos de Chicago. Espero que eu encontre algo bom por lá de novo, ou até mesmo algo que me faça esquecer o que aconteceu.