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História Girl meets Girl - Amigas dão beijo no rosto


Escrita por: DdeDanny

Notas do Autor


*** Oiii nenens! Cap curto e ainda sem revisão por motivos de ansiedade e preguiça. Espero que gostem msm assim! ***

Capítulo 45 - Amigas dão beijo no rosto


 

 

 

Meu corpo estava com Maria Clara, mas minha mente continuava inteiramente naquele quarto com a Rafa. Não tinha mais clima para nada,  eu só queria deitar no peito da garota dos olhos esverdeados e esperar que minha angústia passasse, queria que ela pudesse me consolar como sempre fazia... Para piorar, ainda era impossível não tentar imaginar como ela estaria naquele momento, sabendo exatamente com quem eu estava.

 

- Então... Qual filme vamos ver? - A voz de Bife me tirou de meus pensamentos, ela olhava pensativamente para a TV que apresentava os horários do cinema.

 

- Ah, você escolhe. - Eu sabia que não conseguiria prestar atenção no filme de qualquer maneira e, infelizmente, não seria porque eu a beijaria. 

 

- Você está bem? - Franziu o cenho, estranhando a forma como respondi, já que sempre fui tão animada na presença dela. 

 

- São só alguns problemas, mas vou ficar bem. - Forcei um sorriso, tentando não estragar o pouco tempo que eu teria com ela. 

 

- Quer me contar? - Ela colocou a mão em meu ombro carinhosamente, então comecei a tentar me lembrar se alguma vez ela já havia me tocado com tanta naturalidade. 

 

Balancei a cabeça negativamente. Eu não só não queria falar daquele assunto com ela, como também teria uma grande probabilidade de eu desabar em choro.

 

- Então vou apenas fazer você se animar, que tal? - Achei fofo o jeito como ela se importou comigo, aliás, Bife era a fofura e a inocência em pessoa. 

 

Abri um sorriso malicioso. 

 

- Tenho boas ideias de como você pode fazer isso. 

 

- Essa é a Duda que eu conheço! - Bife riu, comemorando, coisa que eu nunca pensei que ela faria ao ouvir uma das minhas cantadas baratas. Cadê a bochecha vermelha? Cadê a expressão envergonhada? E o que aconteceu com a inocência de não entender sobre o que estou falando?

 

Num reflexo totalmente aleatório, levei a mão ao topo da cabeça de Bife e esfreguei, bagunçando todo o seu cabelo. Ela soltou uma exclamação, tentando me puxar e revidar, mas é claro que fui mais rápida, consegui escapar facilmente. 

 

Saltitei em direção à fila para comprar os ingressos e Bife me perseguiu, rindo. 

 

- Pega a primeira sessão que tiver. - Disse enquanto passava as mãos no cabelo para ajeitá-lo. 

 

- Tem certeza? É um filme de criança... - Fiz uma careta, não era meu tipo de filme preferido nem de longe.

 

- Pra combinar com sua idade mental. - Whaaaaaaaat?! Levei a mão ao peito, fazendo a ofendida. 

 

- Bife, não foi assim que te eduquei. - Esbravejei, brincalhona.

 

- Desculpa, mamãe. - Usou um tom irônico, o qual eu tinha visto sair de sua boca pouquíssimas vezes. Bife parecia mais solta. Devo comemorar? 

 

- Não, tá de castigo. - Decidi prontamente, sem dar muita bola. 

 

- Qual é meu castigo? - A pergunta captou minha atenção novamente, mesmo que Bife não parecesse ter segundas intenções ao fazê-la, mas vocês acham o que? Eu, Duda, interpretei isso com toda a malícia do mundo, é óbvio! 

 

- Próximo. - Uma voz nada simpática chamou da bilheteria. 

 

Acabei escolhendo ignorar Bife e guardar meus pensamentos impuros apenas para mim. 

 

 

 

Sentamos nas poltronas do meio da última fileira. O cinema estava praticamente vazio, até porque, era um filme de criança em um horário que as crianças não vêem filmes. Quem planeja o cronograma desse lugar?! 

 

Bife havia comprado um balde de pipocas, ok, péssimo sinal. Aprendi na faculdade da pegação que quem quer beijar, não come pipoca. 

 

Passei as mão freneticamente pela minha calça jeans, sem ter certeza se o frio repentino era causado pelo ar condicionado ou pelo meu próprio nervosismo.

 

- Tá frio, né? - Eu não esperava uma resposta. - Olha, minha mão tá gelada. - Agarrei a mão de Bife de modo que ela não pudesse recusar. 

 

- Tá falando isso só pra eu segurar sua mão, né? - Riu, mas não soltou. Bingo! Ponto para Duda!

 

- Você tá espertinha hoje, hein? - Ri pelo nariz.

 

- Essa técnica é mais velha que a minha avó. - Uh-huh... E ainda não soltou. 

