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História Girl Tough Cookie [Imagine:Zico] - Curá-lo ou machucá-lo?


Escrita por: AngelLina

Notas do Autor


AVISO: Prepare seu coração! É TIRO.
Mais um capítulo e esse eu achei que não daria mais de 2 mil palavras... Mas tem aquela playlist que abre a imaginação e deu no que deu. Eu ia colocar o nome do capítulo de band-aid, desculpa haushasuhsaua

Capítulo 8 - Curá-lo ou machucá-lo?


Acordei com o clima lá em baixo. Estamos em fevereiro e o inverno estava tranquilo, até hoje. O chão gelado estremeceu meu corpo, com um simples contato meus pelos se arrepiaram e eu estava completamente decidida que hoje iria apenas ficar enrolada assistindo filmes de drama. Mas não era tão fácil assim, minha mãe me obrigou a arrumar a casa. 

Enquanto varria a sala uma música tocava no rádio. Uma música que me representava – Urisara rajimaraio – Eu cantava – Adigun tche more janaio – Um sentimento triste me invadia enquanto cada palavra saia da minha boca. O que eu estou fazendo? Tinha que ser algo que representasse essa nova fase da minha vida, na qual eu iria magoar o cara mais frio da escola. Eu deveria matá-lo? Ele irá experimentar a dor que me casou. Não só a mim como as outras garotas. Ele deve pensar que eu não sei, mas sei de tudo. Sabia das inúmeras garotas que ele rejeitou nesses três anos. As rejeitava e ficava com outras. Estava menosprezando o amor delas? Que cara horrível. Troquei de música – Niga joá, no sarangue? Noie guima, buki dima?

- Vamos trocar essa música por uma boa – Minha mãe pegava o controle. 

Tentei para-la – Não faça isso! Você quer colocar o que? 

- Amado Batista. 

Ela voltava à cozinha gritando – Princesa!!! A deusa da minha poesia. Ternura da minha alegria... – Mas deu meia volta para lembrar-me – Hoje seus queridos pais vão sair... Pode sair com uns amigos se quiser, você passou o sábado em casa, aproveite o domingo. Qualquer coisa nós te buscamos. 

- Ok. Mas onde está meu pai? 

- Seu pai, aquele maldito, foi buscar o carro. 

À noite meus pais já haviam saído e eu estava sem o que fazer. Joguei-me na cama e quando virei o armário, de certo modo, me atraia. Talvez eu devesse sair... Não. Peguei o celular para olhar algumas notícias dos meus ultimates e me deparo com um post do Jae Hyo, que dizia “Hahaha tem gente que não sabe o que fala”. Então ele está online? Mandei um “Oiee” e depois de alguns segundos ele visualizou. Não respondeu. Já deveria ter imaginado. 

Depois de algum tempo entediada vi outro post, mas era do Zico “Quem tem medo dessa porra, mano? kkkkkk” sobre um vídeo do filme “a Invocação do mal”. Não vi, mas queria comentar algo. Só curti. Acho que vou sair. Olhei, novamente, para meu guarda-roupa. Vou sair. 

Levantei-me apressada para me arrumar. Ao som de “sweet dreams” de Eurythmics vesti uma calça legging preta e um moletom azul marinho com detalhes em amarelo. Apesar do frio, era confortável ficar sem blusa e o tecido do moletom é bastante quente. Vi no canto das roupas penduradas nos cabides a jaqueta do Zico. Eu tenho que devolver isso logo. A peguei. Ela é enorme... Ele é tão alto... O tecido é tão bom. Ah! Não. Joguei a jaqueta no guarda-roupa. Ele é um idiota. Ele te fez mal, garota... E... Que merda está fazendo? Isso é do Zico. Peguei-a novamente e coloquei no cabide - Pronto! 

Ao som de “u GO girl” da Lee Hyori eu me maquiei. Caminhei pelas ruas me sentindo a rainha do rap com “ssenunni” da Jessi. Estava feliz por sair de casa, porém estava sozinha. “Saia com alguns amigos” minha mãe disse. Que amigos mãe? A senhora não me conhece? Deveria ter perguntado.  Mas não iria deixar isso me afetar, já bastava o Zico. 

