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História Girls Like Girls - Gente nova


Escrita por: UNICORNIO_D4RK

Capítulo 64 - Gente nova


2 dias depois...

- uohha... Dinah exclamou enquanto apertava Mani em seus braços, eu odiava aquela melação das duas. – tem carne fresca no pedaço...

A gente estava no refeitório, aquela hora incrível onde o zoológico da escola se junta pra almoçar, virei o rosto na direção dos olhos da morena e suspirei quando vi a figura baixinha que caminhava entre as mesas.

- quem é essa? – suspirei enquanto mexia o meu suco com o canudo.

- sei lá... – Mani deu de ombros e Dinah perseguia a garota com os olhos

- hey... novata... – Dinah a chamou e eu frisei os olhos nela – quer sentar com a gente?

A garota olhou para as duas e depois para mim e sorriu.

Mas que inferno.

E veio na nossa direção e se sentou ao meu lado.

- oi...

- oi...

- oi...

- tim, claro, vivo... Nextel... – Dinah me fuzilou com os olhos e eu bufei. – eu sou a Camila, elas ali são a Norminah... Mani e Dinah – apontei para as duas que até um cego sacariam que estavam namorando.

- eu sou Maia... Mitchell...

- ooh... você tem jeito e cheiro... de surfistinha...

- é... um pouco... vim do litoral...

- metida! Faz séculos que não vou a praia... – Dinah até saiu do colo da Mani pelo jeito o papo ia ser longo.

- eu tenho uma casa lá perto... – Maia me olhava curiosa e eu tentei manter o sorriso fino e sincero de quem não se importava com a conversa.

- podíamos ir...

- Dinah... – Mani a censurou – não seja oferecida...

- podem ir sim... eu não conheço ninguém por aqui, seria interessante.

- primeiro dia?

- sim... já errei duas salas...

- qual a sua próxima? – perguntei, não tinha nada para fazer, nada melhor do que ajudar uma alma perdida.

- matemática. Quarto ano sala C.

- você vai ficar na mesma sala que a Camila – Dinah deu de ombros e eu suspirei.

- hum...

- melhor você ir pegar seu lanche logo... o professor de matemática é um mala e sempre nos dá falta quando chegamos segundos atrasados.

A garota afirmou com a cabeça e pulou pra fora da mesa indo em direção a cantina.

- ela é estranha...

- como assim? – Dinah perguntou.

- o nariz dela... é de coxinha...

- o seu também é estranho... é grande demais para os seus olhos.

- cala a boca...

- ela até que é bonitinha.

Olhei para a Mani com cara de: “você não vai dizer nada?”

- ela disse bonitinha... eu me preocuparia se dissesse gostosa. – Dinah olhou sorridente para a morena e eu revirei os olhos.

- parem com esse grude... meu deus... já não aguento vocês.

- mas vai aguentar... porque quando é você com a Lauren eu seguro vela numa boa.

- segura? Você parece uma tocha, fica acessa enchendo o saco.

- tá...

Dinah segurou o queixo de Mani e lhe deu um selinho rápido.

- Senhorita Hansen!

- eita, demônio, sai sarava! – Dinah deu um pulo e eu gargalhei alto quando a inspetora chegou de fininho.

- parem com essa demonstração de afeto lésbico!

- ué... estamos em pleno refeitório, a hora livre! Se você não aceita, me processe.

- duas horas de detenção pra você.

- tenho médico todos os dias, não posso ficar na detenção. – Dinah deu de ombros e eu já estava hiperventilando.

- o que está acontecendo? – Maia sussurrou enquanto voltava a se sentar ao meu lado.

- Dinah está discutindo com a Clotilde porque, a velha ai é homofóbica.

- oh...

- acho que vai ter que usar esse seu cérebro de Hitler pra criar outro castigo...

- Hansen!

- olha velha chata dos infernos! – Dinah gritou e todo mundo parou pra ver – eu não posso me exaltar, então volta a circular pela escola e vê se me erra. Ou melhor, vai lá pro quartinho dos funcionário se masturbar, porque essa sua cara de maracujá de gaveta você não pega nem homem nem mulher.

- Dinah Hansen, se acalme. – Laura brotou ali e eu quase engasguei. – não quero que passe mal, senhorita Clotilde vá conversar com a orientadora pedagógica. – a senhora bufou e se retirou dali, suspirei quando vi Dinah guardar seu spray de pimenta – quanto a vocês... eu só vim apresentar a minha afilhada, Maia... – a garota levantou seu pretzel e eu curvei os olhos.

Como assim sobrinha? Eu nem sabia que aquela filha de chocadeira tinha família.

- vamos respeitá-la, diferente de você e seus funcionário de merda. – Hansen sussurrou enquanto mordia o resto do seu sanduiche.

- vou trazer alguns palestrantes sobre essa coisa LGBT... e quero que vocês me ajudem.

- coisa LGBT? Você é uma coisa LGBT, ou tá esquecida da sua esposa Piper... ou da sua secretária que você dá uns pegas.

Laura levantou os óculos os prendendo acima da cabeça, jesus, se eu não tivesse pegando uma Lauren, não odiaria nada ser maltratada por aquela mulher.

