“Uma garota forte numa via rápida
Não tem tempo para o amor, não tem tempo para o ódio
Não há drama, não tem tempo para jogos
Uma garota forte cuja alma dói
Estou em casa sozinha
Dou uma olhada no meu celular
Não há nada, mas mesmo assim
Ajo como se tivesse ocupada, peço comida
TV paga, é uma agonia
Posso chorar, arruinando a minha maquiagem
Lavando todas as coisas que você tomou
E eu não ligo se não estou bonita
Garotas crescidas choram
Quando seus corações estão partidos”
— Big Girls Cry, Sia
A xícara estava quente pelo liquido e aquilo era reconfortante. Tomando meu chá, com os pés gelados pelo frio do piso e de olhos fechados, eu quase podia imaginar que estava em casa, no apartamento que eu dividia com as outras modelos. Quase.
Suspirei e abri meus olhos novamente, encarando a cozinha lustrosa e pouco usada do apartamento da minha mãe. Ainda era difícil para mim acreditar que eu estava morando com Louise, assimilar que eu realmente havia desistido de tudo pela minha irmã. Que aparentemente não dava nenhum valor pelo que eu havia feito, se metendo em uma encrenca atrás da outra. Sem a presença delas o apartamento ficava silencioso e aquilo era bom, já que eu não aguentava a briga delas por muito tempo. Louise era um robô sem coração e Audrey era uma mimada e egoísta que não sabia que nosso pai era um adúltero.
Retirei-me do cômodo lentamente, andando pelo apartamento com calma e lerdeza, apreciando a forma iluminada que aquele lugar tinha pela manhã. Era mágico. Parei no batente da porta do meu quarto, solvendo o último gole de chã enquanto apreciava a cena em minha frente com fascinação. Gina era sem dúvida alguma a garota mais bonita do mundo, em minha opinião.
Ela estava adormecida na minha cama, o lençol só cobrindo suas coxas magras e de modo que eu podia ver sua bunda, muito mal coberta pelo shorts de seu pijama. Sorri e deixei a xícara sobre o móvel perto da porta, me movendo para perto da cama.
Ajoelhei-me ao seu lado na cama e toquei no seu cabelo escuro de pontas coloridas. Gina suspirou manhosa e eu desci minha mão até sua nuca, massageando com carinho para logo depois arranhar suas costas com minhas unhas pintadas de rosa. Gina suspirou mais uma vez e eu subi na cama, apoiando minhas mãos em cada lado de seu corpo e pairando sobre ela, esfregando meu corpo no dela. Escorreguei devagar sobre ela, sentindo o cheiro doce dos fios em sua nuca. Gina resmungou e eu sabia que ela tinha acordado.
— Bom dia — falei sorridente, beijando-a antes que ela pudesse me responder. Gina agarrou meu cabelo, me forçando contra ela e aprofundando o beijo. Gemi entre nosso beijo ao sentir nossos seios roçando por sobre os tecidos e me afastei. — Sexo matinal?
— Sempre é uma boa ideia — riu divertida.
Ela se prende em mim e eu agarro sua cintura, sentando sobre meus joelhos com ela sobre meu colo, sentindo suas pernas magras e firmes rodearem meus quadris. Aperto sua bunda e traço um caminho de seu maxilar até seu pescoço pálido. Ela lança a cabeça para trás, expondo-se, pedindo silenciosamente por mais. Deslizo meus lábios até o vão de seus seios pequenos e sopro de leve, ouvindo-a gemer com vontade.
— Ah, Houston... — murmura manhosa. Suas mãos puxam meu cabelo com força e ela me beija violentamente. Minhas mãos escorregam pela lateral de seu corpo para fazer o caminho novamente erguendo sua blusa. Joguei a peça em qualquer canto do quarto e voltei a beijar seus ombros— Não comece o que você não pode terminar gatinha.
Deitei-a sobre a cama de bruços novamente e montei sobre ela, sentindo sua bunda esfregar-se desesperadamente em mim. Mordisquei seus ombros e nuca, sentindo-a empinar mais os glúteos fartos. Sentei-me sobre meus calcanhares, aproveitando o roçar de sua bunda em mim para deslizar minha mão direita para baixo de seu corpo.
Gina gemeu alto quando meus dedos pressionaram seu centro sobre o shorts fino, sentindo o tecido molhado e sorri maliciosa, aproximando-me de sua orelha sensível.
— Gina — gemi longamente para provocá-la. — É o que você quer Ginny? — Pressiono dois dedos sobre onde seria seu clitóris e a ouço suspirar ofegante. — Responda Ginny. Hum? Você quer que eu te foda com força, é isso? Hein?
— P-Por favor Hills...
Sorri maliciosamente, virando-a com rapidez sobre o colchão. Escorreguei sobre o seu corpo, espalhando beijos sobre sua barriga até suas pernas magras e torneadas. Beijei a parte interna de sua coxa e levei meus beijos até seu clitóris inchado lambendo de leve. Suguei com mais vontade, sentindo sua mão forçando minha cabeça contra seu centro. Pressionei dois dedos em sua entrada e comecei a bombear com rapidez, dividindo-me entre lamber seu órgão sensível e os grandes lábios. Gina gritava ainda sensível pela noite anterior e sendo estimulada por mim. Eu mesma me sentia pulsar e tremer, implorando internamente por ela.
