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História God save the Queen! - Coragem e Covardia


Escrita por: nsauthor

Notas do Autor


Eu sei, eu demorei demais, mas estou vivendo o pior bloqueio mental do século em soma aos piores problemas mentais pessoais, espero que entendam.
Mas aí está novo capitulo quente, fumegante e cheio de mistério como é bom hahaha
Espero que gostem ♥

Capítulo 3 - Coragem e Covardia


DAISY-POV

- Crudelius est quam mori semper mortem timere – O professor Dominic bate com o livro na mesa, assustando muitos alunos distraídos, inclusive eu. Pulo em minha cadeira, batendo com os cotovelos na mesa, e bufo irritada, alto, fazendo com que o professor me encare dando uma risadinha baixa. “Idiota!”, eu penso.

Logo percebo que ele não está encarando a mim, mas a Charlotte que está sentada na carteira logo atrás da minha. Não irá demorar muito tempo para todos descobrirem que eles andam fodendo no laboratório de química todas as quartas feiras após o horário do almoço.

Eu quero dizer, eu adoro Charlie, ela é minha melhor amiga desde que saiu das fraldas, o que deve contar mais ou menos uns quatro anos agora, mas ainda assim, ela é uma vagabunda.

É claro, não deve haver uma garota nessa sala que não pensou em foder com Eron Dominic, é claro, o diabo tem olhos azuis como água de piscina, um cabelo preto bem alisado e usa perfume caro. Toda cachorra de Honory High aprecia um cara do tipo Daddy com cheiro de Giorgio Armani, por Deus.

- Temer a morte é morrer duas vezes, traduzindo. Alguém pode me dizer o que significa? – Ele continua, mordendo o lábio inferior enquanto apoia o cotovelo em sua própria mesa, encarando todos os alunos que agora parecem cachorrinhos excitados pra ganhar uma ração, ou no caso, uma estrelinha dourada na testa.

Vida após a morte”, “Carpe Diem”, “Tentação do diabo”, os babacas gritavam ao meio de outras baboseiras, eram todos uns verdadeiros babacas.

- Coragem e covardia. – Digo baixo, sussurrando para mim mesma. Todos rapidamente silenciam, e ainda mais rápido todos me encaram. “Merda, pensei alto demais”, penso. É óbvio que todos me encaram, todos estão esperando a garota supostamente traumatizada com a morte do amigo. Bem, é verdade. Não havia nada de belo e memorável como a cabeça de Johnnie rodando em meio as borbulhas de minha piscina.

- O que disse, senhorita Rivers? – Quero socar cada rosto com maquiagem demais ou com espinhas demais que me olha nesse momento, quero também arrancar minha própria língua com os dentes, por ter falado simplesmente. Sempre gostei das aulas de filosofia, sempre gostei do sr. Dominic, mas jamais gostei de abrir a boca em sala de aula, muito menos depois do que aconteceu na noite passada.

Era de se esperar que ninguém tivesse ideia de que eu fosse aparecer na escola pela manhã, nem mesmo meus pais acreditaram quando desci as escadas vestindo meu lindo vestido verde esmeralda que ganhara de natal da vovó Susie. Ninguém poderia imaginar que eu fosse ter estomago o suficiente para encarar todos aqueles rostos patéticos ou a falação incessante de Fred e Charlie, pra ser sincera, nem eu mesma acreditava. Mas ali estava eu, encarando o professor e meia dúzia de filhos da puta.

- Temer a morte é morrer duas vezes. É um estimulo ao homem à coragem de viver, independente do que precisa viver. Homens covardes morrem diversas vezes durante a vida apenas pelo medo de morrer, esquecendo do próprio tempo e deixando de aproveitar para viver, os corajosos fazem de tudo, realizam seus sonhos e desejos, pois sabem que irão morrer de qualquer forma. Afinal, a morte chega para todos não? – Respondo me embolando um pouco nas palavras, mas objetiva no que quero dizer. Algumas cabeças me encaram mais profundamente, algumas simplesmente viram de lado e voltam as suas conversas. Dom sorri um sorriso de lado, sacana.

- Faz todo sentido, Rivers. – Ele pisca para mim, mas dá as costas. Charlie me cutuca com a caneta no ombro, afundando a tampa em minha pele exposta.

