História Good Boy - Segunda Temporada - Preparativos para o noivado

Como Taehyung havia me dito, seus pais ficaram boquiabertos com a notícia de que eu tinha conseguido o patrocínio no maior investidor de games da Ásia.

Me transformei completamente em três dias. Fui promovido, me mudei para minha sala – que por sinal era enorme, arejada, confortável, bonita e a única coisa que me separava do Tae, era uma parede de vidro, a qual tinha uma porta, para que pudéssemos ter acesso um ao outro, sem termos que sair da sala.

Além de ter ganhado uma sala no andar de cima, agora eu sou visto como o mais novo chefe da empresa e meus sogros me tratam como se eu fosse um filho.

Eu tinha minhas desconfianças de que eles não gostavam de mim – tais desconfianças que vieram com toda força, quando Chaelin passou a frequentar de mais os eventos da família e eles adoravam isso -, mas me parece que depois do meu grande feito na primeira reunião em que praticamente comandei, eles passaram a me amar e a cuidar de mim como se eu fosse uma peça valiosa.

Obviamente, eu não sou nem um pouco bobo e sei bem que isso tudo rola por conta de um interesse bem grande. Claro, o que mais seria? Eu passo a ser o exemplo de genro bem depois que cativei o coração do chefão dos chefões dos games asiáticos? Mas apesar de saber bem no fundinho que o interesse rola solto, eu não posso deixar de ficar feliz pela situação inteira. Taehyung passou a ser mais amado pelos pais, como nunca fora; e isso eu garanto que não tem dedo meu, porque o loiro se empenha demais no seu trabalho e dá sempre o melhor de si, o que resulta no reconhecimento do esforço dele.

Lembra que ele havia comentado sobre uma conferência em Hong Kong? Pois bem, nós viajamos – juntos – para a China e o meu hyung comandou aquela conferência de um jeito que eu nunca o vi falando. Ele desenvolvia muito bem o assunto, tinha uma resposta na ponta da língua para todas as perguntas que lhe foram feitas e acima de tudo, foi aplaudido de pé pela sua desenvoltura e inteligência. Tal evento, saiu nos maiores sites internacionais, e tudo quanto era notícia que eu abria, o momento em que o Tae falava era o mais comentado, o mais apreciado e o mais parabenizado, o que deixou meu loiro boquiaberto, já que ele estava lidando com reis do mercado de games, os japoneses.

Devo admitir que estou muito feliz com isso tudo. Temos apoio das nossas famílias, dos nossos amigos, dos colegas de trabalho, do maior de investidor de games a Ásia – que faria questão em comparecer ao nosso casamento – e o melhor, estávamos sendo apoiados pelo mundo.

Depois que a fama do Taehyung cresceu pela sua apresentação em Hong Kong, sua vida foi vasculhada de uma forma que nem eu como noivo conseguiria vasculhar. Logo, descobriram sobre nosso noivado e fizeram questão de espalhar pelos quatro cantos do mundo sobre isso – acho que bastante gente já sabia e quem não sabia, ficou sabendo. O mais engraçado, é que viemos recebendo cartas e e-mails de apoio e de incentivo, além de que, vários outros investidores já estão na nossa cola para a criação de novos games, o que está fazendo a fama da empresa ficar lá no topo.

— Isso tudo é graças a você. – Falei com o loiro, quando abrimos uma nova notícia num site importantíssimo, que incentivava os jovens a entrarem para esse mundo dos jogos digitais.

— É graças a nós dois. – Ele respondeu sorridente.

Eu definitivamente não tinha o que reclamar. Estávamos famosos, havíamos amadurecido e crescido na nossa carreira, agora nós viajávamos juntos e tudo estava indo bem.

Muito bem.

**

— E quando é que vocês vão fazer a festa de noivado? – Minha sogra perguntou, durante um almoço em família que decidimos fazer no domingo.

— Estamos pensando. – Respondi simples.

— Vocês têm que preparar isso tudo. – Minha mãe palpitou. – Lugar, comidas, bebidas, convidados, decoração, convites...

— Mãe, ainda não é o casamento. – Brinquei.

— Ela está certa. – Tae sorriu. – Temos que providenciar isso tudo para o noivado e para o casamento também.

— Não temos tempo para prepararmos tanta coisa. – Resmunguei.

— Se não se importam, podemos fazer isso por vocês. – Meu sogro levantou uma sobrancelha, ao dar sua opinião.

— Seria uma ótima ideia. – Meu pai sorriu. – Podemos providenciar o noivado para vocês.

— Fingem que é uma festa surpresa. – A Sra. Kim gargalhou.

— Fariam isso? – Tae parecia tão contente.

