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História Glass Reality - Fim


Escrita por: Hyrulian

Notas do Autor


AI CARACA DESCULPA
TAVA DANÇANDO TT E QUANDO FUI VER A HORA JÁ ERAM 00:30
MEU DEUS

MAS ESTAMOS AQUI,ÚLTIMO CAP
ESPERO QUE GOSTEM

BOM CAPÍTULO

Capítulo 7 - Fim


- Do Kyungsoo –

Eu tinha acabado de invadir a casa da va... do JongIn e tava no seu quarto. Eu tinha acabado de sair da casa do General e deixado Minseok me esperando no térreo com o carro, mas eu ainda me sentia no dever de conversar com JongIn. Eu conversei com a cobra venenosa e vi que eu tinha agido como um lunático e precisa dar explicações para ele e para aquele garoto poste orelhudo.
Fiquei encarando ele por um tempo e ele só ficava me olhando com uma cara meio de choro, meio de assustado e eu tava sem saber o que fazer.

 

- Ah, fica tranquilo eu não vou... – Eu ia terminar de falar, mas alguém me empurrou.

 

Como eu tenho anos de treinamento, o máximo que aconteceu foi eu ir para o lado, mas a pessoa que tinha me empurrado tentou investir mais uma vez sobre mim. Eu via seus movimentos passarem como em câmera lenta em minha mente e só me limitava a desviar. Pelos traços do rosto daquele cara, ele deveria ser pai do orelhudo.
Mas o que diabos ele tava fazendo ali?

 

- APPA! – JongIn gritou e eu o olhei por um segundo, surpreso – PAREM COM ISSO – ele gritou mais uma vez e eu me desviei de outro soco do homem.

 

Nessa última vez segurei seu braço e quase apliquei um kosoto-gari, mas me parei no último segundo e só o soltei.
 
- Appa, por favor. Se controle – JongIn pediu tentando manter a voz mais calma, mas eu encarava diretamente aquele tal de pai dele e sabia bem que ficar calmo era a última coisa que ele pretendia ficar.
 
- Cala a boca, JongIn – eu percebi que tinha outro homem atrás do primeiro e senti uma raiva subir por mim. Além dele ter sido grosso, eu conseguia ver como aquilo parecia ter atingido o bailarino
 
- Quem é você pra falar assim com ele? – afrontei e o vi sorrir de lado
 
- O pai – respondeu e eu fiquei ainda mais confuso
 
 
O que tava acontecendo?
 
- Kyungsoo, esses são meus pais, Min... – JongIn falou um pouco incerto e eu não tive reação nenhuma. Nunca tinha visto um casal de bichas assim, tipo, juntos. Sei lá.
 
- Você não vai me apresentar para isso – o que tinha me socado falou. Nossos olhos não se desviavam, parecia que eu tava em um campeonato e aquela era o oponente da última luta. Era uma a mesma sensação e eu não gostava muito disso – Agora, você – ele disse apontando para mim – Vai sair daqui agora e ficar bem longe de todos nós.
 
Eu bufei, não consegui evitar
 
 
- Você tá me ameaçando, mas não conseguiu me acertar um soco até agora. Não acha que tá se achando demais, não? – eu tava me divertindo tanto com aquilo que até sorri ao final da frase, um sorriso de verdade.
 
 
Ele tentou vir para cima de mim de novo, mas o outro viad... o marido dele tentou segurar seu braço, mas o homem se afastou dele e veio para cima de mim. Dessa vez eu não consegui conter meu impulso.
Desviei de seu soco e o segurei pela camisa, puxando-o para baixo enquanto usava a perna para derrubá-lo.
 
Hiza-guruma
 

Eu sabia que o homem não saberia como cair, então o segurei pela blusa antes que atingisse o chão, soltando-o quando estava mais próximo e, assim, não iria se machucar.
 
- Kyungsoo! – JongIn chamou preocupado e olhava de mim para o seu pai, ou seja lá o que fosse, no chão.
 
- Ele tá bem. Não fiz para machucar – assegurei e o vi relaxar um pouco, apesar de ainda encarar o homem. Era bom saber que pelo menos ele sabia quando eu tava falando a verdade, seria mais facil assim quando a gente fosse conversar – Asshuji, eu vou acabar te machucando. Vamos parar aqui, ok? – eu disse fazendo uma pequena reverência – Você tem potencial. Podia aparecer na academia, te dou umas dicas - vi a cara indignada que ele tinha feito e prendi o riso.
 
