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História Girls like u - Help me polarize


Escrita por: cerlunas

Notas do Autor


Oi gente
Eu nem vou pretender que esse ship não tomou conta da minha vida aldkadosjdj
Então, eu to postando a história pelo celular pq meu notebook estragou. Já peço desculpas pela capa bosta e também pela formatação. Eu tentei ajeitar mas não sei se deu muito certo.
A música do título é do Blackbear e a do capítulo é Polarize do twenty one pilots. Eu não sei dizer se elas realmente tem algo a ver com a história, mas escrevi ouvindo elas então q
E desculpas tb se ficou OOC. Eu tentei manter as personalidades fiéis, mas é difícil em uas.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Help me polarize


vi. 


Ravena, Mutano aprendeu, era uma caixa de surpresas. 


 i. 


A primeira vez que Mutano notou Ravena foi quando o professor de literatura juntou os dois como dupla para um trabalho onde teriam que ler qualquer livro e, juntos, elaborarem um relatório. 

De início, quando o professor anunciou que trabalharia com Rachel, não soube dizer quem era. Quase todos na escola usavam apelidos, e Mutano era um deles - era isso ou ser zoado por seu nome ser Garfield, como se ele fosse como aquele gato babaca. 

Logo, Mutano aprendeu que Rachel na verdade era Ravena, a garota gótica meio esquisita. Achou Rachel um nome muito comum para alguém como ela, mas resolveu não fazer nenhuma piada. Não sabia como a garota reagiria e diferente do que pensavam, ele ainda tinha um pouco de noção.

Mutano se arrastou até a mesa dela, achando que o trabalho provavelmente seria infernal. Puxou uma cadeira e sentou-se, mas a garota não desviou o olhar do seu caderno, onde rabiscava algo que parecia com um corvo. 

Ravena, pelo que todos diziam, agia assim. Era uma garota bonita, com os cabelos escuros que pareciam ser azulados e o piercing no septo. Mas pertencia a uma realidade totalmente diferente. 

E observando de perto, Ravena parecia uma pessoa apagada. Não era o tipo de pessoa que Mutano gostava. 

Mutano perguntou que livro ela gostaria de ler, o que fez a garota finalmente o olhar. Ele já estava se preparando para ler Poe ou Dostoievski ou alguma outra coisa que não chamava sua atenção realmente, mas a garota respondeu apenas com um "Que tal Alice no País das Maravilhas?". 

Mutano adorava aquele livro. Mesmo que não tivesse o hábito de ler, principalmente porque a maioria das histórias dava-o preguiça, livros mais simples sempre chamaram sua atenção. Peter Pan, O Pequeno Príncipe, O Guia Dos Mochileiros da Galáxia... Mutano os adorava.

 Os dois terminaram o trabalho sem desperdiçarem muito tempo. A única coisa que Mutano descobriu sobre a garota é que tanto o gosto dela para literatura quanto para música eram bastante ecléticos, mas era só. 

O trabalho foi feito para o quarto bimestre do primeiro ano. Eles não se falaram novamente até o segundo bimestre do segundo ano. 


 ii. 


 Mutano e Terra terminaram. 

Tinha sido um término difícil, mas esperado. O garoto sentiria falta de Terra, dos seus cabelos loiros e do cheiro de chuva que já não era mais tão reconfortante como costumava ser. 

Mutano tinha bastante amigos. As pessoas gostavam dele, mesmo que suas piadas fossem ofensivas às vezes. Mutano tinha em quem se apoiar. Mas ele precisava de seu tempo sozinho. 

 Foi nesse período que achou o lugar perfeito. Era atrás das arquibancadas, onde, pelo menos no horário do almoço, ninguém pensava em ir. Nem os maconheiros. Nem os casais que queriam um pouco mais de privacidade. Era ideal

 Mas aparentemente, ele não estava tão sozinho quanto achou. 

 "Parece que alguém descobriu meu lugar," uma voz apática falou. Era a quarta vez que Mutano sentava ali, e ele não pôde disfarçar o susto que levou ao ver Ravena. Apenas uma alça de sua mochila estava pendurada em seus ombros e ela segurava uma cópia de A Revolução dos Bichos

"Eu não sabia que você ficava aqui," Mutano falou envergonhado. Tinha algo nela realmente intimidante. "Se quiser eu saio." 

A morena só encarou Mutano. Por um momento, ele achou que Ravena iria aceitar sua proposta. Ou, simplesmente, daria as costas para ele e sentaria em qualquer outro lugar. Porém, ela só deu de ombros e jogou sua mochila no chão, sentando-se ao lado do garoto. Perto o suficiente para Mutano sentir o calor da sua pele. Não sabia por que aquilo tinha sido tão surpreendente, mas era como uma evidência que Ravena, ao contrário da sua aparência e da forma de agir, estava mesmo viva. 