— Tudo por vocês. – Minha mãe segurou nossas mãos e sorriu, daquela forma doce que ela sempre sabia sorrir.

Não podíamos negar, afinal, eram nossas mães e nossos pais, aqueles que sempre souberam o que seria melhor para nós.

Com relação aos meus sogros eu não sei, mas eu garanto que minha mãe sabe organizar uma festa, então, talvez fosse isso que ela iria fazer: organização do espaço, escolha das cores, dos enfeites etc...

— Nós vamos conversar e decidir uma data. Aí nós falamos com vocês e vocês ficam livres para organizar da sua maneira. – Tae falou por fim e todos concordaram.

**

Depois do nosso almoço, Taehyung foi para minha casa, para assistirmos a um filme. Nós estávamos cansados, com sono e com dor nas costas, mas isso não nos impediu de passarmos um tempinho juntos.

— Ah eu estou tão cansado. – Resmunguei, quando nos enfiamos debaixo da coberta.

— Eu me sentia desse jeito antes de nós viajarmos. – Tae falou e beijou minha testa. – E olha que o serviço era todo por minha conta.

— Me perdoe? – Fitei seus olhos. – Eu cobrei demais de você ao invés de tentar entender seu lado. Eu fui um idiota, egoísta.

— Está tudo bem, amor. O que importa é que estamos aqui, juntos.

— Não, é sério. – Me sentei na cama e me virei para ele. – Me perdoe? Eu fui um mimado, só queria que você ficasse comigo e fiquei com ciúmes de tudo e todos, porque achei que qualquer coisinha estava tirando você de mim. Eu não devia ter cobrado tanto de você e deveria ter o apoiado.

— Eu te perdoo, se é isso que quer ouvir, mas não tem que pedir perdão. Olha, eu estava realmente cansado, era trabalho, faculdade, viagens... eu já estava ficando louco. Mas se a gente não tivesse brigado e se eu não tivesse quase perdido você, nós não teríamos feito essa viagem maravilhosa que fizemos e provavelmente eu estaria mais cansado e você mais chateado.

— Você acha que foi bom? – Perguntei.

— Eu acho que foi ótimo. Claro que aquele dia que você me colocou para fora da sua casa eu quase morri do coração em pensar que tinha te perdido de novo... mas valeu a pena. Nós vamos nos casar, Kookie, já pensou o quão incrível isso vai ser?

— Vamos ser uma família linda, não vamos? – Sorri.

— Maravilhosa. Vamos ser daqueles que acham brinquedos de criança até dentro das panelas.

— Nossa, eu piro só de imaginar. – Abaixei e lhe dei um selinho.

— Vamos ver o filme. – Ele me puxou pela blusa e me fez aconchegar nos seus braços.

Dei play no filme e ali nós ficamos. Confesso que filme mesmo, eu devo ter visto uns 30 minutos, depois disso, eu só lembro de me aninhar no meu loiro enquanto o quarto já se encontrava completamente escuro.

**

Acordei no outro dia com o despertador berrando no meu criado mudo. Soltei o Tae — que havia dormido comigo -, e desliguei o celular.

Me levantei e fiz minhas higienes matinais antes de acordar o loiro, que dormia de um jeito fofo na minha cama.

— Amor? – Chamei quando terminei meu banho.

— Hum?

— Levanta, nós temos que trabalhar.

— Ah... – De repente, ele abriu o olho de uma vez. – Eu dormi na sua casa?. – Foi uma pergunta, mas parece que ele estava fazendo para si mesmo.

— Dormiu. – Sorri. – Anda, levanta. Vá tomar um banho, enquanto eu preparo um café para nós.

Meus pais entenderiam o fato de ele ter dormido lá. Ambos estávamos muito cansados e só queríamos passar um tempinho juntos. Não fizemos nada de mais – além de dormir com a TV ligada.

Taehyung se levantou praticamente foi se arrastando para o banheiro. Enquanto ele tomava banho, eu coloquei uma roupa que usaria no trabalho hoje, e separei uma minha para que ele pudesse usar, já que não trouxe nada de casa.

KIM TAEHYUNG ON

Terminei meu banho e encontrei em cima da cama do Kookie, uma peça de roupa para eu vestir.

— Sempre pensa em tudo. – Sorri.

Quando terminei de vestir a roupa, recebi uma ligação da empresa.

— “Kim?” – Era o Jackson.

— Oi Jack, bom dia.

— “Bom dia. Aahn aqui, o bairro inteiro aqui está sem luz.”

— Ah, você está brincando?

— “Não estou, cara. Nem os geradores aqui estão funcionando.”

— Pior que nós iríamos fazer a reunião hoje, não é?

— “É, pois é.”

