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História Girl Tough Cookie [Imagine:Zico] - ChocolateMenta


Escrita por: AngelLina

Notas do Autor


Esse é meu presente para vocês. Feliz 2017.
Obs: 5 mil palavras com certeza vai ter alguns error. Desculpa gente.

Capítulo 11 - ChocolateMenta


Eu não quero saber, não quero saber, não quero saber, não quero saber, não quero saber, quero saber. QUERO SABER! Por que ninguém apenas, sem querer, me conta logo tudo?

Acordei na tentação de descobrir tudo sobre o passado do Jiho. Me arrumei às pressas, sai sem comer nada e caminhei pela rua pensando nas várias perguntas que iria fazer ao Jaehyo, claro, pois não tinha coragem de perguntar ao Jiho. Quando cheguei na escola, não quis perder tempo e fui às pressas à sala do Conselho Estudantil. Minha sede de respostas seria saciada. Porém, quando, enfim, cheguei a porta do C.E encontrei o Park Kyung e P.O de guarda. O que eles estão fazendo aqui?

- P.O me parou - Desculpa Junggie, mas você não pode passar.

- E por que não? - Os encarei desconfiada do que acontecia ali.

Park Kyung bateu com a mão na porta - Está acontecendo uma reunião aqui!

- Com quem?

- P.O e Park Kyung olharam-se e disseram - Não te interessa.

- Vocês acham que eu sou burra?

Park Kyung - Então por que perguntou?

- Ora, seus - me joguei por cima deles, precisava invadir aquela sala - Me interessa sim!!!

Alguém abriu a porta - Eu falei para vocês calarem a porra da boca… - Era o Jiho - Que merda é essa? - Eu estava nos braços do P.O enquanto o Park Kyung segurava minhas pernas.

Park Kyung disse - Ela é louca.

- EU SOU LOUCA?!!!

P.O colocou-me no chão - você está realmente alterada.

- Eu não… Não.

Jaehyo apareceu atrás - O que está acontecendo?

Jiho disse - Ho Jung está gritando sem parar.

- Eu não tô gritando sem parar!

Você está gritando sem parar - Disse, Jaehyo.

Eles me olhavam como se vissem uma aberração e isso me magoou - Vocês dois… Achei que odiassem um ao outro.

- Mas eu odeio esse idiota - Jiho bateu na parede - Esse babaca,  escroto do caralho.

E do nada surgiu a raiva - Então… - Puxei o Jaehyo - Larga meu amigo!

Jiho me olhava tentando entender o que acontecia comigo. Jaehyo perguntou - Você está bem?

Encarei o Jaehyo, irritada - E você pare de fazer reuniões com meu namorado!

Jiho, Park Kyung e P.O - Namorado?

- É, bem… Não é agora, mas depois, depois vai ser - Larguei o Jaehyo - Ah! E que reunião é essa? - Dei uma pausa de dois segundos - Ah é, não me interessa. Nada me interessa!

Jiho aproximou-se - Namorado é?

- Tudo bem, você não é meu namorado!

- Mas eu não…

O interrompi - Não quero mais saber - Corri e no fim do corredor gritei - E não me encoste mais!

Desci as escadas apressada e logo me arrependi. Voltei ofegante e eles ainda estavam lá - Mas eu ainda gosto de você!!!

Entrei na sala jogando tudo de qualquer jeito e fiquei sentada esperando a primeira aula. Não sei o porquê de estar tão estranha, o dia mal começou e já estou em um ciclo de sentimentos e pensamentos absurdos. Uma hora eu fico triste pelo Jiho ainda não ter dito que gosta de mim, outra hora fico com raiva por não saber de nada, algumas vezes acho ridículo tudo o que aconteceu até agora e outras vezes eu apenas quero me jogar em cima daquele homem maravilhoso. Não está sendo uma manhã fácil. Fiquei batendo a caneta na mesa até olhar pela janela e ver o céu azul sem nenhuma nuvem. Um clima agradável. Percebi que fazia tempo em que não me preocupava com esse tipo de coisa. Então é assim que é estar apaixonada? Percebi que a turma estava toda me encarando.

- Senhorita Ho Jung, preste atenção - A professora alertou.