- Uuuuh, alguém é inteligente por aqui. – Ela dá uma risadinha e eu acompanho, agora todos voltaram as suas conversas, deixaram de prestar atenção em mim e eu agradeço por isso. Do contrário teria que colocar fogo na sala de aula.

- Podemos comparar também com a famosa Homo Homini Lupus, que nada mais nada menos significa que... – E então Dom continuou sua aula, e eu continuei a prestar atenção como sempre fiz. Mas talvez nesse momento meus pensamentos divagassem um pouco, para John Reagan, nossa infância e adolescência, para sua cabeça boiando em minha piscina, para os olhos inquisidores do Policial Styles na noite passada e seu pedido para comparecer a delegacia após a aula, mas acima de tudo, na carta que pesava o dobro do peso real de minha mochila.

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Assim que o sinal bateu, alto e forte, minha cabeça quase explodiu. Ainda que fosse o som de costume, a quantidade de pensamentos e para o lugar que a aula de Dom me levara, praticamente me fizera cair da cadeira, e tive de me segurar no encosto da mesma para não ir de encontro ao chão. Guardei minhas coisas com lentidão e paciência, queria evitar qualquer tipo de conversa com qualquer pessoa que fosse, até mesmo por isso dispensei Charlotte e seu irmão.

Quando estava prestes a sair da sala, Eron Dominic me chamou até sua mesa, e apesar de meu desejo de ser transparente por apenas um dia, eu me encostei na tabua da escrivaninha de tamanho grande e o encarei profundamente nos olhos, esperando que meu olhar o intimidasse o suficiente para que me dispensasse. Porém, Dom apenas sorriu seu sorriso cretino de professor comedor de menininhas.

- Como está se sentindo? – Eu soltei um som (pff) baixo pela boca e revirei os olhos, mas ele rapidamente se corrigiu, abaixando o tom de voz e inclinando seu tronco em minha direção. – Eu sei, eu sei, quero dizer. Eu não sou nenhum psicólogo nem nada, mas quero saber sinceramente Daisy... Como está lidando com o dia de hoje?

- Nada demais, é um dia normal. – Abro um largo sorriso. Não é exatamente um dia normal, mas o dia está normal. A morte de John pode afetar em toda a minha vida, mas apenas se eu permitir. E me desculpe Johnnie, você não era tudo isso. O que mais me preocupava no momento era ter que me encontrar com Harry depois da aula, eu não sabia o que ele iria perguntar e nunca treinara minha língua para responder com educação. E sinceramente, a ultima coisa que gostaria agora era de ser presa injustamente. Eu não matara John Reagan.

- Entendo garota. Mas se precisar de ajuda, saiba que estou aqui. – Ele sorriu novamente e pegou minha mão sobre a mesa, dando uma piscadela com um olho. Afastei minha mão com certo asco, não sei exatamente se consegui esconder em minha feição, pois ao me despedir do professor e dar as costas, sei que ele olhou para minha bunda enquanto eu andava, e tenho certeza que não foi um olhar feliz. Então, antes que pudesse criar um problema, mas novamente com a falha de não saber segurar minha língua, me virei para o professor e sorri, talvez meu sorriso mais sacana.

- Lembens assidue eliciet canis ore cruorem, boa tarde professor. – E sai.

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Comprei meu almoço e segui para me sentar ao lado de Charlotte e Fred no quintal, sempre consideramos as mesas no gramado o lugar mais confortável. Apenas em dias de chuva ou neve, escolhíamos a mesa central do refeitório, e ninguém nunca, jamais nos negava o lugar.

Encarei Charlie enquanto ela engolia um prato de batatas fritas e não pude esconder o nojo. Não que eu não goste de batatas fritas, muito pelo contrário, eu adoro, mas olhar a garota enfiando os dedos gordurosos no pote de molho e enfiando as batatas como se fossem paus enormes na boca era muito, muito enjoativo.

Fred comia uma salada com frango, e apesar das suas tentativas de parecer heterossexual eu sabia, lá no fundo, que Fred dava a maior pinta, e talvez pintasse para todos os lados.

Engoli praticamente meu sanduiche de cream cheese e peito de peru em segundos, e agora tomava meu suco de maçã verde, enquanto retirava a carta idiota com as letras coladas porcamente de dentro da mochila. Charlie praticamente pulou em cima de mim ao ver o papel, era como um tabu.

