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História Giftword-Garagem das suspensões - Mudanças


Escrita por: CharBorah

Notas do Autor


Edit: 14/03/2020

Capítulo 7 - Mudanças


Em comparação com o dia anterior as fofocas haviam reduzido muito, mas ainda haviam os que não se cansavam de difamar nem por um minuto se quer.

Denise tinha consciência de que quando pisasse no colégio as pessoas começariam a comentar novamente sobre o que havia acontecido nos dias anteriores, mas não se importou.

O olhar dos outros estudantes eram mistos, alguns descarados nem disfarçavam, outros olhavam pelo canto do olho. Tentou controlar sua vontade de acertar um tapa em Carmem, assim que se aproximava dela.

A loira estava cabisbaixa, encarando o chão, segurando suas emoções ao máximo. Assim que a ruiva passou por si, tomou toda sua coragem e segurou o braço da mesma, que se virou lentamente e encarou os olhos azuis como uma predadora.

Um breve silêncio ficou no ar, poucos segundos, mas o suficiente para deixar Denise irritada e soltar seu braço da loira.

Carmem engoliu em seco, sua coragem parecia sumir.

— Denise, me desculpa. Não foi… por mal… — Carmem tentou se explicar.

Denise não queria ouvir, a cada palavra saída da boca da outra lhe trazia memórias do ocorrido. Sem pensar muito calou a outra com um tapa, não era o que seu interior queria, mas o impulso foi mais forte.

Carmem colocou as mãos sobre o local e fechou os olhos, segurando as lágrimas.

Denise pensou por alguns segundos, queria apelar pra violência pra descontar sua raiva. Queria algo que fizesse todos rirem da outra só para que ela fosse humilhada. Porém, nada disso mudaria algo, ou pior, poderia só piorar sua situação.

— Tá desculpada. Mas nunca cruze meu caminho de novo. — Era clichê, mas foi o que veio em sua cabeça.

Ela ouviu alguns risos atrás de si assim que saiu em direção aos seus amigos, que assistiam tudo de longe.

Cebola sorriu ao ver a ruiva, era A Denise. Sua melhor amiga estava de volta e aquilo era confortante.

Ela acelerou os passos, chegando e dando um abraço duplo em Cebola e Cascão.

— Soube que me defenderam ontem, meninos. Obrigada, vocês são os melhores amigos do mundo!

— Ei, eu também te defendi! — Titi protestou ao lado. — Não ganho nem um aperto de mão?

— Suas mãos são suspeitas — respondeu rindo e se afastando dos outros meninos. — Venha aqui! — o puxou para um abraço.

— É bom te ter de volta, Dê! — Cebola disse bagunçando o cabelo da menor.

— Bom, não tinha como fugir, né?

— Ainda bem que voltou, senti falta de alguém inteligente perto de mim — Cascão brincou.

— E eu querendo entender qual a serventia disso se você dorme em todas as aulas.

— Acontece, Titi, que eu durmo na aula para não dormir no trabalho — se virou para Cebola — inclusive uma folga remunerada iria cair bem.

— Só nos seus sonhos, bobão!

Marina passou pelos quatro e sentiu que a missão estava cumprida. Denise estava bem e junto com os amigos, ela não tinha nada haver mas sentia algo bom, de alguma maneira havia se sensibilizado pela garota traída.

Sorriu para Denise, que ficou sem entender, e foi para a sala.

Denise virou para os amigos confusa.

— Você não sabe sobre a Marina? — Cebola perguntou.

— Não sei do que está falando.

— Calma aí, eu tenho vídeo.

Titi já foi tirando o celular do bolso e caçando em sua galeria o tal vídeo.

No vídeo, aquele fatídico dia ilustrava uma gloriosa Marina dizendo algumas verdades e batendo em dois desleais estudantes. Denise ficou surpresa, obviamente, mas qual a razão daquilo?


— Olha só quem veio trabalhar hoje! — anunciou Cebola ao ver Xaveco entrar na garagem com seu uniforme escrito "Giftword" no peito. — Achei que tinha tirado férias sem avisar o patrão. Dois dias sem vir é mole?

— Foi mal, eu estava me resolvendo com a Denise — explicou em tom melancólico, quebrando todo o humor do amigo. — Mas bora trabalhar que a vida não é fácil.

Parou na frente de um carro e pegou o pedido em baixo do parabrisa.

