História Girl Tough Cookie [Imagine:Zico] - Confusão de sentimentos

Já é sexta-feira e eu não recebi nenhuma mensagem ou ligação. Passei esses dias esperando como se ele fosse meu namorado. Qualquer som me deixava em alerta. Porém em nenhum momento eu recebi algo, nem para confirmar o numero. Quem ele pensa que é? Sexta é a nossa ultima chance de fazer esse trabalho. A escola fecha nos fins de semana.

No intervalo eu fui procurar o Zico pela escola, porém ele não estava em lugar algum. Faltou mais uma vez? Ele é retardado ou o que? Deixando-me na mão assim. Só me passava pela cabeça que foi proposital. Arquitetou um plano para que apenas eu fizesse o trabalho. Mas não vai ficar assim.

Cheguei irritada em casa. Não falei com meus pais. Não comi. Só pensava em achar o Zico e fazer logo esse trabalho. Subi para meu quarto e fui direto para o computador, tinha que investigar ele. Precisava achar algum numero ou alguma localização. No seu facebook não tinha nada. Por isso fui ao perfil do amigo dele. Estava tudo privado. Tive que pedir para me adicionar.

Sem nenhuma resposto durante uns cinco minutos, decidi tomar um banho. A água estava quente e limpava toda a preocupação que o Zico me tinha feito passar nesses poucos dias. Como é bom...

- TERMINA LOGO ESSE BANHO DESGRAÇA – Minha mãe me gritava do lado de fora do banheiro – Eu preciso de mais tempo!!! – Eu gritei.

- VOCÊ SAI AGORA OU LHE ARRASTO PELOS CABELOS – Devido ao medo, tive que sair às presas – Você deveria ser mais legal comigo, eu sou a primeira da escola.

- Mas não é a primeira do país – Meu pai se intrometeu.

- Você também pai? Estão querendo me irritar hoje?

Ele me respondeu – Vai vestir uma roupa.

Fui direto para meu quarto. Enquanto vestia minha roupa eu vi de relance uma notificação no meu computador. Park Kyung havia me adicionado. Chegaram mais duas notificações. P.O e Yoo Kwon também me aceitaram. Por que todos ao mesmo tempo? Para ser da gangue também precisa de horário para ficar online? Eu entrei no perfil do Kyung e lá estava “Evento xxx xxx xxx hoje ás 18h”. Já tinha passado das seis horas a muito tempo. Provavelmente todos devem estar lá. Vesti-me as presas. Desci já revoltada com a irresponsabilidade do Jiho e saí sem dizer uma palavra.

A rua do “evento” era muito escura e vazia. Os postes de luzes, os que restavam acessos, ameaçavam desligar. Quem combina de se encontrar aqui? Apressei meus passos devido ao medo. Eu não devia ter saído de casa. LOUCA. Eu sou uma louca. Quando cheguei ao local o som estava muito alto e tudo era iluminado por uma luz vermelha. O cheiro de álcool se misturava com o de vômito. Como alguém consegue ficar aqui? De longe avistei o Zico e mais um grupo de pessoas. Ele estava sentado, seu braço circulava a cintura de uma garota que se apoiava em seu ombro. Os dois bebiam algo, conversavam e riam juntos. Por instantes a invejei. Hesitei em me aproximar. Pensei em ir embora. Um homem me parou – Ei garota não te vi aqui antes – Um cheiro forte de álcool saia de sua boca.

- Eu cheguei agora, como você queria ter me visto antes? – Me virei para ir embora, mas ele me puxou pelo braço – O que você está fazendo?!

- Calma ai, não tenha tanta pressa. Vamos conversar – Ele prensava meu braço e em seguida me puxou com tanta força que eu dei de cara em seu peito. Bateu-me um desespero. Olhei para onde o Jiho estava, mas ele havia sumido.

- NÃO TOQUE NELA – Zico apertou tão forte o pulso do cara que ele soltou meu braço e gritou de dor.  – Calma ai cara, não sabia que a garota era sua.

- Não sou. Seu idiota – Aproximei-me dele e despejei todo o ódio que sentia – Na próxima vez que você tocar em mim ou em qualquer garota eu mando meu pai cortar seu pau. Não pense que ele não faria, ele tem poder para isso.

