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História Giftword-Garagem das suspensões - Amizade com significado contrário


Escrita por: CharBorah

Notas do Autor


Edit: 15/02/2020

Capítulo 5 - Amizade com significado contrário


Magali dormia tranquilamente com o lençol caído no chão e um braço encima do rosto, pela posição em que se encontrava, provavelmente acordaria com dor.

Soltou um murmúrio quando seu despertador tocou, um toque irritante. Abriu os olhos minimamente e procurou pela cama seu celular.

Assim que o encontrou, deu logo um fim ao som irritante e o jogou de volta na cama.

Virou de lado e tentou retomar seu sono.

Cinco minutos depois, o aparelho retornou a tocar. Dessa vez, a garota nem abriu os olhos. Pegou o celular e desligou aquela merda.

Ótimo, mais um dia de aula…

Bocejou abrindo os braços e jogando os ombros para trás.

Era o último ano dela no colégio, e ela não poderia estar mais feliz. Logo ela seria livre e independente e não precisaria ter essa prioridade chata. Mas o que ela faria quando se formasse? Isso é uma outra conversa…

Pegou o celular e checou as horas, estava no horário ainda. Abriu as mensagens e se deparou com uma de um número desconhecido. E a foto estava bloqueada provavelmente somente para não-contatos.

“Bom dia pronta para mais um dia de estudos?”

Revirou os olhos, que frase clichê ridícula.

“Quem é você e onde conseguiu meu numero?”

“Dããã, sou eu Titi, quem mais seria? E respondendo, eu tenho meus contatos”

“E o que você quer?”

“Te desejar um bom dia!”

“Não estou interessada, vaza”

“Nossa, que mal humor”

“São seis horas da manhã”

“Acordei às cinco para me alongar e malhar os braços”

“Problema seu, não perguntei”

“Ainda não superou a fase rebelde sem causa da sétima série?”

“Tchau, babaca fútil”

“Tchau, criança!”

“Ei espera!”

“Olha como são influenciáveis essas crianças de hoje”

Isso fez ela revirar os olhos novamente.

“Por que seus amigos não falam comigo?”

“Porque é assim desde sempre”

“Todos nós já fomos bons amigos”

“Não sei mas parece ser algo a ver com a Irene

“Ok”

Ela pousou a cabeça suavemente sobre o travesseiro novamente e ficou ali por um bom tempo tendo a cabeça invadida por lembranças e deixando escapar uma lágrima sem querer.


A aula seguiu normal, a mesma coisa tediosa de sempre. Magali ainda estava com a cabeça na conversa que teve mais cedo com Titi quando chegou no colégio. Porém Marina com seu jeito próprio conseguiu fazer a amiga esquecer do ocorrido mesmo sem saber da conversa.

O intervalo daquele dia parecia ter chegado o mais rápido, o dia passou voando.

Magali estava distraída no celular tendo uma conversa banal com seu novo “amigo” quando foi surpreendida por Marina.

— Com quem tá falando? — apareceu Marina por traz da amiga, olhando para a tela do celular que foi imediatamente bloqueada assim que a dona do aparelho foi surpreendida.

— Vai assustar sua…

— Ei, ei, respeito em primeiro lugar.

Marina foi ignorada por Magali, que virou de costas e desbloqueou o celular retomando a conversa.

— Onde arrumou o número dele? — perguntou Marina.

— Não arrumei.

— Desde quando fala com essa gente?

— Desde ontem e… é só com ele.

— Algum motivo especial? — perguntou atrevida com um sorriso malicioso.

— Não. — Deu as costas novamente.

— Por que não me disse nada?

— Eu deveria?

— Sim. Nossa que foto horrível.

— Marina! Respeito em primeiro lugar.

Marina cerrou os olhos e depois sorriu, a vigarista sabia como a banda tocava.

— Olha essa conversa.

Mostrou a conversa que teve mais cedo com o moreno. Marina olhou para o aparelho, leu atentamente e chegou a uma conclusão:

— Na boa, a gente não pode negar que ele tem uns músculos e tanto mesmo.

Magali suprimiu a vontade de bater na amiga e a vontade de bater na própria testa. Trocando por um rápido exercício de respiração para manter a calma.

O sinal bateu mais uma vez naquele dia. A próxima aula era história, em geral ela até gostava dessa aula, era sempre um silêncio. Marina sempre desenhava e Magali lia ou jogava qualquer coisa em seu celular, e naquele dia não foi diferente.

— Senhorita Magali, como pretende recuperar sua nota mexendo no celular? — Disse a professora olhando para a garota com um olhar de desaprovação.

— Mas querida, eu não estou com nota baixa na sua matéria! — Se fingiu de inocente.

— Você está com nota baixa em todos as matérias –Disse a mais velha fazendo alguns alunos rirem.

— Hum, talvez eu tirasse cem na sua matéria se você soubesse como dar uma aula que não fosse tediosa. — Grande parte da turma se calou, mas não ninguém podia dizer que era mentira.

— Hum… Engraçadinha — cruzou os braços. — Vou te dar um trabalho de 17 paginas, para você e para outro engraçadinho que me provocar.

