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História Laços Sombrios - Desabroche


Escrita por: daemyrax

Notas do Autor


Voltei, rapidinho dessa vez né heheh.
Gente, espero que gostem, boa leitura ♡

Xoxo!

Capítulo 13 - Desabroche


Fanfic / Fanfiction Laços Sombrios - Desabroche

Sakura

9:43 PM, noite anterior.

Era difícil manter-me acordada, era como se em um momento eu estivesse ali, sã e neste plano e em outro estivesse coberta de fúria, medo e desejo.

Eu perdia lentamente o controle de mim mesma, porém sempre algo lá no fundo mostrava-me o rosto dele. Alvo, nítido e agora, coberto por sombras.  De certa forma, eu caminhei tempo o suficiente para tentar entender o que sequer diabos estava acontecendo comigo. Em um momento ser praticamente queimada viva e agora, me senti tão forte quanto um tornado. Era como se a cada oitavo de segundo uma onda elétrica percorrece meu corpo à um milhão de volts.

Eu tentava consentrar-me em respirar, o ar assoviou por minha garganta, fazendo rodopiar os grãos de pó. A ação parecia errada. Pensei no assunto e percebi que o problema era que não havia alívio ligado à ação. Eu não precisava de ar. Meus pulmões não esperavam por aquilo. Eles reagiram com indiferença ao influxo.

Eu não precisava de ar, mas gostava dele. Com ele eu podia saborear a estrada à minha volta – saborear os adoráveis grãos de poeira, a mistura do ar estagnado com o fluxo levemente mais frio que entrava por conta da floresta. Saborear um luxuriante sopro com variações intermináveis. Uma leve sugestão de alguma coisa quente e desejável, algo que devia ser úmido, mas não era.

Chegando próximo o suficiente das luzes brilhantes de Konoha, eu finalmente cedi ao cansaço, me sentia psicologicamente exausta pois fisicamente, eu ainda aguentaria correr uma maratona inteira sem me cansar.

Os grandes portais que enfeitavam a entrada da cidade pareciam mais claros e nítidos em cores vivas de um marrom claro e verde. As luzes brincavam com minhas vistas causando uma leve letargia, eu podia ver muito bem os filamentos cintilantes dentro da lâmpada. Podia ver cada cor do arco-íris na luz branca, e na extremidade do espectro uma oitava cor para a qual eu não tinha nome. Minha garganta ardia e soube que estava com sede, com fome e não que eu precisasse mas naquele momento eu quis me afogar na dunas próximas ali até que minha mente voltasse ao normal. Eu desejei tudo ser um sonho, desejei varrer para longe a imagem atordoante de Orochimaru observando-me por sabe-se lá quanto dias.

Naquele momento, algo dentro de mim implorou por matá-lo. Matá-lo de forma lenta e cruel.

Eu vaguei em silêncio cerca de quarenta e nove demorados minutos até os prédios da Shodleine. Os muros altos sempre me faziam embrulhar o estômago mas naquela hora, por mais assombroso que fosse, eu soltei o primeiro suspiro de alívio. Eu estava em casa - ou pelo menos parte de mim estava.

Era fácil se perder naquela escuridão que rodeava minha mente. A essa altura a outra parte de minha atenção tinha se assegurado de que não havia perigo ali além de mim mesma, e eu automaticamente em um impulso repentino pulei os portões da escola seguindo em uma velocidade quase anormal em direção ao meu quarto.

Nada de Ino por lá.

Eu não conseguia sequer lembrar da última vez que a vira. Eu mal conseguia lembrar a última vez que fiz qualquer coisa. Parecia ter se passado um ano inteiro e eu presa sobre certas custódias absurdas para um teste de laboratório. Eu sabia que não estava normal.

Soube disso no momento em que atravessei aquele vidro. Eu sentia sempre uma onda percorrer meu corpo, uma força que eu tinha que arrumar concentração do espaço para controlar - uma força na qual estava fugindo de mim. Tomando meu ser por completo.

Eu me debrucei debaixo da água quente. Era como se eu tivesse passado uma eternidade inteira fora de mim.

Eu podia ouvir os batimentos do meu próprio coração, podia ouvir o sangue correndo nas minhas veias e podia ouvir o som dos carvalhos balançando na floresta quase quilômetros de distância dali. Era assustador, eu tinha de assumir. Mas cada sensação, cada segundo eu gostava mais. E pensava mais.