Fui me sentar na cama de JongIn e o vi me encarar, ele parecia estar se divertindo, mas se reprimia ainda mais do que eu.
 
- Você tá melhor? O remédio adiantou? – eu perguntei e ele só balançou a cabeça confirmando – Você não tomou banho ainda, né? Tem que deixar ele pelo menos por um 24 horas no corpo, se não vai voltar tudo de novo
 
- Eu não tomei banho ainda – ele disse meio que reclamando e eu cheirei mais o ar, sentindo o fedor de suor.
 
- To percebendo – falei fugando com força para tirar o cheiro e ele me olhou revoltado
 
- Como se você saísse do treino cheirando a rosas, né, machão – ele ironizou e eu só revirei os olhos. Tava pouco me fudendo para aquelas brincadeiras agora, eu conseguia ver o que elas realmente eram agora: só provocação.
 
- Conseguiu dormir também? É bom dormir bem depois, por que ajuda mais – ele negou com a cabeça e eu suspirei fundo – Não dá pra ter tudo, né. Mas vai ter que ir dormir alguma hora, sua cara tá horrível. Vai pegar nenhum dos seus viadinhos assim. – não me aguentei
 
Ele me olhou ainda mais indignado e eu já tava rindo, mas um barulho de garganta arranhando nos fez ficar quietos.
 
- Meu marido pode ter sido um pouco agressivo, então serei eu que irei falar dessa vez – o homem que estava escondido antes começou a falar e eu olhava para ele, esperando – Quero que levante e saia desse apartamento agora ou irei chamar a polícia, entendeu? – disse vagarosamente e eu fiquei calado – Além de agredir meus filhos está ameaçando meu marido, e eu não vou poder deixar isso passar – disse e já tava com o celular na mão, e eu sabia que, talvez, já tivesse até ligado para a polícia. A expressão dele o entregava.
 
- Não precisa se preocupar com isso senhor... – eu esperei que ele completasse, mas ele só ergueu a sobrancelha e eu acabei continuando mesmo assim – Assim que falar com JongIn vou embora. E, além disso, quem começou tudo foi o seu... er... Esse outro cara ai – falei por fim. Era muito estranho dizer “marido” para um homem – Então se puderem sair do quarto também, eu agradeço – mandei mais do que pedi e percebi que outro bate boca ia começar ali. Hoje era mesmo dia.
 
- Se vocês não perceberam até agora que o Kyungsoo está aqui para me ajudar, eu não sei mais que tipo de pais são vocês – JongIn falou antes que qualquer um se pronunciasse e os dois o encararam – Por favor, pelo menos dessa vez me deixem fazer uma única coisa, depois eu ouço todas as suas ordens e sigo sem reclamar, mas me deixem decidir pelo menos uma coisa – ele pediu e eu não estava entendendo bem, talvez tivesse interrompido algo, mas eu vi os dois homens retesarem e pareciam pensar bastante – Por favor – ele insistiu e eu percebi agora que o orelhudo ainda estava ali, e ele puxou os dois para fora.
 
- Não demora – ele olhou de forma significativa para JongIn e depois para mim – Eu vou estar por perto. Não me subestime – avisou e fechou a porta.
 
Conseguimos ouvir uma discussão por trás da porta, mas logo ela foi levada para outro cômodo da casa, nos deixando em silêncio. Eu olhei para o relógio, era quase 19h e eu não poderia ficar mesmo muito tempo ali. LuHan estava sem tomar banho há muito tempo, ou pelo menos eu esperava, e eu tinha prometido que voltaria.
Acabei imaginando como ele reagiria quando levasse Minseok até lá. Eu sabia que eles tinham uma certa rixa desde crianças e eu também não gostava muito daquela cobra peçonhenta, mas agora eu entendia que todos nós só éramos daquele jeito, pelo menos na maior parte, por causa do General e de tudo o que havíamos aprendido.
 
- Kyungsoo? – ele me chamou e eu percebi que estava viajando de novo.
 
 
Concentração.
 
