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História Girls Like Girls - XXVI. Room for 2


Escrita por: JealousLouise

Notas do Autor


Oi, oi! Quem quer me matar pegue um número na fila, por favor!
Desculpe pela demora em postar pessoal e depois de tanto tempo eu só faço dois capítulos, sim, só isso. Mas vocês tem que entender que eu tenho uma vida fora do site e que eu estou muito animada com uma possível promoção ou aumento de salário, então sim, vou trabalhar mais por enquanto e me dedicar menos nas fanfics.
Sei que prometi muitas coisas nos últimos três capítulos que postei e pretendo cumprir todas elas, mas há dificuldades porque eu tenho uma vida agitada (só que não). Mas eu prometo que estou me esforçando muito para entregar algo bom, mesmo com meu bloquei criativo estando lá em cima.
Eu espero que vocês gostem dos capítulos de hoje e peço para que todos leiam as notas finais do capítulo e do próximo.

Capítulo 26 - XXVI. Room for 2


Fanfic / Fanfiction Girls Like Girls - XXVI. Room for 2

“Por que você está me culpando por suas inseguranças?

Eu nunca fiz nada, mas você fechou as portas

Bateu a porta na minha cara

Algo um pouco amargo que deveria ter sido doce

Eu não vou competir

Você é como um rei com a coroa de cabeça para baixo

Esperando que eu o queira

[...]

Lembra de como era a sensação de começar a subir

Eu sou exatamente como você

Talvez você melhore com o tempo, e deixe isso para trás

Há espaço para nós dois

Você nunca deveria ter feito algo assim para ninguém

Não dá para ser desfeito

Você achou que estava protegido

Mas eu enxergo através do caos

Para cima e para baixo, o mundo dá voltas

De um lado para o outro, você se sente melhor agora?

Toc, toc, toc

Você vai desmoronar

O carma mandou um beijo para você

[...]

Espero que um dia você mude

Sabe, as pessoas são diferentes

Somos mais do que máquinas

Você viu uma faísca onde não tinha uma chama

E você mal lembra o meu nome[...]”

Room for 2, Dua Lipa

 

As manhãs pós-sexo são as melhores. A lentidão causada pelos orgasmos intensos se mistura à preguiça natural e tudo parece maravilhoso assim que você abre os olhos, pelo menos comigo sempre funcionou assim.

Acordei para apreciar a entrada do sol pelas enormes janelas do apartamento de Isabelle, semicerrando os olhos com a luminosidade. Podia sentir o cheiro de café por todo o pequeno apartamento e sorri, me esticando na cama e soltando um resmungo preguiçoso. Virei para encarar o lado vazio e então um barulho me chamou a atenção e eu ergui os olhos para ver Isabelle.

Ela estava arrumando diversas coisas em pratos sobre o balcão que dividia sua pequena cozinha da sua sala/quarto. Sorri para ela, caindo de volta na cama com um leve ruído das molas.

— Bom dia — murmurei, sentindo a língua dormente e pesada. — Que cheiro maravilhoso...

— Estou preparando o café. Não sabia do que você gostava, então estou fazendo de tudo um pouco — comentou alegremente. Baixinho, em algum lugar, tocava uma música. — Você pode usar o banheiro se quiser, eu deixei uma roupa limpa e escovas novas em cima da bancada.

— Isabelle, sinto que se isso não der certo seremos grandes amigas — murmurei, ouvindo sua risada leve. Era a primeira pessoa que ria disso. Me levantei da cama enrolada no lençol, sentindo o sorriso de malicioso de Isabelle e os olhos queimando em mim enquanto eu procurava pelas minhas peças intimas. De algum modo minha calcinha tinha parado na saída de ar. — Já volto.

Me tranquei no banheiro, suspirando de alívio e diversão. Eu ainda não acreditava que tinha feito isso.

— Oh meu Deus — murmurei animada, controlando-me para não agir feito uma adolescente e gritar. Olhei para mim mesma no espelho, sentindo orgulho das marcas arroxeadas e da nudez, eu ainda podia sentir os lábios de Isabelle passeando pela minha pele, da sensação das minhas unhas arranhando seus braços.

Era como os anos noventa, quando fingíamos que íamos estudar e fugíamos para fumar no beco atrás da casa de uma de minhas amigas, beijando umas à outras, bebendo uísque barato. A mesma estúpida sensação de liberdade.

Tomei uma ducha fria e rápida, temendo que não pudesse aproveitar direito as minhas últimas horas livres com Izzy. Vesti as roupas que ela havia me emprestado e a escova de dente nova, usando meus dedos para pentear o cabelo logo depois. Encarei meu reflexo, respirando fundo para ganhar coragem de voltar para o outro cômodo e vê-la sem corar.