— Okay, vamos ter que dispensar o pessoal por hoje, então. Sem chance de trabalhar com computadores, se não tiver luz.

— “E a reunião?”

— Eu e o Jungkook vamos para a empresa e quem tiver que participar da reunião, fique aí. Nos reunimos e depois, todo mundo vai estar liberado.

— “Tudo bem, então.”

— Vou chegar aí daqui a mais ou menos uma hora.

— “Okay, te espero.”

— Até mais. – Desliguei o celular e aí sim, e pude demonstrar minha felicidade. — Sair do serviço mais cedo hoje, é sinônimo de mais tempo livre para o Kookie. – Cantarolei.

Desci as escadas e encontrei o moreno preparando um café para nós.

— Huum, que cheiro bom. – Falei animado, ao abraça-lo por trás.

— Estou fazendo um café caprichado para nós, já que vamos ter que voltar para a rotina de trabalhar muito.

— Huuum, não hoje. – Dei-lhe um beijo no pescoço e ele se arrepiou. – A empresa está sem luz, juntamente com o bairro inteiro, o que significa que nós só vamos lá para fazer aquela reuniãozinha com o Jackson e depois estaremos livres. – Suspirei e recebi um olhar animado do meu amorzinho.

— Está brincando?

— Não estou, não.

— Ah, que bom. Podemos usar o restante do dia para planejar as coisas do noivado, o que acha?

— Acho ótimo.

— Okay, então vamos comer. – Jungkook pegou dois copos grandes cheios de vitamina e me entregou.

Nos sentamos na pequena mesa da cozinha e começamos a comer misto quente com vitamina de frutas – que ficou muito gostosa por sinal.

Nosso assunto durante o café, foi sobre a reunião. Já queríamos estar com tudo preparado, para evitar de ficarmos por muito tempo na empresa.

Acabamos de comer, eu o ajudei a lavar a louça e fiquei imaginando o quão bem nós fazíamos isso junto.

— Imagina quando estivermos fazendo isso na nossa própria casa. – Comentei.

— Vai ser incrível. De verdade. – Ele abriu aquele sorrisão que eu tanto amo e não pude me conter em puxá-lo para perto e selar nossos lábios.

Apesar de estarmos juntos o tempo todo, eu sentia falta desse contato. Desde que voltamos de viagem, nós mal nos tocamos ou falamos sobre nós. Estava tudo em torno do trabalho e nossa relação mesmo, estava um pouco esquecida. Isso não causou conflitos e nem brigas, mas causou uma saudade imensa, uma vontade muito grande de não parar esse beijo, mas...

— Rm, rm... – Minha sogra apareceu na cozinha. – Bom dia aos pombinhos.

Jungkook se soltou de mim com um pulo de susto e encarou a mãe.

— O-oi. – Ele respondeu sem graça.

— Calma, meu filho. – Ela gargalhou ao encarar o outro extremamente corado. – Todo mundo beija. Só acho que seria falta de educação da minha parte chegar aqui e não dar bom dia.

— Bom dia. – Sorri e lhe dei um abraço.

— Bom dia, mãe. Venha, hyung. – Kookie me puxou pelo braço e me tirou da cozinha. – Vamos trabalhar.

**

Não poderia estar mais feliz ao dizer que a reunião foi um sucesso completo. Jungkook comandou essa também e devo admitir que ele estava ficando muito bom nisso e eu me orgulho muito dele.

Acabamos com tudo, por volta das 11:00, o que nos deu uma ideia incrível de ir para a minha casa e prepararmos um almoço com a receita da avó do Kookie. Meus pais estavam trabalhando em alguma outra empresa deles, o que nos deixou totalmente livres dentro de casa.

Quando eu digo que Jungkook e eu trabalhamos em perfeita sintonia, as pessoas duvidam, mas é sério, preparamos um kimchi de dar inveja. Ficou muito bom.

— Preciso passar um tempo com sua avó e aprender algumas receitas com ela.

— Podemos providenciar isso. – Ele comentou, ao organizar as coisas para comermos, na sala.

Nosso almoço foi regado a conversa à toa, brincadeiras, risadas e eu não poderia estar mais feliz.

Depois de comermos e lavarmos tudo, aí sim nós fomos nos sentar para fazer uma organização das coisas da festa de noivado. Eram tantas coisas que tínhamos que pensar e planejar, que já me deu desespero em pensar que teríamos que fazer o triplo daquilo quando fosse o casamento.

— Me sinto nervoso. – Brinquei.

— Eu também. – Kookie mordeu o lábio. — Será que esquecemos alguma coisa?

— O que vamos fazer? – Perguntei.

De repente uma lâmpada se acendeu na minha cabeça e na dele também.

— A Dawon. – Falamos em uníssono.