História Good Boy - Segunda Temporada - Nos encantos de Londres

Desembarcamos no aeroporto de Londres e já pegamos o carro que o Tae alugou, indo direto para o hotel. Dessa vez eu decidi não falar que alugar um carro foi bobagem, porque nós andamos bastante em Roma, e se tivéssemos andando de táxi, seria mais complicado.

Chegamos no hotel e eu acompanhei o loiro até a recepção, onde desta vez tinha um homem, muito educado. Pegamos nossas chaves e já subimos para o quarto, acompanhados pelos senhores que subiam com as nossas malas.

— Amor, se você continuar alugando esses hotéis, eu não vou querer passear pela cidade. Vou querer ficar só aqui. – Brinquei e me joguei na cama. – Olha que cama gostosa.

— Deixe-me ver se é gostosa mesmo. – Ele veio correndo e pulou em cima de mim.

— Ai, Tae. – Gargalhei, enquanto ele ficava se mexendo em cima de mim.

— Gostosa mesmo. – Ele sorriu e parou de se mexer, pegando no meu rosto. – Mas você é mais.

Ficamos encarando um ao outro e só passava pela minha cabeça o quão importante ele havia se tornado para mim.

— Me beija? – Sussurrei e o mais velho atendeu ao meu pedido, abaixando-se e selando nossos lábios.

Nos beijamos deliciosa e calmamente bem. Quando a falta de ar se fez presente, nos separamos com selinhos rápidos e mordidas nos lábios.

— Preciso de um banho. – Tae sorriu perversamente e se levantou de cima de mim.

— Posso ir com você. – Provoquei.

— Eu adoraria, mas alguém precisa ficar aqui para esperar nossa comida.

— Ah é verdade. – Fiz um bico. – Então vai que depois eu vou.

Como chegamos na Inglaterra já à noite, decidimos comer no próprio hotel e sair pela cidade só amanhã de manhã. Enquanto o loiro tomava banho, eu tirei minha roupa e fiquei apenas de cueca, já que o quarto estava climatizado e estava quentinho.

Sentei no sofá e comecei a ler uma revista, quando de repente, eu ouço um barulho estranho do lado de fora do quarto. Sem me dar conta da falta de peças de roupa, me levantei e fui até a porta, em busca de algo – como por exemplo, o nosso jantar – mas eu não vi nada; como o corredor estava vazio, decidi dar uma espiada, mas o que não podia de jeito nenhum acontecer, acabou acontecendo: a porta do quarto se fechou e eu fiquei preso do lado de fora, só de cueca.

— Droga. – Resmunguei. – Tae? – Comecei a bater na porta e a gritar pelo mais velho. – Tae, abre a porta?

Olhei para os lados e ainda não vinha ninguém.

— Taehyung? – Bati de novo, na esperança de que ele ouvisse de dentro do banheiro e viesse me socorrer. – Kim Taehyung, por favor, abre a porta.. – Definitivamente ele não me ouviria.

Fiquei igual a um doido batendo na porta, esperando a hora em que o loiro sairia do banheiro e abriria para mim.

— Ai, Tae... – Resmunguei, quando olhei para o lado e vi que no final do corredor, vinha uma velhinha carregando um cachorro. – Tae, sai desse banheiro. – Falei mais alto e aumentei o ritmo das batidas.

Quanto mais eu batia, mais a velhinha se aproximava e mais desesperado eu ficava.

— Kim? – Gritei e o mais velho abriu a porta, me puxando lá pra dentro.

— O que você estava fazendo, Jungkook? – Ele me olhou confuso.

— Eu fiquei preso do lado de fora e tinha uma velhinha no corredor. – Falei desesperado, mas o outro apenas sentou no sofá e começou a rir de mim. – Não ria. Você consegue imaginar a vergonha que eu senti?

— Ah Kookie, você é uma piada. – Taehyung já chorava de tanto rir.

