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História God save the Queen! - O caso numero um


Escrita por: nsauthor

Capítulo 2 - O caso numero um


HARRY-POV

Não havia nada de excepcional no inicio de noite de quinta feira, afinal, nas quintas feiras as famílias ainda estavam em suas casas, jantando e assistindo a programas de baixa qualidade na televisão. Na realidade, não havia nada de excepcional sobre Blue Lake. As pessoas, a paisagem, as lojas, não há nada de inacreditável ou surpreendente, não há nada que já não tenha visto. Sei que é idiotice querer comparar com Vancouver, mas ainda sim, sempre que se sai de um lugar buscando mudar sua vida, procura-se algo novo que preencha o vazio em seu peito, mas agora, enquanto Liam dirige o velho carro da policia com as luzes acesas, ainda que sem sirene, eu não sinto exatamente que fui preenchido pelo que faltava, mas sim há mais do mesmo.

Há dois anos, quando me formei no grupo de policiais em Vancouver, minhas expectativas para servir na cidade eram grandes, eu esperava por combates corpo a corpo, por auxilio em acidentes, por voz de prisão, qualquer coisa.  Menos silêncio, calmaria, café e açúcar de donuts caindo no tapete do carro.  Tudo bem, quando se é jovem realmente as expectativas são agressivamente enormes e comigo não foi diferente, ainda havia tempo. 

- Talvez, mas só talvez você devesse ir a algumas festas. – Liam disse com certa calma, quase como se estivesse pensativo sobre o assunto.  Ainda assim, eu podia ver seu sorriso com o canto da boca, ainda que estivesse concentrado na sua direção de 30 km/h, ele debochava da minha cara.

- Você acha mesmo que os adolescentes e jovens adultos desse lugar vão aceitar a entrada de policiais? – Pergunto, tendo praticamente certeza de qual será a resposta que Payne irá me dar.  De qualquer forma, arrisco.

- Com certeza.  – Ele balança a cabeça positivamente, em seguida seu sorriso muda de um sorriso normal vindo de alguém idiota para um sorriso cretino. – E se quer saber, as garotas adoram um cara uniformizado.

- Que merda, Payne.  Quanto mais passamos tempo neste carro, mais me arrependo de aceitar ser seu parceiro. – Digo entre gargalhadas, e Liam me acompanha. Apesar da falta de atividade, as conversas valem a pena, até mesmo porque desde que havia me instalado na cidade e até terminar o processo de assumir o cargo como policial não tinha conhecido nenhuma pessoa, ou seja, estava completamente sozinho. 

Liam era o perfeito cara babaca, fazendo questão de deixar as tatuagens amostra em seu uniforme, pois acreditava que isso era um chamariz feminino, mas de qualquer maneira o cara tinha um bom coração. Apesar de fazer o estilo mulherengo com cantadas sujas e baratas, era fiel aos seus propósitos e objetivos, o que me fazia acreditar que lá no fundo, bem no fundo mesmo, ele ainda poderia ser o tipo de cara que teria seu coração quebrado, e não apenas quebraria. Ainda riamos quando pela primeira vez desde que eu chegara, ouvimos a estática do PX, para em seguida ouvir a voz do xerife McConner.

- Caras, temos um 187 na Lightning Street, repito 187 na Lightning Street, alguém próximo? – Sua voz era firme e rápida, urgente. E com toda a razão, o código 187 é para assassinatos, e quem esperaria um assassinato em uma cidade tão pacata e pequena? Eu precisava ver isso de perto.  Olhei rapidamente para Liam, que também me deu uma olhada rápida antes de diminuir a velocidade do carro, estávamos pensando exatamente a mesma coisa. Que era loucura demais. Liam agarrou rapidamente o PX.

- Payne e Styles aqui, xerife.  Estamos indo para lá agora mesmo. Câmbio. – Liam diz rapidamente, para garantir que estaríamos antes de quaisquer outros policiais no caso, muito embora eu acredite que não havia ninguém além de nós em patrulha, talvez do lado norte da cidade, mas neste caso estariam longe demais para sequer considerar analisar o caso. Mas se ouvirem o chamado do chefe, deviam estar ansiosos para mais informações. É como eu disse, 187 em Blue Lake me parece inacreditável.  Deveria ter sido algum acidente que fora confundido com assassinato, suicídio talvez, mas homicídio doloso era difícil de engolir.

