História Giving me a chance - Momentos

Maria Coleman P.O.V

 

 

— Você com certeza deveria participar. —Agatha falou pela milésima vez, em menos de uma hora.

 

— Só se for pra interpretar uma árvore e não falar nada, nem cantar, nem dançar, só ficar parada . — Disse bem humorada.

 

— Para de palhaçada garota. — Ela riu me dando um leve empurrão.

 

— Você que deveria participar, com certeza você se dá bem com o público, é engraçada e é boa de memória. — Joguei uma leve indireta, pelo nosso passado.

 

— "Só se eu for uma árvore..." — Agatha tentou imitar meu jeito de falar.

 

— Hey, eu não falo assim. — Fiz cara de emburrada, mas logo soltei uma gargalhada.

 

— Vamos sair hoje? — Agatha perguntou com o olhar de cachorro pidão.

 

— Hoje é a minha primeira consulta no psicólogo, não tem como. — Olhei para ela meio envergonhada. Eu adoraria sair com ela, a tanto tempo que não sei o que é diversão.

 

— Que horror, esse é o seu nível de desculpas para não sair num rolê? — Ela me olhou fingindo estar indignada colocando a mão no peito.

 

— Claro que não garota, é sério.

 

— Eu sei, então amanhã a gente se vê, até Maria.

 

— Até.

 

Fui andando para casa, percebi que o tempo estava bonito, com um sol e uma brisa gostosa que deixava tudo bem aconchegante, cheguei a fechar os olhos para sentir a vibe do momento, quando escutei alguém me chamando. Logo me virei e vi Justin, oK, o que você esta planejando fazer hoje destino?

 

— Maria, oi. — Ele falou meio ofegante já que estava correndo um pouco.

 

— Oi. — Com as sobrancelhas levemente levantadas, olhei para ele meio desconfiada.

 

— Você vai se inscrever pro teatro? — Ele me olhou fixamente.

 

— Não sei ainda, fiquei com nota baixa em química nesse bimestre, então talvez eu precise, e você? — Dei de ombros, dando uma rápida olhada nele, um pouco sem graça por essa conversa estar acontecendo.

 

— Acho que também vou, mas o meu motivo é que recebi suspensão dos futuros jogos por causa de umas confusões e eu preciso jogar, aquilo não brilha sem mim. — Ele falou convencido, me fazendo rir.

 

— Você é convencido né? — Nós dois rimos, e seguimos o caminho até minha casa em um silêncio, um puta silêncio chato. — Bom, se a sua intenção era me acompanhar até em casa, então está feito. — Falei parando na porta da minha casa.

 

— Ah sim, então tchau. — Acenou para mim e voltou a correr sem nem esperar eu me despedir também. Parecia que ele não morava longe da minha casa.

 

Essa aproximação dele com certeza foi estranha.

 

 

{•••}

 

Novamente me encontrava nervosa, no hospital, esperando desta vez do lado de fora da sala do Doutor Marcus, era com certeza agoniante toda aquela espera.

 

— Maria, doutor Marcus está a sua espera. — Alguém falou pela rádio, me assustando, me levantei e fui até a porta dá sala de Marcus, bati na mesma escutando um "entre" e foi o que eu fiz.

 

— Não iremos ficar aqui, sua consulta não vai ser diretamente comigo. Me siga, por favor. — Ele abriu uma porta que não havia reparado que existia, na primeira vez que estive lá, nos levou direto ao jardim de trás do hospital.

 

Vi várias pessoas ali, algumas com roupas brancas e outras com roupas "normais" assim como eu.

 

— Minhas consultas nunca serão do mesmo jeito, não vai ser sempre que viremos aqui, porém como é seu primeiro dia achei que seria importante uma apresentação de boas vindas de todos que passam por momentos iguais aos seus, já que vocês a partir de agora irão se ver muitas vezes. — Concordei com a cabeça, ainda sem saber o que falar.

 

Era com certeza um lugar lindo de vista, ainda estava com o mesmo tempo de sol e ventinho, deixando o clima menos pesado e com mais leveza. O jardim dali era bem florido, com flores de todas as possíveis cores, parecia que até elas queriam me dar boas vindas.

 

— Bom galera essa daqui é a Maria. — Doutor Marcus, falou um pouco alto chamado a atenção de todos. — A partir de hoje estará aqui conosco, e dependendo dela, pode ser por muito ou por pouco tempo. Então a tratem bem! — Ele falou colando a mão nos meus ombros, me fazendo chegar um pouco pra frente.

 

— Hello novo rosto, sou Luke, irei te apresentar todos. — Ele nem esperou eu lhe responder, já foi logo puxando minha mão, me levando para perto de todos que tinham ali, me apresentando a cada um deles.

Conheci Hellen, Márcia, John, Ygor, Lucas, tantos nomes que nem sei se lembrarei de todos depois. Porém parei de lhe dar um pouco de atenção, quando vi um menino escondido atrás do tronco de uma árvore.

 

— Quem é ele? - Falei apontando discretamente para o menino, ele tinha os cabelos pretos que só consegui ver porque estava grande, o rosto ficava meio escondido pelo cabelo e pelo grande capuz que ele usava. Luke me levou, mais próxima dele, assim que acabou de me apresentar todos que estavam por ali.

