1. Spirit Fanfics >
  2. Giftword-Garagem das suspensões >
  3. Medo de palhaços

História Giftword-Garagem das suspensões - Medo de palhaços


Escrita por: CharBorah

Notas do Autor


Olá minhas coisas lindas!
Tô de volta com mais um capitulo e o tão esperado dia do passeio da galera foi muito bom escrever esse capitulo e espero que gostem.
Beijos.
—Mel
(Editado: 23/05/2020

Capítulo 17 - Medo de palhaços


Narração: Mônica

Acordei animada no domingo, não poderia esconder minha felicidade, desde sexta-feira eu ando com uma áurea boa sobre mim. As coisas parecem mais bonitas, eu me sinto mais leve. Acho que estou encantada por esse bairro, essas pessoas, acho que finalmente me encontrei.

As pessoas daqui parecem tão únicas, cada um com seu jeito e por mais que tivesse toda aquela divisão e rivalidade, ninguém parecia julgar ninguém. As opiniões da Maria Cassandra pareciam bem infantis e ignorantes, olhando de perto a história parecia outra. Mas talvez eu fosse inocente demais, ela já mora aqui há anos e com certeza sabe mais sobre eles do que eu.

Contudo, a Cassandra não me preocupava, ela tinha suas neuras, mas o que eu poderia fazer? Pode ser cruel se afastar, mas não posso me acomodar à alguém que não me faz me sentir bem. Além de que ela tinha outros amigos e eu, aparentemente, estava fazendo outras amizades também.

Minha mãe tinha razão, deveria deixar de seguir esses “conselhos” estranhos da Cassandra. Mães sempre tem razão.

Porém, não é hora nem dia para me preocupar com isso. Hoje eu tenho um passeio que provavelmente será fantástico, mesmo eu não sabendo para onde iria ou por quê.


Uma coisa engraçada e boba é que eu estava bem audaciosa com tudo a minha volta, sentia que a velha Mônica do Pitangueiras e até mesmo a francesa havia morrido. Todos esses novos sentimentos me fizeram ter a grande vontade de não mentir e nem me esconder atrás do medo. 

Em contraste com meu último passeio, vesti um delicado vestido branco com algumas pequenas flores rosas estampadas. Eu sei que alguns julgariam como infantil mas era só uma roupa que eu gostava e me sentia confortável.

Denise tinha marcado em um longo gramado, achei engraçada que ela se referiu ao local como “campinho”, tinha alguns bancos em volta e demarcações de um campo de futebol. Eu já havia passado por ali algumas vezes, era bonito.

Deduzi que era apenas um ponto de encontro e não que iríamos jogar futebol, ou coisa assim. Denise não havia dito o que iríamos fazer na real, apenas disse que surpreenderia todos.

Quando cheguei estava quase todo mundo lá, exceto a Magali. Denise disse algo do tipo “ela vem na força do ódio, mas vem”. Ficamos conversando sobre coisas banais até a que faltava chegar.

Descobri um pouco sobre cada um, Cascão era muito engraçado e gente boa, ele conseguia fazer todo mundo rir. A Denise e a Marina também, as duas eram meio maluquinhas na verdade, mas enquanto a Marina parecia mais inocente, já a Denise era maliciosa e debochada.

Cebola, Xaveco e Franja eram mais na deles, o Franja era tímido mesmo, talvez até mais que eu, já os outros dois eram só calados mesmos mas isso não os impediu de falar em coisa ou outra.

Cebola estava lindo, lindo demais, eu queria elogiá-lo mas fiquei com muita vergonha, foi melhor não ter feito nada mesmo, seria estranho.

O mistério sobre onde seria esse passeio continuou sendo um mistério para todos mas Denise fazia questão de garantir que tudo seria perfeito, só tínhamos que esperar. Como dito por Denise, Magali chegou, ela estava muito bonita e usando saia, ainda bem que não estava sozinha. De qualquer forma, ela estava linda e eu podia ver ela um tantinho envergonhada.

— Uau… — ouvi Cascão murmurar ao meu lado. Os garotos daqui só sabiam dizer isso?

— Ótimo, agora podemos ir — Denise anunciou sorrindo. — Bora esticar as pernas!

— Como assim? — Cascão perguntou.

— Andar? — Cebola complementou.

— Sim, deixe de drama, é aqui pelo bairro mesmo.

Ela respondeu e seguiu andando, sem dar atenção para as caretas engraçadas dos garotos.

Denise estava com um sorriso vencedor no rosto, está na cara que tem dedo dela aí...

Comecei a andar e acompanhar os passos de Denise junto com os outros, sem nem saber ao certo para onde estava indo.

Eu até poderia parecer equilibrada por fora mas por dentro minha cabeça ia longe e imaginava coisas improváveis, comecei a teorizar o motivo desse passeio. Os casais andavam de mãos dadas, Cascão e Magali conversavam um pouco e Cebola andava ao meu lado em silêncio, parecia um encontro de casais, essa ideia me deixou envergonhada só de imaginar isso acontecendo. Ou talvez Denise só estivesse querendo que todos nós segurassemos vela, não, isso seria estranho.

Tentei pensar em algo menos viajado, pode ser que Denise só estivesse querendo destrair sua mente. Afinal, esse era o último ano no colegial, o último antes de se declarar adulta e o último a poder fazer coisas sem tem um motivo palpável. Acho que no fundo era apenas uma diversão.

