História Give You What You Like - Ocorrência oito

《Baekhyun on》

Eu odiava cemitérios. 

Para mim, era um local onde íamos com a esperança de que um dia a pessoa morta voltaria a viver. 

Mas não é assim, elas não voltam.

Olhava o túmulo bem feito dos meus dois melhores amigos e sorri, acariciando aquela pedra fria que formava a lápide. Eu que pedi para fazerem um túmulo duplo. Eles nasceram para ficar juntos, ficariam juntos até o fim então.

- Baekhyun ... Precisamos ir. - senti Chanyeol pegar em meu ombro e estremeci 

- Sim ... Precisamos. - coloquei ambas as alianças que eu segurava em uma caixinha que mandei colocarem ali, no meio dos dois. 

Já faziam dezesseis dias que Chen fora encontrado morto e, por incrível que pareça, não houve mais assassinatos, queixas ou qualquer B.O aberto no caso "J" depois daquilo. E quando se passaram exatos onze dias, Heechul recebeu uma mensagem do assassino. 

Pensamos: ele pulou a letra "I"? Será que quando alguém se entrega de bom grado ele pula alguma morte? Procuramos qualquer pessoa ligada a Park Jimin com o nome começado por "I" mas não achamos registros.

Exceto um colega de classe do jardim de infância: Ihyun, um dos que praticava bullying com Jimin no colégio e Hoseok conhecia bem aquela pessoa. Porém, ele estava bem, morava na Irlanda com alguns amigos, não podia ser morto aqui na Coréia.

Eu e Chanyeol passamos pelos túmulos mais altos perto da saída do cemitério e eu vi um que me chamou a atenção mais no fundo: era completamente em granito negro, escuro, macabro. Tinham flores vermelhas espalhadas pelo vento por toda sua extensão e uma carta em papel pardo embaixo do buquê. Me aproximei e Chanyeol segurou meu pulso.

- Pode ir na frente Yeol ... Eu vou dar uma olhada ali primeiro.

- Não demora Baek. Te espero no carro.

Assenti sorrindo e fui em direção ao túmulo de granito e olhei a lápide com letras garrafais brancas.

                                                               Park Jimin

                                                             1992 - 2013

- Então você está aqui ... - passei meus dedos pela lápide gélida - Porra Jimin, porque tudo tinha que ser tão difícil? Porque não chegou e conversou? Pediu desculpas? Tem ... Tem agora alguém matando para te vingar e eu sei que não faria isso.

O vento bateu forte mais uma vez, espalhando cada vez mais as pétalas vermelhas pelo túmulo negro. Respirei fundo e olhei a carta em papel pardo ali, agachando e pegando o papel.

" Hoje foi mais um daqueles dias monótonos. Saí de casa, fiz o que tinha que fazer ... Ah nem foi divertido você sabe. Não consigo olhar para você e não deixar de pensar: céus, como é lindo. Desconfiam de mim meu amor, ah mal sabem eles! Há uma doce Luz no silêncio."

- JungKook

Eu sabia que JungKook amava o Jimin. Mas eu não tinha entendido porra nenhuma daquela carta. A fotografei algumas vezes e me virei para voltar quando dei de cara com o zelador do cemitério.

- Ah caralho! - levei minha mão esquerda ao peito - Quer me matar?

- Me perdoe senhor - o zelador sorriu - Desculpe incomodar ... Mas é parente da pessoa que jaz ai?

- Não tem problema senhor, me desculpe também, e eu sou ... Um velho amigo - sorri - Porque?

- Ah é que eu já me acostumei com apenas uma pessoa visitar este túmulo semanalmente - o mais velho disse encostando se em uma lápide ali do lado - O garoto das flores escarlates.

Novamente o vento veio forte, bagunçando meus fios loiros. Olhei as pétalas vermelhas dançando ali e logo voltei a olhar o senhor.

- Garoto? Pode me contar melhor senhor?

- Claro! Ah .... De dez em dez dias, um garoto de cabelos negros vem visitar o túmulo e traz sempre flores escarlates e uma carta em folha parda. Fica um tempo no túmulo, canta ... E se vai, deixando os objetos ali.

Engasguei com a minha própria saliva. 

- Dez dias? Exatamente assim?

- Ah .. Não. De vez em quando vem depois de onze, doze ... Mas não passa de treze. Eu já li as cartas. Acho bonito, são sempre falando da vida do garoto e tem uma frase no final.