— Professora! — Chamou Cascão — O Cebola tá louquinho pra fazer o trabalho com ela — disse apontando para Cebola.

— Não sou eu que morre de amores por ela — retrucou o quase calvo.

— Hum, será mesmo?

Cebola até abriu a boca para responder mais foi cortado pela professora no mesmo momento.

— Silêncio! Os três vão fazer o trabalho juntos.

— Mas professora, eu não fiz nada, foi esse daí que começou — se defendeu Cebola, jogando a culpa sobre o amigo.

— Vou pensar no seu caso. Agora, todo mundo copiando a matéria do quadro.


Depois de um tempinho chegou uma das secretárias do colégio e disse algo para a professora, indo embora logo em seguida.

— Guardem seus materiais e vão para quadra — ordenou a professora atravessando a sala.

Por dois segundos os alunos se olharam sem entender mas logo começaram a guardarem seus materiais como loucos.

— Magá, tu não acha que a Carmem tá meio estranha?

Marina era uma pessoa que reparava muito nas outras por isso ela tinha sempre assunto — fofocas — para conversar. Ela era uma verdadeira tagarela.

— Magali olhou por breves segundo para Carmem, que sorria de maneira maliciosa.

— Sei lá — bateu os ombros. — Todos são estranhos nesse colégio. Pode ir desativando o modo fofoqueira.

— Fofoqueira não, sensitiva. Eu sinto quando tem gente armando algo, inclusive quem também anda assim é a…

— Desde quando você se importa?

— Eu tô dizendo, algo ruim vai acontecer!

— Para de ser louca, não vai acontecer nada. Vamos lá para a quadra antes que reclamem.


Chegando na quadra ela já estava cheia de alunos, Magali tinha estranhado o repentino evento.

— Sério mesmo, acho que vai acontecer algo.

— Está acontecendo, por que acha que estamos aqui?

— Não nesse sentido.

— Já falei que isso é doi… — Magali foi interrompida por diversos gritos vindo do meio da quadra.

As duas garotas correram até lá e com muito esforço conseguiram passar de uma multidão e ficaram de frente para o motivo do escândalo.

A cena “chocante” era de Carmem Beijando Xaveco, que contribuía como se não tivesse problema nenhum, e a pobre Denise assistia a cena com a boca aberta e os olhos transbordando água.

As pessoas riam dela e até mesmo filmavam a reação dela, provável aquele vídeo iria bombar nas redes sociais.

Saiu correndo, aquilo era demais para ela.

Corria contra os vários olhares de pessoas de sarcasmo. Acabou tropeçando em alguém e foi ao chão, onde chorava como se alguém estivesse morrido. As pessoas em sua volta aumentaram as risadas e mais fotos foram tiradas.

Cebola, o melhor amigo da ruiva, encarou Xaveco com vontade de esquarteja-lo. Onde ele estava com a cabeça? Saiu em busca da ruiva sem se preocupar em quebrar a cara aquele babaca. Por enquanto ele precisava cuidar do coração da amiga.

Magali deveria ter se lembrado que Marina tinha uma boca santa, ou melhor, que ela conferia os horóscopos todos os dias.

A cacheada fechou os punhos e seguiu rumo ao casalzinho. Motivada pela empatia por Denise. Elas não eram amigas, mas seu senso de justiça gritava. Se ela estivesse no lugar da ruiva, ela sem dúvidas amaria que alguém desse uma lição no traíra.

Não se importando em entrar na frente dos celulares e nem de se tornar o centro das atenções. Se aproximou e afastou Carmem do garoto com um só puxão. Em seguida deu uma joelhada nas partes íntimas dele, que nem teve como raciocinar, antes de dar dois passos para trás e um gemido de dor.

— GAROTO POR QUE ESTÁ AGINDO COMO UM IMBECIL? — Gritou sem medir palavras e nem esforços.

— Tá louca? — perguntou com um fiasco de voz por conta da dor.

— Eu não, você que está! — respondeu apontando para ele — Onde já se viu? Esqueceu seu juízo em casa? Você nem pensou nos sentimentos da Denise.

— Ela não é nada minha — ele disse entre os dentes.

E de fato ela era apenas uma ficante mas isso por que ele nunca a pediu em namoro. Mesmo assim ela o amava com todo seu coração.

— Ah não? Vou fingir que acredito— dito isso se virou para Carmem — E você, hein?! Por que vez isso

— Porque eu quis — Carmem cuspiu as palavras como resposta.

— Engraçado que você se dizia amiga dela, pelo jeito, amizade pra você tem significado contrário.

— Se ela não soube cuidar do garoto dela, o problema não é meu. E quem é você para falar de amizade? Vocês nunca trocaram nem duas palavras.

— Melhor do que ser uma traíra.

— É melhor manter cuidado, eu gosto de loiros — falou sorrindo, brincando com o perigo.

Marina segurou a respiração e acertou um tapa no rosto da loira.

— Uma patricinha mimada como você só pode ter feito isso para chamar atenção. Se era fama que você queria, agora você tem, ladra de namorados. — Marina disse com um sorriso no rosto.

Deu as costas sem nem se preocupar em olhar para trás e contemplar o rosto de arrependido de Carmem e Xaveco ainda murmurando de dor.



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