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História Glee! - Glee! 2 - Escolhas


Escrita por: Juny_Grace

Notas do Autor


Oi Oi :D
Começamos aqui a segunda temporada da fic cupcakes! Yei!
Vamos começar com o pé direito, não é mesmo? :3
Sim, eu fiz isso com os gêmeos u-u
Desculpem os erros e boa leitura <3

Capítulo 47 - Glee! 2 - Escolhas


Deitado no sofá encarando o teto pensava na grande besteira que havia feito na noite anterior. A situação era ruim de três formas diferentes: A) Nico era um de seus alunos, B) havia traído Lou Ellen e C) poderia ser preso por pedofilia e perder seu emprego. Nunca em sua vida imaginaria que Wolfgang poderia lhe botar em maus lençóis como acabara de fazer, tampouco capaz de acabar com sua vida em um piscar de olhos.

O pior de tudo isso era que havia gostado do que fizera e não se arrependia disso. Não se arrependia de ter estuprado um garoto de dezessete anos, não se arrependia de sentir prazer em um de seus alunos e não se arrependia de ter traído Lou Ellen com outro homem.

Havia ignorado Nico a manha inteira, evitado olhá-lo de qualquer forma ou fazer qualquer tipo de contato. Agora que estava em casa, lamentava-se por ter sido tão idiota. Sequer perguntara como estava se sentindo naquela manhã.

Ouviu baterem a sua porta. Ficou em silêncio, esperando que desse a entender que a casa estava vazia, então ficar sozinho. Mas de nada adiantou já que as batidas continuaram. Bufando irritado, levantou a contragosto e foi abrir a porta com sua carranca mais assustadora.

E ao abrir foi recebido com um sorriso brilhante.

 — Você esta péssimo.

— Lou? – Piscou apavorado – O que faz aqui?

— Não posso visitar meu namorado? – Inclinou a cabeça para o lado, o ruivo de seu cabelo balançando ao vento.

— Ah, claro – deu espaço para que entrasse, não disfarçando sua surpresa – entre.

— Está tudo bem? – Perguntou preocupada passando por ele – está branco, parece que viu um fantasma.

— Tudo ótimo – balançou a cabeça freneticamente. Estava apavorado de verdade.

— Esta mentindo – constatou olhando fixamente nos olhos. Engoliu em seco – de qualquer forma, vim lhe entregar isso – estendeu uma caixinha azul com fita branca de cetim.

— O que é? – Mudou de assunto agradecido.

— Um presente – voltou a sorrir de orelha a orelha – abra.

De volta ao sofá, sentou com a caixinha no colo e a ruiva ao seu lado, desatou o laço de fita e pescou de dentro da caixinha o pequenino par de tênis embrulhado em papel vegetal, ainda cheirando a novos. Miniaturas de all star, sapatinhos de bebe.

Riu nasalmente.

— Obrigado. Mas acho que não é meu número.

— Eu não disse que o presente era pra você.

Ele a encarou visivelmente confuso por longos segundos, o sorriso de batom de Lou Ellen crescendo cada vez mais. Quando Will deu por si, estava pálido como um fantasma, caindo desmaiado em seu próprio sofá.

 

 

Havia transado. Havia transado com Will Solace. Santo Deus , como havia feito aquilo? Como fora deixar aquela situação acontecer? Só havia feito um favor a um amigo e acabara pelado com o cara mais gato que já viu na vida em seu banheiro. Quantas pessoas conseguem transar com o crush? Quer dizer, não estava reclamando, ele era um homem e tanto, ele quem o diga, mas era bom e ao mesmo tempo ruim.

Era ruim pelo simples fato de ser dez anos mais velho e ser seu professor no colégio, o que complicaria sua vida caso ele resolvesse abrir a boca. Mas era bom por que... Porra era Will Solace! Não havia admitido nem para si mesmo direito, mas sabia perfeitamente que estava caidinho por ele, e agora isso. Era difícil digerir aquilo, basicamente um sonho fruto de sua imaginação. Acreditaria em tal hipótese se sua bunda não estivesse tão dolorida.