Cheguei ao cinema do shopping após uns trinta minutos. Era um dos shoppings mais populares, devido a isso a fila da bilheteria estava enorme. Fiquei vinte minutos esperando. Quando, enfim, era a minha vez, os ingressos do filme que iria ver haviam acabado – Então quais têm? – Perguntei.  

Á atendente me encarou por trinta segundos com um olhar desinteressado e incomodado – Você pode ver pela tela. 

- Ah... Ok. – Respondi. Vi que tinha alguns filmes, mas nada me interessava. Só um nome me chamou atenção – Esse Jessabelle... Qual é a sinopse? 

Pela expressão dela que dizia “sério, garota?” sabia que não iria me responder – Pode ser esse mesmo – Falei. 

Faltavam apenas cinco minutos para começar o filme, por causa disso não pude comprar nada para comer. Fui direto para a sala. Após alguns minutos o cinema escureceu e depois de um tempo o filme começou. Um casal surgiu na minha frente. Eles se sentaram. Os invejei. Quem assiste algo sozinho? Isso é deprimente

Na metade do filme uma garota de óculos se sentou ao meu lado. Quem vem de óculos escuros para o cinema? Eu realmente não queria prestar atenção no filme, pois me assustava, era de terror. Por isso fiquei de olho na garota de óculos, ela obviamente encarava o casal. Quanto mais próximos eles ficavam, mais ela avançava para cima. Em algum momento do filme o garoto se virou para beijar a menina e exatamente quando eles estavam quase lá uma chuva de pipoca atrapalhou. A garota de óculos jogou um balde de pipoca neles. Eu não pude conter o espanto e o riso. 

A garota levantou-se gritando – MAS QUE MERDA É ESSA?! 

A de óculos disse – Que pouca vergonha é essa?! Eu não acredito nisso. 

O lanterninha surgiu com uma luz em nossa direção. Pude ver o rosto deles. 

A garota tirou o óculos e eu pude ver que era a Sung Kyung – Jiho seu idiota! 

Zico estava bem na minha frente – O que? Ho Jung? Sung Kyung? O que está acontecendo aqui? 

Sung Kyung tirou sua atenção do Zico quando reconheceu a outra garota – O que? Min Young? Sério isso? Sua vadia!!! – Ela saiu do cinema passando por cima dos outros e jogando tudo no chão.

A garota foi atrás gritando – Unnie, por favor, me perdoa!

O lanterninha obrigou a mim e ao Jiho a deixar o cinema. Na saída ele nos deu uma bronca e foi embora.

- Ainda não entendi nada... – Jiho falava enquanto catava as pipocas de sua roupa e comia.

Eu ainda incrédula disse – Eu não tive nada a ver com isso. Não sei qual a probabilidade disso acontecer, mas os encontrei por acaso – no final, quando percebi que ele realmente não estava ligando para o que havia acontecido, não consegui evitar o riso. A pipoca caia da cabeça dele. Nós rimos juntos.

- Então... Acho que vou indo – Virei em direção à saída desistindo dos meus planos de assistir a um filme em paz. Mas ouvi meu nome sendo chamado.

- Ei. Já que estamos aqui – Jiho vinha em minha direção – Vamos sair.

- Eu... – Estava hesitando.

- Vamos – Ele se aproximava mais e mais – Não custa nada. Acho até que o destino estava querendo isso.

O destino... – O destino não sabe o que faz.

- Meu Deus, sai do modo de defesa – Ele colocou as mãos em meus ombros – Você não é minha amiga? Você não disse que iria “quebrar” meu coração? Pode começar por hoje.

- Mas...

Ele me olhou com olhos de cachorrinho - Por favor, seu grande amigo precisa de você.

- Para onde você quer ir?

- Bem... – Ele pegava o celular – P.O me disse que iria a um Karaokê. Vamos lá?

O encarei satisfeita – Vamos estar com mais gente? Ótimo! – Ele me olhava sorrindo.

Nós fomos ao karaokê, era perto, em três minutos já estávamos lá. Em uma sala com luzes que variavam de cor nos encontramos com o Park Kyung, P.O, U-Kwon e o tal de B-Bomb. Tinha mais gente, mas esses foram os únicos que reconheci. Fui bem recebida, mas não me senti confortável. Não me era um ambiente familiar.