Naquele momento desejei Sasuke, era absurdamente atordoante, eu queria sentir seu cheiro, queria sentir sua pele, queria ser tocada por ele. Minha mente viajou levemente para lembranças pouco recentes. Eu tive que lutar com todas as forças para não deixar aquele quarto à procura dele. Mas eu estava perdida demais.

Então, um sopro forte da brisa me chamou outra vez, eu já me encontrava na janela, incrivelmente parada perto da escada para o telhado, eu teria de entender, teria que me esforçar e manter o controle, mesmo que a força, o monstro preso dentro de mim ordenasse a cada segundo que eu o libertasse.

~•~

Eu finalmente consegui manter a sanidade outra vez, Ino me fitava tão pálida quanto palitos de palmito. Seus lábios vacilaram chamando-me mas de novo eu me encontrava perdida naquela imensidão de pensamentos.

Meu estômago revirou.

Ela  piscou três vezes antes de continuar. - V-Você.. Onde estava Sa-Sakura? O que diabos acabou de acontecer com seus olhos?

- Nada. - Disse. - Estou bem.

- Sakura.

Antes mesmo de Kakashi aparecer eu já sabia o que queria, me levantei com rapidez deslizando porta à fora. - Sua tia está à sua espera.

Os corredores estavam estranhamente bem movimentados, todos permaneciam em seus grupinhos sociais, cochichando. Eles falavam sobre mim e de uma forma estranha, eu era capaz de ouvir todos, todas as vozes ao mesmo tempo.

Dobrando o corredor da diretoria meu cérebro ordenou para minha pernas que parassem. Eu respirei fundo, sabia exatamente o que vinha à seguir ele outra vez me dominaria. Eu ouvia sua voz falar no fundo da minha mente e então, eu agia.

Me concentrei contando até dez antes de dar de cara para uma tia descabelada e um tio tragando um cigarro.

- Aí meu Deus, Sakura! - Disse ela me abraçando. - Onde esteve querida? Meu Deus, está machucada?

- Estou bem, tia.

- Onde esteve, Sakura? Nos deixou preocupados!

- Eu.. Eu não sei. - Falei, e não sabia. Eu mal sabia quem eu era agora.

Minta, Sakura. Fuja daí.

Eu gelei, outra vez aquela voz. Ele falava, eu fazia. Mesmo que não quisesse, eu fazia. - Eu.. Me perdi já floresta.

- Quando foi que saiu? Meu Deus! Tem noção do perigo que se meteu?

- Estou bem, não estou tia? Isso basta. - Me alterei. - Precisava de um tempo.

Não controle, deixe dominá-la.

- Droga, saia da minha cabeça!

E a estante foi ao chão. Jiraiya tossiu a fumaça incrédulo e minhas pernas fraquejaram. Eu me senti escorregando – e não havia nada em que me segurar. Fechei os olhos.

- Sakura? Querida, você está bem?

Eu sabia, sem dúvida nenhuma, que se destrinçasse os dentes estaria perdida – iria gritar, berrar, me retorcer, me debater. Se abrisse os olhos, se mexesse um dedo que fosse – qualquer mudança seria o fim do meu controle.

- Tem alguma coisa errada comigo.

- Sakura, o que está acontecendo, diga. - Bradou Jiraiya.

- Eu não consigo mais controlar! Tio me ajude. - Implorei.

Então eu perdi o controle. Eu senti cada músculo do meu corpo ficar rígido, ele ordenou que eu o matasse.

Uma luz estranha e peculiar azul tomou conta de minhas mãos, ela vinha carregada de um ardor e era como se minha mão estivesse queimando. Eu já não conseguia parar.

Então vi a imagem do corpo de Jiraiya atravessando as vidraças, Tsunade entrou em desespero e eu cai inconsciente nos braços de alguém.

[...]

Eu suspirei fundo algumas vezes antes de me sentar. Conseguindo finalmente me senti sã, eu olhei em volta. Ele estava parado observando a baía pela janela. A silhueta alta e bem feita brilhava com a luz do luar e seus cabelos balançavam levemente com  a brisa mandada do mar.

Era incrível seu dom de apenas se aproximar de mim e me trazer uma calma que eu não conseguia mais arrumar de mim mesma. Ele parecia inquieto.

Tentei manter o controle e me pôr de pé, apenas para ser parada por uma corrente que prendia minhas mãos e pernas. Parecia uma corrente de água ou ar num tom fraco de roxo, era quente e de certa forma, me espremia contra a cama impedindo-me de sequer mudar de posição.