Estava confuso. Will lhe dissera na noite de seu aniversario que estava em um relacionamento – e muito hétero –, então alguns dias depois ali estava ele fodendo um cara. Foi usado? Sim. Sentia-se usado? Sim. Era um trouxa? Com T maiúsculo. Mas se era para admitir algo, que fosse do modo mais vulgar e com todas as letras: Will Solace fode muito melhor que Percy Jackson. Não era um expert em sexo, até porque era sua segunda pratica na vida, mas Percy não o deixara naquele estado físico e psicológico.

Ouviu seu nome ser pronunciado de outro cômodo. Preguiçoso, levantou do carpete onde estava jogado de braços e pernas abertos e se dirigiu para fora do quarto, para o quarto da frente, atendendo ao chamado de seu irmão.

— Quê? – Resmungou abrindo a porta.

Um Juny sem camisa cresceu diante seus olhos, usando apenas um short jeans consideravelmente curto, indo em sua direção segurando uma tigela preta com um palito comprido dentro.

— Pode me ajudar com isso? – Pediu.

Espiou o creme branco dentro do recipiente e voltou a encará-lo.

— Qual é a da rebeldia?

— Estou cansado – admitiu – preciso de uma mudança.

— Sério? Você vai passar vergonha.

— Cheguei num nível da minha vida que nada mais me atinge – balançou a cabeça. Nico assentiu apanhando o pote de suas mãos. – Melhor tirar – indicou sua camiseta com o nariz.

Anuiu e tirou a camiseta ficando apenas com sua bermuda escura. Juny o encarou de cima a baixo, analítico.

— O que?

— Academia? – Perguntou.

— Muay Thai – corrigiu.

— Uau – bateu em sua barriga com as costas da mão – desculpa ai, gostosão.

Franziu o cenho. Ao passar em frente ao espelho que cobria a parede pode reparar nos músculos que se desenvolviam; os braços, as panturrilhas, os gomos da barriga. Decidiu que se auto especularia mais tarde. Sentou na cama de colcha vermelha e bateu no colchão chamando pelo irmão dando espaço para que se sentasse. Juny se sentou entre suas pernas, o peito do irmão em suas costas, o cabelo caindo pelos ombros. Dividiu as mechas em quatro partes e prendeu com as piranhas que estavam sobre a cama, escolheu uma e passou o pincel obre ela.

— Onde dormiu noite passada? – Começou.

— Annabeth – suspirou cansado – não queria ver mais ninguém.

— Se está falando do papai, ele também não dormiu aqui.

Torceu o nariz com uma careta.

— Deve ter dormido na casa da coisinha lá.

— Não diga isso. Ela é mãe da Hazel.

— Eu sei. E ainda não sei como você aceita isso, sinceramente.

— Ah certas coisas na vida que você precisa aceitar mesmo não querendo pelo bem das outras pessoas.

Quanta filosofia, pensou. Nem parece que está em crise.

— Zeus está de volta – resmungou baixo – o pai biológico de Jason.

— Quão ruim isso é? – Mediu o cabelo com os olhos repassando o creme nas partes vazias até a ponta.

— Estou com medo, Nico. Ele não é muito moderno em termos de... você sabe.

— Tenho certeza que vocês vão resolver isso da melhor forma possível.

— Sua fé em mim é bem maior que a minha – riu sem humor – surpreendente. Você é sempre tão seguro. Admiro isso.

— Nem sempre – resmungou – algumas vezes estou berrando por socorro e não sou ouvido.

— Estou ouvindo.

Com as mãos espalhou o restante do creme na mecha desde a raiz até a ponta. Deixou-a de lado e buscou por outra.

— Me dói dizer isso depois de tudo o que passei, mas é um caso inevitável – suspirou – estou apaixonado.

— Pelo senhor Sol – completou.

Seus lábios ergueram os cantos.

— Não me surpreende você saber disso.

— Porque não é algo surpreendente – deu de ombros – é obvio que você gosta dele. Da pra ler na sua cara de lesado quando ele ta do seu lado. – Puxou com força – Ai!

— Nossa, minha mão escorregou – caçoou – me respeite que sou mais velho.

— Por dois minutos – rebateu – mas não entendi qual a neura.

— Nós transamos – soltou a perola.

Juny ficou alguns segundos em silêncio apenas absorvendo a informação.

— Isso sim é surpreendente. Relatório.

— Não tem como dizer isso de uma forma não vulgar – refletiu.

