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História Glass Reality - Do Kyungsoo


Escrita por: Hyrulian

Capítulo 3 - Do Kyungsoo


- Do Kyungsoo -

Eu não via a vadia bailarina há 3 semanas e isso tava me deixando mais tranquilo que minhas sessões de relaxamento antes do treino individual. Um outro professor de balé substituiu ele e agora dava as aulas que furava.

Eu não entendia por que Kris ainda não tinha mandado ele pra fora. Novato, trabalhando há 1 semana e falta 3 seguidas? Se fosse por mim já estaria na rua.

 

- Pensando em que, sensei? - a voz debochou na última palavra e olhei para sua direção.

 

- Ah, vai a merda - falei e vi ele rir da minha cara - Some daqui antes que seus germes contaminem a sala.

 

- Você já está aqui então não tem como ficar pior - rebateu e acabei rindo junto.

 

Oh Sehun era mais novo e, apesar de fazer dança e todas aquelas coisas de menina, acabei me gostando dele.  Tinha um jeito estranho que acabei me apegando. De primeira achava que era só mais um viadinho como aquele outro, mas ele me explicou que só tava fazendo aquilo tudo por que precisava do dinheiro e gostava mesmo. Nada das mesmas coisas de bicha do outro - aqueles papos de alma e o caralho a quatro que tinha ouvido dos alunos.

Duvidei bastante no início, mas Sehun me mostrou a foto de sua namorada um dia - que era muito bonita, aliás.

 

- Vai almoçar aonde hoje? - perguntei guardando a faixa na sacola e ajeitando o kimono. Estava vestindo roupas pretas e simples, naquele dia sairia mais cedo. Precisava.

 

- Marquei com Luhanne - ele falou sorrindo daquela forma estranha, que fazia seus olhos sumirem e a boca tomar conta de quase todo o rosto, mas dessa vez parecia como se tivesse contado uma piada, algo interno que só ele sabia.

 

Esse garoto era muito estranho.

 

- Tudo bem, irmão. Eu tenho algo marcado também, de qualquer forma - falei acenando com a cabeça e me afastando, vendo-o acenar com a mão.

 

Sai da academia direto pro carro, jogando a sacola que usava pra guardar os equipamentos do treino em qualquer parte, ajeitando o espelho e ligando a música. Seria um dia longo, mas eu precisava fazer aquilo.

Engatei a marcha e pisei fundo, colocando o carro na estrada. Olhei rápido para o relógio que tinha no painel e faltavam só 10 minutos para a hora.

 

- Ai cacete - rangi os dentes e pisei ainda mais fundo no acelerador, passa do pelos carros que tavam no meu caminho.

 

Se eu me atrasasse estaria fudido.

Demorei um pouco, mas finalmente vi as paredes de mármore branco se erguerem e digitei rapidamente a senha, o portão de metal deslizou na mesma hora e eu mal havia esperado ele abrir todo e já tava entrando.

 

3 minutos.

Eu precisava entrar na casa.

 

Deixei o carro na frente, joguei a chave para o primeiro que apareceu e mal olhei na cara de quem vinha me receber. Não tinha tempo para aquilo.

Quando finalmente entrei na sala de jantar, todos já estavam lá, ainda de pé e olharam pra mim quando abri a porta e fiquei na cadeira que era minha.

 

- Querido - omma falou sorrindo e eu acabei retribuindo, vendo ela olhar para o relógio na parede - Atrasado - falou em tom reprovador, mas manteve o sorriso.

 

Olhei para o relógio e vi que ela tava certa. 2 minutos.

Puta que pariu.

 

- Omma...

 

- Você não está tentando me responder, não é? - ela perguntou e eu engoli a seco.

 

- Não - disse contido

 

Ela e todos que estavam ali me observavam, esperando que eu fosse cumprir a penalidade. Respirei fundo, mas sem que eles percebessem - se não iria ser pior - e fui até o canto da sala de jantar, do lado direito, e olhei para os pontinhos brilhantes que estavam sobre o pano branco.

 

- Não esqueça dos sapatos, Kyungsoo - o General disse e, como tava de costas, me permiti morder os lábios para não deixar as palavras saírem da minha boca - E se vire. Faz tempo que não olho pra sua cara - completou rindo e os outros na mesa acompanharam.

 

Desfiz minha expressão, mantendo-a serena como sempre e retirei os sapatos, me virando logo. Pisei sem hesitar nos pequenos pontos e andava vagarosamente em cima deles, sem sair do lugar.

