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História Glimpse Of Love - Capítulo Único


Escrita por: mirkness

Notas do Autor


Relevem os erros, fiz com muito amor e carinho.
Espero que gostem.

Boa Leitura.

Capítulo 1 - Capítulo Único



O sol havia se posto a pouco, porém as cores já pareciam ter sido sugadas do mundo. O céu era cinza como aço com vagos pontos brilhantes. O horizonte uma linha negra pintada ao longe. A brisa com leve aroma de neve, embora o inverno ainda estivesse distante. 


Suspiro para noite tênue,  ela daria um ótimo desenho, se não fosse  só mais uma paisagem comum, como o campus a minha volta, cada detalhe  já gravado nas páginas do meu caderno. Caminhei lentamente até o jardim, me sentei em um dos bancos e retirando meu caderno e alguns lápis da mochila que carregava. Observei a minha volta em busca de algo, mas parecia impossível, eu já havia registrado cada detalhe do jardim,  o que me deixou sem opção,  talvez minha mente me ajudasse e só desta vez eu conseguisse desenhar algo que eu não estava vendo a poucos metros de mim.Fecho meus olhos em busca de inspiração.

 Uma pequena borboleta  branca com alguns nuances de preto, aparece no meu campo de visão,  e através dela as paredes de um quarto branco foram se formando, trazendo consigo uma maca e vários aparelhos hospitalares emitindo vários sons diferentes,  todos os fios e tubos  conectados a um corpo que repousava sobre a maca, porém seu rosto estava desfocado , como se não me fosse permitido reconhece-lo,  observei atentamente a   borboleta fazer seu voo em volta do corpo,  como se o estivesse saudando, ou talvez dizendo adeus, e depois repousou sobre o nariz do mesmo, no momento em que suas asas pararam de bater, os aparelhos emitiram um último Bip agudo e profundo, e depois tudo se silenciou. 


A cena foi sumindo feito um borrão,  até se desvanecer por completo.  Eu me recuso a abrir os olhos, meu corpo suava frio e minhas mãos seguram com firmeza meu caderno. Eu sabia que isso foi algo além da minha imaginação,  com certeza foi uma visão,  uma bem clara.  A borboleta branca com nuances de preto representado uma alma que precisa de ajuda e anseia pela morte , deixou isso nítido. Eu preciso ajudar alguém antes que seja tarde demais,  mas como posso ajudar se nem ao menos consegui visualizar sua face.
" Você vai saber" ouvi minha consciência sussurrar. 


Tento normalizar minha respiração,  porém a tranquilidade do momento foi interrompida pelo som de uma melodia ao longe , abri meus olhos de súbito  procurando de onde está vindo aquelas notas. Movido pela curiosidade, e por uma forte sensação de que deveria seguir até lá, guardo minhas coisas rapidamente na mochila, levanto do banco e sigo de onde parecia vir o som, tento fazer o mínimo de barulhos possíveis ao me aproximar. 


Sentado abaixo de uma árvore à visto um garoto com um violão no colo, a sua volta várias folhas espalhadas. Forço minha visão ao máximo para as páginas, algumas possuíam coisas escritas, enquanto outras são partituras,  mas parece inacabadas.
Meu olhar se atenta ao rosto do pequeno ser, e mordo os lábios para suprimir uma exclamação,  é um garoto, sua feição que me parece familiar, é uma mistura de fofura e imperfeição.  Um lápis pendia em uma das mãos batendo de leve em sua bochecha direita inflada, enquanto a outra mão dedilhava de leve as cordas do violão,  seu olhar parece vago. Sua aura irradiando inocência e uma mistura de apreensão e nervosismo,  talvez pela música incompleta. Uma súbita vontade de desenhar seus traços angelicais me invade, e obedeço a esse desejo incontrolável, me sento  no chão atrás de uma árvore, eu conseguia vizualiza-lo,  mas ele provavelmente não,  tento fazer poucos ruídos para que não seja descoberto,  sorrio minimamente ao constatar que o garoto mantém a mesma expressão.


