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História Gogman - Skyfall


Escrita por: vinhorose

Notas do Autor


Oiie, pessoas. Leiam.

I hope you enjoy!

twitter: @amocabellooke5h

Capítulo 1 - Skyfall


This is the end

Hold your breath and count to ten

Feel the Earth move and then

Hear my heart burst again

For this is the end

 

Skyfall, Adele


 

Capítulo 1


 

Aquele era com certeza o pior momento de sua vida. Não que ela tenha tido muitos anos de vida ou que tenha vivido muitos momentos mas, se comparado a todos os outros, esse era com certeza o pior e dificilmente algo mais terrível poderia um dia acontecer. Na verdade, na vida de qualquer pessoa daquela cidade-estado, passar pelo que ela estava passando seria considerado o pior momento. Nada poderia superar aquilo. Era o pior castigo. E o que tornava tudo mais insuportável era que ela não tinha culpa. Pelo menos não totalmente. Ela fora traída das duas piores maneiras possíveis: no amor e na amizade.

A sua frente a juíza pediu silêncio mais uma vez daquela manhã. Ela era a responsável pelo julgamento de todos os delitos realmente significativos cometidos pelos cidadãos, mas era a primeira vez que tinha em mãos um caso tão grave. O lado bom disso era que ela muito provavelmente não precisaria dar a palavra final. Os julgamentos em Gogman aconteciam da seguinte maneira: havia duas bancas de anciões, cada uma representando uma das duas famílias que fundaram a cidade-estado. Em uma banca havia sete anciões da família Hasmnend, eles se juntavam e votavam para decidir se o réu era culpado ou não, contando assim um único voto para a banca e o mesmo acontecia na dos anciões da família Trayanberg. Dessa forma, se o resultado das duas bancas for igual, o caso é decidido e encerrado, porém se os resultados forem opostos a decisão passa para a juíza, que por lei, não descende de nenhuma das duas famílias. Mas como já foi dito, ela não precisaria tomar essa decisão. O resultado já tinha sido tomado antes mesmo do julgamento começar: culpada. E ninguém apostaria o contrário. Nada tão devastador havia acontecido como aquilo naquela geração e na anterior e na anterior da anterior.

Lauren Jauregui estava sentada na cadeira do réu, o coração disparado e os olhos vermelhos de tanto chorar. A jovem de dezesseis anos mal tinha começado a sua vida e esta já estava acabando. Os votos das duas bancas já estavam sendo contados e nada bom poderia sair dali. Ela iria ser condenada, não tinha dúvidas disso, ninguém tinha, mas qual seria sua punição ainda era uma coisa a se especular. Os mais inocentes acreditavam que ela seria condenada à prisão perpétua, seria mandada para os campos de plantação de aveia e trabalharia ali para sempre com os prisioneiros mais perigosos da polis. Lauren não podia se imaginar trabalhando daquele local. Ela não poderia suportar. Os campos de aveia eram o palco de todas as histórias terríveis contadas pelos adultos para assustar as crianças e há pouco mais de dois meses era para Lauren somente isso. Um lugar de histórias assustadoras. Agora, existia uma grande possibilidade de aquele ser o seu futuro lar. Os mais raivosos queriam que ela fosse condenada à morte e, para Lauren, aquela não parecia má ideia. Ela preferia ser morta a ser escrava até o fim da sua vida ou a ser condenada a terceira punição possível: ser expulsa. Há séculos isso não acontecia com ninguém e agora ela estava vivendo um momento histórico. O pior momento da sua vida. Ser expulso significava que o culpado não era honrado o suficiente para plantar a comida dos cidadãos honestos e nem para ter seu corpo abaixo dos pés desse povo.

Lauren nunca tinha passado dos muros da cidade e também não conhecia ninguém que o tivesse feito. Os únicos que saiam, além do exército em tempos de guerras, o que não era o caso, eram os comerciantes, mas esses não iam além dos limites do Velho Mundo, eles se encontravam com comerciantes das outras cidades-estados na Terra Dos Comerciantes. Alguém excomungado nunca mais poderia voltar para sua casa e nem se encontrar com ninguém da sua família, viveria para sempre em um mundo desconhecido, com pessoas desconhecidas e costumes desconhecido e só poderia levar consigo as roupas do próprio corpo. Se ao menos o cidadão expulso fosse aceito em outra cidade-estado, a punição não seria assim tão rigorosa, porém, essa pessoa não poderia de forma alguma viver com outros povos do Velho Mundo. Não é que fosse proibido, mas a lógica é simples: se uma pessoa cometeu um crime tão grave a ponto de ter sido expulsa de sua cidade, por que aceitá-la entre seus cidadãos? Mesmo que as leis e os costumes fossem totalmente diferentes entre esses povos, era de conhecimento geral que alguém só saia de Gogman se fosse comerciante ou um criminoso rechaçado.

- Peço silêncio a todos – a juíza elevou o tom para que fosse escutada. O público presente se colocou calado, o clima de tensão era quase palpável. – Os anciões já tomaram a sua decisão.

