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História God Killer - Capitulo Três - Hades


Escrita por: esquecidinha e taemeetevil

Notas do Autor


Como sempre, muito obrigada a todos que favoritaram e comentaram a fic, isso significa muito pra mim
> atualizações todo sábado a menos que role uma merda (lê-se bloqueio criativo e falta de tempo, torcendo pra não rolar)
> e não tenho mais nada pra dizer é isso ae enois amo vocês

Capítulo 4 - Capitulo Três - Hades


Fanfic / Fanfiction God Killer - Capitulo Três - Hades

Eu tive um sonho estranho aquela noite. No começo, Taehyung se afogava. Só isso já era estranho o suficiente. Sentia que ele estava morrendo. E sentia que era minha culpa. Estávamos afundando juntos. Ele olhou para mim e foi o último vislumbre de vida em seu corpo. Quando acordei senti como se estivesse mesmo me afogando, mas era só o edredom sufocando minha cara.

Virei buscando o relógio de cabeceira. 4:35 da manhã. Eu podia dormir um pouco mais até as seis, porém seria mais útil continuar minhas pesquisas. Tinha parado numa página da internet que falava sobre a mãe de Namjoon e sobre sua longevidade fora do comum. Nenhum deus tinha seus pais mortais, a não ser os que nasceram nas últimas décadas, porém entre os primeiros deuses, Namjoon era o único com a mãe ainda viva, mesmo depois de mais de oitenta anos. Havia um boato de inveja por parte dos outros que não tiveram o mesmo privilégio, especialmente com Yoongi e Jimin que tinham um apego muito forte as famílias humanas.

Yoongi e Jimin.

Passei para as amantes. As listas variam, mas o número chegava perto dos 20. Vinte! Imagino como deve ter sido para Seokjin tendo que lidar com tantas amantes no passado.

— Zeus era uma puta — dei um grito quando ouvi algo parecido com um trovão. — Desculpa! Desculpa, foi... — Um segundo depois a luz se foi. Provavelmente fora um transformador que explodiu. Abri uma nova aba para seguir minha pesquisa. Sem internet. — Ué…. Ah! — “Sem luz não tem internet, idiota. ”

Fechei o notebook, coloquei na poltrona ao lado e deitei no sofá, me enrolando no edredom. Com sorte a luz voltaria ao amanhecer.

 

(...)

 

— Moleque! — A voz pareceu soar dentro da minha cabeça.

— Esse garoto morreu? — Outra voz resmungou.

— Não, eu saberia. Acorda para cuspir, moleque. Que inferno! — ele calou um momento e depois ouvi as gargalhadas. — Ah, inferno, porque eu sou…

— Sim! — eles continuaram rindo até eu levantar, me arrastar pelo minúsculo cubículo que eu chamava de casa, e abrir a porta. Os dois se calaram.

— O irmão de vocês morreu e vocês estão rindo? — Eu queria gritar, mas não tinha voz para isso às seis da manhã.

— Ele que morreu, não nós — Yoongi era tão insensível quanto se devia esperar da figura do deus do inferno. Me empurrou para o lado e passou para dentro, meu cérebro não estava funcionando direito nem para reclamar. — E achei que você encontraria o culpado.

— Estou trabalhando nisso — olhei para Taehyung que continuava encostado na base da porta, olhando fixamente para mim. Reparei que sua roupa era em tons de branco e azul enquanto Yoongi estava todo de preto. “Tentaram se vestir a caráter para me visitar? ”. Taehyung cheirava a maresia.

— Eu ainda leio seus pensamentos, garoto — Yoongi falou, acomodado no meu sofá. — Taehyung para de flertar com ele e entra logo!

O outro sequer se abalou com a frase e passou por mim com sua postura esnobe de sempre, como se fosse bom demais para mim.

“Diabo narcisista”

— Nisso eu concordo — Yoongi respondeu ao meu pensamento. Fechei a porta.

— Só para deixar claro — dei um longo bocejo. — Eu sou hétero — disse antes de ir em direção a cozinha, precisava de café se quisesse acordar de verdade.

— Que decepção — Yoongi resmungou e Taehyung sufocou uma risada. — Ele vai a pé, eu não ando com hétero perto de mim. E eu quero café.

Eu não conseguia acreditar que estava sendo desrespeitado dentro da minha própria casa. Para que vieram, então? Grunhi baixo e fechei o armário vazio, exceto pelo pó de café. Eu precisava ir ao mercado.