Retiro meu precioso caderno junto à um  lápis  da mochila, começo traçar as linhas delicadas da face do garoto de cabelos e olhos castanhos.
O que pareceu horas se passaram e enquanto o menino concluía sua música, eu terminava meu desenho. Havia terminado a pouco e já me preparava para pegar os lápis de colorir.  Num movimento rápido ele pegou seu celular e sua expressão mudou de serenidade para espanto, recolheu rapidamente as páginas agora preenchidas por completo, e guardou o violão em sua capa, que só agora notei estar ali. Me ocultei no tronco da árvore para que não me percebesse,  caso contrário o que eu diria se fosse pego. 
" Ah oi! Eu estou te desenhando por que o acho muito lindo e fofo" Tsc, patético. 


Ele correu até o dormitório do campus de música, e ao mesmo tempo que meu coração se apertou por sua partida, ele em segundos se alegrou,  afinal com certeza eu o veria novamente. Talvez seja por isso que ele não me é estranho, já o devo ter visto vagando por ai.
Suspiro deixando um sorriso escapar dos lábios,  nos encontraremos logo, e assim eu poderei concluir meu desenho, é uma certeza que não sei como explicar. 
Guardo minhas coisas, e me levanto limpando a grama da roupa. 


Uma música alta começa a tocar de dentro da minha mochila,  foi sorte meu celular não tocar antes, ou teria me delatado ao meu modelo. 
Retiro-o da bolsa,  lendo o nome do Luhan no visor.


Luhan é meu amigo de infância,  e companheiro de quarto, ele assim como eu é apaixonado por arte, mas diferente de mim que curso artes plásticas, ele cursa artes cênicas, porém os campus abrirão uma excessão e nos permitiriam dividir o quarto,  já que ambos as faculdades ficam no mesmo edifício não era um problema. 


- Oi Luhan - digo ao atender.


- Baekhyun, onde você está?  - Luhan pergunta, sua voz demostrando preocupação.


- Estou no jardim perto do campus principal, porque? - pergunto, já caminhando de volta ao dormitório. 


- Você sumiu por umas três horas, está tudo bem? - embora ele me conheça a anos, e saiba que me perco no tempo quando saio para desenhar, ele sempre me liga preocupado.


Suspiro cansado - Agora sim - digo não sabendo se comento sobre a visão pelo telefone, ou se espero chegar no quarto, afinal faltava poucos metros. 


- Por que só agora? Teve uma visão Baekhyun? - seu tom se alterando entre alarme e falsa calma. 


Luhan estava comigo quando aos 10 anos tive a minha primeira visão,  ou melhor dizendo,  meu primeiro vislumbre da morte alheia. Desde então quando digo que tive uma visão ele fica apreensivo,  pois eles presenciou meu estado após o vislumbre e sabe que eles mexem muito comigo. 


- Tive,  mas não se preocupe, não foi nada traumático. 
Algumas visões já foram aterrorizadoras, inclusive algumas me assombram até hoje,  mas são suportáveis, agora que sei que não vão se cumprir. 


- Melhor. Você vai demorar a chegar?


- Não, estou entrando no prédio - digo já subindo o primeiro lance de escadas. 


- Ok - ele diz e desliga.
Ao chegar no corredor do meu quarto percebo Luhan na porta me esperando.


- Você está bem mesmo Baekie? -pergunta me avaliando, quando passo por ele.
Coloquei a mochila no chão, e me joguei em minha cama. 


Luhan entrou e fechou a porta atrás de si, se sentou na sua cama e ficou me observando. 
Resumi o vislumbre,  e o episódio com o garoto,  que eu tenho quase certeza que cursa música.


- Não conheço muitas pessoas da faculdade de música, mas posso procurar saber - diz animado - Se quiser - acrescenta rápido.  Sorri para meu amigo.


- Não precisa Lu, mas obrigado.


- Tudo bem - faz biquinho.


- E-e sobre a visão,  tem certeza que não conseguiu ver nada que possa te ajudar a evitar a morte de alguém-  sua voz se transformando num sussurro, e seu olhar se manteu fixo ao chão, enquanto perguntava.


- Tenho certeza- digo triste.


- N-Não quero que você fique em coma novamente - sussurra, seu olhar foca no meu e vejo lágrimas em seus olhos.
Me aproximo e abraço o chinês, deixo uma lágrima solitária escapar.

 
- Não vai acontecer de novo Lu -embora minha voz soasse confiante meu corpo tremia por dentro, só de lembrar no estado em que fiquei me fazia entrar em choque. 