 

A luz da tela enorme em nossa frente se acendeu, iniciando aquela série entediante de propagandas. Bife puxou a mão na intenção de se soltar, mas não deixei, apertei-a com um pouco mais de firmeza e, para minha surpresa, a menina não pareceu ligar. O que eu faço agora?! Não tinha pensado na hipótese disso dar certo. Decidi brincar com seus dedos, iniciando praticamente uma disputa, na qual uma tentava empurrar o dedo da outra.

 

- Eu tô mal com a Rafa. - Escapou repentinamente, sem que eu quisesse, enquanto eu observava nossos dedos pensativamente. Aquele assunto ia e voltava na minha cabeça, ensinando-me que eu não poderia deixar que o assunto com Bife morresse.

 

- O quê?! Por que? - Pareceu surpresa. 

 

- Por que o quê? - Franzi o cenho, fazendo-me de desentendida.

 

- Por que tá mal com a Rafa? 

 

- Quem falou isso? 

 

- Oras, você. - Apontou.

 

- Eu o quê? 

 

- Duda! - Quase gritou, indignada, tentando me fazer falar.

 

- Bife! 

 

- Tá doida?! 

 

- Quem? - A melhor forma de escapar de uma situação difícil, é confundindo a pessoa, aprendam com a tia Duda. 

 

- Você. 

 

- Eu o quê? - Eu estava até achando graça.

 

- Me beija. - Oi?! Pisquei varias vezes, atônita. 

 

- É sério? - Parece que foi a Bife quem me confundiu. 

 

- Não. - Riu gostosamente. - Foi só pra te fazer parar. 

 

- Podemos refazer isso? Aí quando você disser "me beija", eu te agarro ao invés de ficar parada igual uma mongol. 

 

- Para com isso. - Deu aquele clássico empurrãozinho no meu ombro. - Somos amigas.

 

- Amigas não. - Corrigi. - Bifes. - Maria Clara se inclinou sobre a poltrona DO. NA. DA. e depositou um beijo em meu rosto. Um beijo um pouquinho mais para o lado do que o normal e, sem duvidas, bem mais longo do que o necessário. Meu coração pareceu dar um salto e parar, fiquei imóvel, ridiculamente paralisada. Senti-me como uma virgem novamente, quando eu me sentia arrepiada apenas das meninas aproximarem o roto do meu. - O que foi isso? - Indaguei com os olhos arregalados, quando ela se afastou. 

 

- Um beijo. - Repetiu seu movimento, dessa vez mais rápido e no lugar "socialmente correto".

 

- Por que isso? - Ela deu de ombros. 

 

- Você tem sido uma amiga incrível.

 

- Bom, se quer que eu ainda continue uma "amiga incrível", não faça isso. - Eu ainda estava meio paralisada (para não dizer "assustada") com a atitude da menina.

 

- Por que não? 

 

- Só... - Respirei fundo. - Não faça. - Repeti.

 

- E se eu fizer? - Desafiou irresponsavelmente.

 

- Aí é por sua conta e risco. - Relaxei os ombros, retomando minha pose confiante de sempre, acreditando que Bife pararia por ali. Eu não podia estar mais errada.

 

Maria Clara debruçou-se pela terceira vez sobre a poltrona, aproximando-se devagar, de forma que eu ficasse ciente do que ela faria. Dessa vez ela não aplicou um beijo diretamente em minha bochecha, apenas encostou a lateral de nossos rostos, como se estivéssemos nos cumprimentando, porém, mais lentamente. 

 

A clássica musiquinha de filme começou a tocar à medida que Bife se afastou e, pela primeira vez, realmente convenci a mim mesma de não beijá-la, mesmo ela tendo praticamente implorado com seu último ato. Não que eu não quisesse agarrá-la ali mesmo e não soltar até o final do filme, mas, por algum motivo, eu me segurei.

 

 

 

Entrei em casa sentindo meu corpo todo doer sem motivo algum, tudo que eu precisava era uma boa noite de sono sem horário para acordar. O restante da minha saída com Bife havia sido inacreditavelmente tranquilo, apenas com algumas típicas piadinhas de minha parte. Eu disse que não estava na vibe, não é? Caso contrário eu já teria arrancado a menina de dentro do armário. 

 

Abri a porta de meu quarto pronta para cair na cama, ao invés disso senti uma pontada golpear meu peito com força. Rafa continuava ali, sentada em minha cama, abraçada às próprias pernas, seu rosto inchado e avermelhados denúncia o choro. Fechei os olhos com força, tentando jogar a culpa para bem longe de mim, o que era quase impossível. 

 

Nem Rafa, nem eu, precisamos fazer perguntas, as duas sabiam muito bem o que estava acontecendo, nós sempre nos entendemos através de um simples olhar, agora não seria diferente. Abracei-a com força, sentido seu cheiro tão familiar, e isso foi o bastante para fazê-la soluçar em meio às lágrimas.


Notas Finais


*** E aí? Tão comemorando o "não-beijo" ou odiando a Duda? Contem-me! kkkkk

PS: Grupo no Whats, quem ainda não entrou, bora me mandar o número! Se pá vai ter conteúdo exclusivo mais pra frente. ***


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