- Sim, desculpa.

- Ajeite-se, vamos ter um teste.

Exaltei-me - Um teste surpresa?!

- Como assim surpresa? Eu havia avisado na aula passada que teria um teste.

A turma inteira concordou e eu estava chocada, talvez tenha perdido aquela aula.

- Bem que os outros professores avisaram que você não é mais a mesma.

Tentei dar explicações - Mas, eu acho que não estava na aula passada.

- Estava sim, mas estava perdida em pensamentos.

Me fodi.

Fiquei calada até ela decidir começar a distribuir a folha do teste. Era de história, discursiva e eu não lembrava de nada. Pensei que poderia enrolar em alguma questão, mas nada vinha à cabeça. Senti umas fortes pontadas na barriga. Conforme o tempo ia passando, a dor ia aumentando e menos me concentrava no teste. Quando olhei para frente a professora estava parada.

- Você é a última e ainda não escreveu nada.

- Me dê só um minuto.

- Escreva seu nome e entregue a folha agora!

- Mas…

- Agora!

Entreguei e fui em direção ao banheiro, precisava esfriar a cabeça. O que eu estou fazendo com minha vida? Pensei, não me concentro mais nos estudos, não me dedico a mais nada. Só existe o Jiho na minha cabeça e tudo relacionado a ele. Dizem que quando você vai bem na vida pessoal, você vai mal na profissional. Mas as duas não estão nada fáceis! Senti mais uma das dores, porém ela estava mais forte que as anteriores. Senti algo escorrer entre minhas pernas. Ah, não! Esqueci totalmente. E agora Deus? Corri para limpar. Sorte a minha de ainda estar no começo, mas logo iria descer mais.

Saí apressada, sem correr, pelos corredores em busca de alguma ajuda. Esqueci de colocar algum absorvente na mochila e não tinha amigas para pedir.

- Junggie estamos nos encontrando muito por aqui - P.O surgiu e segurou-me pelo braço.

- O q…? Por que será né? - Forcei um sorriso.

P.O sorria. Ele é extremamente fofo - Eu não pensei que o Zico fosse namorar de novo.

- Nós não… - Uma pontada forte sinalizava mais um vazamento. Não pode acontecer agora, aqui não. Segurei forte o braço do P.O enquanto minha expressão demonstrava dor e sofrimento.

Ele fazia uma expressão de preocupação - O que está acontecendo Junggie?! Precisa de ajuda?

- So-corro...

Ele desesperou-se - O que está acontecendo? Você precisa de uma ambulância? - Começou a gritar - Alguém chame uma ambulância!!!

- Pare… Está me fazendo passar vergonha.

Começou a me sacudir - O que eu posso fazer?!!

Chamei para perto com a mão e ele se aproximou - Apenas me arrume um absorvente - Eu lhe disse.

Ele olhou para todos os lados - Um absorvente? - Olhou para mim - Onde? - correu de um lado para o outro e gritou - ALGUÉM TEM UM ABSORVENTE?!!!

Meu Deus.

- P.O pelo amor de Deus - O chamei novamente- Apenas me leve até o Zico.

- O Zico? - ele aproximou-se e agachou - Suba nas minhas costas!

- Pare com isso e se eu te sujar?

- Ok. Entendi - Ele me surpreendeu levantando-me - vamos lá!

- Você não preci…

- Calada, doente!

É cada uma.

Ele me carregou até a quadra de basquete, onde havia apenas o Jiho, Park Kyung e U-kwon. E mesmo de longe gritou - Socorro!!

Os três se espantaram ao me ver sendo carregada.

- O que aconteceu? - Jiho perguntou preocupado.

P.O estava ofegante e não conseguia falar. Ele me pôs no chão.

- Eu estou… - Aproximei-me dele e sussurrei - Menstruada.

- Hã? - Ele não escutava.

- Mens-tru-ada.

- O que? - Park Kyung perguntou de longe.

Gritei irritada - MENSTRUADA!!!

- Não precisava gritar, eu já tinha escutado - Disse U-kwon.

Por que ele está se metendo?

Mais uma das fortes pontadas e eu caí de joelhos no chão apertando a barriga - Me ajudem, por favor.