— Até onde sei nós moramos sozinhos maninho. Manda.

— Ele fode bem pra caralho – os dois riram alto com as palavras proferidas – tenho certeza que tenho um chupão no pescoço.

— Não é de se esperar menos, olha só pra ele. Parece um cara feito sob encomenda, ele é muito gato. Quando ele passa sobe até um calor.

— Nem me fale. Ainda não acredito que rolou, e isso é um problema. Ele esta me evitando, ele é nosso professor e se algo vazar ele pode ser demitido e preso por pedofilia.

— Não vai vazar nada – assegurou – a não ser que ele diga pra alguém, claro. Mas duvido que isso aconteça.

— Pode parecer mesquinho, mas não é isso que me preocupa – suspirou pesado – ele tinha me dito antes que estava em um relacionamento.

— Ah, que droga – se lamentou – o que vai ser agora?

— Tenho medo de descobrir.

Dali por diante, ficaram em silêncio. Nico continuou aplicando o creme no cabelo do irmão e de quebra pensando em como aquela situação é propicia para si e para Will. Perguntou a si mesmo se dali pra frente Will o veria como algo além de um aluno e um amigo de encher a cara.

Ah, como sua vida era fodida.

Quando terminou de aplicar o creme, esperou alguns minutos e seu gêmeo não tão gêmeo foi lavar o cabelo. Enxugou-o com uma toalha velha enquanto Nico preparava o segundo creme. Sentou novamente entre suas pernas e voltou a passar o segundo produto no cabelo comprido. Havia desenvolvido um laço empático com o irmão que elevara seu relacionamento a outro nível, agora eram confidentes, não se importavam em desabafar ou fazer coisas na presença um do outro. Perdera as contas de quantas vezes conversara com ele enquanto estava tomando banho, quantos momentos íntimos tiveram juntos.

Saindo para lavar o cabelo pela segunda vez, observou-o enxugar com o secador e passar a chapinha pelos fios compridos, seguida pelo babyliss. Observou o resultado maravilhado, parecia outra pessoa afinal.

— Como ficou? – Perguntou olhando-se no espelho – Forçado demais?

— Esta perfeito – sorriu – combina com você. Percy vai gostar.

Juny sorriu minimamente.

— Agora só me falta encarar a escola inteira assim – espalhou o cabelo pelos ombros nus.

Mais uma vez, Nico ligou o foda-se em sua vida.

— Minha vez – entregou-lhe o pote escuro.

O ex-moreno o olhou surpreso.

— É sério? Quem é o rebelde agora?

— Cheguei num ponto da minha vida que nada mais me atinge – repetiu suas palavras – e eu quero parecer mais com meu irmão gêmeo.

Seus olhos negros brilharam para o primogênito.

— Não vai poder voltar atrás – apanhou o pote – tem certeza?

— Não vou deixar você passar vergonha sozinho – deu de ombros – e a vida é minha e eu faço o que eu quiser. Foda-se outrem.

Riu alto.

— Eu já disse que te amo? – Sentou na cama deixando-o sentar entre suas pernas.

— Não precisa dizer. Eu sinto isso.

Foda-se a sociedade. Um brinde a minha felicidade.

 

 

A noite passada havia sido difícil. Sua vida passara de fodida para mega fodida num piscar de olhos. Iria ser pai.

Desde sua adolescência divagava no sonho utópico de ter um filho. Sempre gostara de crianças, amava interagir com os pequenos seres humanos e sempre teve afeição por elas. Perdia horas e horas de seu dia brincando com as crianças em parquinhos sempre que tinha oportunidade, as mães de plantão agradeciam ao menino estranho que divertia seus filhos.

Quando eu for pai, vou ensinar muitas coisas boas a ele, pensava.

Conforme o tempo passava, o desejo de Will crescia junto com ele. Porém, a vida lhe ensinava e cobrava diversas coisas a cada dia decorrido, então este desejo ficava para segundo plano sempre que um novo sonho aparecia. Logo perdera os pais, viveu sozinho, arrumou um trabalho nada honroso e agora estava ali, dando aula de musica para adolescentes desajustados de um coral de ensino médio, com inúmeras contas a pagar e um salário que não era suficiente para supri-las.

E a noticia de Lou Ellen de que estava grávida.