- escuta aqui Estrabao... – ela espalmou as mãos na mesa e eu olhei atentamente para o decote daquela sadomasoquista. – o que eu faço da minha vida, ou deixo de fazer é problema meu. Voltando ao assunto, realmente meus funcionários parecem desprovidos de conhecimento nessa área, e irei mudar isso, como não quero demitir eles, já que eu teria que pagar uma fortuna e tals, quero que vocês sapatões arrumem qualquer uma hippiezinha maconheira pra vir dar uma palestra sobre os direitos LGBT.

- pra que esse interesse todo?

- é por minha causa – Maia disse. – eu sou bom... diferente.

- diferente como? – Mani perguntou e Dinah ficava analisando a garota.

- Diferente do tipo... que nasceu garoto... e agora é uma garota.

- oooh, você é o grande “T”

- exato...

- e é por isso que irei melhorar a estadia de minha afilhada na minha escola.

E do mesmo jeito satânico que ela brotou ali, também desapareceu.

- você ainda tem pau? – Dinah perguntou e eu curvei os olhos, não adianta negar, eu também queria saber.

- hã... não.

- óoh...

- você pega garotas ou garotos?

- sou do tipo que pega... não importa o que... – Maia deu de ombros e eu e Dinah trocamos um olhar cúmplice.

- então... você era uma garota no corpo de um garoto, mas agora você é só uma garota, mas não se importa com quem você fica?

- tipo isso...

- se pra mim ter saído do armário foi um sacrifício... imagina você... deve ter feito como a Laura e pago um palestrante pra enfiar toda essa teoria anti rótulos na cabeça do povo.

Maia gargalhou e eu suspirei, porque a conversa tinha que circular por ela ao invés da minha depressão sem a Lauren?

- na verdade, minha mãe nunca me aceitou... então eu meio que moro com os meus avós...e como agora eu estou querendo entrar numa universidade, voltei a estudar num colégio de verdade.

- então você estudava em casa?

- aham

- bem vinda a selva.. – declarei – você com certeza vai se dar bem no bando dela – apontei pra Normani.

- como assim?

- no bando dos populares... aqui é bando dos Nerds divosos...

- oh, lá na praia também é assim... e bem, eu não fico no bando dos populares.

- ué...

- bom... Lauren não está aqui então... e Vero também é nerd – Mani observou.

- quem é Lauren?

- a namorada dessa cabeça de vento ai... – Dinah apontou pra mim e eu suspirei.

- então você tem namorada?

- sim... que está viajando... com a ex namorada e melhor amiga.

- elas nem namoraram direito não passou de beijos... – Mani defendeu a amiga e eu dei de ombros.

- espero que você não fique com torcicolo – Maia disse e eu cerrei os dentes. – mas se você tiver saiba que eu sei fazer uma massagem tailandesa ótima.

- humm...

Bom a conversa fluiu a partir dai, a gente foi pra aula juntas enquanto Maia me falava de suas aventuras no surf.

Claro que depois da aula Dinah nos arrastou para a praia, e eu tive que usar um biquíni emprestado da Mani... ele era preto, e mostrava demais.

Os avós da Maia tinham uma espécie de cabana onde eles vendiam pranchas e materiais para o esporte, eu queria comprar um macacão e me cobrir, mas Dinah me proibiu.

A parte legal foi só quando eu peguei as chaves do bug amarelo e dirigi até o sul da praia onde tinha uma verdadeira montanha, ainda bem que Dinah não podia fazer esforço então ficamos acampando ali mesmo.

Norminah na melação de sempre, e eu tentando me esquivar das lambidas do chocolate.

- Dinah, aquieta seu filho se não eu amarro ele no coqueiro.

- vem aqui vem – ela puxou o bicho pelas patas enquanto fazia uma voz irritante e infantil – sua tia não gosta de cachorros. – ela começou a brincar com bicho enquanto jogava uma bola pra ele ir pegar, o ruim é que ele não largava a bola e enquanto a gente tentava tirar ele babava a nossa mão todinha.

O cachorro dela era um farofeiro.

- e ae gente.. como estão? – Maia perguntou enquanto se aproximava, ela vestia um macacão enquanto segurava uma prancha enorme.

- apreciando a vista. – Dinah respondeu enquanto não tirava os olhos do corpo de Normani que estava pegando sol.

- então vai querer surfar? – Maia perguntou e eu suspirei.

- sabe... é que gosto de apreciar a vista também... – dei de ombros,

- ela não gosta de esporte... os únicos que ela faz é comer... comida e a namorada.

- Dinah! – espalmei minha mão nos ombros dela que já estavam ficando assados e sorri com o rostinho de dor.

- oxi...oxi... agressão aqui... – ela gemeu e eu gargalhei.

- e esse garotão de quem é? – Maia começou a brincar com o cachorro que parecia adorar a nova visitante.

- esse se chama Chocolate e é meu filho com Mani ai... na verdade ela teve sozinha eu só fui obrigada a assumir a paternidade.

Gargalhei negando com a cabeça, Dinah era uma figura.