Jiho abaixou-se e segurou-me em seus braços - Calma, do que você precisa? - Analisava cada parte de meu corpo.

- ABSORVENTE!!!

- Meu Deus, mulher!

- Acho que vou morrer - Estava à beira das lágrimas - Zico!

Ele me soltou e eu caí no chão - Eita! - ele disse - Tomem conta dela que eu vou atrás de absorvente.

Park Kyung abaixou-se e segurou-me - Sempre me perguntei, como vocês não morrem tendo hemorragia todo mês?

O olhei com tanto ódio que ele desistiu de obter alguma resposta. Homens não entendem!

Depois de alguns minutos Jiho chegou com dois pacotes na mão. P.O estava me abanando e dizendo “Inspira e expira”, mas eu apenas o ignorei.

- Graças a Deus! - Gritei

Jiho parou em minha frente e balançou as duas mãos. Tinha um pacote em cada - Espera aí.

- O que?

- O que são as “abas”?

- ME DÊ LOGO A COM ABAS - Levantei-me, peguei o pacote de sua mão e corri.

- De nada! - Ele gritou.

Cheguei no banheiro irritada com tudo, mas em seguida ri do que aconteceu, até agora foi a situação que mais me constrangeu nesses três anos. Como não os conheci antes? Idiotas!

Voltei para a quadra segura de mim mesma. As dores continuavam, mas eu tinha um absorvente.

Jiho levantou-se - Você está bem?

Eles me encaravam preocupados.

- Algumas cólicas e só.

- Dói muito? - P.O perguntou.

- Claro… - Reparei em alguns absorventes abertos - Por que eles estão assim?

- Ah - Park Kyung intrometeu-se - P.O estava curioso em saber como era um absorvente.

P.O retrucou - Só eu?!

- Tem como você … - U-kwon, inocentemente, aproximou-se  - colocar para gente vê como é?

- É o que?!

Jiho empurrou o U-kwon - Em todo caso, tá tudo certo?

- É… Sim.

- Eu até perguntei se alguém tinha alguma calcinha reserva, porque né… Mas está tudo bem né?

- DEUS! - Eles são garotos e não sabem o que fazem - Tudo bem. É… Obrigada, Zico.

Ele me deu um abraço apertado - Deve doer muito - Seu perfume é uma tentação - Vou cuidar de você.

É difícil resistir ao Jiho quando ele é assim, tão fofo.

O alarme tocou. Oh! Perdi o intervalo.

Agora, eu tenho que... - O empurrei. Seja difícil.

Jiho me interrompeu segurando-me pelos braços - Onde pensa que vai?

- Para aula né - não o compreendia.

- Não, você vai comigo - Aproximou-se e sussurrou em meu ouvido - Vamos sair desse inferno.

- E para onde nós vamos? - Perguntei sem deixar transparecer o quanto sua respiração arrepiava-me por completo.

Ele riu afastando-se - Eu não tenho dinheiro para comprar-lhe uma calcinha nova ou algumas roupas, mas posso comprar algum remédio e muuuito chocolate.

- Ah é? - também ri - E como você pretende sair daqui?

- Bem… Tenho três homens másculos ao meu dispor.

Nós fomos em direção ao “cantinho dos segredos”, fiquei empolgada por ser a minha primeira vez sendo levada lá. O mais divertido é que eu iria com o Jiho. O resto da Bape Gang estava junto, mas eu apenas ignorei.

- Vocês entenderam? - Jiho olhava cada um de seus amigos nos olhos - Vão ter que inventar alguma estória...

Park Kyung interrompeu - Pera, Ho Jung.

- Sim.

- Você tem alguma amiga na sala para te cobrir?

- Eu.. - Joguei o cabelo para trás - Como pensei… Não tenho ninguém... Não vamos poder matar aula nenhuma - Fui caminhando de volta à escola.

Jiho puxou-me pela mão - Você não vai, não. Eles vão dar um jeito.

- Que jeito? - U-kwon perguntou.

P.O respondeu enquanto dava uns tapinhas nas costas dele - Você é bem popular com as garotas.

- Eu também sou - Park Kyung intrometeu-se.

- Não… - Jiho disse - Vai ser o U-kwon.