Com toda certeza não estava esperando por aquilo. Não era tão simples assim ter um filho, era necessário planejamento e condições de manter uma criança, não era como adotar um cãozinho. Quando tivesse um filho, queria poder dar do melhor para ele, mas não conseguiria fazer isso agora, estando tão endividado e num beco sem saída financeira.

E com o psicológico abalado.

— Desculpe o atraso, senhor Sol – ouviu a voz de Juny soar apressada e a porta da sala de musica fechar com um click.

— Tudo bem – resmungou terminando de escrever na lousa de vidro, as cadeiras ruidosas. – Muito bem, hoje nós... – ao virar-se encontrou os gêmeos sentados lado a lado nas duas cadeiras da frente. Ambos de touca escura. Evitou olhar para Nico, focou em Juny – Desculpe garotos, nada de toucas na sala de musica.

Nico arregalou os olhos.

— Não é uma boa idéia tirar, senhor Sol – adiantou-se o mais novo dos dois.

— Desculpe – manteve os olhos sobre ele, tentando forçadamente não encarar quem estava ao seu lado – são as regras. 

Eles entreolharam-se por alguns segundos e Nico suspirou assustado. Foi então que Will percebeu a sobrancelha do garoto, completamente azul. Tirou a touca e a enfiou na mochila, o cabelo ondulando num novo penteado trabalhado em tons de azul e preto – variando da raiz às pontas das cores divergentes. Enfiou os dedos pálidos pelos fios, bagunçando-os para frente, a franja chegando aos olhos. E Juny também tirou a touca por livre e espontânea pressão, balançando a cabeça para os lados liberando os fios compridos que estavam presos debaixo da lã escura. Lisos, caíram pelos ombros volumosos numa cachoeira de azul, o marinho e o preto no topo da cabeça e o Royal no centro, o turquesa clareando daquele ponto em diante, as pontas enroladas por babyliss.

Escancarou a boca, Rachel pasma ao lado do menino e Percy maravilhado junto do outro. Observou aquela cena incomum e improvável acontecer bem diante seus olhos: Nico, o garoto emo que só usava preto, ganhando cores e tons como numa pintura aquarela. Viu-se em sua infância, lá pelos seis anos, pintando com giz de cera em sua folha de sulfite.

— Mas o que...? – Abriu e fechou a boca procurando o que dizer.

— Que droga você fez? – Rachel não conteve as palavras.

— Perdeu alguma aposta por acaso? – Luke quis saber, as sobrancelhas douradas unidas no centro da testa.

— Eu só resolvi mudar – encolheu os ombros.

Resolveu mudar? – Hazel balançou os cachos – Por quê?

— Decidi ouvir a voz do meu coração ao invés do restante do mundo – sorriu de canto olhando para o irmão.

Sorriu de volta para ele, voltando os olhos para Percy ao seu lado. O moreno ergueu a mão lentamente, a boca semi-aberta, levando-a aos fios do namorado apenas para parar no meio do caminho. Segurou a mão quente com a sua fria e a conduziu até o próprio cabelo, deixando que acariciasse o tão amado azul com as íris verde-mar reluzindo maravilhadas.

— Isso é incrível – sorriu.

— É lindo – Annabeth inclinou sobre seu ombro na cadeira de cima, suas mechas pink transpondo as azuis – essa cor é a sua cara.

— Que lacre – Piper conteve a euforia em sua cadeira.

— Vou pintar de verde, assim podemos fazer um arco-íris na parede e brincar de ursinhos carinhosos – caçoou Leo.

Luke apanhou uma mecha do cabelo de Nico, analisando-a, logo enterrando os demais dedos na cabeça do pequeno. O menor suspirou com os dedos quentes lhe acariciando a raiz, fechou os olhos momentaneamente apreciando nostálgico o cafuné.

— Eu gostei – sorriu.

As bochechas pálidas ruborizando. Will fechou a cara.

— Muito bem, chega de bagunça. Temos muito trabalho a fazer.

 

 

Retirou a xícara da cafeteira e levou a porcelana aos lábios. Nem mesmo o café aquietava seus nervos.

— Queria me ver? – Nico cruzou os braços no batente da porta, o Novo azul de seu cabelo lhe chamando atenção para o rosto angelical.

— Ah, sim – pigarreou – entre.