Tentei parar de pensar nessas coisas e agir como uma adolescente normal em um passeio entre amigos.

Ouço Cebola falar comigo e levo meu olhar até seus olhos, um tanto tímidos. Ok, hora de ser normal, Mônica.

— Então você é nova aqui? — ri da pergunta, sério?!

— É chato quando não tem assunto, né?

— Sim — ele disse soltando um risinho baixo.

A partir desse ponto engatamos em uma conversa um tanto fútil mas que foi legal para nos conhecermos melhor, ele é uma boa companhia.


Fiquei quase paralisada ao me deparar com o local, era um circo. Não havia nenhum sequer resquício de felicidade em meu rosto. Eu deveria ter ficado em casa…

— Galera, não vou entrar não, porque estou com medão de palhaços desde que assisti aqueles vídeos de palhaços assassinos — Denise já foi logo dizendo e dando meia volta com seu namorado. — Tem uma praça aqui perto, vou estar lá quando vocês saírem — avisou acenando.

Queria ter a coragem de Denise para revelar esse medo e pedir para ficar junto com ela, nem que fosse para segurar vela. Mas como eu poderia me livrar dessa?

Engoli em seco ao perceber que teria que entrar naquele local, paguei meu ingresso com as mãos tremendo e me sentei ao lado de Cebola, ainda podia sentir minhas mãos trêmulas.

Para evitar o constrangimento, fiquei de cabeça baixa durante o espetáculo, que para mim mais parecia um show de horrores. Para evitar dar bandeira, passei a encarar a platéia e meus conhecidos, Marina e Franja estavam abraçados, Magali mexia no celular despreocupada e Cascão ria de tudo.

Quando olho para frente, um dos palhaços me encarava sorrindo, com aquele sorriso perturbador. Imediatamente me encolhi e abaixei a cabeça, fechando os olhos. Apertei, por instinto, algo que estava próximo de mim no banco, só depois de alguns segundos, quando abri os olhos, percebi que era o braço de Cebola. Soltei lentamente morrendo de vergonha de o olhar, sentia meu rosto quente, provavelmente eu estava muito, muito vermelha.

— Pode ficar calma, já percebi que tem medo de palhaços — ele sussurrou próximo do meu ouvido.

O encarei, engolindo em seco e me xingando mentalmente. Ele sorriu compreensivo.

— Vamos para fora! — diz se levantando e segurando minha mão, acompanhei seus movimentos deixando aquele lugar depressa.

Segui seus passos em silêncio, ainda envergonhada. Ele me levou para a tal praça em que Denise deveria estar, mas não estava. Quando vou me sentar em um dos bancos percebo que ainda estava de mãos dadas com ele, isso mostrava o quanto eu estava fora de mim, assustada.

— Então, quer me contar porque tem medo de palhaços?

Respirei fundo e coloquei meu cabelo atrás da orelha.

— Eu não sei o porquê. Só sei que tenho desde quando era uma criança.

Ele sorriu convencido. Como eu era boba! Boba!

— A Denise não era para estar aqui? — ele olhou em volta.

— Eu não a conheço muito bem, mas estamos falando da Denise… — rimos, Denise era única. — E como está a Maria?

— Uma pestinha como sempre. Está bem.

— Ei! Por que vocês saíram daquele jeito? — Cascão se aproximava junto do pessoal.

Tranquei a respiração pronta para a humilhação, meus planos de ser uma adolescente normal foram para o ralo.

Eu e Cebola nos levantamos, apertei a barra da saia do meu vestido, ficando nervosa mais uma vez.

Cebola apenas passou o seu braço pela minha nuca e me trouxe para perto de si. Vi Cascão sorrir de maneira maliciosa e imediatamente entendi a ideia de Cebola, não sabia se ficava aliviada ou mais envergonhada ainda.

O abracei pela cintura alta, para não entregar nada. Vi Denise chegar já olhando sugestiva para nós dois, definitivamente eu estava ainda mais envergonhada.

Seguimos o mesmo caminho para voltar para a casa, para mim e Cebola foi silencioso. Ele continuava a me abraçar enquanto andávamos. Não sabia se isso era ok ou não, não tinha experiências com relacionamentos mas pelo menos ninguém estava jogando na minha cara que eu era uma medrosa.

Ele fez questão de me levar de volta para a casa, eu seguia o mesmo caminho que Magali, porém essa não se importava comigo e com o Cebola, inclusive ela andava do outro lado da rua.

— Obrigada — agradeci baixinho assim que estávamos chegando em frente de casa.

— Isso não seria má ideia se fosse verdade — disse sussurrando no meu ouvindo, o olhei desacreditada e ele riu — É brincadeira, desculpe.

Ele se despediu de mim com um beijo na bochecha e seguiu seu caminho. Não teria nem como descrever o meu surto interno.

Entrei em casa e corri para o quarto, me jogando na cama sem pensar em nada. Meus batimentos estavam acelerados.

Levei minha mão até o local do beijo, foi tão fofo, tão doce da parte dele. Sorri sem nenhum motivo, eu realmente estava agindo como uma boba. A cena se passava em minha cabeça a todo momento. Só espero que eu possa lidar com isso, seja lá o que for.


Notas Finais


Espero que tenham gostado meus loves!
Ah antes que eu esqueça já que sou uma pessoa muito esquecida Eu queria agradecer a todos os comentários dos capítulos anteriores eu fiquei tão feliiiiiiiiiiiiiiiz!
Muitos MUITOS beijos.
—Mel


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...