U-kwon desconfiado perguntou - O que eu posso fazer?

Jiho aproximou-se me segurando pela mão - Bem você…

P.O interrompeu - Deixa isso comigo! Vão logo.

Jiho apenas sorriu e foi andando. Olhei para trás e me despedi dos meninos que fizeram o mesmo. Quando prestei atenção, Jiho estava mexendo em uma parte da grade que dividia a escola de um matagal.

- Vem, você primeiro - Ele empurrou a grade fazendo uma abertura pequena, mas o suficiente para qualquer pessoa passar - ande.

Is- so sempre esteve aqui?  - passei por ela sem problemas.

Em seguida Jiho também passou - Até onde sei, sim.

- E agora para onde nós vamos?

Ele me ofereceu a mão - Não quero que você caia - seus olhos brilhavam com apenas alguns raios de sol que atingiram seu rosto. Seu sorriso sincero esperava pela minha resposta. No instante em que segurei sua mão meu coração bateu mais rápido - Eu conheço um caminho, você está segura.

Sorri envergonhada - Ok.

Enquanto andávamos em meio às árvores e plantas, lembrei do momento em que encontrei o P.O - Sabe uma coisa engraçada?

Jiho me olhou curioso - O que?

O encarei novamente e pensei duas vezes - Hm… Depois eu te conto.

De qualquer forma, chegamos - Era uma rua do outro lado da escola - Que tal irmos ao shopping?

- A essa hora está aberto?

Ele riu - Não, acho que não. Então, vamos passar em uma farmácia e depois em um mercado.

- Não preci… - Ele fez o sinal de silêncio em meus lábios e me puxou.

- Zico… Você não se preocupa em perder as aulas?

- Não… Park Kyung sempre passa a matéria depois.

- Ah - Estava preocupada pois as provas já iriam começar e eu não havia estudado nada.

Jiho sorria - Não se preocupe, U-Kwon vai fazer tudo direitinho... - Ele piscou - Além disso, você sempre pode me pedir ajuda ou à um deles. Agora faz parte da Bape Gang não é?

- Sim… É mesmo - Parei e pensei - Mas por que o nome “Bape Gang”?

Entrelaçou os dedos nos meus e riu - Nós usamos muito Bape, então… Foi isso.

- Vocês gostam da Bape tanto assim? - Ri - Achei que tivesse um significado mais especial.

- Parece até que não tem. Mas agora esse nome representa nossa amizade.

- Tipo uma família né?

Ele me olhou e sorriu - Tipo uma família.

Depois de mais alguns minutos andando nós entramos em uma farmácia. Só tinha um funcionário.

- Você sabe qual remédio serve para cólica né? - Jiho perguntou.

- Claro que sim.

Ele andou até onde estavam os absorventes - Meu Deus, não existe diferença.

- Existe sim - Me aproximei - Tem uns que até machucam.

- Ma-chu… - seus olhos examinavam minhas coxas e foram subindo - cam?

Dei um tapa em seu braço - O que você está olhando?

Ele ergueu as sobrancelhas e continuou a olhar os absorventes - Oh!

- O que? - Perguntei

- Esse aqui eu conheço - Pegou um pacote de absorventes internos.

Olhei preocupada com o que poderia perguntar - E o que tem?

- Nada… Você pode usá-los?

Cerrei os olhos desconfiada - Não.

- Interessante - Ele sorriu, colocou o pacote no lugar e continuou andando.

Fui atrás de alguns comprimidos e peguei o que costumo tomar. Encontrei o Jiho me esperando para pagar as coisas. Ele tinha algo na mão.

- O que é isso? - Perguntei.

Ele soletrou ansioso pela minha reação - CA - MI - SI - NHA

Olhei para os lados preocupada - Zico - Sussurrei - O que as pessoas vão pensar?

- Eu não ligo para elas - ele pegou o remédio das minhas mãos - volto já.

Fiquei pensando no que ele iria fazer com aqueles preservativos. Alguns minutos passaram-se e ele estava de volta.

- Vamos ao mercado agora? - ele saiu e eu fui atrás.

Hesitei em perguntar - O que… - Porém a curiosidade era maior - O que você vai fazer com elas?