 
Pensei me centrando e escolhendo como começar tudo o que eu tinha que explicar, mas eu não sabia por onde. Eu não iria contar para aquele estranho toda a minha vida, nem o que eu passava ou o que deixei de passar, mas tanto Sehun quanto Minseok tinham sido claros que eu realmente precisava dar pelo menos aquilo para JongIn. Ele sofreu com meus “surtos psicóticos”, como eles chamaram, e não tinha nada haver com isso, o que ainda me fazia pensar por que diabos eu tinha feito tudo aquilo diretamente para ele.
De qualquer forma, eu comecei a falar um pouco de como era o General, tomando cuidado para não dizer coisas demais. Eu me sentia extremamente desconfortável fazendo aquilo e se não estivesse praticamente sendo obrigado, duvido que estivesse contando. Disse um pouco de como tinha sido a criação, deixando de fora os castigos que nos sofríamos e sim que precisávamos aplicar em quem não se enquadrasse no conceito de correto do General. Falei sobre Luhan e Minseok, sobre como fiquei quando ouvi o General aplicando a punição em meu irmão e como em arrependi depois, como toda a vida que eu tinha passado para tentar agradar e ser visto como alguém para meus pais tinha sido jogada no lixo quando vi meu irmão completamente acabado e que nada daquilo tinha realmente valido a pena.
Eu não sei em que parte eu estava quando estava soluçando e tive que parar de falar. Me sentia um idiota, por que tava chorando na frente de um estranho que havia batido sem necessidade, na casa dele e toda sua família claramente me odiava. Mas fui eu quem atraiu tudo aquilo.
Talvez eu não estivesse chorando só pelo que não fiz, mas também pelo que fiz. Pelo lixo de pessoa que tinha me tornado.
 
JongIn me puxou e me abraçou, fazendo meu rosto encostar em sua barriga descoberta. Eu tentei me afastar na mesma hora, não ia ser consolado por ninguém, aquelas lágrimas eram a minha fraqueza e eu mesmo deveria lidar com elas mais tarde, mas ele parecia não entender isso e me manteve ali até eu finalmente aceitar seu toque e ficar parado. Não retribui o abraço, mas o senti esperar pacientemente até que eu me acalmasse e, quando senti sua mão ir para meus cabelos, paralisei um pouco, mas ele logo a retirou. Eu tentei me soltar de novo e dessa vez ele deixou, enxuguei o resto das lágrimas e o vi com um rosto meio risonho.
 
- Tá rindo de que caralho? – acabei parecendo grosso, mas eu contei uma porrada de coisa pessoal e ele tava rindo de mim? Eu ia reclamar e muito com Sehun e Minseok, esses filhos da puta.
 
- Não é isso – ele disse rapidamente e sua expressão se tornou preocupada – É que eu já tinha pensado em algo parecido, para falar a verdade – revelou e eu acabei ficando pensativo de novo. Eu era tão transparente assim ou era aquele garoto que pensava mais do que deveria? – Então tudo vai ficar bem a partir de agora? Iremos viver em paz, sem insultos ou você me batendo ?– disse a última frase sussurrado e eu entendi que talvez algum pudesse ouvir do outro lado da porta, então eu simplesmente afirmei com a cabeça e o vi abrir ainda mais o sorriso – Eu não estava errado, realmente. Você é diferente, Kyungsoo – disse orgulhoso e eu fiquei ainda mais confuso. Aquele garoto tava falando do que?

 
- Eu sei que não vai ser facil ficar perto de mim depois das coisas que eu fiz, ainda mais com essa sua... er, família – disse um pouco incerto, mas tentei não deixar aquilo soar muito sarcástico ou estranho.
 
 
Seu irmão namora um homem, Kyungsoo, e isso não é o fim do mundo
Isso não é anormal ou doentio

 
Relembrei as palavras de Sehun, aquele maldito filho da puta que desvirtuou meu irmão, e tentei me acalmar. Eu gostava de Sehun, mas para mim ele sempre seria o despurificador de irmãozinhos. Não adianta.
 
- Eu já te perdoei – ele disse de repente e eu o olhei estranho – Eu já sabia que você não era realmente assim... Não sei como te explicar bem – JongIn ficou um tempo em silêncio e parecia perdido em si mesmo. Era engraçado, parecia eu nos meus pensamentos – Um dia talvez eu te conte um pouco da minha vida também – declarou e eu franzi a testa.
 
- Vai mesmo, tá achando que disse isso tudo a toa?  - falei e nós dois acabamos rindo.
 