 

- Como foi seu dia, General? Estava ansioso para saber - Minseok perguntou e senti vontade de revirar os olhos. Falso da porra.

- Treinamos o novo caça. Ele tem um alcance ainda maior do que aquelas malditas latarias dos do outro lado- General falou e gargalhou - Quero ver sobreviverem aos ataques agora - falou enfiando a carne na boca e, por um segundo, pensei se ele não tava imaginando que eram os sul-coreanos em sua boca, pela raiva que botava em seus movimentos.

 

- Pensei que a barreira fosse só para defesa - Luhan comentou enquanto segurava o garfo na frente de sua boca.

 

- O que está querendo insinuar, LuHan? - omma perguntou com um pouco de horror na voz e vi meu irmão revirar os olhos.

 

- Me poupe, eu só comentei..

 

- Kyungsoo, pode sair. LuHan, cumpra o que falta dele e mais 10 minutos por insolência - nosso pai ditou e na mesma hora sai de cima do pano.

 

Alguns dos pequenos cacos haviam entrado em meus pés, mas eu sei que é melhor deixar eles ali por enquanto. Se abaixasse para tirar ia ser mais uma penalidade.

LuHan passou por mim e consegui sentir um cheiro estranho nele. O encarei e ele só me olhou de volta, indo pra cima dos cacos vermelhos que eu estava antes.

 

- Seus irmãos estão impossíveis, Minseok - omma falou e eu tava indo me sentar quando recebi um olhar dela - Nem mesmo você, Kyungsoo - ela disse - Mas não sei por que ainda achei que, depois do treinamento e dos prêmios você iria mudar

 

- Não importa o quando eduquemos, eles sempre serão isso - o General completou e nós nos limitávamos a ouvir, como todas as outras vezes - No quartel dizem que o primogênito é sempre o maior orgulho. Eu defendia esses outros dois, mas era verdade - pausou para dar mais uma garfada - Kim Minseok - falou demonstrando orgulho, coisa nada comum para ele.

 

- O legitimo - omma pareceu completar - Foi realmente um erro trazer esses seus outros... não sei ao menos como chamar isso - ela olhou para mim e Luhan, me deixando confuso - Deveria ter deixando-os com as putas do cais.

 

Eu estava muito confuso e via que não era o único. Até mesmo Minseok, aquele mimado bajulador, parecia não estar entendendo.

O General só olhava pra omma com uma expressão de raiva e eu sabia que não ia acabar nada bem.

 

- Estou casado com uma mulher ou um dos meus marinheiros? - ele cuspia as palavras e omma baixou a cabeça na mesma hora - Olhe para mim - mandou e ela levantou a cabeça na hora -- Quem eu fodo ou não, não te interessa. Muito menos quem eu trago para essa casa, por que quem manda aqui sou eu, ou já esqueceu? - ele estava inclinado na mesa, frente a frente com ela, que balançava a cabeça várias vezes, confirmando.

 

O General lançou um último olhar antes de voltar a comer e eu percebi que não ia acabar ali. Ele iria esperar. Esperar para que não estivéssemos lá pra dizer tudo o que queria mesmo.

 

LuHan ficou quase meia hora em cima dos cacos e eu conseguia perceber que, apesar de seu rosto se manter firme, seus olhos estavam cheios de lágrimas.

Eu me inclinei um pouco pra ele, estava praticamente do meu lado, e senti de novo aquele cheiro.

 

 Mas que porra de cheiro é esse?

 

Eu o encarava com a testa franzida e sabia que ele percebeu, só não me encarava de volta.

Algumas lágrimas chegaram a descer de seu rosto e eu revirei os olhos, enojado.

Será que não tinha mais um homem de verdade, além do meu pai e meus alunos na academia, ao meu redor?

 

Isso me fez lembrar da vadia e olhei animado para o General, esperando ele me dar permissão para falar. Ele talvez fosse gostar de saber o que aconteceu, talvez até mesmo omma.

Quando ele finalmente terminou de comer e viu que estava olhando para ele, acenou com a cabeça e eu pude falar.

 

- Há 4 semanas o diretor da academia abriu um espaço para "artes"... - comecei a narrar e não me preocupei em contar exatamente tudo, até a parte que eu deixei as costas do novato baterem no chão, sem poupar dessa vez.