O corpo de Gina arquejou e tremeu sobre os lençóis e então não demorou muito para que eu sentisse seu orgasmo nos meus dígitos. Deslizei os dedos pelos lábios, encarando-a com o olhar mais inocente que eu conseguia fazer.
— Garota, eu te amo — falou ofegante e sorridente. Ela se lançou sobre mim e se pôs no meu colo, chupando meus lábios esfomeada. Seus seios estavam sensíveis e eu encaixei meu rosto entre eles, mordiscando a pele sensível enquanto eu sentia suas mãos na barra da minha calça de moletom. Suguei o mamilo sensível e rosado, ouvindo ela suspirar. — Casa comigo.
Ri, arranhando suas costas com minhas unhas curtas novamente e pressionando meus seios ainda cobertos contra os dela. Sua mão agarro minhas coxas e foi minha vez de ir parar em seu colo, sentindo sua mão apertar minha bunda com força o suficiente para deixar marcas.
— Eu aceito.
***
— Eu já disse um milhão de vezes mamãe que eu não preciso de ninguém! — dava para ouvir os gritos mesmo da sala. Audrey não parecia se importar com a briga entre nossa mãe e avó, preocupada em falar com suas amigas ao telefone. — Não cite o nome dela, aquela coisa não tem nada a ver com isso! Por que você não vai perturbar a Gemma hein? Você tem outros filhos além de mim!
As visitas da minha avó quase sempre davam errado. Ela insistia que minha mãe precisava de um novo marido — ou de uma esposa, já que a bissexualidade de Louise não era segredo para ninguém — e minha mãe ficava louca com isso. Gritos eram comuns na minha família.
Barulhos de panelas batendo e metal se chocando foram ouvidos.
— Louise, querida, eu só quero o melhor para você, entende? Suas filhas não podem crescer sem outra figura de influência na vida delas, alguém que te faça feliz.
— O papai a faria feliz — murmurou Audrey, totalmente alheia que falava em voz alta — se ela não estragasse tudo, como sempre.
Os passos das duas soaram próximos e então elas surgiram na sala. Mamãe vermelha enquanto vovó era a personificação da calma, as mãos cruzadas na frente do corpo com uma expressão serena no rosto.
— Argh! Mãe me ouça pelo amor de Deus! Eu não quero um marido! — falou Louise, apertando as têmporas em busca de calma.
— Uma esposa que tal? — sugeriu vovó com naturalidade. O fato de eu ter rido não ajudou a tranquilizar minha mãe, que me encarou mortalmente. — Louise, não ouse mentir para sua mãe e dizer que a ideia lhe enoja, querida lembra como você era feliz com a Sa..
— Não na frente das meninas mamãe — disse mordaz. — Você e Gemma sabem que isso é um assunto proibido aqui.
Vovó revirou os olhos e me encarou, perguntando silenciosamente se aquilo era verdade. Balancei a cabeça e voltei a prestar atenção no filme, vendo Tom Hanks e sua voz profunda contando uma história sobre guerreiros e tals. Eu já tinha visto o Código Da Vinci um milhão de vezes desde o lançamento, mas não me cansava do filme. Adorava teorias da conspiração e coisas do tipo, o que era meio incomum para uma modelo — não que eu me importasse.
— Nós não vamos mais discutir sobre isso mamãe — falou Louise, empertigando-se. — Eu já fui casada e não gostei, não vou me casar novamente. Nem mesmo com uma mulher e que isto fique bem claro para você e Gemma. E para de mandar o Phil me ligar ou eu juro que vou matar ele.
A ex-namorada da mamãe era um assunto proibido aqui em casa e uma explicação plausível para o fato de nunca termos conhecido uma suposta amante. Eu havia questionado sobre isso uma vez e fiquei de castigo por um mês. Mamãe nunca deixava tia Gem sozinha comigo ou a vovó, com medo que uma das duas estragasse o que ela guardou tão cautelosamente. Ficava imaginando quem havia sido capaz de abalar tanto minha mãe que a deixou traumatizada pelo resto da vida.
— Como quiser, mas eu não posso impedir seu irmão de ligar para você. Eu vou para meu hotel, até mais Louise. Meninas — Audrey e eu já estávamos cientes de que não devíamos nos mover, a menos que quiséssemos ter a raiva de nossa mãe voltada para nós. — Me ligue assim que puder querida.
O clima pesado do apartamento só foi quebrado pelos resmungos de Louise sobre trabalho e mães, eu ergui meus olhos para ela e meu coração apertou. Aquela cena era a pior que eu já tinha visto na minha vida e como eu me senti foi surpreendente. Doeu como o inferno.
Eu nunca tinha visto minha mãe chorando.
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