Uma garota cantava alguma música que eu não conhecia. Isolei-me, como de costume, no canto. Já o Jiho falava e ria com seus amigos. Algumas garotas animaram-se ao vê-lo. Percebi que a garota do cinema significava o mesmo que essas do karaokê. Não conseguia parar de me perguntar se o Jiho apenas via as garotas como um brinquedo que, ao se cansar, ele poderia apenas jogar fora? Se algum dia ele já havia amado alguém? Não... O Jiho não.

Fui pega de surpresa quando um microfone surgiu na frente de meus olhos. Quando me dei conta era o B-Bomb que o segurava e me convidava para cantar. Eu tinha a chance de recusar, mas não queria. Aquele era meu momento de ser notada. Levantei-me e fui para o centro da sala, os olhos, animados, se viraram para nós, porém grande parte deles não me interessava, o que me era relevante eram os olhos do Zico que, naquele instante, estavam surpresos. O surpreendi.

Uma música começou a tocar e ela não era animada, não era triste, não era fofa, era sexy. Eu a reconheci como do Troublemaker. Travei. Estava envergonhada, não conseguiria cantar, não conseguia me mover e o B-Bomb vinha de um canto ao outro cativando a “plateia”. Ele me olhava, sorria e, por fim, piscava. Aproximou-se e me chamou para dançar. Nesse instante o Zico saia de seu lugar. Ele trocou a música para um instrumental mais pesado e pegou o microfone de minhas mãos

- Ei. Testando. Um, dois, três... – Eu o ouvi dizer palavras rápidas em um ritmo complexo, elas chocavam e animavam a todos. Jiho era, definitivamente, habilidoso. Fiquei de boquiaberta no ápice de suas habilidades onde pude ouvir, com grande clareza, o fim daquela letra. Com gritos animados ele voltou à mesa. Eu também voltei e a atenção já me havia sido tirada.

B-Bomb sentou ao meu lado para puxar assunto, porém eu não estava para conversar. Trocamos algumas palavras insignificantes e por fim ele buscou outra pessoa. Ao meu redor casais se formavam. Eu estava sozinha em uma luz neon. Tinha o dom, o incrível dom de me apagar, de me tornar uma telespectadora de um teatro da vida real. Eu via cada sorriso com desânimo. Eu vi um garoto surgi com bebidas e as distribuir. Neguei. Sabia que meu lugar não era com aquelas pessoas. Desde o começo, desde três anos atrás, eu sabia que nunca me encaixaria naquele meio, por isso apenas observava. No entanto o desconforto de está ali era tão grande que preferi despedir-me em silêncio e ir embora. A cada passo que eu dava mais me afastava deles. E enfim saí daquele lugar.

- Ho Jung! – Parei. Aquela voz familiar – Onde você está indo? – Zico dizia.

Esperei, em silêncio, ele se aproximar. A cada passo descuidado, mais me sentia de volta aquele meio – Para onde está indo? – No ultimo passo ele se jogou em um abraço. Apesar do peso, o segurei.

O cheiro de álcool era forte – Para casa – O respondi.

- Não vá – As pessoas ao redor começaram a nos notar – Ainda está cedo.

- Não está cedo Jiho – Fiquei incomodada – Vamos sair daqui. Tem gente que não sabe cuidar da própria vida.

O levei a uma pequena praça sem movimento, o sentei no banco de madeiro e sentei-me ao lado – Você não deveria beber. Não tem idade para isso

- Eu sei, eu sei – Ele deitou-se em meu colo – Mas não vá embora, não agora, ainda está cedo.

- Mas...

- Só um pouco – Seu olhar era brilhante – Só um pouco – Ele repetia.

Eu não conseguia dizer não. Não podia dizer não, meu coração não deixava apesar de minha consciência dizer-me que o melhor era afastar-me. Contudo não podia evitar – Só por agora. Está bem? Você está bem?

- Estou com sono... Mas o céu de hoje está tão bonito.

Olhei para cima e o que existia era apenas a escuridão de uma noite de inverno – Não tem nada lá, nem uma estrela.

Ele sorria – Eu posso ver coisas que você não pode... Hoje... Hoje você está especialmente bonita... – Sua voz fraquejava.

- Eu o que? Inacreditável – Não podia dar mole, qualquer coisa mexia comigo e novamente eu seria machucada – É melhor eu ir embora.

- Não vá. Eu quero dormir um pouco – Ele se aconchegava fechando seus olhos – Você tem que quebrar meu coração – Ria – Como vai fazer isso?