Eu e Kim JongIn rindo, juntos, como amigos.
Tudo era possível mesmo.
 
Olhei para o relógio na cabeceira.
19:30
Luhan ia me esfolar.
 
- Eu preciso ir – disse me levantando e vi sua expressão mudar, mas não consegui dizer o que ele queria dizer com aquilo – Nos vemos no trabalho, segunda? – perguntei e até mesmo consegui sorrir, mas deve ter sido bem forçado, por que ele acabou rindo da minha cara.
 
- Talvez – ele falou e eu o olhei
 
- É sério, vou fazer mais nada e...
 
- Eu sei, Kyungsoo. Deixa de ser paranoico – falou e eu me senti indignado. Eu paranoico? Ele tá louco?
 
 
Ele riu de mim e eu acabei ficando quieto, aceitando aquela zoação calado.
Mereço mesmo, para onde eu estava levando minha vida? Ninguém mais tinha respeito por mim.
 
- Mas é sério, segunda eu quero te ver lá – repeti sério – vou deixar o remédio aqui. Passa uma vez por dia, deixe por pelo menos 24 horas. Até lá você vai ficar praticamente curado – expliquei e deixei um pote ainda lacrado em cima da escrivaninha, sem me importar em perder aquele ali. JongIn merecia.
 
- Obrigado – ele falou e sorriu, e o sorriso dele era muito bonito.
 
Virei o rosto e fui até a porta, dando um último aceno e me preparando para sair.
 
- Kyungsoo – ele me chamou e eu me virei antes de abrir a porta – Não... Não me procure, ok? Eu vou voltar – ele disse e eu ia perguntar o que queria dizer, mas meu celular começou a tocar e eu fui embora sem saber o real por que das suas palavras, muito menos o que viria mais tarde.
 
 
Naquele dia eu fui para a casa de Sehun junto com Minseok. Houve uma grande discussão entre eles, mas no final acabamos nos acertando.
Luhan ficava me perguntando o que eu tinha feito com o General, já que nem eu e nem Minseok comentávamos nada, afinal ele iria ver logo depois.
No noticiário da noite a matéria foi televisionada e eu mais prestei atenção nas reações de Luhan do que na televisão em si. Em geral, eu e Minseok havíamos reunido todos aqueles documentos secretos do General, todas as cartas que comprovavam as reuniões secretas que sabíamos que ele e seus comandados faziam, e expomos em uma das emissoras mais famosas. Isso não seria tão escandaloso se não fossem negociações com a Coréia do Norte para a facilitação da entrada de militares norte-coreanos na fronteira para que, mais a frente, um ataque da inteligência fosse melhor calculado e preciso.
Sabíamos que acusa-lo de tortura não seria o suficiente para coloca-lo em uma punição adequada, afinal seria questão de tempo até que descobrissem ser sobre os filhos e, um deles homossexual, muitos no nosso país concordariam e, além disso, louvariam a pratica como uma forma educacional.
 
Naquela noite comemoramos como irmãos, não como competidores por atenção ou bajuladores. Finalmente eu conseguia sentir que éramos uma família.
 
Duas semanas depois, duas semanas sem ver a sombra de JongIn, nem mesmo Kris sabendo seu paradeiro, Sehun me contou tudo. Me contou sobre os pais do dançarino, sobre o que havia acontecido naquela noite no beco e como tudo havia começado a desmoronar ali. E depois se reconstruir.
Mas eu destruí tudo de novo.
Quando soube daquilo tudo só o que conseguia sentir era um desprezo próprio. Eu queria ir atrás dele, contar tudo o que tinha ocultado e pedir desculpas, mais uma vez, e implorar para que seus pais não o trancassem, que não cometessem o erro que os meus fizeram, por que, eles poderiam ser o que eram, mas sempre que se prende demais alguém, de uma forma ou de outra, o resultado não é nada bom.
 
Demoraram 2 meses para eu descobrir onde ficava a casa dele. Eu só tinha descoberto a localização, não tinha coragem de ir até lá, até por que era muito longe, mas eu lembrava do que ele tinha dito antes de ir embora.
 
 


Não me procure, ok?
Eu vou voltar

 

 
 
E eu me sentia obrigado a obedecer aquilo. A cumprir com aquilo, apesar de não ter prometido nada.
Eu fiz tanta coisa para JongIn que achava que nunca iria conseguir me redimir de todo o mal que causei, de todo o esforço que fiz ele joga fora.
Era tudo culpa minha.
 