Foi a 5 anos atrás, ainda estávamos no ensino médio, eu tive um vislumbre da morte por overdose de drogas com o garoto mais popular da escola,  porém não conversava com o garoto então preferi ignorar a visão.  O menino,  assim como eu havia previsto morreu poucas semanas  depois, exatamente do jeito que eu tinha visto. Mas o que eu nunca poderia imaginar e que assim como o garoto que sofria cada minuto de dor e aflição até padecer,  eu também sofreria, como se fosse comigo.  E enquanto o rapaz era velado e enterrado,  eu entrava em coma profundo.
Luhan ficou desesperado,  assim como outros membros da minha família. Os médicos não souberam explicar o motivo de eu ter perdido os sentidos sem uma razão aparente,  e não acreditavam na minha melhora. Até que uma semana após o ocorrido eu acordei, os médicos disseram ser um milagre. Mas eu entendi,  a partir do momento de apreensão em que eu ouvia as conversas sussuradas no meu leito, eu não iria morrer, era apenas uma forma de punição por eu ter ignorado um pedido de ajuda, e foi nesse momento que prometi a mim mesmo que  jamais voltaria a cometer esse erro. Então não importa o que  seja necessário fazer eu irei descobrir quem é aquele ser sobre a maca.
Luhan se desvencilha do meu abraço secando algumas lágrimas. 


- Eu ia te chamar para irmos na "Stronger" hoje - diz tímido, depois de se recompor
Stronger é uma casa de show que fica a alguns quarteirões daqui. - Mas eu sei como as visões te deixam desnorteado, não vou te obrigar a ir - pronuncia após uns minutos de silêncio. 


- Tudo bem,  eu vou - eu quero mesmo sair um pouco, e eu gosto da "boate" , as vezes se apresentavam lá cantores e amadores maravilhosos, talvez hoje fosse uma dessas noites.


- Sério!? - pergunta sorrindo.


- Sim,  vai ser bom me distrair,  e além disso precisamos comemorar nossas ótimas notas nas provas de fim de semestre - falo já me animando.


- Ah é verdade. É bom você querer sair, estava te achando tão cabisbaixo esses dias. - comenta sorrindo sapeca.


- As provas estavam me matando Lu, tive que estudar muito. Sou bom na prática mas na teoria sou terrível,  você sabe - balbucio.


- Eu sei, mas agora já acabou,  graças aos céus.  Enfim, vamos nos arrumar logo , estamos perdendo tempo - Ele se levanta sorridente e segue até o guarda-roupa. Balanço a cabeça  em negação, sorrindo, Luhan é mesmo bipolar como pode, a pouco estava chorando e agora já está todo animado,  como se não se lembrasse da conversa de minutos atrás.


- O que você está esperando Byun?  - diz num tom repressivo porém continha um sorriso nos lábios. Levanto as mãos em sinal de rendição e gargalhamos juntos.

*


Depois de devidamente  vestidos e perfumados, saímos pelos grandes portões de ferro da entrada da faculdade,  optamos por ir de táxi,  pois Luhan não queria ficar suado e segundo ele a caminhada é longa, preferi não discutir. 
O táxi estacionou na frente da casa, o letreiro brilhante e chamativo indicando o nome do estabelecimento,  confirmava ser o lugar certo.  Paguei o taxista e segui Luhan até a fila para entrar, que não está muito grande. Logo chegou nossa vez, assim que entramos fomos procurar por uma mesa mais afastada. Sentamos em uma mesa perto da saída de emergência,  num canto quase invisível da extensa sala decorada com algumas luzes e uma pequena pista de dança no centro.  Observei a volta enquanto um senhor anunciava o nome do cantor da noite. Não está muito cheio hoje,  é o tal  cantor não parece ser conhecido já que não houve gritos ao ser pronunciado.  Xiu, alguma coisa.
Um garçom veio anotar nosso pedido, e eu como sou um exemplo de ser humano certinho, pedi apenas um suco de melancia,  enquanto Luhan pediu uma cerveja. 


- Baekie, você deveria beber um pouco,  vai te fazer bem. - Luhan comentou depois que o garçom se afasto. 


- Não Lu, você sabe que não gosto. 


-Você nunca bebeu, como sabe?  - pergunta fazendo bico.


- Por que eu sei.

 
Minha conversa com Luhan foi interrompida por um dedilhar de cordas,  e como se aquilo fosse uma deixá para que todos se silenciasse, como mágica aconteceu.  As cordas soltas foram substituídas por uma melodia suave e constante, uma linda voz harmoniosa começou a cantar, me viro para presenciar o show.


