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História Glue - Café Quente


Escrita por: Vyvs

Notas do Autor


Gente, lamento se eu não conseguir responder aos comentários dos capítulos passados e peço perdão. Depender de internet móvel é uma merda. Peço encarecidamente que não deixem de comentar nesse capítulo por isso, pois assim que der eu responderei a todos os comentários com carinho ❤ desde já muito obrigada a todos.
Decidi prestar um pouco de atenção em outros casais e, para começar, nosso lindo Wonwoo 😍 espero que gostem de uma pitada de Yaoi

Capítulo 11 - Café Quente



Wonwoo:

Eu conseguia ouvir as batidas irregulares do meu coração mesmo antes de entrar na cafeteria. Empurrei a porta, fazendo o som de um pequeno sino ressoar por todo o recinto. Vasculhei todo o lugar, que tinha cerca de meia dúzia de clientes à procura do meu alvo.

Meus sapatos fazia um barulho irritante no piso laminado de madeira recentemente encerado sob mim. Admirei a vitrine lotada por doces delicados, coloridos e extremamente chamativos e decidi o que pediria naquela tarde.

Sentei-me no banco alto de madeira perto do balcão. Esperei ansioso pelo rapaz que me atenderia até que ele saiu da cozinha carregando consigo um tabuleiro com diversos pãezinhos doces recém-saídos do forno. 

Perguntei-me como alguém continuava tão bonito mesmo usando avental e tendo os cabelos escondidos por uma touca preta. A pele se assemelhava à porcelana de tão branca e lisa. Os olhos escuros eram atentos e raramente os cabelos castanhos amendoados davam o ar da graça. 

O rapaz me viu logo após depositar os pães doces na vitrine. Seu sorriso largo me deixou um pouco zonzo, mas procurei não demonstrar. Abri um sorriso sem graça. 

— O que vai querer?

— Um café expresso e duas bombas; uma de chocolate e outra de creme de confeiteiro, por favor — pedi. Eu nem estava com fome, para ser sincero. Só queria ver a minha paixonite. 

— Quer os doces agora ou quer esperar que eu prepare seu café? — a voz aveludada me causou arrepios, porém eu estava com um camisa de mangas compridas, por sorte. 

— Eu espero — respondi. Mingyu concordou e foi para a cafeteira. Eu estava tão nervoso que precisei me levantar e ir ao banheiro da cafeteria de cor creme e marrom. 

O banheiro era imaculadamente branco e um pouco pequeno, com três mictórios e duas cabines. Retirei meus óculos do rosto e lavei-o com um pouco de água gelada, com a intenção de esfriar a minha pele. 

— Com tantas garotas por aí você vai gostar logo de um garoto, não é, Jeon Wonwoo? — indaguei para meu reflexo no espelho. Eu era bastante sem graça se comparado à Mingyu, por isso ele nunca prestaria atenção em mim. 

Meus cabelos pretos eram penteados com o auxílio de gel, meu corpo estava sempre coberto por roupas sociais e os óculos de lentes redondas me passavam uma impressão de nerd.

Saí do banheiro limpando os óculos na camisa grafite. Eu estava bastante desatento e, talvez por essa razão, a garçonete da cafeteria trombou comigo e acabou derramando café quente na minha camisa. Levei um susto tremendo e acabei por ficar sem reação. Meus óculos caíram e se trincaram. 

Mingyu pulou o balcão e veio em meu socorro, arrancando a camisa do meu corpo com pressa. Só então eu percebi que o líquido fumegante estava queimando minha pele. 

— Garota! Olha só o que você fez! — Mingyu gritou. A garota de cabelos castanhos se encolheu. Instintivamente eu coloquei a mão no ombro do rapaz para tentar apaziguar seus nervos. 

— Não se exalte, por favor — pedi. Mingyu bufou de raiva e segurou meu pulso, levando-me para o escritório da cafeteria, um lugar pequeno e bastante organizado. 