 

O General gargalhava ao final da minha narração e eu sorria abertamente. Minha mãe fazia o mesmo e eu não ligava pra o que os meus irmãos estavam pensando, mas deveria ser o mesmo que todos nós, já que fomos criados do mesmo jeito.

- Meu filho acabou de renascer - o General disse orgulhoso e parecia muito satisfeito - É uma pena que não tenho batido mesmo nele - ele falou e o olhei sem entender - Ora, filho, isso foi só um aviso, não foi? Ou vai me dizer que derrubá-lo no chão é seu jeito de dar uma surra? - perguntou debochado e ouvi uma risada abafada de Minseok e omma, Luhan permanecia calado ao meu lado.

 

Apertei as mãos por baixo da mesa, mas mantive o sorriso no rosto. Se eu mostrasse que tava nervoso ia ter que voltar pro pano.

 

- Não, General. Vou somente um aviso - confirmei.

 

- É melhor que ele não apareça de novo - o General disse ficando com mais raiva - Deveriam abortar esse tipo de coisa. Não deveria nem mesmo ser gerado - ele levantou o olhar para mim, seguindo para Minseok e depois Luhan - Venha para cá, Luhan - ele esperou até que ele sentasse na mesa e continuou - Eu criei vocês homens e vocês são homens. Não é por que esta tendo infestação de bichas por ai que vocês vão começar a agir como essas mulherzinhas.

 

- Prefiro que o senhor me mate, General, do que me tornar uma... uma... coisa dessas - Minseok disse e eu percebi que era uma das raras vezes que ele falava sério. Seu rosto estava contorcido e os olhos decididos.

 

- Digo o mesmo, General - afirmei e ele olhou para mim, assentindo.

 

Um silêncio se fez presente e todos olhamos para o único que faltou dizer algo.

Luhan permanecia calado, a cabeça baixa enquanto tirava os cacos que tinham entrado no pé. Limpei a garganta e ele levantou rapidamente os olhos, vendo que estávamos o encarando. Suspirou alto e parou o que tava fazendo.

 

- E se eu tivesse um filho gay, General? - ele perguntou e todos pareceram congelar.

 

O General se levantou e bateu mesa, quase quebrando ela.

Na real.

 

- O QUE ESTÁ QUERENDO DIZER COM ISSO? - ele gritou e senti todo meu corpo querer encolher. Olhei para o lado e Luhan mantinha sua expressão séria.

 

Essa porra de garoto é retardado.

O que ele pensa que está fazendo?

 

- Por que, papai? Isso ia ferir a árvore máscula da nossa maldita família de mer...

 

Ele não terminou, por que o General o bateu tão forte no rosto que a cadeira o derrubou para trás. Eu e Minseok nos precipitamos, mas o General levantou a mão e permanecemos no mesmo lugar. Omma olhava tudo com aqueles olhos arregalados, apesar de eu não saber se estava mesmo surpresa.

 

- O QUE VOCÊ IA DIZER? - ele perguntou e já estava ao lado do espaço que meu irmão ocupava no chão - Vamos, pode dizer. Diga - o General disse sem gritar, mas todos sabíamos que aquilo não era mesmo uma permissão.

 

- Eu ia dizer - Luhan falou e acabou parando para cuspir, saindo um pouco de sangue. Ai caralho - Que nossa família é uma merda - falou de uma vez e vi nosso pai agarrar ele pela blusa e arrastar pelas escadas.

 

Demorou alguns segundos para eu lembrar o que o General fazia nesses momentos de rebeldia.

Suspirei fundo, agora quem estaria no comando de levar o almoço era aquele cu do Minseok. Paciência.

 

Voltei a comer, mas antes de colocar o garfo na boca o mais velho me segurou.

 

- Kyunggie - ele chamou baixinho e eu vi que omma não estava mais ali, como esperado - Temos que fazer alguma coisa, por favor - pediu e vi que estava nervoso, ficou olhando pra mim e depois pra cima, onde o General ia aplicar a punição de Luhan - Dessa vez eu acho que o pai...

 

- General -  corrigi, mas ele não tava ouvindo.

 

- ... Vai matar o Luhan - completou

 

Eu tirei meu braço daquela mão imunda e bufei.

 

- Que mate, melhor do que ter esse dá cu para estragar o trabalho que nossa família teve até agora

 

Minseok me olhou como se eu fosse um animal e eu larguei os talheres, segurando a gola da blusa que ele usava.

 

- Tá me olhando assim por que, bajulador do caralho? Até parece que se importa

 

Minhas palavras atingiram ele em cheio, sua expressão ficou mais calma e ele me empurrou, mas eu não soltei.

