História Ghost Town - Machucada

           Acordei com a cabeça doendo e os pés doloridos. Já devia ser meio dia e eu ainda estava na cama. Decidi ficar deitada mais um pouco e tentar me lembrar do que tinha acontecido ontem. Me lembrava de ter comprado roupas novas, de ter dançado, e muito, de ter bebido uma bebida estranha e... o céu. Aquele maravilhoso céu estrelado. Ontem tinha sido, sem dúvida, o melhor dia da minha "vida".  
                Levantei coloquei um vestido verde, um casaco branco meus habituais sapatos pretos, arrumei o cabelo e fui para a sala. Quando cheguei lá tinha um papel dobrado em cima da mesinha.

             " Venha para a praça.
                                Com amor Cami"
              
                Um comunicado. Não havia outro motivo para nós sairmos de casa. Quando sai a praça estava cheia e o prefeito (um homem alto que aparentava uns 40 anos) estava em cima de um palco no meio da praça. Tentei achar meus pais mas não os achei então sentei em um banco perto da árvore principal. 
                  -Agradeço a presença de todos vocês que estão aqui hoje.-Disse o prefeito.-Como a maioria de vocês já sabe daqui a três dias será o nosso festival das tulipas.
              Festival de quê? Eu nunca tinha ouvido falar desse festival, mas a mulher idosa do meu lado estava muito animada. E olha que uma velha animada aqui na cidade era uma coisa muito rara. 
              -Então-o prefeito voltou a falar- eu gostaria que todas as pessoas que forem participar do festival colocassem seus nomes na lista junto com o nome do que iram vender. Obrigado pela atenção de todos.-Dito isso ele saiu do palco e voltou para a prefeitura. 
                   As pessoas estavam animadas, eu estava voltando para casa quando alguém botou a mão na minha boca e começou a me puxar para trás. A primeira pessoa que veio a minha cabeça foi Daniel. Mas aquelas mãos eram geladas. Muito geladas. Aquele não era Daniel. 
                -Fica quieta e para de balançar!
                Não. Não era possível. Justo hoje Julian resolveu me provocar. Minha cabeça ainda latejava e eu não estar vendo o caminho não ajudava muito. Quando me jogaram no chão tentei me levantar e correr mas um dos amigos dele me jogou no chão de bruços e colocou o joelho nas minhas costas. 
                   -Então, querida Anni- Disse Julian se abaixando e ficando mais perto do meu rosto.-Vamos acertar as contas. 
                   -Vai pro inferno-Disse e cuspi na cara dele. 
                    Quando olhei para ele de novo ele estava vermelho e tremendo de raiva. Quando eu ia rir senti uma dor gigantesca na barriga, só então percebi que tinham me virado e estavam chutando minha barriga. E depois começaram a socar meu rosto, e chutar minhas costas. Senti gosto de bile na boca, e não estava conseguindo ver direito. Minha cabeça estava doendo ainda mais.
              -Você é uma vadia forte não é mesmo? Vamos ver se também aguenta isso-Disse Julian tirando um canivete do bolso.