- Eu vou apenas destruí-lo em pedaci...

Interrompeu-me – Você não entendeu... Ele já está... Feito em pedaços... – Sua voz era distante. Seus olhos pesados se abriram, eram negros e solitários.

- Feito em pedaços? – O que significava? – Como assim? Você gosta de alguém?

Ele não fixava seu olhar em mim – Eu posso confiar em você? Achei que poderia confiar em você... Pensei isso.

- Em mim? – Eu tentei olhar para outro lugar – Por que em mim?

Seu tom era baixo e melancólico – Assim como curou meus machucados. Assim como cuidou deles – Parou. Ficou em silêncio por um tempo – Meu peito dói.

A dor que ele sentia era a mesma que a minha. A dor de ter seus sentimentos rejeitados, de se ferir ao gostar de alguém. Seu coração estava machucado e ele buscava em outros a cura para seu sofrimento – Jiho... Você...

- Ah, deixe-me dormir – Jiho afundava seu rosto em meu moletom – O segredo é concerta-lo... Você... É... Capaz?... Se você concerta-lo, se curá-lo, eu deixarei que o quebre novamente... – Sua voz sumia e na espera de minha resposta ele adormeceu.

- Se eu sou capaz? – Ao meu redor o mundo era gelado. Em meu colo havia o único que me era quente. E eu não poderia fazer nada para mantê-lo ali. Apesar de ele ser a dor que consumia, nesses últimos dias, minhas energias. Eu, agora, nos considerei iguais. Via a mim mesma como uma pessoa forte por até então não ter-me derramado em lágrimas, por estar firme, mas perante ele, diante de seu olhar que até o momento era distante e triste, percebi que não era tão forte assim. Meu coração cedia a suas palavras e o desejo que eu tinha de protegê-lo era maior que a raiva. E mesmo correndo o risco de machucar-me eu queria estar sempre ali – Não sou capaz – Sussurrei.

Um nó surgiu em minha garganta e meus olhos desmanchavam aos poucos. Escorria pelo meu rosto o sentimento que havia guardado a sete chaves. O pesar em meus ombros me derrubou para cima do Jiho. Eu não queria. Não queria fraquejar. Mas minhas lágrimas já circulavam seu rosto e os soluços surgiam. Por quem eu estava chorando? Por mim? Por ele?

O toque pesado na minha nuca deu-me permissão para chorar mais. Eu já não ligava não me preocupava com as aparências – Não chore – Ele sussurrava – Não por mim, não mereço – Não podia respondê-lo e ele aceitou. Durante um bom tempo ficamos assim, até que toda minha dor foi-se. Até que minhas lágrimas a levaram. Mas minha alma continuava em seu desespero.

Levantei-me envergonhada do que havia feito. Ele também se levantou, mas permaneceu ao meu lado. Depois de um tempo em silêncio – Desculpa – Ele disse – Eu não posso namorar você, enquanto ainda gosto de outra pessoa – Essas palavras me deram a resposta para a pergunta. Eu chorei, pois percebi que apesar de todas aquelas garotas serem irrelevantes, ele havia alguém que realmente gostava. Alguém que ele já havia entregado seu coração. E desesperadamente buscava por alguém que o revigorasse. Esse alguém não poderia ser eu. Pois eu não seria capaz de consolá-lo, não seria capaz de protegê-lo.

- Eu não quero te transformar em mais uma garota – Agora ele me fitava – Não quero te fazer de curativo. Porque aquelas garotas são isso, são curativos momentâneos.

Eu desviei o olhar – Você não pode ferir os sentimentos delas.

- Elas não gostam de mim, Ho Jung – Ele virava meu rosto em sua direção – Você gosta de mim, não elas.

Ele me deixou tímida – Eu... – Reparei que seu rosto ainda estava molhado e enxuguei com um pedaço do meu moletom – Desculpa.

Ele me encarou por um tempo e logo se virou – Eu não fico com garotas que gostam de mim. E também não quero te forçar a ser uma amiga. Você escolhe.

- Não sei o que quero...

- Você quer alguém que goste de você.

Mas por que eu não poderia consolá-lo? Por que não poderia protegê-lo? Por que não poderia curá-lo? – Você... Não pode gostar de mim? – Eu não queria ser apenas um curativo, mas não podia evitar as minhas vontades.