— Ao que devo a honra da visita?

— Jongin e Hoseok querem te mostrar a espada antes do eclipse. E ela está na minha casa, Tae me obrigou a vir porque eu tinha de ser mais útil. — Ele claramente não estava feliz com isso. — Eu não durmo há dias, eu sou o deus dos mortos, trabalho o dia todo. Eu queria só um dia dormir até às dez.

— Como se Kyungsoo e Jinyoung não fossem dar conta, você que gosta de trabalhar. — “Quem eram esses, mesmo? ”

— Tânato e Queres — Yoongi respondeu. “Queres não era mais de um? ” — Só um deles encarnou.

— Vocês vão ficar nessa conversa mental? — Taehyung reclamou, me concentrei em fazer o café. Eles ficaram em silêncio até que eu terminasse, enchi duas canecas e entreguei uma para Yoongi.

— Você quer? — ofereci a Taehyung que fez uma careta.

— Detesto café.

— Café deixa os peixes agitados — Yoongi riu. — Você devia ser uma sereia, irmãozinho.

— Você devia ter chifres e feder a enxofre. Ah sim, você já fede a enxofre.

— Ah, vai para o inferno — eles pararam de novo e começaram a gargalhar. Os deuses de centenas de anos eram duas crianças.

— Eu vou me trocar e podemos ir — tomei mais uns goles de café, larguei a xícara em cima da pequena mesa da sala, segui para o quarto e peguei meu uniforme. Teoricamente eu não precisava usá-lo o tempo todo, mas gostava dele. Assim que me tranquei no banheiro senti a paranoia de estar sendo vigiado. Coloquei as roupas para cobrir a fechadura. Eles poderiam me ver mesmo assim?

— Não! — Yoongi gritou da sala. Eu teria de ter cuidado com meus pensamentos o dia todo.

 

+++

 

Yoongi tinha um apartamento em Ganseo, num prédio chamado “Unmyeong”, que era algo como “Destino fatal”. Ficava no sexto andar. Só que para baixo. E já do elevador eu sentia o sopro quente fazer minhas roupas grudarem na pele. Era óbvio que Min Yoongi não era nem um pouco discreto com a própria condição. Se era para ser o rei do Inferno, ele faria o trabalho direito.

— Não toque em nada, não pergunte nada que não seja necessário. Fique longe dos livros, eles vão sugar sua alma — disse antes de abrir a porta. Concordei com tudo, ele abriu e deixou que Taehyung entrasse primeiro. — Holly! — Yoongi entrou em seguida.

“Ah, não. O cachorro do inferno, não. ”

— Pronto, peguei ele — Taehyung disse logo em seguida. Pegou?

Olhei para o cachorro no colo dele. Uma coisinha marrom, felpuda e com uma cabeça só. Era disso que eu deveria ter medo?

— Ele não tem três cabeças quando está aqui, gênio. Destruiria o apartamento. Mas se você fosse um invasor.… Aí já seria outra história — olhei para o filhote, talvez fosse coisa da minha cabeça, mas tinha um brilho estranho nos olhos do cachorro.

— Cuidado! — Yoongi gritou e dei um pulo para trás, ele e Taehyung começaram a rir de mim. Por que parecia que eles não levavam as coisas tão a sério quanto deveriam? Sequer pareciam com as criaturas raivosas que conheci no velório. Não fazia sentido. — Eles estão no estúdio.

Era um apartamento comum, apesar de muito mal iluminado, a luz alaranjada dava a pele pálida de Yoongi um tom mais natural, mas fazia o lugar parecer menor e com certeza mais quente. Me perguntei se alguma das portas pelo qual passei no corredor seria um acesso direto para o submundo. Dizer um simples: “Licença, vou ao banheiro”, abrir uma porta e parar no inferno.

 

“Desliga esse barulho infernal”

 

Estava escrito na porta em que paramos.

— Minha mãe dizia isso para mim quando eu ouvia música — Yoongi explicou antes de entrar, Taehyung em seguida e eu por último. Os outros dois já estavam esperando… fazendo uma batalha de dança?

— Não. Abaixa, gira, 3\4 para esquerda e é quando o break começa.