Lauren respirou fundo e levantou os olhos. Visualizou sua família sentada na primeira fileira de cadeiras, sua mãe aos prantos, o pai tentando permanecer calmo. Ela sabia que ele não acreditava na sua inocência, mas também sabia que ele não desejava nenhuma das punições para sua filha. Ela então olhou para a juíza e percebeu que de certa forma não estava mais consciente do seu corpo, sua mente divagava por todos os cantos, pensando em tudo que poderia ser e não teria mais oportunidade. Sua vida, da forma que ela conhecia, iria acabar no momento em que a juíza lesse o veredicto.

- Lauren Michelle Jauregui Morgado, residente do Monte das Rosas, Plazz, número 7. “Nós, do júri, nesta referida ação, consideramos a ré culpada, em violação as Seções 1, 97 e 126 do Código de Conduta Gogman, com sete votos contra da banca Hasnmend e seis votos contra da banca Trayanberg, em suma, dois votos contra”. Eu gostaria que os representantes de cada banca asseverassem essa decisão – e os dois representantes se levantaram. – O veredicto lido foi o seu veredicto? – e eles concordaram. – O veredicto será registrado e incluído nos autos.

O espanto foi geral. Mesmo que todos soubessem que ela seria considerada culpada, acreditavam que seria uma decisão unânime, porém, algum dos anciões da família Trayanberg votou a favor de Lauren, dizendo que ela é inocente de tudo que era acusada. Esse voto não fez nenhuma diferença na decisão final, mas o fato de que alguém tinha uma opinião diferente dos demais foi espantosa, já que com todas as provas, ficou claro, para todos, que a garota era culpada. Como o voto é secreto, ninguém nunca saberia de que ancião ele veio.

- Silêncio – pediu novamente a juíza, e o murmurinho cessou. – A punição será a seguinte: “Nós, do júri, nesta referida ação, declaramos que como punição a violação das seções já citadas, a ré deixará de ser uma cidadã desta cidade-estado e deverá, imediatamente, se retirar de Gogman, não podendo em hipótese alguma voltar ou se comunicar com alguém do lado de dentro dos muros...

A leitura continuou, mas Lauren não ouvia mais. A pior coisa que poderia acontecer na sua vida aconteceu.

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Os portões atrás de si já estavam quase completamente fechados, só restava uma pequena abertura por onde seu irmão retornaria. Aquela era a primeira vez que ele ultrapassava os limites da cidade e provavelmente também seria a última. E era por uma péssima causa. Segundo a tradição, a pessoa que fosse expulsa da cidade seria acompanhada à saída por alguém da família. Como sua mãe estava muito abalada e so seu pai se recusava, só restou ao irmão cumprir esta tarefa.

- Lauren – chamou o irmão. Ela levantou os olhos para ele, ainda vermelhos, mas ela não chorava mais. Não porque não se sentisse mais deprimida e sim porque já parecia ter usado todo o seu estoque diário de lágrimas. – Eu não sei porque você fez isso... – Ela abriu a boca para interrompê-lo, mas ele foi mais rápido. – Não, não precisa falar nada. Eu não estou aqui para julgar você, até porque agora já acabou tudo. Só quero que te falar que eu ainda amo você, apesar de tudo. E a mãe e o pai também, você sabe.

Lauren queria falar, dizer que não havia sido culpa dela. Mas foi como ele disse, agora já acabou tudo. Não fazia mais diferença.

- Eu sei – foi tudo que ela disse.

- Pega isso – ele estendeu a mãe para ela. Dentro havia um colar, o pingente, a figura de uma mulher com uma enxada e uma espada entrecruzadas, era o brasão de Gogman. – Eu sei que a lei diz que você não pode levar daqui nada além das suas roupas do corpo, mas acho que comparado ao que você fez, quebrar essa lei vai ser brincadeira. – Chris e suas piadas fora de hora, pensou Lauren. – Enfim, é para você nunca esquecer de onde veio.

Lauren colocou a colar em volta do pescoço, era a única coisa que tinha agora.

- Eu tenho que entrar. Siga a estrada, deve levá-la até a Terra dos Comerciantes, talvez lá você encontre uma vida nova.

- Eu te amo, Chris.

- Eu também te amo, Laur.

E ele entrou de volta para a cidade. O portão a sua frente se fechou definitivamente. Agora ela estava sozinha. 


Notas Finais


Qualquer erro eu corrijo depois.
Se vocês não sabem o que é uma "cidade-estado" sugiro que pesquisem no Google ou prestem mais atenção nas aulas de História. Mas é óbvio que na fanfic é um pouco diferente.
Fiquem tranquilas e tranquilos que tudo será esclarecido com o tempo.
Os personagens serão incluídos quando tiverem perto de aparecer. É pra criar um suspense.
Depois vocês vão entender porque todos consideram a punição dela pior até que a morte.
Acho que é só isso.
Leiam "Cuban" também. Eu vou tentar atualizar as duas em breve.
Não sei porque tô escrevendo tanto, ninguém liga pra isso.
Eu sou um cocô mesmo.


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