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História Giftword-Garagem das suspensões - Drama barato


Escrita por: CharBorah

Notas do Autor


Editado em 14/02/2020

Capítulo 4 - Drama barato


Em meio a toda atenção recebida por todos da quadra, resolveu aproveitar da situação a seu próprio favor. Deu um passo para trás e gritou:

— Aiii! — Gritou apoiando a mão sobre a barriga chamando a atenção de todos.

O professor cruzou os braços e a encarou com desdém.

— Magali, menos drama.

— Tá doendo — disse olhando na direção do treinador.

— Certo… Deixe eu ver.

A morena exitou por um momento, o que ele ganharia com isso? Ou melhor, onde estava a lógica nisso?

Resolveu erguer a blusa de qualquer forma e o choque foi total para todos. Estava muito vermelho.

Ela se impressionou mas não mostrou isso, trocou por uma expressão de dor extremamente forçada.

—Isso está feio… Mas acredito que não seja nada.

—Ai — Magali cortou o treinador abaixando a camiseta e abraçando a barriga. — Eu estou naqueles dias — falou tão baixo, como um sussurro, que torceu para o homem em sua frente ter entendido e não ter que repetir.

— Treinador, eu levo ela para a enfermaria — se ofereceu Titi, ao aparecer do nada fazendo Magali torcer o nariz.

— Tudo bem — respondeu desconfiado olhando para ambos — Mas esteja aqui em menos de cinco minutos.


O caminho chegava a ser longo demais para o gosto da garota. O colégio era grande apesar de ser um colégio de bairro pobre. Também era um colégio velho, muitos dos pais dos alunos estudaram ali.

Costumava ter mais salas também, mas algumas se tornaram grandes depósitos de materiais e móveis velhos, principalmente no segundo andar, que era uma região pouco visitada pelos alunos.

— Não precisa fazer essa cara, sei que está mentindo — disse Titi com um sorriso convencido no rosto.

Ela apenas bufou e mudou sua expressão para uma de tédio.

— Você pilota muito bem! — declarou o garoto a fazendo o olhar confusa.

— O que?

— É, eu achei o máximo o jeito em que você venceu o Cebola da última vez, foi demais.

— Ok… — esse “ok” soou de maneira contraria para os dois.

— Desculpe, meu nome é Titi — falou ele estendendo a mão.

— É eu sei — respondeu seca sem olhar parar de andar. — Estudamos juntos já faz quatro anos.

Ele fechou a mão como forma de consolo para si próprio e voltou a caminhar.

— Você está bem?

— Estou sim. Por quê? — Agora foi a vez dele ficar confuso.

— Achei que pessoas do seu grupinho não falavam comigo.

— Pelo amor de Deus, não estamos na quarta série! — riu mas logo parou ao ver a garota o olhando sem ânimo. — E não falam, mas… — abriu o sorriso mais vigarista que Magali já havia visto em sua vida. — Eu sou seu fã, você é a melhor piloto que já vi!

— Olha, se quiser, posso distribuir autógrafos amanhã. — ironizou — Agora, já vou! — indicou com a cabeça a porta da secretaria.

— Ah, elas vão perguntar se você trouxe algum remédio, não demore a responder que não. — Titi deu a dica e saiu pegando o rumo para a quadra de esporte.

Ela então entrou na sala e logo tratou de começar se teatro.


— Mãe cheguei! — gritou a morena ao entrar em casa.

— A aula acabou mais cedo, filha? — perguntou a jovem senhora ao aparecer na sala.

— Sim — mentiu, as secretárias até poderiam acreditar no drama barato dela mas sua mãe não era fácil de se convencer.

— Estranho… Isso é bem raro, ainda mais nessa época do ano.

— E por acaso tem hora para um professor ficar doente, mãe?

— Não. Mas não pense que vai ficar afundada no sofá assistindo tv e comendo bobageiras. Vá arrumar seu quarto, está uma bagunça!

— Caso contrário… — gesticulou para a mãe continuar.

— Nem queira saber.

— Não quero saber mesmo, mamãe. Já estou subindo.

A jovem subiu a escada correndo, quando chegou ao quarto, fechou a porta e se sentou no chão. Tirou a mochila, que ainda estava nas costas, e jogou em um canto.

Pegou o celular no bolso, digitou uma mensagem para a melhor amiga:

“E aí?! Como estão as coisas?"


“Isso tudo foi armação, não foi?”


“Hum… Não sei do que está falando.”


“Até parece, engraçadinha.”

“Pode ir explicando qual é a de sair e me deixar aqui sozinha.”


Ela revirou os olhos, e antes de responder ouviu a voz de sua mãe do outro lado da porta:

— Magali está limpando tudo aí?

—Claro mãe. Nossa! Achei minhas anotações de biologia, tá explicada minha nota baixa — fingiu.

Dita a calúnia, se jogou no chão, fechou um olho e olhou por debaixo da porta. Esperou alguns segundos ao ver a sombra se mover, afirmando que sua mãe teria saído de frente da sua porta.

Quando pegou o celular novamente havia uma nova mensagem de Marina.

“Não vai me responder não?”


“Eu priorizo a boa qualidade de vida.”

“Tchau Mari, vou arrumar meu quarto agora.”

Jogou o celular em cima da cama e olhou ao redor, estava realmente muito bagunçado. Talvez ela encontrasse suas anotações de biologia de qualquer forma.


Os meninos jogavam futebol, Marina estava entediada mexendo no celular enquanto as lideres de torcida ensaiavam como de costume. A cacheada as observava gritar e rebolar ao ritmo do grito. “Otárias”, pensou.

Xaveco corria, finalmente o tiraram do gol, era a hora dele descontar todas as boladas que levava em todas as aulas.

Os times eram os mesmos da queimada, a única diferença era a falta das meninas. E depois de muito esforço para se livrar de Toni, correu na direção do goleiro adversário e marcou um belo gol, sem nem chegar perto da área.

Correu para o meio da quadra, onde lá olhou para as lideres de torcida e enviou um sorriso para aquela que o admirava.

Denise soltou um belo de um sorriso como forma de retribuimento. Mas sua colega do lado sorriu também, Toni não era o único querendo marcar Xaveco. Ele era o alvo da loira que a gritava por ele em todos os jogos, Carmem. O sorriso nos lábios bem delineados de rosa no rosto da de olhos azuis escondia uma mirabolante ideia para o dia seguinte, era a maneira perfeita de fazer as coisas começarem a se encaixarem em seu plano.



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