- Certo. Iniciem os procedimentos de investigação, a ambulância do IML deve estar chegando por lá, estou um pouco longe, mas logo devo chegar também. Payne, auxilie os paramédicos no que for necessário e também com as fotos do cadáver, garanta que a vizinhança não fique muito por perto, imagine as histórias que inventariam. – O xerife ri, em meio à estática.  – Styles, você colete todo e qualquer tipo de informação com a família e a empregada deles, mas interrogue mais profundamente a filha dos donos da casa, aparentemente ela tinha algum tipo de relacionamento com a vítima. Câmbio. – Termina o xerife.

- Certo senhor.  Estamos a caminho.  Câmbio desligo. – Liam afirma e então volta a colocar o aparelho no lugar, acelerando o carro, cantando pneu. – Será que eu ligo a sirene? – Ele me pergunta, entre risadas.

- Pro inferno que sim, talvez seja a única vez que será ligada.  – Dou risada também e Liam o faz, sabendo que provavelmente todo mundo irá acordar com o barulho irritante. Mas não estamos nem aí, posso sentir em Liam isso também, estamos ansiosos e, principalmente, curiosos, pois ainda é difícil de acreditar que um crime realmente acontecera em Blue Lake.

Em menos de 12 minutos já estamos em frente à casa onde acontecera o assassinato, ou assim pensamos, pois na realidade ainda não sabemos nada do que realmente aconteceu. Assim como avisado pelo xerife, a ambulância já está no local, há outra viatura policial, que deve ter seguido para o local com ordem do xerife, e eles estão cercando o local com a fita criminal amarela. Respiro profunda e pesadamente, realmente um crime ocorrera ali. Liam rapidamente está com os paramédicos da ambulância, e ainda que queira analisar o corpo da vitima, preciso cumprir as ordens do meu superior.

Vou de encontro com a família, não os conheço, pois estou há pouco tempo na cidade e claramente não moro no mesmo lugar que eles, estou agora onde vivem as famílias mais ricas de Blue Lake, então meu contato é bastante limitado.

Chego diretamente no pai, que se apresenta como George Rivers. Ele me dá informações vagas, afirma estar no trabalho durante o ocorrido, então anoto que preciso checar com o banco onde ele trabalha, para garantir o seu depoimento, e trocar essas informações com outros investigadores do caso. Ainda assim, George afirma que conhecia o rapaz, que ele havia crescido com sua filha, Daisy, e que os dois eram bastantes amigos e próximos, e também me diz que a garota está bastante abalada e que por isso devo ser delicado sobre o assunto. Quero dizer a ele que sei bem o que estou fazendo, mas sei que o Sr. Rivers deve estar extremamente apavorado, pois não bastando um crime ter acontecido em sua vizinhança, este aconteceu exatamente em sua casa.

Em seguida ele me apresenta a sua esposa, a Senhora Morgana Rivers, e prossigo com o mesmo procedimento, perguntas similares com respostas similares. Assim como George, Morgana não estava em casa durante o ocorrido, e também tem seu álibi no trabalho.  Por fim, ambos me dirigem para o fundo da casa, onde posso ver, de relance, o corpo da vitima. O rapaz, que deveria ser bastante jovem parece ter sido decapitado, pois haviam dois sacos nas mãos dos paramédicos, e o saco menor já havia sido preenchido.

Morgana e George me deixam nos fundos da casa, logo atrás da casa ao lado da piscina, onde possuem algumas arvores frutíferas, um jardim com bebedouro para pássaros e um balanço.  Daisy está no balanço, sua cabeça está ancorada em uma das cordas, e seu cabelo bastante vermelho se enrola nos fios brancos devido ao vento criando um efeito sombrio. Dispenso os pais da garota e ando até ela lentamente, não quero chegar de maneira brusca e assusta-la.  Supostamente, a garota deve estar apavorada, mas ainda assim, ela é uma suspeita.

- Senhorita Rivers? – A chamo baixo, mas ela não responde, apenas suspira profundamente. Claramente a garota já havia percebido minha presença, ou então havia ouvido quando pedi para que seus pais se retirassem.  – Daisy? – A chamo novamente, então a garota gira o balanço de maneira lenta, mantendo o corpo ereto.