— Mas falta um passo e… — Os dois pararam de ensaiar. — Oh, olá — o ruivo disse, acenando para nós. Esse eu reconheci imediatamente, Hoseok. Ele era exatamente como o deus sol deveria parecer: Radiante. O outro provavelmente era Jongin, a lua. A mitologia dizia que eles eram gêmeos, mas não se pareciam em nada. Mas a mitologia também dizia que Ártemis era uma mulher, e obviamente Jongin não era.

— Como está a coreografia?

— Com problemas no refrão — Jongin reclamou, sentando na cadeira de frente para a mesa de som, quando Yoongi falou estúdio, estava falando sério. Tinha equipamento o bastante para fazer inveja a uma gravadora profissional.

— Jungkook, eles são “Hwalgwa Hwasal” — disse como se a informação já devesse ser conhecida por mim. — O duo de dança mais famoso do país — Taehyung finalizou com alguma satisfação, como se fosse mérito dele.

— Eu não conheço — senti todos os olhares julgadores sobre mim.

— Você não sabe nada de deuses, nada sobre cultura pop, em que realidade você vive, moleque? — O tom de deboche de Yoongi era claro.

— Porque você fica me chamando de moleque? — Desta vez eu estava realmente com raiva.

— Eu tenho 98 anos mortais, só nisso eu sou mais velho que você!

— Okay, foda-se, eu não me importo com nada disso, eu não estou nem aí se vocês são superpoderosos e vocês dois são o duo de dança mais legal — apontei para a dupla —, e que você manda no inferno e você fala com peixes, essa merda não me interessa. Sou só um humano que está tentando sobreviver, eu não tenho superpoder, nem nasci como uma criatura mágica como vocês. Só quero achar o assassino do seu irmão e parece que quanto mais o tempo passa menos interesse nisso vocês tem. Então eu só quero muito, muito mesmo, que essa merda acabe e eu volte para minha vida mortal insignificante.

Eles continuaram olhando para mim, sem dizer nada. E eu me senti ridículo pelo desabafo.

— Hoseok? — Jongin chamou. — Vamos lá — ele veio até mim e apoiou a mão em meu ombro. — A espada está na sala ao lado — Hoseok nos acompanhou, Yoongi e Taehyung não moveram um único passo.

 

(...)

 

Liguei o gravador.

A espada estava apoiada na mesa, a lâmina longa era num tom de ouro envelhecido e com runas marcadas por todo o comprimento. Não havia nenhuma gota de sangue ou marca de sujeira, Jongin e Hoseok tentaram a custo segurá-la para que eu pudesse olhar melhor, porém eles mal conseguiram a erguer mais que meio centímetro.

— Assassino dos deuses, também chamada de God Killer. Espírito obsessor das primeiras eras, morto por Zeus em algum momento antes da chamada Era de Ouro. A espada que surgiu após sua morte, está aqui, só pode ser manuseada por deuses ou semideuses poderosos — Jongin indicou. — É impossível destruí-la. Também não armazena marcas, por isso não há manchas de sangue. E apenas sai de seu lugar original motivada por muito ódio.

— Eu não entendi essa parte — falei.

— Vamos dizer que eu queria muito matar meu irmão — Hoseok apoiou o corpo em Jongin, dando um abraço desajeitado. — Isso nunca aconteceria, eu te amo.

— Ama droga nenhuma.

— Enfim, se eu tivesse muito, muito ódio, e quisesse realmente matá-lo, a espada viria até mim. Ela me escolheria como espadachim. Também existe o caso de a espada ser necessária. Imagine que exista um espírito ruim solto, matando humanos, causando o caos, ele precisa ser parado. Então a espada iria até um deus que fosse capaz de realizar a tarefa. Essa é a “função nobre” da espada, um julgamento divino de quem está fazendo mal ao mundo de alguma forma.

— Namjoon se encaixa no primeiro caso, possivelmente.

— É claro. A menos que ele estivesse causando problemas. — Havia uma nota estranha na voz de Hoseok ao dizer, ele e Jongin trocaram um olhar rápido, mas significativo.

— E estava?

— Zeus estava estranho ultimamente. Namjoon sempre foi um bom líder, mas de repente não queria mais ser. Tomava decisões estranhas. Estava falando de banimentos para os não nascidos.

— Três foram — Jongin completou.