— Ih, sabe o que eu penso disso. Como ela tá com isso? — O moreno emitiu voltando a mexer no motor de um outro carro, o que fazia antes de Xaveco chegar. — Não quis falar com ela porque ela não merece ficar relembrando disso.

— A gente tá conversando e resolvendo. E antes que pergunte, eu estou muito arrependido.

Xaveco foi até a mesa de ferramentas e pegou o que precisaria. Voltou e se agachou em frente a roda do carro próximo dele.

— Sabe, eu queria uma maneira de provar para a Denise que eu não sou um babaca ou pelo menos não vou ser mais.

— Então não seja um. Acho que com seu pingo de senso você consegue fazer isso.

Cascão chegou atrasado como de costume e entrando com o pé esquerdo.

— Aí, Cebola… Ei, mas quem é essa figura muito rara de se ver por aqui.

— Nossa, muito engraçado — Xaveco revirou os olhos.

— Folgado, falta e ainda pega o carro que eu ia fazer.


Magali ouvia música deitada em sua cama e com uma HQ aberta ao lado de seu corpo. Tirou um dos fone de ouvido ao ouvir sua mãe gritar.

— MAGALI, UMA AMIGA SUA ESTÁ AQUI!

Magali estranhou a formalidade, Marina já era de casa.

— MANDA SUBIR! — Gritou de volta e tirou o fone por completo.

Foi surpreendida por alguém que jamais esperava ali e com uma figura conhecida em seu colo.

— Oi, Denise. — tentou ser o mais gentil possível mas não conseguia disfarçar seu estranhamento.

— Oi… — curiosamente, Denise pareceu tímida ao entrar no quarto. — Vim devolver seu gatinho!

Magali conteve sua animação e apesas exclamou um "Mingau!' e o pegou das mãos de Denise e o acariciou em seguida.

— Obrigada, pensei que nunca mais o veria. Seu menininho danado, pensei que tivesse ido embora — falou a segunda frase com voz fina olhando para o gatinho.

— Não foi nada!

Magali apertou o animal em um abraço.

Denise encarou todo o quarto, desde o chão até o teto e todos os cantos, nada passou pelos seus olhos.

— Nossa, seu quarto não é nem um pouco como eu imaginava, é até agradável.

— Como assim?

— Sei lá, todo preto, com umas caveirinhas…

— Por que pensou isso?

— Por causa do seu estilo de gótica.

— Não sou isso.

— Rockeira! — Tentou Denise.

— Também não. — Magali balançou a cabeça.

— Ah, então você só é desleixada mesmo?

— Isso é uma falta de respeito.

— Não, suas roupas é que são.

— Vou ter que te convidar a se retirar.

— Então posso te fazer uma pergunta? — indagou Denise mudando totalmente de assunto.

— Faça — a morena deu permissão antes de se arrepender.

— Eu ouvi boatos sobre você e a Marina terem me ajudado naquele dia lá, eu não entendi muito bem.

— Nem eu entendi. Mas adorei ver aquele bobão apanhando da Marina.

— Como?

— Ela só tentou fazer um omelete. Mas ele mereceu. E em defesa da minha amiga, ela só tentou fazer o bem.

— É, só faltou escrever justiça na testa e sair correndo.

— E ainda falam que a gente é antissocial.

De repente, a porta foi aberta e Marina entrou no quarto. De primeira ficou confusa com a presença da ruiva e mais ainda depois que ela a abraçou e agradeceu por algo. Marina sabia do que se tratava e deixou, "Missão cumprida".


Paris — França

Os sinos tocavam, todas as garotas iam para seus quartos, com o uniforme impecável e o cabelo preso em um rabo de cavalo. Em contra partida, Mônica seguia o rumo da diretoria, desviando das francesas que cruzaram seu caminho.

Mônica se perguntava o porquê de ser chamada na diretoria uma hora dessas. Não se lembrava de ter feito absolutamente nada de errado.

Abriu a imensa porta de madeira e entrou no local. Estranhou sua mãe e seu pai estarem ali, um arrepio passou por sua coluna.

Se sentou na única cadeira vazia, na frente da diretora, supondo que seria para ela.

Encarou todos ali. Seu pai sorria e havia uma papelada em sua frente.

— Mônica, vamos voltar para o Brasil! — exclamou seu pai com um largo sorriso.

Mônica engoliu em seco e sentiu suas mãos esfriarem.

Entre abriu os lábios no rosto atônito e sem querer deixou um sussurro sair.

— Voltar? 



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