- Você é novo aqui! – Ela afirma antes de dizer qualquer outra coisa, e não posso deixar de notar que sua voz é bonita e melodiosa, e preciso manter a concentração, pois preciso ouvir claramente o seu timbre de voz.

- Eu sou. – Afirmo e estendo a mão.  – Styles, Harry Styles.

- Daisy Rivers.  – Ela inclina o corpo e o balanço para frente, então aperta minha mão com delicadeza, porém firmeza. – É um infeliz prazer te conhecer, policial. – Ela abre um pequeno sorriso. Percebo que seus olhos estão inchados e vermelhos, o que indica que a garota estava chorando.  – Pode imaginar Policial Styles...

- Harry. – Quero que ela se sinta confortável, assim poderá se abrir mais e quem sabe me fazer enxergar alguma pista. A garota volta a suspirar e rola os olhos, então volta a me encarar diretamente nos olhos, suas íris estão escuras.

- Certo, Harry. – Ela afirma, mordendo rapidamente o lábio inferior, ela sabe que estou a analisando, e parece gostar disso. Mas eu não estou a provocando, não tem nada a ver com isso, eu quero saber se ela matou o rapaz ou não. – Pode imaginar Harry, o que é perder um dos seus melhores amigos de uma maneira tão brutal? Encontrar seu corpo partido em dois pedaços na sua própria piscina enquanto você estava se preparando para um dia relaxante? – Ela me pergunta, mas não consigo entender exatamente o que ela quer dizer. Daisy parece, sinceramente, mais preocupada com ter perdido seu banho do que o tal “melhor” amigo. Mas preciso manter minha distinção, então me aproximo e aperto delicadamente o ombro da garota.

- Só posso imaginar, e te oferecer minhas sinceras condolências. – Ela sorri complacente e eu afirmo com a cabeça. – De qualquer forma, preciso te informar que precisará comparecer a delegacia amanhã. Se ir a escola está em seus planos, vamos recebê-la durante a tarde, sem problemas. Ou então pela manhã, fica de acordo com a sua disponibilidade, desde que compareça. O xerife deve estar neste mesmo momento entregando para seus pais a declaração, solicitando seu comparecimento. – Ela concorda com a cabeça sem hesitar, e eu continuo cada vez mais confuso. 

- É um encontro. – Ela diz e sinto meu rosto esquentar. Pelo amor de Deus, ela é apenas uma garota adolescente.

Despeço-me rapidamente da garota com um aceno de cabeça e ando rápido até a frente da casa. Encontro-me com o xerife e repasso as informações que tenho até o momento. O fato é, estamos longe de descobrir a verdade.  O xerife me informa que avisou a família do rapaz, e que os pais concordaram em dar seus devidos depoimentos assim que passassem pelo processo de luto, obviamente, então teremos bastante tempo para tirar informações da família e também da funcionária da família, que também estava no local quando o corpo fora encontrado.

Após terminar os procedimentos, junto os arquivos que possuímos em uma pasta e entrego para os outros investigadores do caso, eles irão reunir tudo e arquivar na delegacia.  Volto então para carro com Payne, que parece tão empolgado quanto uma criança que acaba de ganhar seu presente de natal.

- E então... Maluco não? – Ele me pergunta e eu recosto minhas costas no banco. Volto a olhar para a casa e me deparo com o rosto de Daisy na porta, ela corre seu olhar entre a fita amarela e o meu rosto, aceno rapidamente, mas ela apenas dá as costas em retorno, voltando para o interior da casa. – Harry? – Liam estala os dedos em frente ao meu rosto. – Está aí?

- Sim... Sim, me desculpe. É, é uma loucura. – Liam ri e eu o encaro com confusão no olhar.

- Eu te perguntei se realmente temos nosso primeiro caso. – Liam praticamente vibra em seu banco, seus olhos brilham de uma maneira meio maníaca, mas sei que é apenas empolgação, e talvez também um pequeno mix de confusão, pois nunca precisara pensar muito em um caso antes.

- Sim, Liam. É o primeiro caso.  


Notas Finais


Oi gentili, espero que tenham gostado do cap e da, enfim, aparição do policial Styles.
Gostaria de pedir, por favor, de coração mesmo, divulguem com as migas, porque é muito dificil continuar sem ter retorno. To bem animada com essa historia, mas as vezes parece que o esforço não vale a pena.
Enfim.
Obrigada ♥


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