- O que?

- As - sussurrei - camisinhas.

Ele riu de forma sarcástica - Vou encher de água e jogar nos meus amigos - bagunçou meu cabelo - Não é óbvio demais o que vou fazer?

- Com quem? - Irritei-me

- Com um monte de garotas

- O que?! - Controlei-me - Sério?

Seu rosto ficou sério - Não.

O parei desconfiada - Sério?

- Faz dias que eu não fico com alguém.

Incrédula, disse - Mentira - E continuei andando

- Não dá para acreditar em mim?

- Então me diz o motivo.

Ele me puxou - chegamos, vamos logo.

Pegou um dos carrinhos e disse - a essa hora o mercado está vazio.

- E o que tem? - Perguntei curiosa.

- Entre - ele olhou para o carrinho e para mim.

Eu olhei para o carrinho e para ele - Não.

- Vai ser divertido.

- Eu posso cair tentando subir nisso aí

- Eu te ajudo - ele sorria de tal forma que eu não poderia negar.

Suspirei - Está bem.

- Então segure-se em meus ombros - apoiei meu braço em seu ombro e ele me segurou pela cintura, na tentativa de subir eu escorreguei, mas ele me segurou - cuidado - ele sorria.

Senti sua mão deslizar lentamente cintura abaixo - Eu consigo sentir, ok? - Olhei para a mão dele e para ele.

Um sorriso malicioso e disse - Escorregou.

Sentei no carrinho - E agora?

- Vamos! - ele correu empurrando o carrinho pelos corredores.

Socorro!

Jiho correu pelo mercado e ficava ameaçando bater nas prateleiras. Eu gritava desesperada e depois riamos juntos como idiotas. Após algumas voltas apareceram alguns funcionários para nos vigiar.  Decidimos parar na sessão de doces.

E ele perguntou - Você gosta de chocolate branco, chocolate preto, chocolate meio a meio, chocolate com pimenta, chocolate com amendoim, chocolate com castanhas ou chocolate e a porra toda? Escolhe.

Eu apontei para o chocolate com amendoim - Gosto desse!

Ele pegou duas barras e jogou no carrinho - Ok...

Um pedaço de plástico caiu entre minhas coxas, Jiho viu e atreveu-se a tirar, por reflexo eu bati em sua mão. Ele ergueu as sobrancelhas - Eu vou atrás da bala de menta - E saiu.

Ele pegou as balas, depois fomos em outra sessão e ele pegou alguns biscoitos e depois bebidas. Por fim, paramos no caixa e saímos.

- E agora, para onde vamos com tudo isso?

Ele apontou para a outra rua - Para o cinema.

- Mas o cinema está fechado.

- Exatamente - ele foi andando carregando as coisas - Lá é bem grande e tem ar condicionado na parte onde você compra coisas para comer e vê as sessões. É aberto e vazio.

- Nossa.

- O que? - Perguntou sem entender.

- É para lá que você leva as garotas? - Eu estava muito incomodada com o fato dele ter comprado camisinhas.

Riu - Não mesmo.

Quando chegamos lá sentamos encostados na parede. Um dos trabalhadores passou cumprimentando o Jiho.

- Parece que você vem muito aqui - Comentei.

As vezes - Ele disse.

Peguei um dos comprimidos para cólica e tomei. Olhei para o Jiho que abria um pacote de balas de menta. Se alguns dias atrás alguém me dissesse que um dia estaria sentada com o Jiho, apaixonada e morrendo de ciúmes dele, talvez eu iria me suicidar.

- O que você está olhando? - Ele perguntou enquanto tirava a bala do pacote e colocava na boca

- Nada… - Olhei no fundo de seus olhos - O que você quer ser?

- Como assim?

- O que você quer fazer no futuro?

Ele pegou um dos chocolates e jogou no meu colo - falando sério mesmo?

- Sério - fiquei curiosa.

- Você não vai acreditar - ele ria.

Me joguei em seu ombro - Fala logo.

- Eu.. - Ele ria e negava com a cabeça - Eu quero ser... - Pegou uma lata de Coca-Cola - Rapper - A abriu.

- Sério? - Perguntei surpresa e me afastando.