Meu coração falha uma batida no momento em que  meus olhos avistam o pequeno garoto no centro do palco. É o menino de mais cedo,  porém agora ele está mais lindo do que antes,  os olhos marcados com um traçado fino preto,  o cabelo castanho perfeitamente alinhado num tapete,  e as roupas casuais substituídas por peças despejadas. 

Eu precisava chegar mais perto.  E como se meu corpo não me obedece me levanto de supetão, e colido com algo que resulta num barulho estrondoso.  É um garçom,  e agora a bandeja e os copos que deveria estar em suas mãos estavam agora no chão, ambos quebrados,  e os líquidos derramados. 


- Desculpe - balbucio envergonhado,  fazendo uma reverência. O garçom apenas se abaixa para pegar os cacos.


- Baek!? - Luhan sussurra, e só nesse momento percebi o silêncio desconfortável que reinava, sinto minhas bochechas ferverem mas me viro para multidão,  todos os olhares estão em mim. Praguejo baixinho. 


E como se não tivesse controle sobre meus olhos, eles seguem na direção do palco e se prendem no rosto do  chinês de bochechas salientes, ele me olha com uma sobrancelha arqueada, como se estivesse esperando uma explicação. 
Respiro fundo, preste a pedir desculpa, porém a intensidade do seu olhar me leva a uma outra dimensão. 


 O garoto do palco está feliz,  sorrindo a todos e lhes cumprimentando, parecia estar satisfeito consigo mesmo. Caminha por um estabelecimento enquanto algumas pessoas limpavam o chão,  e outras as mesas, o rapaz de feição doce,  pegou um envelope vermelho sobre um extenso balcão de bebidas,  guardou na capa de seu violão,  e partiu rumo a saída.  Do lado de fora as letras brilhantes e chamativas não deixaram dúvidas. Stronger.
O cantor saiu cantarolando uma melodia, enquanto mexia em seu celular, não olhou o sinal fechado ao atravessar,  e assim  que colocou os pés na via, um carro virou a esquina. A mulher no volante distraída enquanto conversava animadamente com um homem no carona, não estava olhando para a rua e sim para o homem, percebeu o garoto tarde demais.
 O menino voou alguns metros no ar e depois aterrissou violentamente no chão,  sangue saia de sua cabeça e de alguns arranhões nos braços.  O carro cantou pneu, a mulher não se incomodou em prestar socorro. O corpo ficou ali , parcialmente morto. A espera de que alguém passese naquela rua deserta a essa hora da noite.
Minha visão foi ficando cada vez mais turva, e eu observava a cena com pavor.  Correndo ao longe vinha um garoto,  parecia gritar algo mas eu não conseguia entender, um último lampejo e eu consegui visualizar o rosto.  Sou eu. Correndo até o corpo estirado me jogo junto a si, enquanto abraçava a massa ensanguentada já sem vida. 


Recobrei meus sentidos,  eu tremia tanto que já teria caido no chão se luhan não estivesse me segurando, os olhares das pessoas se mantinham fixos em mim  mistos entre pavor e supresa, mas ninguém ali me importava,  bem talvez só um, e era por esse que eu estava procurando,me espanto ao ver o menino na minha frente, seu olhar não era apavorado como muitos ali, ele parecia preocupado.

- você está bem?  - Ele perguntou, sua voz uma doce melodia aos meus ouvidos. 
As palavras se recusam a sair, então apenas confirmo com a cabeça. 


- Tem certeza?  Você está pálido,  e à pouco estava se tremendo todo - diz me avaliando.


- Não se preocupe ele vai ficar bem - luhan diz, o cantor lhe olha parecendo só agora notar sua presença. 


- Ah, espero que sim - sorri simpático.


- Pedimos desculpas por atrapalhar seu show Minseok - luhan diz fazendo uma reverencia, forço meu corpo a imita-lo. 


- Não tem problema, tenho certeza que a plateia também não se incomodou- ele diz  olhando em volta para enfatizar,  mas alguns olhares enraivecidos o fizeram coçar a nuca - Bem,  parece que nem todo mundo. - me forço a sorrir, mas tenho certeza que não saiu bem um sorriso, pois ele franziu a testa.