O balcão estava arrumado e Isabelle colocava duas xícaras de café fumegante em frente aos bancos altos, onde me sentei e a observei terminar o trabalho com cuidado.

— Eu espero que você goste — falou esperançosa. — Temos torradas, linguiças fritas, ovos mexidos, bacon, rabanadas, mingau, panquecas com melado e morangos, geleias de cinco sabores, pães, biscoitos amanteigados, muffins e cereais. E café preto bem forte, ao estilo italiano.

— Desse jeito vou achar que você está querendo me agradar — brinquei, comendo um morango. — Você está senhorita Montini?

— Hum... Depende. Está dando certo? — perguntou parando na minha frente. Suas mãos morenas apertaram minhas pernas, me puxando contra ela. — Você é linda, sabia disso? A mulher mais linda que eu já vi — Não aguentei e mordi seu lábio inferior, puxando-a para um beijo logo depois.

Yeah-eh-heah,

You are, my fire

The one, desire

Believe, when I say

I want it that way

 

— Isso é... Backstreet Boys? — perguntou divertida enquanto eu escondia meu rosto em seu pescoço em vergonha. Meu telefone continuava tocando. — É Backstreet Boys!

Corri para pegar meu telefone e começar a me arrumar, porque eu sabia que era Greta me ligando para avisar que precisaria sair para o restaurante e eu tinha que voltar. Pus no viva-voz e deitei na cama tentando enfiar o vestido e ignorar os risos de Izzy.

— Greta, eu já estou indo! E-Eu — bufei — só preciso de meia hora, eu prometo!

— Não é isso — Ela parecia ansiosa. — Sarah, não surte, mas a Harley está aqui.

— O quê?! — Era para minha filha estar na Flórida, estudando e ansiando para as folgas na Ação de Graças e no Natal. Rastejei na cama tentando enfiar o vestido pelos meus seios. — Como assim?!

— Ela não veio sozinha Sarah — disse Greta, receosa. Parei de rastejar e sacolejar, sentando para prestar atenção em suas palavras, ou condenação, era a mesma coisa. — Ele veio com um homem chamado Steve.

 

***

 

Entrei em casa furiosa, arrastando os pés. A casa tremeu quando bati a porta, ignorando os olhares curiosos de Beatrice, sentada na escada enrolada em uma manta por causa de uma forte gripe. Joguei a bolsa no chão com ódio não me importando com os itens frágeis que poderia haver ali.

Greta estava sentada em um dos sofás, desconfortável, encarando os dois loiros, pai e filha, sentados lado a lado no outro móvel. Havia xícaras vazias em cima da mesinha e uma mochila rosa cheia de bottoms no canto.

— Mãe! — Harley me abraçou, os braços finos me circulando em um abraço apertado que eu não correspondi já que estava muito distraída pensando em como matar o pai dela. — Mãe?

— Suba agora — falei, sem a encarar. Eu não conseguiria olhar para ela sem gritar, sem ficar com raiva por ela ter trazido aquele idiota para perto de mim. — Vá para o meu quarto e fique lá até segunda ordem.

— Sarah...

— E você fica calado! — mandei, olhando para ele com toda minha fúria. — Eu não quero ouvir a sua voz, se fosse por mim nunca mais olharia na sua cara, sequer habitaríamos no mesmo universo. Agora, Harley, você vai subir antes que eu comece a gritar.

— Mas mãe...!

— Não! Não fala nada, eu estou furiosa e extremamente desapontada com você agora — disse mordaz, tentando controlar-me.  — Eu não quero gritar com você e piorar as coisas mais do que você já piorou. Sobe agora!

Harley passou por mim triste, de cabeça baixa e revoltada, resmungando até que ouvimos a porta do meu quarto bater.  Greta se apressou para fora do cômodo antes que eu dissesse qualquer coisa, murmurando sobre Beatrice e febre.

O encarei por vários segundos em silêncio, aguardando seu próximo passo. Era o primeiro passo para ir ao abate.

— Oi — disse, sorrindo pequeno. Permaneci imóvel, de braços cruzados e o encarando sem piscar. — Faz muito tempo não é mesmo? Tem o quê? Quinze anos?

— Dezesseis anos — respondi friamente e sem cair naquele jogo de desentendimento. Ele continuava com a mesma estúpida atitude infantil e aquilo estava me deixando pior, cada vez mais rancorosa. — Desde que você me deixou. Desde que você arruinou minha vida.