 Ela abriu seu livro e começou a ler. Mutano continuou a comer seu sanduíche vegano. Eles passaram o resto do intervalo em silêncio. 


 iii. 


 Ravena e Mutano, de certa forma, viraram amigos. Ravena começou a sentar-se ao seu lado todos os dias no intervalo. Mutano aprendeu que a garota nunca trazia almoço, mas seu livro mudava a cada três ou quatro dias. Mutano sempre tentava empurrar algum pedaço de sua comida para ela, mas Ravena nunca aceitava, sempre fazendo caretas quando Mutano contava que tipos de vegetais e legumes tinha usado. Em compensação, Ravena às vezes lia seus livros em voz alta. Era algo totalmente aleatório e sempre nada mais que um parágrafo não muito longo. Mutano nunca soube dizer se era algo que Ravena sempre quis dizer para alguém mas não sabia como ou se eram só suas partes preferidas. 

 Depois de alguns meses naquela rotina, pouco a pouco conhecendo fatos aleatórios um do outro - e até mesmo seus problemas, pois Mutano sabia que a garota tinha alguma espécie de problema familiar e Ravena já tinha percebido a verdade por trás das suas piadas -, eles também começaram a passar um tempo na biblioteca. 

Ravena andava pelas prateleiras enquanto Mutano sussurrava - ou pelo menos tentava, sem muito sucesso - alguma história aleatória sobre sua aula de história ou sobre alguma música que seu dj preferido tinha lançado. A garota apenas soltava alguns comentários para Mutano saber que, sim, ela estava prestando atenção. 

Aquele dia não estava sendo diferente. Mutano continuava falando, olhando para as prateleiras sem prestar atenção realmente no que estava escrito. Até achar um livro específico. 

O Mágico de Oz. 

Mutano interrompeu sua frase com um "Ah!", mas no momento em que foi alcançar o livro, Ravena estendeu sua mão também. 

Em uma cena ridiculamente clichê, as mãos dos dois bateram, fazendo Mutano olhar para Ravena. 

A mão da garota era realmente quente, e havia algo no olhar dela realmente indecifrável. 

Mutano tinha se enganado. Ravena não era apagada. Você só precisava saber o ângulo que deveria olhar. Ela queimava

Futuramente, quando Mutano olhasse para trás, diria que foi nesse dia que descobriu o quão apaixonado estava pela garota. 

O quanto gostava da sua pele translúcida, dos olhos escuros. 

Mas no presente, Ravena tirou proveito da situação, puxando o livro da mão de Mutano. 

"Demorou demais," comentou sorrindo. 

Ravena quase nunca sorria. Mas o sorriso dela, mesmo pequeno e discreto, acabava com o garoto. 


 iv. 


Uma outra surpresa foi quando a morena convidou Mutano para matar período. 

Ele lembrava desse dia com clareza. Era uma terça-feira fria de fevereiro e recém o sinal para o quinto período tinha tocado, onde ele teria uma interessantíssima aula de biologia. 

O garoto andava pelos corredores distraído, com seus fones mais altos do que deveriam. Do nada, sentiu uma mão fina porém firme agarrar seu pulso, e logo ele estava sendo puxado para a direção contrária ao fluxo de pessoas. 

O coração de Mutano falhou uma batida. Pensou em todas as piadas que tinha feito naquela semana, mas nenhuma delas era ofensiva o suficiente para ele apanhar. As pessoas deveriam ter realmente perdido seu senso de humor. 

"Calma, sou eu," a voz serena de Ravena soou. Automaticamente, Mutano relaxou. 

"Caramba, você quase me matou do coração," disse, mas Ravena apenas deu de ombros. "A gente não deveria estar indo para a aula?" 

Quando Ravena deu de ombros mais uma vez, Mutano franziu o cenho. 

"O que você tem de aula agora?" A garota perguntou. 

"Biologia. Você?" 

"Inglês," respondeu com uma expressão parecida com desdém. "Você quer sair daqui?" 

O garoto piscou, sem ter certeza se ouviu direito a pergunta. Quando Ravena continuou com a mesma expressão, ele notou que é, ainda não estava completamente louco. 

Mutano não precisou pensar duas vezes antes de pausar sua música e estender a mão para Ravena, que a agarrou. Logo o garoto estava sendo arrastado para longe da escola. 

*** 

Os dois foram parar num pequeno café que Mutano muito provavelmente não teria notado se estivesse sozinho. 

Sentaram-se num canto afastado perto da janela, mesmo que não tivesse muitas pessoas no local naquele horário. 