O cara saiu com o ”rabo entre as pernas”. Foi algo muito saboroso de se ver. – Não sabia que seu pai era tão poderoso assim – Jiho disse.

- Não é, mas eu queria assusta-lo – Lhe respondi sorrindo.

- Não precisava de tudo isso. Se quisesse eu mesmo o assustava – Ele se aproximou do meu rosto e olhou nos meus olhos – O que foi?- Lhe perguntei.

- É a primeira vez.

Fiquei confusa – Do que?

- Que você sorriu para mim.

Naquele instante, naquela fração de segundos, quando meu coração disparou com apenas essas palavras. O Zico, na luz vermelha daquela sala, estava mais bonito do que costumava ser. Minha mente esvaziou-se e nenhuma palavra saia da minha boca.

- Por que você está aqui? Por que está tão sexy? – Ele me analisou dos pés a cabeça.

Olhei para mim mesma. Estava vestindo uma camisola: Short pequeno e uma blusa decotada com desenhos de morangos – O-o que? Sexy? – Olhei novamente para seu rosto. Lembrei. Idiota – Idiota! Tudo culpa sua. Tudo porque você faltou. Tudo porque você não me ligou. E... E... E... Ah!

- Pera ai. Estamos em um relacionamento ou o que? Por que disso tudo? – Zico realmente parecia não entender.

- Você... – Minha voz fraquejou, estava prestes a chorar – E agora? E o trabalho? O que vamos fazer?

Ele me segurou pelos ombros – O que têm o trabalho? Só vamos apresentar no final da próxima semana.

- Você não sabe? Vamos apresentar na sua sala, ou seja, segunda.

Ele estava surpreso – Sério? Mas já?

- E agora Jiho? – Quase chorando continuei – Eu nunca deixei de fazer um trabalho, mesmo sem grupo, mesmo sem dupla. E agora... Minha nota vai abaixar. Ela não pode abaixar... Meus pais...

- Eu entendo... A culpa é minha. Nós vamos fazer, não precisa se preocupar – Ele balançou meus ombros – Vamos dar um jeito. Ainda tem sábado e domingo.

- Ei, acho que seu celular está tocando – Um estranho falou.

- O que? Não pode ser – Quando o peguei já haviam desligado. Estava com trinta e cinco ligações perdidas. Desesperei-me – Deus! Minha mãe – Olhei quase como se pedisse socorro ao Jiho – O que eu faço? Ela vai me matar. Eu não avisei que ia sair – Sem esperar por uma resposta eu o deixei de lado e sai correndo pela porta.

A rua estava mais escura que antes. Já eram nove horas. O que eu faço? Ah está tão frio. Uma moto vinha em minha direção, parou diante de mim. Quem é esse maluco? Será que eu vou ser roubada? O que eu faço? Eu corro? Eu vou correr.

- Ei, pare ai! – Eu reconheci a voz, era o Jiho – Você ficou maluca garota? Que pessoa sai quase nua no meio da rua? – Ele tirou seu capacete e com a mão jogou seu cabelo para trás. Que... Homem viu.

- Eu não estou nua! Isso é uma camisola – Retruquei

Ele saia de sua moto e retirava sua jaqueta – Se você dorme assim... Um dia me convide para uma festa do pijama – Jiho colocou a jaqueta em mim – Está muito frio hoje.

Não sabia como reagir, fiquei um pouco sem jeito – Não precisava... – Ele pegou um capacete de sua moto e colocou em mim – Vamos. Eu te levo em casa e negar não é uma opção.

- Você tem certeza? – Ainda estava hesitando. Ele me pegou gentilmente pela mão e disse – Vamos – O segui. Sentei em sua moto. Ele colocou meus braços envoltos do próprio corpo e lhe dei o endereço.

Foi um momento de pura fraqueza, no qual, pela primeira vez na vida, eu era ajudada por alguém. Estava por conta de alguém. E nossa ele cheira tão bem. Meu coração oscilou com o tocar de nossos corpos. Como eu sou boba... Mas, só por hoje. Só por agora. Eu quero aproveitar esse momento.

Ele me deixou na calçada da porta de casa e me esperou entrar. Disse que não precisava entregar a jaqueta naquele momento. E também disse que iria me ligar amanhã. Eu, por estranho que pareça, gostei.