 

— Bem, Archie essa é a Maria, uma nova integrante. — Archie saiu de trás dá árvore, me possibilitando lhe ver um pouco direito, me estendeu a mão e eu apertei.

 

— Como ele já disse sou Archie, seja bem vinda!

 

Justin Bieber P.O.V

 

 

 

Ultimamente, não sei no que prender a minha atenção, na tentativa de conseguir um papel que fizesse voltar a jogar ou na Maria e em tudo o que ela faz.

 

Estava perto de me inscrever pro teatro, e ela estava na minha frente parecia feliz de novo, e desde ontem ver ela sorrir me faz querer sorrir também. Acho que estava fascinado por ver ela tão presente agora, parecia que eu via uma menina que eu só conhecia o nome se revelando mais e mais, o que esta sendo lindo.

 

Tentei observar no que ela se inscreveu pra tentar fazer também, ficar próximo dela. Me surpreeendi quando vi personagem principal, nunca imaginária, pensei que ela gostaria de ser alguém que não fosse ter muita visibilidade. Porque eu não poderia tentar também o papel principal? O tema do teatro seria uma releitura do "ritmo quente", o que não e ruim para mim, já que amo esse filme.

 

Me inscrevi, me arrependendo logo depois de meros segundos, querer ser o personagem principal é loucura! Parei pra pensar em quantas pessoas vão tentar esse papel e que com certeza vou ser zoado pelo resto do meu ano escolar, se eu for muito vergonhoso na performance talvez até pela minha vida toda, imagina eu com filhos e os caras do time rindo na minha cara " Em 2017, foi muito engraçado seu pai rebolando no palco.", deveria ter me inscrevido para a árvore mesmo.

 

Fui para o refeitório tentando encontrar onde a Maria estava sentada, tentei não parecer tão "desesperado" a procurando, mas foi em vão pois os caras logo ficaram no meu pé curiosos para saber quem eu procurava, me fiz desentendido, deixando pra lá a tentativa de achar ela.

 

 

 

[•••]

 

 

Finalmente em casa, depois de comida não existe nada melhor que o conforto do lar. Isso não posso negar!

Porém, esse conforto não era o que eu buscava agora. Levantei, e fui para a rua correr, pensar em algo diferente.

 

Começei a correr, quando vi Maria, parecia que ela iria correr também, não perderia a oportunidade de me aproximar dela. É agora ou nunca!

 

— Oi. — Falei assim que consigo chegar perto dela.

 

—- Oi. — Ela disse sorrindo para mim, maldito sorriso!

 

— Posso te acompanhar?

 

— Claro, irei até a montanha com a vista para a cidade, está disposto a ir? — Perguntou com um tom de voz que parecia duvidar de mim.

 

— Claro que sim. — Então começamos a correr nós dois juntos, na mesma velocidade e harmonia.

 

 

 

[•••]

 

 

Por que diabos, eu fui aceitar subir essa montanha? Ela estava lá na frente, correndo bem plena, com os cabelos ao vento e eu estava tentando parecer o mais "homão" possível. Finji não estar morrendo a cada passo que eu dava subindo aquele maldito morro.

 

— Anda Justin, estamos quase lá! — Olhei pra ela e parece ser muito fácil subir aquilo de boa.

 

Quando finalmente chegamos, eu agradeci, agradeci primeiramente por chegar vivo e segundamente pela vista.

 

— Uau. — Estava com certeza maravilhado pela vista.

 

— É incrível não?! — Maria falou me fazendo a olhar, vi ela sentando em uma pedra, acompanhei ela sentando bem ao seu lado, olhando agora bem de perto seu cabelo voando com o vento que não estava frio, estava na verdade um vento bem gostoso para o momento.

 

— Com certeza, como descobriu aqui? — Eu realmente estava encanto por toda aquela vista.

 

— Através da minha mãe. — Ela respondeu isso e o silêncio pairou entre nós, não um total silêncio, já que dava pra ouvir o som de carros e folhas de árvore se mexendo.

 

— Você é linda. — Falei olhando para ela, colocando uma mecha de cabelo atrás da sua orelha. Então ela me olhou e aos poucos fui me aproximando cada vez mais dela, quando percebi estavamos a algums centímetros de distância. Estavamos tão perto, eu estava tão perto quando o celular dela tocou, fazendo com que eu me arrependesse de não ter sido rápido o suficiente.

 

 

 

[•••]

 

 

 

O clima ficou chato depois daquele momento, ela não queria me encarar, eu me sentia um idiota por ter deixado a oportunidade passar. Fomos para o mesmo caminho, até que chegassemos a casa dela.

 

— Maria não quero que a gente fique nesse clima ruim, se você quiser esquecer o que aconteceu eu vou te entender, mas não te prometo que vou esquecer também — encarei seus olhos. — Quero que a gente de uma chance para o agora, podemos ser amigos ou seja lá o que a gente quer, você topa?

 

Ela parou por um tempo parecendo pensar, fiquei pensando se seria um sim ou não, já que ela estava demorando pra responder. Então ela sorriu e respondeu.

 

— Eu topo. — estendeu a mão para mim, só que eu fui mais rápido lhe abraçando, ela pareceu estranhar um pouco mas logo me abraçou devolta. — Agora você terá que me aguentar, porque não irei te largar mais.