Jackson suspirou, esfregando as mãos no rosto. Havia uma aliança brilhante em uma das mãos e eu quase senti pena da pobre coitada. Quase.

— Sarah, eu sei que você não queria me ver e sei que eu não tenho direito nenhum de vir aqui e...

— Que bom que sabe disso, me poupa do constrangimento de dizer isso  — Acenei, sentando no sofá. — Continue. Estou louca para chegarmos à parte onde você implora.

— Isso é sério, Sarah! Eu realmente estou arrependido e quero me desculpar! O que eu fiz com você foi imperdoável e eu passei os últimos dezesseis anos tentando digerir o monstro que eu fui, tentando me tornar uma pessoa digna de olhar na sua cara novamente. E-Eu...

— Acabou com minha vida? — sugeri. Sentia as lágrimas acumulando, querendo cair. Eu não sabia se tinha forças suficiente para aguentar aquela conversa da qual fugir por tanto tempo. Estava tão furiosa, triste e amarga naquele momento. — Você não faz ideia do que fez comigo Steve.

— Eu sei sim e sinto muito, Sarah, eu... eu... Era tão imaturo e idiota, completamente apaixonado por você que nem pensei no que eu estava fazendo! Eu estava cego! Cego por você, pelo seu pai, pela vida que teríamos juntos e nem pensei sobre o que eu realmente queria, o que nós queríamos! Nossa felicidade.

— Nossa felicidade? Você ainda não entende, Steve? Nunca existiu ‘nós’! Você acabou com qualquer chance que eu tinha com a única pessoa que eu já amei! Você se juntou ao meu pai e tiraram a minha filha de mim! Destruíram qualquer chance que eu tinha de ser feliz e agora você vem me dizer que sente muito?! Que pensava em nós?! — grite, me erguendo furiosa e arremessando uma almofada em sua cara. — Desculpas não consertam as coisas Steve Marshall! ESTÁ DEZESSEIS ANOS ATRASADO!

— SARAH EU SEI! Escuta-me pelo amor de Deus! — gritou. — Eu sei que desculpas não vão adiantar agora, que nada que eu faça pode mudar os meus erros, mas eu preciso que você me perdoe, que me dê uma chance de consertar as coisas. Eu posso falar com seu pai, eu posso falar até com aquela mulher se você quiser — sugeriu com nojo.

— Não use esse tom para falar dela. Aquela mulher — o imitei — me amou como você nunca foi capaz e eu amei ela ainda mais. Ela é muito melhor do que você em todos os aspectos do universo! Diferente de você, ela não me enganou ou usou, pelo contrário, tudo que ela fez foi me tornar o ser humano mais feliz do mundo. Você não pode fazer nada para consertar as coisas Steve. Você me forçou a casar com você, usando minha filha como um pretexto para me manter perto de você e cinco meses depois sumiu, desapareceu porque não estava pronto para ser pai e ainda teve a ousadia de dizer que eu era culpada pelo divórcio ao meu pai. Você sabe o que ele disse para mim Marshall? — indaguei, olhando dentro de seus olhos. O empurrei contra a parede ao lado da televisão. — “Você é doente Sarah.” “Não se considere mais minha filha” “ Coisas como você não merecem ser mãe. A Harley fica comigo” — A cada frase era uma cutucada dolorosa em seu ombro —Você tem noção do que é ser rejeitada pelos seus pais? Ter sua filha recém-nascida tirada dos seus braços?

Eu estava chorando. Conseguia me lembrar de Harley e de seu rosto tão pequeno, dos sons baixinhos de fome e o choro agudo.

— Ela era tão pequena, tão delicada, tão bonita — Minha vista estava embaçada pelas lágrimas e minhas mãos tremiam. — Eu nem pude pegar ela. E ver aquilo, sentir ela ir foi a pior dor que eu já senti em toda minha vida. Tudo porque você não teve coragem de aceitar as consequências, porque você foi covarde. Porque você não arcou com as consequências, não foi capaz de assumir seus erros.  Foram anos tentando e tentando, mas nenhum juiz aceitou passar a guarda da Harley para mim, como uma mulher bissexual. Eles não me encararam apta de criar minha filha.

— Sarah... — Disse penoso, tentando se aproximar. Estapeei sua mão, com asco só de pensar em ter aquelas mãos me tocando. Olhei para ele, com a vista embaçada por lágrima e o empurrei novamente, estapeando-o diversas vezes consecutivamente.