- Pare de mostrar isso, idiota! – Ela tentou agarrar o papel da minha mão, mas o dobrei novamente com agilidade e enfiei dentro da bolsa, eu não aguentava carregar mais aquela idiotice comigo, precisava descobrir de onde viera. Charlotte acompanhara todos os movimentos com os olhos, parecendo desesperada para que ninguém tivesse visto o papel. Era como se caso falássemos demais sobre aquilo poderia acabar causando uma confusão, seriamos suspeitos.

- É só um pedaço de papel estupido, Charlie. Vou descobrir se foi Brendon ou Trevor, ou então Maximus. Eu vou arrancar as bolas deles, depois jogar o papel fora ou queimar. Não tem nada demais. – Disse enquanto amassava as embalagens para jogar no lixo, as entulhando na bandeja.

- Não é um papel estupido Dee, você precisa admitir isso. – Ela agora me encarava nos olhos, como se tentasse perfurar minha alma. – Você vai mostrar isso para o policial, não vai? Você precisa mostrar isso para ele, Daisy. É uma prova de crime.

- Prova de crime? Charlotte eu sempre soube que você era burra, mas não a esse ponto. – Dei risada, esperando que ela ou Fred me acompanhassem, mas apenas o silencio perdurou. – Pelo amor de Cristo, gente. É só uma brincadeira de mau gosto, infelizmente coincidiu com a m... bem, vocês sabem. – Dei de ombros, encarando novamente o papel.

- Princesa. – Fred disse e eu o encarei, ainda não havíamos conversado hoje, mas Frederic havia me jurado praticamente de joelhos que ele não tinha enviado aquela carta. O que em partes era bom, diminuía a possibilidade de idiotas. – Dificilmente eu concordo com a Charlotte, ambos sabemos. – Ele quase riu, mas se segurou. – Mas dessa vez precisamos admitir Daisy... Essa coisa aí, não parece uma brincadeira.

- É obviamente uma brincadeira, não tem nada a ver com Reagan, parem de ser conspiratórios. Eu tenho certeza que foi o Trev...

- Daisy, seja racional, por favor. – Charlotte recomeçou.

- Na verdade, tem cara de ter sido o Bren...

- Você tem que mostrar isso para o policial, sabe disso Daiss. – Fred continuou.

- Isso não tem nada a ver, vocês dois parem agora ou...

- Eu estou dizendo Dee, racionalidade, por fav...

- CALEM A BOCA! – Gritei me levantando da mesa, obviamente todos me encaravam agora. Peguei minha bandeja, já dando as costas, me virando rapidamente apenas para terminar. – Só... me deixem em paz, vocês dois.

Andei rapidamente até a lixeira, despejando o conteúdo da bandeja, entregando a mesma em seguida no local correto. Antes que saísse do refeitório, praticamente dei um encontrão em Carly, que sorriu para mim, tentando parecer complacente. Muito embora eu soubesse, no fundo de sua alma, ou o que pudesse parecer com uma alma que havia dentro de sua carcaça, ela só pensava que eu estava maluca.

- Está tudo bem? – Ela perguntou, mas eu sabia que na verdade ela devia estar rindo da minha expressão por dentro. Eu estava esgotada, sinceramente esgotada como a mocinha do filme de terror quando o vilão morre no final, apavorada porém esgotada, do tipo que só quer dormir uns três dias seguidos.

- Estou ótima, Landon, obrigada. – Dei um tapinha em seu ombro e dei as costas, com intenção de sair do refeitório obviamente, mas com mais forte intenção de sair do colégio, era claro que não havia cabeça para cálculo avançado hoje, muito menos para encarar a Sra. Marlin, ou Charlotte, ou Fred, ou Angelica, ou Trevor e Brandon, ou Max, ou Alicia, ou o Sr. Dominic, ou Elliot, ou Sebastian, ou Kath, nem mesmo Jesus Cristo.

Se havia uma pessoa que eu poderia, e devo dizer que até mesmo queria, encontrar agora era Harry Styles, e quem sabe mostrar a bendita carta pra ele, até mesmo porque agora a filha da puta berrava em minha mochila que era uma prova de crime. Eu me sentia idiota, e talvez eu fosse, mas se aquela carta tivesse alguma coisa a ver com a morte de Reagan, eu não sei... soaria até mesmo como um jogo. 


Notas Finais


Espero que tenham tido uma boa leitura, por favor comentem, é muito importante. Se houver algum erro, só me avisar.
Obrigada ♥


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