História Girl Power - Nine!

Após ajudar Taehyung e dormir eu não vi mais nada. Eu lembro que ele já disse que se manteria forte e não choraria. Eu não queria isso. Ele tem que chorar, porque isso demostrará seus sentimentos.
  Acordei antes dele. Não estávamos com algemas porque não deu tempo ontem à noite de colocar.
  Me levantei com o maior cuidado do mundo e peguei meu celular. Quando olhei para ele me lembrei de tudo o que aconteceu. Apesar disso, ele continua fofinho.
— Bom dia.- ele diz acordando e me tirando do meu mundo imaginário.
— Bom dia.- Respondi, sorrindo fraco.
— Obrigado por me acalmar ontem à noite. Você foi uma bela amiga.- por algum motivo o "amiga" doeu no meu peito, mas fingi que nada aconteceu.
— Eu tento ser. Eu sei como é perder alguém.
  Eu me lembrei da morte de minha avó. Quando ela morreu eu não consegui chorar apesar de ser muito sentimental. Para mim, a morte dela foi como uma faca no meu coração, só que sem sangue. Quero que Taehyung chore. Acredite ou não, se eu tivesse chorado, teria me sentido melhor.(d/a: Eduardha é meu nome porque não tinha criatividade para criar um. O nome da avó dela é o mesmo nome da minha, que graças a todos os deuses não morreu.)
— Quem você perdeu?
— A minha avó.- não falei que sabia que a vó dele tinha morrido porque ele não sabia que os meninos tinham contado para mim.
— A minha avó também morreu.- ele fala abaixando a cabeça.- Que horas são?
  Eu pensaria que ele estava mudando de assunto se não quisesse saber também e fui ver que acordamos uma hora mais cedo.
— Cinco horas da manhã.- respondi.
— Que tal a gente sair para esfriar a cabeça?
  Fiquei um pouco preocupada mas ele me convenceu. Saímos da cama e tomamos banho. Guardamos a algema no bolço para ninguém ver.
— Bom, já que estamos bem escondidos, vamos em um parque que eu amo muito.
  Gostei de sua ideia e o segui.

  Sentamos na grama verde e meio molhada do parque. A sensação do vento na minha pele me lembrava que ainda existia algo feliz por cima de tanta tristeza. Me lembrei de minha avó. A Eva. O quão boa ela sempre foi e o quão importante ela é para mim. 
  Sem perceber uma lágrima caiu do meu rosto e eu logo a limpei.
— Sabe,- fala Taehyung- eu me esqueci de como era bom aproveitar o dia. O vento, os animais, a grama molhada. Sinto falta disso. E sinto falta da minha avó.
— Eu sinto falta de tudo. Eu só, queria entender porque ser tão difícil para mim chorar. Quer dizer, você chorou e eu não.
— Você não chorou quando sua avó morreu?- ele me pergunta surpreso.
— Eu não consegui. Quer dizer, apesar de tudo, tudo o que ela já fez por mim, o que passou por mim...Eu não consegui chorar. Eu sou fraca. E enquanto todos quase morriam chorando eu só ficava triste.
— Sinto muito.- ele para e reflete por alguns segundos.- Não. Um simples sinto muito não resolve nada. Sei que deve ter doido para você mas, se ela era importante para você e se sentiu triste, isso já conta.
  Naquele momento a tristeza daquele dia voltou. Tudo o que eu não consegui chorar voltou. A dor de nunca mais vê-la voltou. As lágrimas surgiram. Junto com um soluço e um abraço de Taehyung.
— Viu? Você não é fraca. Você a ama.
  Seu abraço só fazia eu me sentir melhor. Deitamos na grama e ele me abraçou. Eu o abracei de volta e ficamos ali apenas observando o sol ainda nascer.

  Voltamos para o hotel algemados e entramos na van. Dessa vez foi minha vez de deitar a cabeça no seu braço. Ele segurou minha mão em um gesto protetor. Sim, eu e Kim... Eu e Tae estamos virando grandes amigos.
  Chegamos em um tipo de ginásio onde iríamos ter um treinamento para fazer exercícios para o programa que dessa vez não seria ao-vivo, obviamente.
  Eu sou totalmente flexível e então os treinamentos foram fáceis. Foi engraçado ver os meninos tentando. Óbvio que as meninas não ficaram de fora.
— Bom, agora vocês vão correr pelo ginásio.
  Corremos pelo ginásio todos juntos. Sim, algemados. Eu e Tae rimos muito, foi muito engraçado.
  Sentamos no chão cansados rindo dos outros por termos terminado primeiro.
— Olha aquilo. O Rap Monster não sabe correr.
— Meu deus a Clara Lua nem parece que fazia um monte de exercícios.
  É, foi divertido.
— Agora,- fala a treinadora/coreógrafa-tirem as algemas. Mostrem para mim o que vocês sabem fazer.
  Dançamos SALUTE, que apesar de ser antiguinha, era uma das músicas com mais coreografia. Os meninos, como dançam muito dançaram Save Me para nos acompanhar.
— Vocês são muito bons. Parece até que não estão cansados. São realmente apaixonados pelo o que fazem. Só que tem uma coisa. Meninas, vocês não cantam nada.
  Ela apontou para as meninas. Para mim e Mariana não, já que estávamos lado a lado só que meio longe delas. Me senti incomodada. Elas cantam muito bem! Tipo mano, a Cami faz rap como ninguém!
— Eu to brincando!- ela ri. Fala sério, tenho certeza de que a Camily ia falar umas poucas e boas pra ela.- Meninas e meninos, vocês são incríveis.
  Sorri de alívio e fiquei feliz que não era verdade.
  Após alguns exercícios tiramos o dia inteiro de folga e fomos ao hotel mais tarde.
  Tae e eu assistimos One Piece. Foi divertido.
— Ei, posso te contar um segredo?- pergunto me divertindo um pouco com o que eu estava prestes a contar.
— Pode.- Ele sorri curioso.
— Eu sou uma ARMY.
  Ele riu de mim e me deu um leve soco no braço.
— Tá brincando né?
— Claro que não! Eu já conhecia vocês a muito tempo e, vocês são muito bons.
  Ele me olhou com uma cara brincalhona e sem eu perceber ele começou a fazer cócegas em mim e eu quase morri. 
  Brincamos, rimos e saímos do hotel para ir ao programa pensando no que as pessoas pensariam se vissem que eu e Tae nos divertimos mais do que o normal juntos.