— Você sabia que, na maioria das vezes, a primeira palavra que dizemos é mamãe? Que os primeiros passos são os mais importantes? Que a presença das mães geram um elemento químico que deixa tanto ela quanto o bebê mais felizes e tranquilos? Eu perdi tudo isso. Os primeiros passos, a primeira palavra, cada momento importante da vida dela até os doze anos, quando eu pude ficar mais do que três dias com ela sem que meu pai começasse a criticar tudo que eu fazia.

— E-Eu ... Sei que foi difícil, mas eu quero melhorar as coisas... — Arregalei os olhos em sua direção, surpresa e indignada, os dedos coçando para que eu puxasse o vaso e tacasse em sua cabeça.

— Então não, eu não posso desculpar você ou meu pai. Eu não consigo. Toda vez que eu olho na sua cara eu sinto ânsia, nojo e medo. Eu odeio você Steve e odeio meu pai. E se eu for mesmo para o inferno por isso, ótimo, que seja! Mas eu só desisto de tudo quando eu tiver a certeza de que vocês queimarão comigo. Eu faço questão de arrastar vocês e os ver queimarem enquanto escuto seus gritos. Quero que vocês sofram muito mais do que eu sofri, que vocês sintam toda a dor e tristeza que eu tive que carregar durante anos — Fechei as mãos, tentando fazê-las pararem de tremer. — E eu espero que você nunca mais tente se aproximar de mim novamente, porque eu mato você. Juro que mato você!

— Tem que haver algum jeito de você me perdoar, por favor, Sarah.  Eu não vou conseguir viver com essa culpa sobre meus ombros — implorou. — Sarah... Sarah...

— Pelo menos não vou ter que sujar as mãos — Sorri alegre. Ele tentou se aproximar novamente e dessa vez eu não contive a vontade de atirar o vaso, que quase acertou sua cabeça, mas se chocou contra a parede. Ele se encolheu, me encarando assustado. — Saia daqui — mandei altiva e mantendo a pose. — SAIA DA MINHA CASA AGORA! E SE VOCÊ TIVER A OUSADIA DE VOLTAR EU VOU LIGAR PARA A POLÍCIA! VOCÊ ENTENDEU? FIQUE LONGE DE MIM!

— Okay, eu vou sair. Mas se mudar de ideia, se você achar que tiver qualquer chance de me perdoar me procure, por favor.

Corri para cima antes mesmo que ele saísse, ignorando Greta que me chamava preocupada. Meu quarto estava vazio e agradeci por isso, me jogando na cama sentido a cabeça latejar e o nariz escorrer pelo choro. Eu precisava de um analgésico e uma bela garrafa de vinho.

 

É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA QUE TODOS OS LEITORES LEIAM AS NOTAS INICIAIS E FINAIS DO CAPÍTULO. NÃO IREI ME RESPONSABILIZAR POR NENHUMA SURPRESA. QUALQUER MUDANÇA NO ENREDO, NARRATIVA OU ORTOGRAFIA É SEMPRE ANUNCIADA E A OPINIÃO DOS LEITORES É SEMPRE CONSIDERADA PELA AUTORA.

 


Notas Finais


Sim, isso está acontecendo agora.
Eu planejava o encontro deles para bem depois, muito depois mesmo, mas eu tive que introduzir a Harley rapidamente porque ela é uma personagem que vai ter um destaque na vida de outros personagens, principalmente no relacionamento da Louise e da Sarah, até mesmo porque, de um ângulo triste, ela foi o motivo principal da separação das duas e agora estou focando nessa história, nesse relacionamento entre elas — isso foi questionado nas notas finais e avisado ao fim do capítulo e decidido pelos leitores, apesar dos pouquíssimos comentários a respeito disso; portanto eu levei em conta os comentários que eu recebi e foquei nessa parte da história.
O Steve é um personagem relevante, mas completamente ignorado, vou avisando. Ele vai ter sim sua importância, mas ele não vai ter um destaque grande como a Harley e os outros personagens.
Outra coisa que eu queria discutir é que eu estou dando dicas dos personagens que vocês podem ou não gostarem — não uma obrigação, mas estou apenas dizendo quais deles são antagonistas. Personagens que tiverem suas fotos meio borradas, com 'fantasmas' ou com um ar meio obscuro serão os que mais tentarão colocar obstáculos, os mais malvadinhos. Como a Audrey, por exemplo, que ganhou um efeito 'fantasma' na foto por ser uma personagem muito mimada e egoísta.
O próximo capítulo é o pontapé inicial na história da Louise e da Sarah.
Espero que vocês tenham gostado e eu espero comentários com sugestões, criticas ou apenas um 'olá'. Amo todos vocês.
Beijos, J.L. <3


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