Ele confirmou com a cabeça enquanto tomava um gole.

- Você escreve e tudo mais?

Ele me olhou - Eu gosto de escrever.

Meus olhos se encheram de curiosidade - Posso ler?

- Não.

- Por favor.

Ele ficou sério - Não - E voltou a sorrir - E você?

- Eu? - Olhei para frente - meus pais querem que...

Ele me interrompeu - E você?

- Eu não sei - Peguei a barra de chocolate e a abri - Não descobri ainda… - Comi um pedaço.

Jiho colocou o braço envolta de mim - Você é bonita e inteligente. Pode fazer qualquer coisa - Tomou o último gole da lata e mordeu a bala.

Eu estava próxima dele novamente - Talvez… - Afastei-me lembrando que não podia ter muito contato físico. Eu sou uma garota difícil.

Ele me olhou calado por algum tempo - Mas… Me diz o que era tão engraçado que você queria falar.

- Ah… Sim, não é nada.

- Vamos lá, também quero rir.

- Não é tão engraçado assim.

- Então eu não vou rir, mas fale.

Virei-me para ele - É que… O P.O acha que estamos namorando.

Ele confirmou com a cabeça - Sim, Ele acha, o Park Kyung acha e o U-Kwon também - Sorriu.

- Mas você não negou? - aproximei-me

Sua expressão era simples e natural - Não.

- Por que não? - Perguntei curiosa.

- Porque daria muito trabalho explicar tudo o que aconteceu entre nós - sorriu.

Era minha chance - Você, por acaso… - Hesitei - Talvez… Esteja gostando de… - Apontei para mim mesma.

Ele endireitou - se e virou-se para mim, estava, agora, mais alto que eu. Olhou no fundo de meus olhos. Fiquei envergonhada com apenas isso, afastei-me e desviei o olhar. Ele sorriu decepcionado e voltou a encostar-se na parede.

- Você tem medo de mim? - Perguntou-me.

- Não - Respondi sem entender.

- Mas gosta de mim?

Desviei o olhar novamente - Sim

- Mesmo? - Ele parecia duvidar.

- Claro que sim - Afirmei.

Ele pegou mais uma das balas - Então, por que me evita?

- Eu… - Ele percebeu - Eu só quero fazer, o que tiver que fazer, quando estiver em um relacionamento.

Jiho riu - Você é daquelas que quer casar virgem? - Colocou uma das balas na boca.

- O que? Você está sendo rude!

Suspirou e disse - Eu te toco, você me empurra. Eu te abraço, você me empurra. Eu tento te beijar, você me empurra.

 - Eu não queria - Compreendi, ele sentia-se negado.

- Não queria o que? Não estou te entendendo.

Precisava explicar-me - Eu não quero parecer uma garota fácil.

- Você liga muito para as aparências - ele juntou tudo em um saco.

- Eu também não quero que você faça tudo o que quer.

Ele parou e fitou-me irritado - Tudo o que eu quero? Apenas eu quero? - Levantou-se.

- Espera… Eu… Não é assim - Entrei em desespero e corri para frente dele - Não quis dizer assim.

- Então, explique.

- É que… - Acalmei-me - Eu quero que primeiro você goste de mim. Eu não quero ser como aquelas garotas.

- Então você tem medo que eu seja um grande idiota e use você?

- É o que você costumava fazer, não?

Ele estava incrédulo - Achei que já tínhamos falado sobre isso.

- Eu… - Não queria ter dito aquilo.

Ele ergueu as sobrancelhas - O que eu te pedi na noite do cinema? O que eu te pedi quando estava chovendo?

- Para… - Percebi o quanto estava sendo burra - Confiar em você.

- E você confia em mim?

- Confio - Respondi.

Ele disse decepcionado - Não é o que parece - E saiu andando.

- Você também… - Gritei - Não me entende!

Ele virou-se - O que eu não entendo Ho Jung? - e continuou andando para trás.

- Da mesma forma que você tem seus problemas de relacionamento eu tenho os meus problemas. Não sou acostumada a gostar de alguém. E. Eu. Sou. Tímida.

Ele parou - Então por que apenas não desiste?