No quarto mês eu entrei no carro em uma quarta feira e coloquei o endereço de JongIn no gps, dirigindo toda a madrugada, atravessando quase 5 cidades até chegar a casa.
Talvez os pais do dançarino fossem mais importantes do que eu pensava, por que a casa era ainda mais luxuosa do que a que tínhamos com o General e todos os seus amigos. Nem mesmo a de Sehun se igualava aquilo.
Eu cheguei de na madrugada de sexta, já tinha posto o celular no modo avião de tantas ligações que recebi e meus olhos ardiam tanto que eu sentia que iria desmaiar a qualquer momento.
Mas eu respirei fundo e encarei bem aquela casa, percebi as grades que Sehun havia comentado, via a com trançado duplo e soube que aquela era a do quarto dele.

Queria dizer que tive coragem de sair e ir até lá, fazer aquela cena de filmes e tacar pedrinhas, mas eu não estava ali para isso. Não ia me declarar nem nada disso, só queria ver se ele estava bem. Só isso.
Talvez eu tenha dormido, por que quando abri os olhos de novo, a luz estava mais forte e o céu se tornava mais laranja. Olhei para o relógio em meu pulso: 16h10. Eu realmente tinha dormido.
Quando voltei a encarar a casa, vi o exato momento em que os dois homens e o orelhudo saiam pela porta, acenando para alguém que estava ali. Eles sumiram dentro de um carro e eu vi quando a pessoa finalmente ficou visível.

Era ele.

Esperei o carro se afastar mais e o vi olhar para a rua com um certo anseio, mas já ia fechar a porta e voltar para sua prisão. Eu não tinha outro nome para aquilo.
Abri a porta do carro com pressão, chamando a atenção dele e, quando estava do lado de fora, vi sua expressão surpresa.

 
Desculpe. Não consegui esperar
 
Eu queria ver se estava bem
 
Você está bem?

 
Eu não sabia se tinha dito aquelas palavras ou se elas ficaram presas na minha mente, mas eu o vi sorrir como se tivesse ouvido e o vi responder.
 
 
Eu senti sua falta
 

 
E ele sorriu aquele sorriso que eu percebi ser tão facil dele e era estranho eu sempre querer ver aquilo, mas eu queria. Sentia que era ainda mais estranho quando ele não dava aqueles sorrisos.
JongIn realmente tinha se tornado um amigo.
 
Aquela foi à última vez que eu o vi.
Hoje se completam 2 anos desde que fui até sua casa. Naquele dia, depois daquelas palavras, o vi fechar a porta e voltar para sua vida e eu sabia que iria precisar esperar mais. Não podia mais usar a força para conquistar as coisas, precisaria de paciência. E eu meditei mais do que treinei por todo esse tempo, por que a espera parecia me consumir e tudo o que eu mais queria era consertar meu erro, era tê-lo ali de novo para que ele pudesse ser livre de novo, mas isso parecia impossível.
Todas as informações que eu conseguia eram por Kris, que descobri ser um antigo rapper, ou sei lá o que, mas que era melhor amigo do tal orelhudo irmão de JongIn, ou Sehun; mas nenhum dos dois realmente me respondia o que eu queria saber, o que eu precisava.


JongIn vai mesmo voltar?
 
Ele está mesmo bem?
 
Como ele está lidando com tudo isso de novo?
 
 

Eles nunca sabiam a resposta e só me pediam, mais uma vez para esperar, mas eu não sabia por quanto tempo mais conseguiria fazer isso.
 
 
Se passaram quatro anos e eu estava finalizando uma aula para alunos que competiriam nas próximas olimpíadas, ou pelo menos tinham o potencial para isso. Eu estaria lá também, mas não via problema algum em treiná-los para isso, afinal, um dia eu teria que ser substituído.
Eu tinha 26 anos e sabia que JongIn tinha 25 agora. Eu guardava presentes para quando ele finalmente aparecesse assim eu poderia entregar como parte das minhas infinitas desculpas.
 
Quando a aula terminou, assim como todas as outras, deixei um momento de silêncio e limpei um pouco do suor na minha testa.
 
- Dispensados – disse com frieza e me retirei na mesma hora.
 
