História Give me your love - Kidrauhl

         “Os cortes liberam endorfina. Endorfina alivia a dor.”

A distância pareceu ficar escassa entre nós dois, o ar sumiu dos meus pulmões e meu corpo inteiro se contraiu me causando arrepios. Eu senti como se todo o mundo parasse de girar naquele segundo e… Eu gostei.

O olhar de Justin cravou-se junto ao meu. O brilho de seus olhos possuía algum tipo de luminosidade incandescente que fazia toda a sala brilhar. Seus apertos em meus braços afrouxaram-se e sua respiração encontrou-se com a minha me dando a sensação de ansiedade e nervosismo para o que estava por vir. Seus lábios estavam entreabertos como se quisessem se encaixar com os meus. Sua bica parecia ansiar pelo encontro com a minha e eu não podia simplesmente negar que sentia o mesmo. Justin aproximou seu rosto do meu e recheios olhos por puro impulso.

Naquele momento minha mente se esvaziou e eu não conseguia pensar em nada. Eu não queria pensar em mais nada. Minha mão criou vida e subiu pelos seus braços e ombros até chegarem na nuca aveludada dele. Quando senti o choque de seus lábios contra os meus em uma pressão moderada, senti tudo sumir. Meu corpo pareceu parar de funcionar e era como se eu tivesse entrado em pânico, mas isso era bom. O arrepiou percorreu minha espinha passeando pelo resto do meu corpo.

Justin lambeu meus lábios de uma forma delicada e paulatinamente pediu passagem para adentrar em minha boca.

Um conflito mental se iniciou dentro da minha mente e foi como se o houvesse uma conversa entre o anjinho e o demônio.

– Você vai mesmo beijar esse garoto? Mas você o odeia!

– Claro que não. Emma, ceda. Você quer isso.

– Não quer não. Pense em como ele é mimado, metido e em como você o despreza. – o lado ruim gritou dentro de mim.

– Ela gosta dele. Ceda Emm. É Justin Bieber!

Confusa acabei empurrando Justin fazendo com que ele caísse do outro lado, no outro braço do sofá. Apertei os olhos nervosa e grunhi com raiva por não saber o que fazer.

– O que…

– Cala a boca! – ordenei ríspida querendo organizar os meus pensamentos. Tampei meu rosto com as mãos querendo me esconder.

“Eu odeio Justin Bieber. Eu odeio Justin Bieber. Eu quase beijei Justin Bieber. Eu quero beijar Justin Bieber!”

Me virei para Justin que me olhava confuso e frustrado.

– Eu te odeio, mas preciso disso. – em seguida colei meus lábios ao dele. Ele segurou a minha nuca e invadiu minha boca com sua língua desesperada e faminta por mim. Justin, com sua outra mão, me colocou sentada em seu colo de frente para ele. Enlacei minhas pernas ao seu redor me acomodando mais enquanto nossa línguas brigavam uma com a outra. O beijo era feroz. Ele parecia uma animal raivoso e aquilo era uma delicia.

Puta que pariu, por que ele rinha que ser assim? Tão deliciosamente Bieber? Ele apertava minha nuca puxando a raiz do meu cabelo com força coordenando os movimentos. Mordi seu lábio inferior o repreendendo e ele aprofundou ainda mais o beijo.

Ele era demais. O beijo dele era demais. Talvez fosse por conta do tempo em que eu não beijava ninguém de tal forma, mas isso parecia ser o melhor e mais intenso beijo da minha vida. Eu não tinha uma lista extensa de caras que eu já havia beijado, pra falar a verdade os três nomes caberiam em um pedaço de papel. De todos os três, sem duvida algumas o beijo de Justin era o melhor.

Eu me odiava por ter que admitir isso. Mas o que eu podia fazer? A sensação era intensa demais. Os apertões de Justin pelo meu corpo eram bons demais. Tudo estava gostoso demais. Minhas mãos passearam pela nuca dele puxando seus cabelos até eu posiciona-las nas laterais de sua nuca.

Não era como se fosse um beijo cinematográfico de um casal perdidamente apaixonado e nos tornaríamos namorados, casaríamos e teríamos três filhos. Of course not! Era simplesmente desejo. Hormônios de dois adolescentes que se sentiam atraídos um pelo outro. Era só isso. Atracão. Hormônios. E um desejo desgraçado.

O ar começava a se fazer necessários e os meus pulmões pareciam queimar implorando oxigênio. Me separei de Justin recuando um pouco o meu corpo para trás e abri os olhos com a respiração descompassada. Não sei explicar com precisão o que foi o vetor primordial ao tirar o meu ar: o sorriso malicioso e satisfeito que Justin esboçava, ou o beijo maravilhoso que tínhamos dado. Ambas as coisas me fizeram hiperventilar.

Justin beijou meu queixo e desceu para o meu pescoço dando leves mordidas e circulando com a língua. Arranhei sua nuca com as minhas unhas em resposta a seus estímulos e ele sorriu abafado no meu pescoço.

Levantei a cabeça dele e lhe ofereci meus lábios para que ele me beijasse novamente. Ele agarrou meus lábios, mas antes que pudesse aprofundar o beijo a porta foi aberta e Fredo entrou falando algo que eu não fui capaz de ouvir porque por reflexo e impulso cai pra trás no chão com Justin em cima de mim.

A cena deve ter sido hilária para observadores alheios a situação, mas para mim foi vergonhosa e constrangedora.

Eu e Justin olhamos para a porta e Alfredo nos olhava segurando o riso.

– Não é o que você tá pensando. – Justin disse ainda por cima de mim.

– Não. Claro que não. Eu? Eu não to pensando em nada. – Alfredo segurava o riso.

– Sai de cima de mim eu traste! – disse alto empurrando Justin de cima de mim.

Ele rolou de cima de mim e me levantei em um pulo, um tanto desajeitada. Passei a não pela boca e passei por Alfredo raivosa e nervosa.