Meu alerta vibrou quando Sasuke virou-se para mim. Ele soltou um sorriso fraco, o sorriso que fazia com que cada vez que eu o visse, eu derretesse ainda mais de paixão. Então ele se aproximou dando um passo à frente.

- Me perdoe pelas correntes. - Falou. - Precisei usá-las para lhe acalmar, são inofensivas mas bem resistentes. - Ele riu. - Assim que se acalmar elas cederão.

- Como eu vim parar aqui?

- Eu estava indo para a biblioteca quando ouvi Tsunade lhe dar um sermão, então eu senti algo muito forte.. - Ele pareceu lembrar-se do episódio. - Sakura, eu senti uma aura muito forte vinda de você, então tive de intervir.

- E-Eu não sei o que está acontecendo.. Tem algo de errado comigo.

Eu repensei, estava sendo manipulada por minha própria mente. Mesmo que Sasuke trouxesse uma calma quase anormal, eu sabia que estava me esforçando pra manter a sanidade pois tudo parecia queimar dentro de mim e aquelas correntes não adiantava em nada. Eu sentia minha cabeça fumegar.

- Assim que se acalmar elas cederão. O poder vindo de você está fora de controle e se eu lhe soltar, você destruirá todo esse dormitório. - Disse.

Eu procurei calma sabe Deus aonde, levemente as correntes foram afrouxando. Eu podia sentir os pequenos fragmentos de energia correndo em torno do meu corpo em uma dança maluca provocando cócegas. Sasuke sentou-se ao meu lado conforme as correntes viravam poeira.

Senti sua respiração suave afagar de leve os cabelos no topo da cabeça, eu não poderia me sentir melhor. Sentia como se eu fosse eu mesma, não aquela aberração capaz de destruir um tanque de guerra. Eu era apenas a Sakura normal de todos os dias.

- O que aconteceu com você, Sakura? - Ele cortou o silêncio que começava a se formar no quarto. - Onde você estava?

- E-Eu não sei.. Eu só.. Tem algo de errado comigo Sasuke, algo furioso aqui dentro.

- Eu não chamaria de errado, pode-se intitular algo novo acontecendo com você.

- Me diga o que, porque sinceramente, eu ando perdida.

- É difícil de explicar.

- Deixe-me adivinhar: Você não pode me contar.

- O que fizeram com você?

Minta, Sakura. Saia de sua visão.

Então eu senti outra vez os nervos ficarem rígidos e dilatados, o fogo subiu pela espinha, indo para garganta e as luzes peculiares azul voltou a tomar conta de minhas mãos. Porém, antes que eu pudesse mover qualquer músculo, a porta foi aberta com brutalidade e vi um Neji boquiaberto passar por ela de punhos cerrados.

- Saia de perto dela, Sasuke. Ela irá atacá-lo. - Ele falou entredentes.

- Sakura, me ouça, tudo ficará bem. Acalme-se.

Eu suspirei bem fundo algumas vezes, não. Não poderia feri-lo, eu estaria ferindo a mim mesma se o fizesse. O fogo logo diminuiu assim como as luzes, suavemente os dedos de Sasuke afagaram meus cabelos e só então notei que estava a poucos metros de Neji - prestes a atacá-lo.

- Eu senti uma força anormal vinda daqui mas.. Não imaginei que fosse de você. - Ele admitiu. - Assim que me aproximei o bastante seus alertas devem ter denunciado. Está em posição de batalha.

- Desculpe, e-eu.. Droga, o que está acontecendo..

- Sakura, como você ficou assim? De acordo com os livros, é apenas aos dezessete.

- É um rastreador? - Perguntou Sasuke, surpreso. - Como não havia rastreado Karin ainda?

- Eu a detectei assim que pus os pés aqui na Shodleine, mas tive que manter isso apenas para mim. Mas coisas fugiram um pouco do controle ultimamente.

- Karin? - Questionei. - O que tem a Karin e, por que estão falando essas coisas sem sentido?

- É tudo muito confuso agora. Mas, eu não entendo uma coisa. Por que você está assim? Se descontrola facilmente, sem contar a aura absurda de fúria que vem de você.

Saia daí Sakura, já.

- Eu não sei. - Eu me desesperei. - Aí meu Deus eu não sei, eu só quero que isso pare!

Eu não queria ser um monstro, e soube naquele momento que era. Minha cabeça latejava, eu sabia que se vacilasse, estava tudo perdido. Eu ouvia as ondas batendo no penhasco ali perto e desejei me atirar dele, minha cabeça queimava e Sasuke, Deus, eu não podia machucá-lo, eu não podia perdê-lo. Eu o amava, o amava o bastante para preferir fugir do que machucá-lo.