Ele me olhou surpreso. Virou-se para frente, inquieto, voltou a me olhar – Eu... – Sua voz estava fraca? Um pouco tímida. Ele tossiu – Não sei – Com as mãos colocou o cabelo para trás e curvou-se ao deslizar. Seu rosto se escondia nas coxas. Um riso baixo e abafado surgia. Agora seus braços se cruzavam para de baixo de sua cabeça e seu olhar virava-se para mim – Ho Jung é mesmo interessante – Ele sorria.

Seus olhos brilhavam na luz da lua. Meu coração vibrou com seu sorriso tímido. Fofo, muito fofo. Eu queria abraça-lo, pois nunca o tinha visto daquele jeito. Encantador – Quanto mais... – Eu tento parar de gostar, mais eu me apaixono – Ah... Acho que estou com fome – Disfarçava as palavras que quase deixei escapar.

Jiho se recompôs. Ele se levantou – Vamos a alguma loja de conveniências – Andava na frente, obviamente, incomodado, preocupado e tímido, pois havia se mostrado vulnerável. Não disse nenhuma palavra. Eu o seguia contente por aquilo.

Na loja nós escolhemos, separados, lámen instantâneo para comer. Eles deixam você comer na hora. Nós encaminhamos a uma mesa de duas cadeiras de frente uma para outra. Jiho sentou-se calado e evitava me olhar. Deixava escapar um leve sorriso enquanto eu o observava. FOFO! Deixei transparecer a felicidade que isso me trazia. Quando enfim nossos olhos se encontraram foi desencadeado um ataque de risos sem explicações.

- Por que você está rindo? – Ele dizia – Não me encare enquanto come.

Persistia em encara-lo – E por que você está rindo? Heim?

Ele ficou calado sem saber o que responder, por isso voltei a falar – Eu queria saber – Circulava o hashi no caldo – Queria saber por que você me mandou aquela mensagem e depois de alguns dias surgiu querendo ser meu amigo?

- Isso... – Ele largava os hashis – Eu devo me desculpar, fui grosseiro – Respirou fundo – Devo explicações.  Bem, ontem, antes de falar com você, eu falei com o diretor e ele me contou que você disse que não queria mais trabalhar comigo. Inclusive disse que tentei agarra-la...

- O que? Ele disse isso? Não acredito que traiu minha confiança assim. Mas... Isso não é mentira.

Ele ria – Sim – Se recompôs – Me desculpe. Não posso dizer que não queria, por que estaria me contradizendo... Contudo foi uma situação complicada – Eu disfarçava a vergonha comendo – Mas continuando. Na hora percebi o quando fui idiota e me deixei levar pela raiva. Sabe... Realmente não gosto que machuquem aqueles que me são especiais.

- Especiais? Sung Kyung?

Ele continuava – Sim. Sabe aquela vez que você me pegou batendo naquele garoto? Bem, ele havia falado coisas impróprias sobre a Sung Kyung.

Vai ver eram verdades – Mas você... – Estava curiosa – Gosta da...

- Não! – Interrompia – Ela é uma amiga.

- Uma amiga?

Olhava-me curioso – Você está com ciúmes? – Sorria – Bem, amigos especiais.

Especiais... – Ria nervosa, irritada. Queria saber mais, porém aquilo me revoltava, por isso não pude evitar perguntar – Você sabia que ela gosta de você?

- Sabia.

- Mas você disse que não ficava co...

- Não sabia até semana passada – Ele encostou-se a cadeira largando os hashis – Ela se confessou e eu a rejeitei. Afastei-me e ela ficou louca. Viu o que ela fez hoje?

- O amor faz essas coisas – Ele estava certo, eu estava com ciúmes.

Voltava a se apoiar na mesa e me encarar – É, você tem razão senhorita “vou quebrar seu coração”.

- Você não comece – O ameaçava com os olhos entreabertos. – Mas por que você mudou de ideia quanto a mim?

Fitava-me – Bem, eu revi meus conceitos e você nunca me pareceu o tipo de garota que faria essas coisas.

- Por que não?

- Porque quando estava irritada e magoada... – Ele mostrava a mão – Você cuidou dos meus ferimentos – Continuei calada – Por isso acredito que você não faria isso.

Ele me deu um voto de confiança – Eu fiz, eu fiz aquilo. Eu cortei o rosto dela.