É tão fácil assim…? - Respirei fundo - Você não tem nenhuma consideração por mim?

Ele, impaciente, veio em minha direção olhando em meus olhos. Segurou-me pelos ombros. Suas mãos subiram para meu pescoço, o cobriram. Ele manteve o olhar fixo - Eu já  estive na porra de um relacionamento horrível - Seu hálito tem cheiro de menta.

- Mas comigo vai ser diferente - Minha voz fraquejou.

- Eu não sei - Ele estava irritado - Eu não sei! Nós nem nos conhecemos direito e você já quer me enfiar na droga de um relacionamento?

Segurei meu choro - Nós podemos dar certo.

- As coisas devem ser devagar Ho Jung. Primeiro as pessoas saem, se conhecem, se beijam e depois vem o relacionamento - Ele virou o rosto, mordeu os lábios e voltou a olhar-me - Você não sabe como estou com uma puta vontade de te abraçar.

Abaixei minha cabeça e tentei conter minhas lágrimas. Ele puxou-me para seus braços - Eu não quero que você chore.

- Eu não quero ser apenas um curativo, Zico… - Agarrei-me firme ao cheiro dele. Apertei forte para que ele não me deixasse. Fiz força para não chorar - Eu… - Minha voz estava abafada - O que eu preciso fazer para você gostar de mim?

- Por que você apenas não deixa fluir? Por que você apenas não confia em mim e em si mesma?

Olhei em seus olhos - Meu psicólogo disse que você gosta de mim, mas eu não consigo acreditar até que isso saia de sua boca.

Ele interrompeu - Você tem um psicólogo?

- Bem… Não é um psicólogo psicológico - Limpei as lágrimas persistentes - Um psicólogo amoroso para adolescentes com problemas amorosos.

Jiho riu - E o que mais ele disse?

- Ele também disse que eu deveria transar com você, mas eu...

Jiho me interrompeu - Talvez ele esteja certo.

Afastei-me - Eu não vou trans…

Interrompeu-me novamente - Sabe, eu não sou nenhum monstro. Não vou usar você.

- Desculpa… Mas as coisas que você faz me confundem.

- Eu faço o que faço porque eu gosto de você. Achei que já fosse óbvio.

Fiquei em silêncio. O mundo parecia ter parado junto com meu coração.

Jiho encostou a testa na minha - Essa vai ser a última vez que eu vou dizer isso - Fechou os olhos por um tempo e os abriu novamente - Eu gosto de você… Eu realmente gosto de você e as vezes não consigo me segurar. Ok?

- Ok… - Sussurrei.

Jiho ficou em silêncio por um tempo e seu olhar chocava-se com o meu, nossa respiração estava profunda e sincronizada - Ok...  - Ele disse - Já que você já ouviu isso de mim, o que faria se eu te beijasse agora?

Surpreendi-me com essa pergunta repentina e não consegui respondê-lo

- Bem… Eu preciso da sua permissão - Ele sorriu timidamente - Se você não disser nada, eu vou considerar como um sim.

Talvez eu devesse dizer não, mas não queria, não podia resistir a tentação de tê-lo perto, de ter seus lábios, de sentir meu corpo ser roubado e controlado por ele. Sentia-me nervosa e ansiosa, apreensiva e excitada. Meu sangue fervia ao sentir sua testa na minha, suas mãos em meu pescoço me levando em direção aos seus lábios. Um simples encostar, macio, molhado, fez-me desejar por mais.

- Vocês ainda estão aqui?  - O homem que antes havia comprimentado o Jiho apareceu.

Jiho o encarou com olhos raivosos. Foi tão óbvio que o homem pediu desculpas e saiu.

Meu rosto tornou-se rubro, e eu sorria timidamente. Jiho sem perder o cavalheirismo retribuiu o sorriso. Esperou o homem sumir de nossas vistas, quando enfim estávamos sós, ele olhou-me como se dissesse para entregar-me a ele, desceu suas mãos suavemente aos meus ombros, dos meus ombros desceu aos meus pulsos, seu toque me arrepiava e eu mal conseguia retribuir seus olhares - você está muito tensa - ele disse.