- A menos que.. - Neji refletiu. - Sakura, quem fez isso com você?

- Neji, pare, por favor. - Eu pedi aturdida, doía - literalmente. - responder à cada pergunta. Era como entrar em uma piscina de ácido à cada pergunta feita. O choque percorria abruptamente pelo meu corpo causando uma agonia sobrehumana.

- Diga Sakura é melh..

- Chega Neji. - Cortou Sasuke. - Deixe que termino isso aqui. Não conte a ninguém, se é que me entende, sobre o estado de Sakura. - Ele alertou. - De qualquer forma, obrigado.

Ele apenas assentiu e deixou o quarto em silêncio. Eu finalmente pude respirar aliviada, por mais estranho que fosse, ter Neji por perto agora me fazia estar o tempo inteiro sob alerta. Na defensiva.

- Estou com medo. - Falei. Era até engraçado, eu estava com medo de mim mesma, eu procurava forma de me proteger de mim mesma. Eu queria me livrar de mim mesma.

- Não tenha, eu estou aqui.

- Não vai poder estar sempre Sasuke. E se eu feri-lo? Eu jamais me perdoaria se o fizesse.

- Me sinto um pouco ofendido por sua falta de fé em minha força.

Ele riu.

- Digamos que também não sou tão normal assim. - Prosseguiu e eu o fitava com descrença. - Eu nunca entendi isso também mas.. Venha comigo, eu tenho que te mostrar, não dá para explicar.

[...]

Ele segurava minha mão conduzindo floresta à dentro. Por mais que eu tentasse o acompanhar minhas pernas insistiam em seguir mais rápido. A onda elétrica percorreu meu corpo e aos poucos um novo sentimento aflorava. Eu queria Sasuke, o queria com todas as forças.

Ele parou metros de distância de uma enorme pedra, soltando minha mão. Um sorriso no qual eu nunca havia visto tomou sua face brincando com seus lábios, ele sentou-se por um momento e só então falou.

- Eu sou um pouco mais forte do que os caras da minha idade. Digamos que um pouco mais forte do que qualquer pessoa normal.

- Como assim?

- Quando eu tinha sete anos depois que você se mudou para Osaka, eu destruí a casa só porque estava aborrecido com meu pai. - Ele riu nostálgico. - Meu irmão sempre disse que eu era especial mas, com um tempo notei que não era o único com tal dotes.

- Mas como isso é possível? Esse tipo de coisa não existe.

- Diga por sí mesma, Sakura. Sei que está se esforçando para não quebrar tudo. Eu sou veloz, forte e vejo algumas coisas..

Rapidamente minha mente voou para as coisas horríveis que eu via nos últimos meses, aquelas criaturas furiosas dizendo que eu corria perigo. Perguntei-me se elas se referiam a Orochimaru, não havia qualquer outro perigo além dele.

Então Sasuke se levantou em um pulo, seguiu até a pedra cerrando uma das mãos em punho e ele a socou com veracidade, abrindo um sorriso um tanto debochado para mim. Ele era incrível, eu pude ver cada fragmento se esparramando pelo chão, pude ver os graciosos redemoinhos feitos na água acumulada das folhas no chão, e fiquei maravilhada. Fiquei ainda mais em êxtase quando ele ergueu-me colando nossos corpos.

Quantas vezes havia olhado Sasuke e me maravilhado com sua beleza? Quantas horas – dias, semanas – de minha vida eu havia passado sonhando com o que eu julgava ser a perfeição? Pensava que conhecia aquele rosto melhor que o meu próprio. Pensava que essa fosse a única certeza física em meu mundo: o rosto impecável de Sasuke.

Eu devia estar cega. Pela primeira vez, com as sombras turvadoras e a fraqueza limitadora da humanidade extraídas de meus olhos, eu vi seu rosto. Arquejei e depois lutei com meu vocabulário, incapaz de encontrar as palavras certas. Eu precisava de palavras melhores.

A essa altura a outra parte de minha atenção tinha se assegurado de que não havia perigo ali além de mim mesma, e eu automaticamente fiquei de pé; Por um momento fiquei preocupada com o modo como meu corpo se movia. No instante em que considerei ficar ereta, já estava de pé. Não houve um breve fragmento de tempo no qual a ação ocorreu; a mudança foi instantânea, quase como se não tivesse havido movimento nenhum. Haviam se passado o quê, anos que eu tinha sentido seu toque? Era quente, necessitado e um pouco urgente mas amoroso.