 

- Ele é seu irmão, babaca - Minseok rebateu e eu só consegui rir

- Você tá maluco mesmo - me levantei. Os gritos já tinham começado e eu não ia ficar ali ouvindo aquele barulho de puta sendo fodida que Luhan fazia quando apanhava - Nenhum de nós é irmão. Muito menos somos do mesmo pai- fiz uma pausa e ri da cara que ele fazia - Achou mesmo que o General tava dizendo a verdade? Vai ver nem seu pai ele é. Vê se acorda, Minseok - terminei e fui para a saída.

 

Omma estava na ponta da escada, olhando para cima. Ela parecia realmente preocupada e isso me irritou.

 

- Se está com pena vai você e esse viadinho para fora dessa casa. Já basta desse cu doce de vocês

 

Foi a última coisa que falei antes de bater a porta e sair. Nem tinha visto ou ouvido o que ela ia me responder e nem queria.

Tava pouco me fudendo.

 

Cheguei no carro e tirei o sapato que usava. Ainda tinha uns cacos enfiados no meu pé, mas eu não posso tirar na frente deles. Arranquei os maiores e depois os que eram mais curtos e voltei a calçar o sapato. Depois fazia um curativo melhor. Pelo menos dessa vez os ferimentos não iam me deixar sem participar das aulas ou dos treinos particulares.

 

Coloquei o carro na estrada e achei estranho um carro luxuoso passar pelo meu parecendo ir em direção a mansão do General.

 

- Talvez a puta chamou o cafetão para ir defendê-la - falei bufando com ainda mais irritação. Se tivesse mais paciência ficaria para assistir o show, mas não tava com cabeça para aquela merda.

Coloquei o carro na estrada e achei estranho um carro luxuoso passar pelo meu parecendo ir em direção a mansão do General.

 

- Talvez a puta chamou o cafezão para ir defendê-la - falei bufando com ainda mais irritação. Se tivesse mais paciência ficaria para assistir o show, mas não tava com cabeça para aquela merda.

 

Ia devagar para casa, meu pé ainda tava doendo e eu não podia ficar forçando.  Eu já tinha chegado no terreno do meu apartamento, estacionei e fui para o elevador de serviço, esperando chegar até o meu andar.

Senti meu bolso vibrar e puxei o celular de lá. Haviam 3 mensagens e eu destravei logo para ver o que era.

 

| MINSEOK |

Você sabe onde o LuHan está?

Um homem invadiu nossa casa, bateu no nosso pai e o levou embora sem dizer nada.

Pelo amor de Buda, Kyungsoo, responda isso assim que ler!

 

Me limitei a revirar os olhos e passar para a outra. Até parece que aquilo me interessava.

Se as duas bichas foram embora da casa, melhor para nós que não teriamos que conviver com aquilo, e menos trabalho ao General para colocá-lo na linha.

Se não o visse seria mais facil. O problema mesmo era se ele viesse falar comigo sobre isso.

 

| GENERAL |

Kyungsoo, precisamos conversar.

 

E a mensagem terminava assim.

Eu sabia, tava até achando estranho ele não ter mandado isso antes do bajulador lambedor de sacos do filhinho dele.

Fiz uma nota mental para não me esquecer de ligar para ele ainda hoje. Já sabia o que ele iria dizer e mandar, mas mesmo assim eu precisava da ordem e autorização antes.

Não podia mentir, estava até mesmo ansioso.

 

Comecei logo a ler a próxima mensagem.

O elevador parecia estar demorando séculos para chegar no maldito 12 andar.

 

| KRIS WU |

Kyungsoo, você sabe algo sobre Kim JongIn, o professor de dança? Ele não atende ao telefone e faz 3 semanas que não aparece no trabalho. Pensei que, por morarem no mesmo prédio, saberia alguma coisa....

 

Pare de ler a mensagem na mesma hora em que a porta de metal se abriu. Não era meu andar, era o 6 andar, e, na minha frente, usando roupas como as minhas, eu vi ele.

 

- Puta que pariu - falei e já sentia aquela raiva subindo sobre mim

 

- Isso só pode ser mentira - ele disse e eu senti vontade de bater de verdade naquela cara de viadinho que ele tinha.

 

Na minha frente estava, nada mais nada menos que aquela vadia imunda da academia, quem Kris queria tanto saber sobre.

 

Kim JongIn.



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