Atravessei os corredores e ouvia os mesmos comentários de sempre. Se esbaravam e apontavam para mim, cochichavam e confirmavam se era mesmo eu o melhor do mundo, ou aquele professor frio e sem sentimentos. Eu queria rir de todos, mas isso estragaria toda a imagem que eu carregava. Era divertido demais deixá-los tremendo de medo, então não perderia aquilo.
Atravessei o corredor e já pensava nas sequências de relaxamento que faria no intervalo, estava pegando muito pesado no treinamento naquele mês, então usava a sala que tinha para relaxar, somente. O resto do dia eu daria continuidade ao treinamento.
Foi quando eu cheguei na porta, já com a mão na maçaneta, que ouvi.
 

 
Clássico
 


 
Identifiquei, mas dessa vez não revirei os olhos, apesar de ainda não gostar.
Entrei afobado na sala e olhei diretamente para aquele canto, intocado por tanto tempo. Foi como a primeira vez que o vi ali. Seu corpo ia de acordo com a música, parecendo se libertar através dela e, eu poderia estar louco, mas ele parecia ainda melhor do que antes.
Eu fiquei paralisado no mesmo lugar, observando seus movimentos, até o mesmo abrir os olhos e me ver, sorrindo.
JongIn parou de dançar e foi até o rádio, parando a música e se virando para mim.
 
- Não sei como permitiram lunático entrar aqui – falou me encarando como se me desafiasse e eu acabei abrindo um sorriso.
 
- Muito menos eu que permitiram um drogado invadir, ainda mais usar minha sala – rebati e rimos de nossa idiotice.
 
Eu continuei no mesmo lugar, tinha medo de me aproximar e tudo ser mais uma imaginação da minha mente, mas JongIn quem se aproximou e me abraçou, forte.
E dessa vez eu retribui.
 
Ele havia mesmo voltado, depois de tanto tempo, e eu sabia que, apesar de todos aqueles anos ter mudado muito dos meus pensamentos, somente com ele iria descobrir por que ainda me sentia tão confuso sobre o que vinha sobre mim quando o via dançar, como queria seus sorrisos e como tinha me arrependido de tê-lo machucado.
E de não ter o abraçado naquele dia, nem invadido sua casa no outro, ou todas essas coisas.
 
Mas, pelo menos, ele estava ali agora, e eu poderia descobrir tudo aquilo, finalmente.
Kim JongIn, esse maldito causador dos meus piores pesadelos e dos meus maiores sonhos.
Finalmente estava de volta. 


Notas Finais


Foi isso gente, o que acharam?
Enquanto eu estava escrevendo fiquei com um certo medo, por que eu queria tratar de umas coisas que são meio complicadas de se falar, tipo: homens podem ser estuprados? Quem "nasceu" preconceituoso vai morrer assim?
Enfim, eu não vou ficar me alongando aqui.
Eu só quis mostrar que, mesmo você nascendo em uma família tradicional e fechada (como o Kyungsoo com o pai dele - O General) ou em uma família liberal (como o JongIn com os pais gays e tal), a gente sempre vai ter algum tipo de problema. É que as vezes a gente pensa que tudo seria melhor se nossa família ou criação fossem X ou Y, mas tudo tem um ponto negativo. Sempre vai ter um problema.
No final é melhor, apesar de ser muito difícil, filtrarmos o que achamos bom e relevar o que é "ruim" (se bem que isso de bom e ruim é só uma concepção nossa, mas enfim)
Eu não quis dizer que todo militar (General) é um intolerante torturador digno de tudo o que fez com Minseok, Luhan e D.O. Eu coloquei nele a representação do que a gente geralmente encara mesmo. Mesma coisa com o casal 2Min sendo um pouco escroto e controlador, por que a gente acaba pensando que todos os gays são pessoas ótimas e melhores do que todos os outros. As pessoas são ruins por serem pessoas e não pela "categoria" que se encaixam ou que as encaixamos.
No geral, eu quis só causar uma quebra dos esteriótipos. Não sei se consegui, mas se você conseguiu repensar um pouco ou se chocar com algumas coisas, acho que já valeu a pena ter escrito a fic até o final e postado.

Para você que teve o saco de ler até aqui: Obrigada mesmo.
Talvez eu poste mais alguma coisa quando parar de tentar reprimir as ideias que eu tenho.
Espero que não levem minhas palavras a mal

Até!


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