Minha visão já girava. Tentava entender aquilo tudo e juntar com os fatos que eu já tinha mas era informação demais.

- Jeon JungKook ... - olhei o túmulo - Obrigado pelas informações senhor. 

- Disponha. E volte para visitar quem ama senhor.

Assenti e saí rápido do cemitério, voltando para o carro de Chanyeol e entrando no banco do passageiro.

- Você demor ... Baekhyun que cara é essa?

- Eu acabei de descobrir uma coisa escrota Chanyeol. E acho que resolve metade do caso com apenas dois fatos.

                                                   ╠ﻬﻬ •⨘• ﻬﻬ╣ 

Passou se cinco dias. 

Cinco dias que eu resolvi ir para a casa do Luhan me concentrar e colocar tudo no papel, porque em casa eu não faria isso. Heechul fora atacado no décimo dia, no caso ontem, depois que recebera a mensagem.

Encontrou uma caixinha vermelha dentro de seu carro e achou estranho,  principalmente depois que viu uma figura encapuzada o observar da lateral do estacionamento da delegacia. Saiu rápido do carro e em questão de segundos o veículo explodiu. Mas a sorte maior de Heechul é que ele não fechou a porta. Porque se fechasse ... não conseguiria abrir mais, ela estava sabotada. Depois disso, mandei Aya para a casa de Soo e Sehun para a casa de Chanyeol e claro que Luhan queria me matar pela fato dele ficar sem sexo.

Foi mal amigo, nossas vidas são mais importantes.

- Baekhyun ... Você precisa comer.

- Agora não. Espera.

- Mas que desgrama! Você vai enlouquecer fazendo isso Baek, já são sete horas! Eu vou jogar aquela pizza fora!

- Ah mas fica calmo! Estou acabando ...

O rosado chegou ao meu lado e olhou o traçado detalhado que eu tinha feito no papel.

- Não entendi porra nenhuma.

- Assim Lu - apontei para o começo onde dizia "Jimin" - Jimin foi morto, não se suicidou. Isso explica JungKook ir todos os dias que mata alguém visitar ele e deixar as rosas e a carta. A frase no final contém a inicial do próximo, por exemplo, "Há uma doce luz no silêncio", começa com "H", isso indica quem ele vai matar e se ele pulou alguém. Mas tem uma coisa que me incomoda ...

- Você me dá raiva com essa lógica - Luhan riu - O que seria? 

- Sehun. Quando Sehun recebeu o ataque, o assassino sabia que ele tinha relatórios para fazer e que Chanyeol provavelmente pediria para terminar. Também sabia que eu e Soo tinhamos chegado à delegacia e que fomos analisar a cena de morte da Taehyung. 

Luhan arregalou o olho.

- O que tá querendo dizer Baek?

- Que tem mais de um assassino Lu. E eu acho que ele está dentro da delegacia. Ou o assassino quer que pensamos assim para brigarmos e não o pegarmos 

Trocamos olhares receosos quando alguém toca a campainha. Luhan logo atende a porta e vejo que era o porteiro do prédio, com as cartas do mês em mãos. Não demorou ali enquanto eu observava os dois conversarem, logo voltando para meu encontro e sentando ao meu lado no sofá.

- Bem ... Sehun, Sehun ...  - ele folheava as cartas e vimos um envelope vermelho aparecer - Mas o que? 

 - É para Gremory? - olhei o envelope que só tinha o destinatário -  Ela provavelmente está na faculdade agora ... Esperamos ela chegar?

- Porra nenhuma, eu vou abrir!

O rosado abriu o envelope e pegou o papel também vermelho que havia ali dentro, o desdobrando e lendo o que estava escrito.

- Ah meu Deus ...

- O que foi? - levantei assustado, mas Luhan não respondia - Luhan que caralho, me dá isso!

Tomei o papel do maior ao meu lado e li as letras em tinta negra, escritas com a mesma caligrafia da primeira carta que Gremory tinha recebido antes pela Aya.

" Sei que adora meios românticos e rebuscados pequena, então seguirei seu desejo. Você é o próximo

  - J"

Meu coração palpitou.

- Luhan pelo amor liga pro porteiro e pergunta como essa porra parou lá!

- Liga você lá na portaria que eu ligo para Sehun e Chanyeol, Baek  ... VAI!

Saí correndo e obedeci Luhan, discando na portaria e esperando até escutar a voz do outro porteiro.