- puxa... mais de vocês tem filhos?

- sim... eu tenho uma... Alycia... tem três meses.

- oh, que gracinha... que raça que é?

Oi?

Dinah gargalhou e eu não me aguentei também.

- ela é do tipo humana mesmo sabe... fralda cocô... choro de madrugada.

- aaaah... tendi... você é bem nova não?

- sim... mas minha namorada não sabe esperar – dei de ombros e espero que ela tenha entendido.

- olá irmãzinha... – escutei uma voz doce, mas que soava a sarcasmo e me virei quase batendo meu rosto nas pernas hiperbrancas daquela garota, o quão destrambelhada eu sou?

- olá Grace... – a voz de Maia saiu baixa e eu e Dinah nos olhamos confusas.

- suas amigas novas?

- aham... essas são Dinah, Normani e Camila.

- oi... – ela disse e eu mal conseguia enxergar seu rosto.

- caramba... – Dinah suspirou e só então eu percebi que a tal de Grace era uma versão patricinha da Lauren... só o que muda entre as duas é o nariz e os dentes...

Socorro.

- Grace né? – eu perguntei e ela afirmou com a cabeça – você é da mesma família que Jauregui... Morgado?

- não... desconheço...

- oooh...

- então... o que acha de ir tomar um suco?

O sol tava quente, minha boca seca.

- eu topo. – Me levantei enquanto passava a mão pela minha bunda tentando tirar a porcaria da areia que parecia que ia entrar em lugares inapropriados.

- você não vem muito aqui certo?

- é não... eu normalmente fico pro outro lado...

Grace vestia um biquíni cor de rosa beem chamativo, enquanto um lenço preto circulava pelos seus montes de cabelos negros.

Perfeição seria uma palavra que nem chegaria perto dela.

[eu tenho um puta crush nela, caraleo]

Eu estava parecendo um cachorro faminto olhando o frango da padaria.

- gostou? É uma variação genética... apenas 3% da população tem olhos verdes.

- e você se acha né... – ela fez que sim e logo abriu um sorriso largo, ela não tinha os mesmo dentinhos da Lolo, porque os dela eram perfeitos.

- uaal... você já está tão afim de mim assim? Porque não me beija logo? – ela se aproximou e eu dei um passo para trás.

- porque eu tenho namorada já demônia... – me virei para o balcão e ela gargalhou.

- nossa adorei sua tatuagem... tem mais alguma?

- cala a boca e vá pegar meu suco escrava.

Grace tinha uma risada fofa e eu suspirei, eu não ia trair Lauren com aquela oferecida porque todas as vezes que eu tento ficar com uma garota sempre dá merda.

1° a Lucy que era meia da vida e quando era pra mim ficar com ela, acabei na cama com a Jauregui. Segunda foi a Emma, uns beijos e eu quase fiquei sem o meu fígado. E agora essa doida.

Meressu.

Capaz de eu morrer afogada pela areia.

- quer de que madame?

- manga, com bastante gelo.

- ok... – ela chamou uma garçonete e pediu um de morango e o meu. Porque eu não pedi de morango mesmo?

- a gente bem que poderia trocar né? – fiquei olhado pro suco dela que parecia muito saboroso.

- você toma metade do seu, e eu do meu, depois trocamos.

Afirmei com a cabeça, e assim foi.

- então fez uma nova amizade?

Dinah perguntou enquanto se sentava ao meu lado.

- aham... Grace é um amor, quando não está tentando colocar a língua na minha boca.

- nossa também gostei de você Camz. – Acho que o suco de morango explodiu ali no rosto de todas que estavam na mesa.

- que merda Camila eu estava de boca aberta! – Grace reclamou enquanto usava as costas das mãos para tirar o resto de suco.

- legal, já conseguiu a minha... saliva – me levantei nervosa.

- o que eu fiz de errado?

- só a namoradinha dela pode chamar ela de Camz... já que foi a Lauren quem inventou esse nome.

- ooh... é que eu tenho essa mania de dar um apelido para as pessoas... e foi meio que uma diminuição do seu nome... Cam... apenas coloquei uma letra de som no final... o “z” poderia ser “x” mas ai ficaria Camx, e eu pareceria uma retardada fingindo sotaque californiano... [finge que Califórnia tem o sotaque que puxa o xissss igual o carioca]

- hum... e qual seria o meu apelido? – Dinah perguntou enquanto apoiava a cabeça com a mão e tomava seu suco.

- China?

- ukeee? Mas porque?

- você me lembra a Rihanna no clipe princess of china...

- ooh, gostei. – ela sorriu grande e juro que senti os raios lasers dos olhos da Mani queimando sobre a Chee.

- o que acham de vir nesse final de semana? Vou fazer um lual em comemoração ao........ vai ser divertido...

- hum... o que acha Mani? – perguntei e só então Dinah reparou no bico da namorada.

- talvez eu venha... – ela respondeu pouco interessada.

- bom... se elas toparem eu venho. – dei de ombros e Dinah já tinha enlaçado a cintura da morena.

Tinha vários nadas para fazer mesmo.



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