— Quem? O que são não nascidos? — “Quantos termos mais eles tinham? ”

— São os que não nasceram de pais e mães humanos, eles precisam que um deus os traga porque é um processo muito complicado. Calisto, Latona e Nix. As duas primeiras foram amantes dele. Antes desta encarnação, é claro. Latona é nossa mãe, nós a trouxemos. Yoongi trouxe Nix e… quem trouxe Calisto? — Jongin questionou.

— Eu não lembro — os dois pararam um momento tentando se lembrar. — Eu não consigo lembrar, de verdade — Hoseok finalizou.

— E onde os banidos estão agora?

— Na cidade. Depois da morte de Namjoon o banimento foi revogado. Onde exatamente, eu não sei. A não ser a mamãe.

— Podemos levar você até ela se quiser.

— Eu gostaria.

— Hoje seria meio impossível, estamos atolados com os assuntos do eclipse e… — Jongin começou a se explicar, mas o interrompi.

— Tudo bem — lancei um olhar para Hoseok que parecia distraído com algo fora da realidade, seus dedos mexiam como se riscasse um quadro imaginário. — O que ele está fazendo?

— Compondo. Acontece o tempo todo, relaxa — Jongin assegurou.

— Jongin? — perguntei. — Onde você estava entre 4:45 e 5:27 da manhã do dia 19?

— Com Hoseok, no estúdio da TVN, iríamos aparecer no programa das seis para anunciar a turnê nova. Pode averiguar com a emissora.

Assenti.

— Farei isso.

Jimin. Yoongi. Calisto. Nix. Latona. A lista de suspeitos estava crescendo rápido enquanto a de provas continuava sem avanços. Como eu poderia acusar alguém se o assassino não deixou um mísero rastro? Eu só podia me apoiar no que eles diziam para mim e era óbvio que ninguém estava sendo completamente sincero. Eles apenas me davam pequenas informações a intervalos regulares.

— A espada… — apontei para o objeto, que reluzia num brilho dourado fora do comum. — Isso deveria acontecer?

— Não — Jongin e Hoseok falaram quase que ao mesmo tempo.

— Min Yoongi — Hoseok chamou, caminhando em direção a porta sem tirar os olhos da espada. — Tae! Essa coisa está brilhando!

— Jungkook, fecha os olhos! — Jongin mandou, empurrando a mesa para o canto da parede, ele fazia um grande esforço nisso. Hoseok veio ajudá-lo, ficando ao lado do irmão, usando os corpos de barreira para conter a luz, porém a espada brilhou ainda mais forte. — Fecha os olhos, agora!

Meus olhos começaram a pesar, meu corpo pendeu para frente e vi Jongin olhando para mim preocupado, alguém segurou meus ombros, mas estava difícil me manter consciente. “Hobi, ajuda ele”. A luz era tão forte. Tão forte…

Então eu acordei.

Estava no chão, sentado, meu corpo apoiado na parede. A mesa e todos os outros móveis foram empurrados para o canto da porta, como uma barricada. Ergui os olhos para os quatro deuses que me rodeavam, foi a primeira vez que vi medo nos olhos deles. Minhas mãos apertaram o punho da espada.

Espada?

A arma estava sobre minhas pernas, com todo o receio possível, a ergui. Não pesava nada, mais leve que uma caneta. Taehyung se abaixou perto de mim, como se eu fosse um cão assustado.

— Jungkook? Você… você lembra o que fez?

— Eu fiz alguma coisa? — Taehyung olhou pra Yoongi, buscando algum apoio. Eu não conseguia entender. O que eu poderia ter feito? Olhei para a espada novamente, erguendo-a mais alto. — Por que estou com ela? — acabei por desequilibra-la, caindo um pouco para o lado, Taehyung gritou quando a lâmina encostou em seu dedo.

— Desculpe, desculpe. — Algumas gotas de sangue pingaram no chão antes do corte simplesmente se fechar, mas deixando uma pequena cicatriz.

— Droga, isso nunca vai sair daí — Yoongi resmungou.

— Sinto muito, de verdade, eu... — Taehyung acenou como se não fosse nada demais, deixei a arma no chão ao meu lado. — Como eu pude pegá-la?

— Ela te escolheu — Hoseok disse, parecendo um pouco assustado. Ele se escondia atrás de Yoongi.

— Jungkook — Yoongi olhou para a espada e depois para mim. — Você é mesmo humano?


Notas Finais


e ai Jungkook que que tu é?
Se gostaram digam alguma coisa e façam uma autora vulgo eu, feliz <3
até próximo sábado.
xx


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