# Pois não Sr. Baekhyun?

- Sr. Kihyun, tem como me dizer quando e quem deixou essa carta vermelha ai na portaria? 

# Bem ... era um cara de capuz e máscara meia face, bem estranho sabe, saiu de um carro com outro cara vestido igual. Apenas deixou aqui ontem à noite, depois das onze falando que era para o apartamento do Sr. Sehun.

- Ah caralho ... Obrigado Sr. Kihyun!

Desliguei tentando lembrar do horário que Heechul fora atacado ontem. 

- Oito ... Oito da noite.

E saí correndo, apenas puxando Luhan, que ainda falava no celular já chorando,  pelo pulso e pegando meu sobretudo.

- Baekhyun porra!

- Não dá tempo, Luhan! Fale para eles irem agora para a saída da faculdade dela!

O rosado assentiu e falou para todos seguirem para onde eu mandei enquanto eu o puxava para o carro.

Correndo com medo de chegar tarde demais

《Baekhyun off》

《Narrador on》

- Até amanhã!

A loira sorriu e acenou para um grupo de garotas do outro lado da rua. Suspirou e olhou para frente, logo tateando o bolso procurando o telefone.

- Será que Heechul está bem? - pegou o aparelho e viu as horas - Hm, ele deve estar ... - discou para o namorado e esperou atender enquanto andava tranquila pela calçada, vez ou outra se equilibrando no meio fio e rindo quando perdia o equilíbrio.

E foi ai que algo a puxou com força. O telefone caiu e a garota se assustou, sendo arrastada para um espaço entre duas lojas de conveniência que tinha ali naquela rua.

- Aigo, isso dói, me solta! - falou agoniada com o aperto em seu pulso mas o que tinha a puxado a pegou pelo pescoço e a apertou contra a parede desta vez.

- Não viu a carta Gremory? Oh que pena, querida ...

- C-carta? Me solta e-eu não consigo respirar ...

- É, carta. A carta que eu dizia que iria te matar hm? Já que seu namorado babaca escapou, você morre agora. - levantou a garota pelo pescoço

Gremory balançava as pernas desesperada, tentava se soltar mas o assassino era forte. era quase impossível ela brigar com ele em questão de força

- P-por favor ... - a garota implorava olhando nos olhos do maior que a apertava cada vez mais. Começou a reconhecer os traços do rosto, a cor dos olhos, o jeito do cabelo, a pele ... - N-não pode ser ... V-você ...

- Tem algo para me dizer, Gremory?

- Solta ela, filho da puta!

Uma terceira voz ali fez o assassino encapuzado se assustar e afrouxar a mão ao redor do pescoço da menor. A abraçou por trás, ainda segurando a pelo pescoço e encarou o grupo de pessoas que o encarava ali: Baekhyun, Luhan, Sehun e Chanyeol.

- Oh,  mas olha quem desceu das alturas para se misturar com a ralé. 

- Solta - Baekhyun falou se aproximando e fazendo o recuar - Anda, aqui é sem saída, você não tem como fugir.

- Não Baekhyun, você não tem como fugir. Já eu ... - olhou para trás e riu - Ah, como são idiotas

O assassino encarou de volta por um tempo e suspirou, dando indícios de que ia soltar a garota. Mas ao invés disso, tirou um canivete do bolso e em um movimento rápido, o raspou com força e lentidão no pescoço de Gremory, a fazendo gritar.

- NÃO!

- GREMORY!

Largou a loira que caíra de joelhos começava a se ensopar de sangue, correndo para o final do beco e entrando em uma porta que tinha ali.

- Vão atrás deles agora! - Baekhyun gritou para Sehun e Chanyeol, correndo ao encontro de Gremory que respirava afoita. Apertou o ferimento do pescoço e pediu para Luhan o ajudar

- Já liguei para a ambulância, eles estão perto - o rosado apertava o pescoço da menor com cuidado - Aguente Gremory!

- H-hyung e-eu sei quem ... - a loira tentava falar - Eu s-sei ...

- Gremory não fala! Vai sangrar mais!

- M-mas eu s-sei quem est-tá matando! E-eu o reconheci e-eu ...

Baekhyun e Luhan trocaram olhares desesperados enquanto tentavam parar o sangramento dali da melhor forma possível.

E Gremory ao falar aquilo, perdeu os sentidos, ao som da sirene da ambulância.

《Narrador off》