Pegou meus pulsos e colocou meus braços em volta do próprio pescoço - Relaxe - Ele sussurrava com um sorriso inalterado. Seus olhos eram confiantes e me tranquilizaram.

- Ok… - Respondi.

Suas mãos desciam para minha cintura e me puxaram para junto de seu corpo. Estávamos bem próximos e um fogo que queimava todas as minhas inseguranças e preocupações surgiu. Ele aproximou-se cuidadosamente de meus lábios, mas esperou que eu desse o segundo passo e nem ao menos hesitei. Entreguei-me por completo aos seus lábios que suavemente mordiam os meus e aos poucos o doce gosto do chocolate misturava-se a mente. A bala que antes estava com ele, agora, percorria nossas bocas.

O que iniciou-se calmo e suave, intensificou-se no calor do momento, deixando-me completamente excitada e sem ar. Quando não pude mais segurar minha respiração afastei-me um pouco, mas ele insistiu pressionando os lábios nos meus e eu cedi. Sua língua deixou restos de uma bala em minha boca e ele afastou-se ignorando os meus desejos de continuar - Fique com ela - Ele disse sorrindo. Suas orelhas estavam vermelhas de vergonha.

Eu admirei aquela visão e depois escondi meu rosto nas mãos de tamanha vergonha que sentia. Jiho beijava incrivelmente bem, provavelmente foi o melhor beijo que eu já havia tido na vida.

Ele encaminhou-se a onde estávamos sentados e abaixou-se - Não podemos deixar nosso lixo aqui.

Observei em silêncio ele pegar tudo e jogar na lixeira, o que restava de besteiras ficou em um saco plástico. Ele levantou-se e caminhou até mim - Vamos... - Disse.

- Para onde? - Perguntei.

Jiho olhou para saída e para mim - Voltar para a escola.

Eu não queria, não tinha a vontade de sair dali - Tá… - Respondi decepcionada.

Ele aproximou-se e tocou suavemente meu rosto. Colocou meu cabelo para trás - Está decepcionada?

- Eu não...

Ele voltou a aproximar nossos lábios - Você quer ser beijada? - Com um sorriso provocante disse - Você está de cas-ti-go - E afastou-se novamente.

- O que?!

Jiho foi em direção a saída - Você disse coisas horríveis, merece um castigo. Nada de abraços, beijos e muito menos sexo.

- Isso não é injusto?

Ele parou e virou-se - Se você pedir assim... - Juntou as mãos - “ Zico sunbae por favor me toque”, eu te perdôo.

- O que?! - Fiquei boquiaberta - Eu nunca vou falar isso.

- Veremos - ele voltou-se a saída e eu o segui.

- Eu não gostei disso.

Ele ria - Claro que você não gostou.

Fiquei de cara fechada o caminho todo até a escola. Na frente do portão, U-Kwon, P.O e Park Kyung nos esperavam com nossas coisas no chão.

Park Kyung disse - Você parece irritada, é a tpm?

Seria tranquilo se fosse só isso - Falei. Peguei minhas coisas - Obrigada.

Já vai? - Jiho perguntou.

Cerrei meus olhos - Eu tenho um absorvente para trocar - E virei-me.

Até amanhã - Ele disse.

Dei uma última olhada e suspirei - Até amanhã, pessoal.

 


Notas Finais


A verdade é que o capítulo não iria terminar ai, but, ficou muito grande kkkkk
Esse é meu ultimo capítulo de 2016 e a primeira vez que eu escrevo uma cena de beijo em uma fanfic #medo (tbm é oficialmente minha primeira fanfic)
Eu queria dizer que, meu deus, como a Ho Jung é vacilona, man. Agarra esse homem mulher!
Vocês possuem muitas expectativas para os próximos capítulos? Espero não tê-los decepcionado.

obs: Sei que não devia, mas convoco a todos para darem uma olhada na fanfic que irei lançar "The Life Of Death", é ficção, terror e romance e drama. Resumindo tudo, é sobre uma garota que não estava destinada a morrer e encontra o anjo da morte xD a escrita é bem diferente e deve possuir entorno de 6 cap. Fiquem de olho ahushuashsu
Mais uma vez obrigada por estarem acompanhando essa fic e pelo carinho que vcs dão a ela s2


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