Com passos despreocupados, entrou desfilando lentamente na sala dos professores, olhando ao redor nada curioso ou surpreso de estar no lugar proibido aos alunos. Estava tenso, seus dedos suavam na porcelana. Depois do ocorrido daquela noite, olhar para aquele garoto era bem mais difícil a cada momento, como se estivesse olhando para o sol e quisesse desviar os olhos e não conseguisse. Não tivera tempo de admitir, mas aquele azul inconforme com sua aura negra trouxera sua verdadeira cor a tona, seu verdadeiro brilho e seu verdadeiro charme. Os olhos escuros ainda mais belos que antes, seu rosto duas vezes mais desejável.

Estava nervoso. Ele o deixava nervoso. Recostou no balcão.

— Eu – piscou elevando os óculos – eu queria conversar sobre aquela noite. Sobre o que aconteceu.

— Acho que esse não é o lugar pra essa conversa – levantou a sobrancelha azulada insinuativo.

— Tem razão, de fato não é, mas não da pra esperar mais.

— Não sabia que estava tão ansioso pra ter essa conversa – parou a um passo e meio de distancia, os braços cruzados, seus olhos fixos nos dele.

— Nico, me desculpe, ok? Eu passei dos limites e não consegui me controlar. E-Eu só – gaguejou – me desculpe.

— Pelo que exatamente esta se desculpando?

— Aquilo foi errado – afirmou.

— Defina errado.

— Não seja infantil, Nico – pediu – colabore, vamos lá. Isso já é problemático o bastante sem seus joguinhos de palavras.

— Pessoas infantis claramente não tem maturidade suficiente pra admitir que gostam de alguém.

Franziu o cenho.

— Como?

— Eu gosto de você, Will – disse baixo inclinando o rosto para o lado – gosto mesmo de você.

Fechou os olhos repousando a xícara no balcão.

— Você pode, por favor, levar isso a sério? Nico, eu sou seu professor, pelo amor de Deus!

— E a hierarquia do colégio me impede de gostar de você? – Olhou-o intrigado.

— Você não gosta de mim – olhou para os lados temendo que alguém os ouvisse – só esta confuso pelo que aconteceu.

— Então estou confuso desde o dia em que nos conhecemos – descruzou os braços e segurou sua mão grande com as duas pequenas – eu gosto de você Will. De verdade. E o que aconteceu naquela noite foi bem mais especial pra mim do que você pode imaginar.

Ele não estava mentindo. Era evidente que não, podia ver em seus olhos. Aquela ternura, a sensatez e o leve brilho as íris ágata elevando a conversa a outro nível. Pela primeira vez conseguiu captar a sensibilidade em sua voz, diferentemente da muralha impenetrável que era no passado, conseguia enxergar por debaixo das camadas de roupa e da pele que cobria seu corpo, conseguia enxergar a verdadeira cor de seu coração.

Amarelo. Brilhante e quente, como um raio de sol. Não azul, como seu cabelo, mas amarelo. Sua cor favorita.

— Não – recolheu a mão – não, esta enganado.

Nico suspirou cansado.

— Tudo bem então. Se quer colocar meu interesse em você apenas pelo que você tem no meio das pernas – levou a mão até a região e a apertou forte fazendo o maior arfar desconfortável – tudo bem. Mas eu não vou desistir de você sem lutar antes. Vou te provar que meus sentimentos por você são bem mais que “confusão”. E mesmo depois disso, se ainda não sentir nada por mim, eu vou aceitar e me afastar se é o que realmente quer. – Olhou-o nos olhos, profundos e azuis, cheios de sentimentos reprimidos – Mas se sentir alguma coisa por mim, quero que me diga. Antes que seja tarde demais. A escolha é sua, Will.

Deu-lhe as costas e saiu da sala dos professores, deixando o loiro atônito encarando o vazio que deixara ao se retirar. Sua mão formigava onde ele o havia tocado, um formigamento delicioso. Seu coração falhou uma batida.

— Não tem como explicar o que eu sinto por você – sussurrou as palavras ao vento que vinha da janela aberta, voltando sua atenção desfocada ao seu café já frio.

 


Notas Finais


E ai, o que acharam? O que esperam pra segunda temporada?
Quero comentários enormemente enormes <3


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