Seu toque pareceu se estender sob a superfície de minha pele, atravessando os ossos de meu rosto. A sensação era de formigamento, eletrizante – percorreu meus ossos, descendo pela coluna, e vibrou em meu estômago. Enquanto a mão de Sasuke se moldava ao meu rosto como aço revestido de cetim o desejo percorreu minhas veias, da cabeça aos pés. Ele arqueou uma sobrancelha perfeita, esperando que eu falasse. Eu o abracei com ímpeto. Mais uma vez, foi como se não houvesse movimento. Em um momento estava ereta e imóvel como uma estátua; no mesmo instante, ele estava em meus braços. Quente ou, pelo menos, essa era minha percepção.

Sasuke segurou meu rosto entre as mãos e aproximou o dele, bem devagar ele me beijou, delicadamente como um sussurro, no início, depois subitamente mais forte, mais feroz. Tentei me lembrar de ser gentil com ele, mas era difícil lembrar qualquer coisa com aquele violento ataque de sensações, era difícil me agarrar a algum pensamento coerente.

Era como se ele nunca me tivesse beijado – como se fosse nosso primeiro beijo. E, na verdade, ele nunca me beijara mesmo daquele jeito.

Embora não precisasse de tanto oxigênio, minha respiração acelerou, tão rápido quanto nos momentos em que eu estivera queimando. Mas era um tipo diferente de fogo.

Então que notei, eu já estava sentada sobre seu colo beijando-o como nunca antes. Eu estava impressionada comigo mesma. Suas mãos percorriam meu corpo explorando cada parte, e eu já arfava a cada toque. Seus toques eram quentes, ele deixava um rastro de fogo por onde tocava. Seus lábios desceram ao meu pescoço, mordiscando o lóbulo da orelha e então para a clavícula e então ele parou.

- Espera Sakura, essa não é você. - Ele falou ofegante.

- Sou eu sim.

Não era tão verdade, eu já havia perdido o controle do meu corpo há minutos, minha sanidade ficava em um vai e vem sem se decidir entre ficar ali ou viajar na escuridão em minha cabeça.

A outra coisa dentro de mim já havia tomado outra controle de tudo, agindo de forma devassa e urgente, ansiando por beijos, ansiando por mais. Eu não era aquilo mas, decidi que lutar contra aquela força seria inútil.

- Não, essa não é você. Sakura, fale pra mim o que aconteceu.

- Eu já disse. - Falei, desta vez outra rosnado minha voz não passou despercebido. - Não aconteceu nada, Sasuke.

Eu queria pará-la. Dizer para que ele fugisse, que aquela coisa não o era mais eu, que aquela coisa era o monstro preso dentro de mim que implorava pelo corpo de Sasuke. Mas ao invés disso, fui obrigada a assistir internamente, meu corpo dançar sobre o colo de Sasuke e beijá-lo com certa luxúria e sedução.

- Pare..

- Calado, Sasuke, apenas me assista.

- Você não é a Sakura. - Ele cuspiu as palavras. - Lute Sakura, eu sei que me ouve, lute contra isso.

- Ela não irá.

Então meu corpo ficou rígido, a fúria cresceu descontrolada tomando conta de tudo ao ouvir aquela voz, eu a reconhecia - e eu a odiava.

- Fique quieta doce menina ou lhe farei matar seu querido.. Sasuke Uchiha.

- Você.. Foi você! Você fez isso.

- Sim, e como um bom criador eu vim buscar minha obra.

- Só não.. Não me faça machucá-lo, Orochimaru, por favor. - Eu pedi.

Vi minha mãos acenderem no brilho azul, sabia que estava tudo perdido, o fogo logo me consumiu mas fora quando me vi arremessar o corpo de Sasuke à metros de distância dali que finalmente aceitei a realidade.

Eu era aquele monstro, não daquele tipo que se esconde debaixo da sua cama. Eu era o tipo de monstro que mata sem dó e nem qualquer piedade.

- Funcionou.. Finalmente funcionou! Oh Sakura, minha querida Sakura, você nunca mais será a mesma. A partir de hoje querida, você será o futuro.

Ele falou antes de me ordenar que o seguisse.


Notas Finais


Gostaram?
Essa Sakura está cada vez mais interessante, não é? Espero que tenham gostado. Até o próximo, bjs ♡


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