- Se não se importa vou continuar o show - diz e meu coração se aperta mas apenas concordo novamente com a cabeça. 


- Melhoras - ele me lança uma piscadela e segue de volta para o palco.
Luhan me retira dali, e leva até o banheiro, dava pra ouvir a  voz abafada do garoto e pelo que entendi ele estava pedindo desculpas, será que comprometi muito sua apresentação?  Eu espero que não. 


- Foi uma visão baekie ? - luhan pergunta me fitando pelo espelho.


- Sim - respondo enquanto lavava o rosto. 


- O que você viu? - luhan pergunta suspirando,  ele não gostava das visões, mas sempre perguntava sobre elas.


-Eu vi ele morrendo Lu  - disse segurando fortemente a pia.


- Xiumin?  O cantor que está ali no palco?  - pergunta confuso 


- Sim - os nos do meus dedos já estavam ficando brancos, eu apertava tanto a pia que duvidava que ela não fosse se partir.


- Como assim?  - Ele pergunta mais confuso ainda e espantado. 


- Eu vi Luhan, quando ele sair daqui hoje a noite,  ele vai ser atropelado e vai morrer- digo já sentido lágrimas se formando.


- Oh Meu Deus !- exclama,  tapando a boca em horror. 


- E sabe o que é o mais estranho disso tudo ? - me viro para olha-ló, e ele nega com a cabeça. 
Engulo o bolo na garganta e tento continuar. 


- E-eu estava lá,  alguns minutos depois dele ser atropelado eu apareci correndo e gritando  algo para ele, mas já era tarde, ele já havia partido
A expressão do Luhan mudou de horror para espanto. 


- C-como a-assim v-você?  -pergunta nervoso .


- Eu não sei, só sei que sou eu, mas não sei o porque de eu estar lá. 


- talvez signifique que você não conseguiu, chegou tarde demais .


- Não é isso Luhan,  essa visão, foi diferente, você sabe eu nunca me vi nas visões,  ela deve ter um significado a mais.


- É você tem razão,  mas qual ? 


- Não sei, realmente não faço a mínima ideia,  mas eu vou descobrir.


-E quanto a visão de hoje?  


- Eu vou impedi-la,  Luhan assim como as outras que já impedi.


- Baekhyun, você teve duas visões na mesma noite,  isso também nunca tinha acontecido- Agora que luhan comentou e que percebi, realmente isso nunca havia ocorrido.


- Parece que as coisas estão começando a mudar. 


- E eu espero que seja para melhor.


- Tsc, dúvido Luhan.


- Infelizmente eu também,  mas talvez se mantemos os pensamentos positivos quem sabe!  - disse dando de ombros, eu sei que ele só está tentado quebrar esse clima mórbido, mas por dentro está com mais medo que eu.


- Ah e tem mais uma coisa - digo ao me lembrar desse detalhe.


- O que? - pergunta alarmado.


- Ele é o mesmo garoto que te falei que senti vontade de desenhar. - falo rápido , mas sei que ele conseguiu entender, pois sua expressão agora é de choque. 
Alguns minutos de silêncio se passam até Luhan resolver falar.


- Isso é muita coincidência Baek, primeiro você tem a visão com uma pessoa que não consegue vê seu rosto,  depois é guiado por uma melodia até o Xiumin,  algo te faz querer desenha-ló,  depois vocês se encontram novamente,  e ai outra visão! Uma coisa só pode está ligada na outra.
- Faz sentindo Lu - digo pensativo - mas uma coisa não bate,  por que não me deixaram ver o rosto daquela pessoa,  se depois iam me mostrar claramente quem era.


- Isso já não sei, mas que tem algo relacionado, isso com certeza tem.


- É.. E como você sabe o nome dele? Agora a pouco você o chamou de Minseok, você o conhece? - pergunto curioso.


- Ele já nos ajudou uma vez na aula de teatro, ele tocou e cantou algumas partes, quando nosso professor faltou.  E você tem razão, ele cursa musica.  -sorrio satisfeito, Luhan as vezes tinha ótimas informações.


- Ahn sim - digo tentado reprimir mais um sorriso, sem sucesso.  Luhan franze a testa para mim e aponta um dedo acusatório. 


- Você está gostando dele?  -diz baixo, me assusto com a sua pergunta.


- N-não,  não estou - nego com a cabeça  para enfatizar.


- Sei - Luhan diz sorrindo. 