Ravena pediu um mocaccino, enquanto Mutano se contentou com um expresso duplo. A atendente apenas encarou os dois antes de anotar os pedidos, perguntando se não deveriam estar na aula. Ravena olhou para janela e Mutano deu um sorriso sem graça, procurando algo para dizer. Por sorte, ela foi embora antes do garoto falar qualquer coisa. O silêncio deles bastava para responder sua pergunta. 

Até seus cafés chegarem, Ravena comentou brevemente sobre sua aula de química. Mutano reclamou sobre álgebra, pois exatas realmente não faziam sentido para ele. A morena observou aquilo divertida, mas não parecia à vontade. Mutano não quis perguntar o porquê. Nunca sabia se Ravena reagiria bem com sua preocupação ou não.

 A garçonete não demorou para chegar com os pedidos, os quais Mutano agradeceu. 

Ravena mais uma vez olhou para janela. "Tá vendo aquele senhor sentado no banco?" Ela perguntou depois de dar um gole no seu café, colocando um pouco mais de açúcar na taça. Mutano seguiu o olhar da menina, concodando quando identificou-o. "O que você vê quando olha para ele?" 

Mutano franziu o cenho com a pergunta. O senhor em questão estava com um jornal na mão, sentado em um dos bancos da calçada. 

O garoto deu de ombros. 

"Sei lá. Um velho entediado lendo jornal para passar os dias. Ele provavelmente reclama do fato da morte não chegar cedo."

Ravena concordou. 

"Provavelmente também é muito solitário, por isso se senta no meio de tantas pessoas passando, como se isso fosse resolver alguma coisa," ela deu outro gole em seu café. "E aquela garota de óculos?" 

A garota estava passando pela janela onde os dois estavam. Ela usava óculos pretos de secretária e seu cabelo ruivo era curto e desfiado. Ela estava com os fones de ouvido provavelmente altos e balançava a cabeça no ritmo da música. 

"Uma garota metida a cult que em algum ponto vai ser atropelada por uma bicicleta por não prestar atenção?" Mutano respondeu, começando a ficar nervoso. Não entendia o sentido das perguntas e Ravena nunca tinha agido assim. Mesmo que ele não soubesse dizer exatamente o que "assim" era.

Ela concordou lentamente, ficando em silêncio. Mutano começou a batucar os dedos na mesa. 

"Você quer saber o que vejo quando olho para você?" Raven questionou por fim. 

Mutano tinha quase certeza que na verdade não queria, mas acenou com a cabeça lentamente. 

Ravena largou sua taça na mesa, olhando para os olhos de Mutano. Ele nunca tinha se sentido tão exposto quanto naquele momento. 

"Eu vejo um garoto engraçado, mas que tem sérios problemas com auto estima. Eu vejo uma pessoa mais inteligente do que deixa transparecer, e realmente muito gentil." 

Ravena fez uma pausa. Ela parecia perdida, como se não soubesse o que dizer. Mutano achava que estava ok ela não saber, ele mesmo não sabia o que sentir com tudo aquilo. 

"E toda vez que eu olho pra você, para os seus dentes pontudos e as orelhas engraçadas e o cabelo bagunçado e seu sorriso aberto, eu vejo o garoto pelo qual me apaixonei. E tudo em ti deixa bem claro como isso foi acontecer." 

Ela soltou o ar lentamente, como se tivesse tirado um peso da consciência. Ravena nunca tinha parecido tão tangível quanto naquele momento e Mutano só sabia olhar, em transe. 

"Eu nunca mais vou repetir isso, então não se acostume," Ravena falou quando já estava mais calma, voltando a sua máscara típica de indiferença. 

Mutano piscou os olhos, finalmente saindo do seu transe. As palavras de Ravena ficavam soando em sua cabeça como um mantra e ele ainda tinha dificuldades em aceitar aquilo como a realidade. 

Mutano resolveu não pensar. Ele só se levantou ignorando o olhar analítico da garota. A próxima coisa que sabia era que sua mão estava na nuca de Ravena enquanto ele se debruçava na mesa. 


v.


Não deveria ser surpreendente o fato do beijo da Ravena ser incrível. 

Mutano não sabia dizer se era por que ela beijava bem ou se era porque ela era ela e isso bastava. 

Ravena tinha um gosto estranho de café com morango por conta dos chicletes que constantemente mascava e deveria ser nojento, mas realmente não era. 

Ravena era imprevisível, mais do que qualquer pessoa acharia. Mas quando ela sorria ou lia as partes preferidas do seu livro ou reclamava das brincadeiras idiotas que Mutano fazia, o garoto sabia que não queria que fosse de outro jeito.  


Notas Finais


Então é isso. Qualquer erro me avisem pfvr.
Obrigada a todos que leram. <3


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