Se eu estava com vergonha do meu tronco nu? Eu queria morrer naquele momento. Além de magricela e muito branco o meu peito estava vermelho graças ao café quente. Mingyu me fez sentar encima da mesa de escritório e, da gaveta ao meu lado ele retirou uma caixa de primeiros socorros. 

Tirou uma bisnaga de pomada para queimaduras e depositou um pouco em seus dedos. Meu corpo parou no momento em que seus dígitos tocaram a região sensível do meu peito, quase minha barriga. Aquilo provocou algumas reações “erradas” no meu corpo, a sorte que Mingyu não percebeu. 

Ele não poderia saber da atração que eu sentia. Com certeza eu levaria o “chega para lá” mais épico dos meus dias. 

— Me desculpe pela falta de cuidado da garçonete senhor... — Mingyu travou. Não sabia qual era o meu nome. Mas, afinal de contas, o que eu desejava? Que ele soubesse meu nome quando nossa maior interação era meus pedidos na cafeteria? 

— Não me chame de senhor porque isso me faz parecer um velho. Me chame apenas de Wonwoo — pedi quase fechando os olhos de prazer. Pode parecer estranho, mas ter os dedos dele com a pomada fria tocando a região irritada do meu peito era bastante prazeroso. Eu quis suspirar, mas não pude.

— Prometo que vou pagar pelos seus óculos e sua camisa estragada — Mingyu estava convicto. — Se bem que você fica mais bonito sem óculos — elogiou. 

Senti meu rosto corar violentamente. Corar mesmo. De quase ficar roxo. Se ele soubesse o que o elogio dele fizesse comigo...

— Não precisa pagar nada — agradeci os céus por não ter gaguejado. Agora era só esperar que minhas pernas não me deixassem na mão assim que levantasse. 

— Preciso sim Wonwoo — Mingyu insistiu assim que acabou de passar a pomada na queimadura. Não era grave. Só era vergonhoso demais estar com o meu tronco magro e despido perante o rapaz. Eu estava mais para o nerd desnutrido. — Aliás, você está se graduando Faculdade Federal? — sorri. 

Nós dois estávamos na mesma faculdade. Eu sabia tudo sobre o rapaz. Kim Mingyu. Vinte e dois anos. Filho dos donos daquela cafeteria e futuro confeiteiro. 

— Sim. Estou no curso de administração — afirmei. Foi lá na universidade que eu o conheci; trombando com Mingyu no corredor da universidade.

— Faço confeitaria — sorri para ele. “Eu sei” pensei em responder, mas isso o assustaria com certeza. — Por acaso você aceitaria sair comigo hoje à noite? Eu pago um jantar para você como pedido de desculpas — pediu.

Fiquei sem reação. Nunca na minha vida alguém quis sair comigo, nem que fosse para pagar uma dívida, ainda mais uma pessoa que eu me sentia atraído. Pra falar a verdade eu nunca me senti atraído por ninguém. Foi realmente uma surpresa para mim querer beijar um homem. 

— B-bem p-pode ser — gaguejei de maneira ridícula. Mingyu sorriu de lado. 

— Vou pegar minha camiseta para você. Não é cara como sua camisa, mas é só para você conseguir chegar em casa — avisou o rapaz. Ele parecia culpado e preocupado comigo. Segurei o pulso antes que ele saísse do escritório. 

— N-não há necessidade  — argumentei quando minha mente gritava na realidade: “precisa sim”. — Eu estou indo de carro para casa agora. Não precisa me dar uma camisa. 

— Tem certeza? Você parece constrangido — Mingyu observou, talvez por eu estar tentando cobrir meu tronco com os braços. 

— Tenho sim.

— Me desculpe mais uma vez. Estou me sentindo muito culpado por você ter se ferido, justo o cliente mais fiel daqui — sorri de forma tímida. Eu frequentava aquele lugar apenas por Mingyu. A comida também era maravilhosa, mas o rapaz era melhor. 

— Não se preocupe, eu estou bem — afirmei. Peguei minha camisa manchada e já fria. Abotoei-a em meu corpo e virei-me para sair da sala. 