Jiho surpreso buscava resposta – Deve ter algum motivo... Ela fez algo? – Buscava respostas que me protegessem

- Ela me machucou – Eu estava atenta a ele. Chocada com seu esforço por mim? Ele se abriu para mim e tentava a todo custo não cometer o erro de ter confiado na pessoa errada? – Ela disse coisas horríveis.

- Você está...

- Eu estou bem – Seria essa a resposta para “Você não pode gostar de mim?” – Você acredita em mim?

- Eu acredito que você seja uma pessoa gentil. Você não consegue evitar – Jiho sorria – Pessoas gentis não machucariam alguém sem motivos. Parece bobo, mas ainda acredito nisso.

Fiquei presa em suas palavras – Não sei se sou.

- Uma pessoa normal não trataria os machucados de alguém que teria a machucado – Ele desviava o olhar – Mais do que rostos bonitos, eu prefiro um bom coração.

Essa era a resposta. Eu poderia me aproveitar disto? Ele estaria mesmo dizendo que poderia gostar de mim? Tentei me segurar, mas minha esperança se agarrava a isso com todas as forças. Não sabia o que iria falar, apenas fiquei parada, pensado nisso tudo. Tão surreal.

Meu celular vibrou, era uma mensagem do meu pai dizendo que iria me busca, mas eu não queria ir embora, queria ficar com o Jiho. Queria continuar vendo seu sorriso e descobrindo outros lados dele. Queria descobrir mais sobre ele, coisas que ninguém saberia. Quero poder ser seu suporte.

- O que foi? Tem que ir embora?

- Sim...

Jiho levantou-se – Se você já acabou, vamos – Foi na frente – Mas para onde? – Já estamos na porta da loja.

- Podemos esperar aqui... Meu pai vem me buscar.

- Ok.

Eu não podia falar nada porque já estava muito envergonhada das coisas que havia pensado. Havia dito que quebraria seu coração, mas não seria capaz. Não enquanto ele agisse desse jeito. Não enquanto meu interior gritava seu nome. Não enquanto meu desejo era amar e ser amada. Não enquanto ele pudesse me fazer sorrir com apenas gestos. Curá-lo ou machucá-lo? A vingança já não me era uma opção. Na hora da raiva dizemos qualquer coisa. Então só me restou uma opção.

Meu pai já havia chegado e ele acenava do carro para mim – Aquele é seu pai? – Jiho perguntou.

- Sim...

- Então é melhor você ir.

Fui caminhando lentamente em direção ao carro, mas uma voz em minha cabeça cada vez mais forte dizia-me para parar e voltar. Eu precisava voltar. Virei. Com todas minhas forças o encarei enquanto uma onde de ventos me trazia suas palavras de despedidas. Dominada pelas esperanças fui a sua direção, lentamente, rejeitando as propostas da minha cabeça e seguindo o caminho do meu coração. E meu eu gritava “Esqueça os outros dias. Esqueça a raiva que havia em seu coração. Lembre-se de hoje, do hoje. Nada mais importa, nada mais importa, nada mais importa...” e o nervosismo que dominava meu corpo não era ruim. A vergonha não me impedia. E com isso cheguei nele – Você disse... – De cabeça baixa, escondendo meu rosto vermelho nos cabelos – Disse que o segredo...

Ele colocou a mão em minha cabeça e bagunçou meu cabelo – O que você está fazendo?

- O segredo era concertá-lo – Coloquei a mão tremula em seu peito – Curá-lo – Olhei em seus olhos, esperançosa. Firmei minha mão em sua camisa – Eu quero tentar. E-eu... Vou – Ele não disse nada. Afastei-me de vagar e quando ele iria dizer algo, corri em direção ao carro.

Fui para casa e por mais uma noite eu não dormi.


Notas Finais


Primeiro peço desculpas meu coreano kkkk músicas cantadas foram: BigBang - Let's not fall in love; Sistar - I like that (refrão) e Amado batista - Princesa
Por favor não me pergunte em que anos eles estão se não coloco a teoria do buraco de minhoca kkkkkk
Desculpa gente, mas na sinopse ta "confusões de sentimentos" então cada capítulo é uma tpm kkkkk
Para continuar recebendo notificações de novos capítulos favoritem. Se alguém quiser fazer alguma crítica fique a vontade s2 muito obrigada por tirarem um tempo para ler essa fic entre tantas.


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