- Vamos sair logo daqui - digo enquanto enrubrecia e Luhan gargalhava de mim. 
Saímos do banheiro e retornamos a nossa mesa, por sorte ainda vazia.


As horas se passaram e nada do Minseok sair daquele palco continuava ali, cantando músicas conforme a platéia pedia.
Luhan desistiu de esperar,  e já estava dormindo sobre a mesa, quando o mandei ir para casa, ele foi , mas não sem antes argumentar que deveria ficar,  mas percebeu que de nada adiantaria sua presença.  Eu ao contrario tinha a desculpa perfeita para conseguir impedir Minseok de sair para o caminho mórbido. Eu só precisava mantê-ló ocupado por uns segundos a mais, assim ele nunca saberia que hoje poderia ter sido seu último dia  com vida.
Mas tempo se passou e eu acabei caindo no sono, sinto um leve balançar do corpo,  e desperto do cochilo, esfregando os olhos. 


-Senhor,  já fechamos por hoje - um rapaz diz, e arregalo as pálpebras ao perceber o recinto parcialmente vazio,  apenas algumas pessoas o limpavam. -Onde está o Minseok?  - pergunto alerta,  já me levantando,  tudo parecia como a visão,  agora entendi por que eu estava nela, eu falharia.


- O garoto do palco? - pergunta olhando em volta - Acabou de sair pela porta.


- Essa não - balbucio , e corro em disparada até a saída. 


 Minseok estava distraído,  e já atravessava a rua, não sabia se gritava para chamar sua atenção,  ou se corria até ele. Opto pela segunda opção, o puxo contra meu peito no momento em que o carro passa raspando por si. 


-  Quase- digo aliviado, as batidas do meu coração acelerando,  soltando o corpo dele que se mateu imóvel. - você está bem ? - pergunto o avaliando.


- S-Sim - diz baixo,  ele se vira na minha direção e seu rosto era de puro pavor. -Obrigado - ele sussurra quase inaudível. Meu coração se aquece,  mesmo com medo ele conseguia ser lindo. 


- Não foi nada,  E-e me desculpe por mais cedo,  eu estraguei seu show. - digo sem graça,  passando a mal na nuca num ato de nervosismo. 
Ele sorri e respira fundo,  parecendo ter superado o susto.


-  Ta tudo bem, não estragou, eu estava bem nervoso e a cena com você me deixou menos tenso. - diz sorrindo e um leve rubror se forma em suas bochechas. 


- Não foi minha intensão, mas fico feliz que tenha te ajudado- digo dando um dos meus sorrisos sinceros.


Nossos olhares se conectaram era como se eu enxergasse além deles,  como se eu fisse sua alma, uma alma triste e muito maltratada, ele precisa de ajuda,  e como um clique surdo a visão de mais cedo me invade a mente, porém agora o seu rosto é visível,  a feição serena e perfeita dele. Meu coração se aperta. 


Então é isso eu preciso ajudar sua alma doente a se curar, antes que seja tarde demais.


- E E-ntão, eu acho que já vou indo - ele diz depois do longo silêncio. 


- Você vai para o campus de música? - pergunto antes que eu consiga segurar minha língua grande.


- Como sabe que faço música?  - pergunta intrigado.


- E e-eu já te vi lá - digo, não era mentira, foi realmente lá que o conheci .


- Ahm, estou indo pra lá sim.


- Que bom,  então podemos ir juntos?  -pergunto esperançoso- Eu também vou pra lá, faço faculdade de artes plásticas. - acrescento rápido.

 
- Então vamos juntos,  a propósito me chamo Kim Minseok - diz sorridente, fazendo uma breve reverência. 


- Byun Baekhyun - imito sua reverência. 


Seguimos o caminho até a escola juntos, conversando animadamente como se fossemos velhos amigos conversando assuntos aleatórios. Eu consegui salva-ló,  mas do que isso, foi ele ter me salvando. 

*


O vislumbre de uma nova visão foi o desfecho daquela noite  que começou cinzenta e  triste. E o  dom que eu julgava ser uma maldição passou a ser uma benção. 




Notas Finais


Então, o que acharam?

E esse final "lindo" pra não dizer ao contrário, que deixou a desejar. Desculpe foi o que deu pra fazer ;c

Talvez, eu faça uma continuação. Vamos ver.

~Bjos


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