— Você vai à faculdade hoje? — concordei. Mingyu sorriu um pouco e propôs: — Podemos sair juntos depois das nossas aulas. Tudo bem? 

— Claro — sorri também. 

 

Era engraçado ver Mingyu sem o uniforme da cafeteria. Nos encontramos no gramado da universidade. Eu usava uma camisa branca, um pulôver cinza, calça social preta e um par de sapatos pretos. Talvez estivesse um pouco formal demais para a ocasião.

Já o futuro confeiteiro vestia uma camiseta de mangas curtas em um tom verde claro, calça jeans rasgada nos joelhos e All Star preto. Tinha resquícios de farinha em seu queixo e testa. Sorri de maneira involuntária. Daquela maneira Mingyu parecia ser mais descontraído e menos profissional. 

O vento daquela noite de sexta bagunçou seus cabelos, fazendo-o xingar baixinho sua má sorte. Preciso confessar que ele ficava mais bonito com os fios castanhos atrapalhados. 

— Você anda sempre tão arrumado assim? — indagou Mingyu quando estávamos de frente para o outro. 

— Não gosta? — o respondi com uma pergunta. Mingyu sorriu, fazendo-me ficar desconcertado. 

— Eu não disse isso. É que... bem... eu fico desconfortável estando ao seu lado estando você todo sofisticado assim enquanto eu estou tão desarrumado — confessou. 

— Você está ótimo Mingyu — fui sincero. Ficamos alguns segundos em silêncio até que o rapaz ao meu lado perguntou:

— Como sabe meu nome? Eu nunca lhe disse — corei. “Bem, eu pesquisei sobre toda a sua vida mesmo antes de você me conhecer” pensei. Porém acabei tendo uma ideia brilhante:

 — Eu li no seu crachá hoje mais cedo — Mingyu pareceu acreditar na minha mentira. Suspirei aliviado, temendo que o rapaz descobrisse a verdade. 

Caminhamos até o estacionamento. Desativei o alarme do meu carro e Mingyu estava boquiaberto. Ser filho dos meus pais era bastante constrangedor na maioria das vezes. Eu era tratado como uma atração de circo. Todos me faziam perguntas idiotas e muitos se afastavam de mim, julgando minha personalidade e caráter apenas conhecendo-me superficialmente. 

— Você tem um Jeep Compass? — indagou um pouco surpreso. Anuí envergonhado. Abri e porta do motorista e esperei que Mingyu entrasse no banco do passageiro. 

— Cortesia do meu pai — finalmente respondi. Mingyu parecia deslumbrado com tudo que via. Liguei o carro e saí da vaga em que estava estacionado. 

— Quem são seus pais? — a pergunta me causou constrangimento, mas eu não poderia mentir para o rapaz. Se dependesse de mim ele nunca saberia dos meus, não se isso o fizesse me tratar diferente. 

— Os senhores Jeon. Donos da Only Man — admiti de forma pesarosa. Meus pais eram donos de uma das maiores grifes masculinas de toda a Coreia. Filiais se espalhavam rapidamente por todo o território e, um dia, minha irmã e eu seríamos donos daquilo tudo. 

Mingyu estava assustado. Provavelmente não imaginava quem eram meus pais. Meus tios que me criaram como se eu fosse fruto deles e nunca me diferenciaram de Jiwoo. 

— Meu Deus! — exclamou. — Acho que vai demorar um pouquinho mais do que imaginei para que eu possa pagar sua camisa e seus óculos — observou Mingyu. Revirei os olhos, hábito herdado da minha irmã. 

— Já disse que não quero que você me pague — insisti. Eu ainda possuía alguns pares de óculos e mais camisas do que poderia usar. Não que eu queira aparecer. Só não queria causar transtornos à Mingyu. — Para onde vamos? — indaguei. 

— O que você gosta de comer? 

— Não sou exigente com comida — respondi. 

— Tudo bem comermos um hambúrguer? — Mingyu parecia encabulado. — É até vergonhoso sugerir isso à você, tão rico e sofisticado. 

— Pare de dizer bobagens — repreendi. — Hambúrguer está ótimo para mim. 



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