— E você é um idiota por ficar rindo do azar dos outros.

— Ah amor, não fica com raiva. – Tae diminuiu a risada e me puxou pela barra da cueca. – Vem cá. – O loiro me fez sentar no colo dele e apertou minha bunda.

— Seu bobo. – Falei brincando, tentando conter a risada.

— Ainda bem que a velhinha não chegou perto, porque se não, ela ia querer tocar nessa bundinha gostosa aqui. Ela é só minha.

— Ah Taehyung. – Dei uma empurrada no ombro dele e levantei sorrindo. – Você é muito idiota. – Ri soprado e fui tomar meu banho.

Quando saí do banheiro, Tae estava acabando de receber nosso jantar. Ele já havia preparado a mesa com as taças, velas e nossos pratos.

— Hum, teremos um jantar à luz de velas? – Comentei.

— Bem, uma vez eu tentei fazer um jantar romântico à luz de velas para nós, e comemos sanduíches com suco de uva, lembra? – Ele sorriu e me abraçou por trás.

— Claro que eu lembro. Nunca vou me esquecer daquele dia, foi tão gostoso. – Me virei e lhe dei um selinho. – Foi quando nós reatamos o namoro pela primeira vez.

— E nós vamos fazer isso de novo, não vamos? – Ele fitou meus olhos.

— Tae? – Respirei fundo. – Nós não terminamos.

— Mas você me pediu um tempo e até hoje você não disse que ele acabou. – O loiro sorriu sem graça. – A gente se beija, se abraça, nós fizemos sexo em Roma, mas eu ainda te sinto tão distante.

— Kim? – Levantei minhas mãos e segurei seu rosto. – Nós não fizemos sexo, nós fizemos amor. – Respondi e o outro sorriu.

— Eu queria que você voltasse a me amar daquele jeito. – Ele me disse, com um olhar triste.

— Impossível. – Falei sério.

— Eu sei... me desculpe por ter sido um idiota. – Ele tentou se afastar de mim, mas eu não deixei.

— É impossível eu voltar a te amar daquele jeito, porque eu te amo muito mais. Cada dia que passa, meu amor por você fica maior. – Fui sincero. – Eu estou vendo o esforço que você está fazendo para que tudo fique bem entre a gente e eu te prometo que vou dar o meu melhor para que tudo se resolva.

— Obrigado. – Tae sorriu e me abraçou forte.

— A partir de agora, não existe mais tempo.

— Jura? – Ele me encarou sorridente.

— Sim. – Gargalhei por ver aquela carinha de felicidade que ele fez.

— Amém. – Tae gritou e soltou risadinhas fofas.

— Seu bobo, vem cá. – Puxei o outro pela nuca e selei nossos lábios num beijo rápido. — Agora vamos comer, porque eu estou ansioso por esse jantar à luz de velas que você me preparou. – Falei brincalhão.

— Esfomeado. – O loiro me cutucou, ainda sorridente e me puxou para a mesa, para que pudéssemos jantar.

**

Depois do jantar, nós deitamos e ficamos assistindo TV até o sono chegar, o qual não demorou muito.

— Vamos dormir, porque amanhã nós teremos uma Londres imensa para visitar. – Tae cochichou e me abraçou de lado.

— Boa noite, amor. – Sussurrei e o abracei.

— Boa noite. – Ele me respondeu no mesmo tom e me beijou.

Nosso beijo foi bem calminho, nossos lábios mal se encostavam e nossas línguas brincavam com as pontinhas.

— Eu te amo. – Confidenciei, ainda sem tirar meus lábios dos dele.

— Eu também te amo, meu amor. – Tae sorriu e me abraçou forte.

**

— EU PRECISO IR NA KING’S CROSS. – Falei super animado, segurando o mapa de Londres que continham os pontos turísticos. – E depois eu quero ir nos estúdios da Warner, na casa do Sherlock Holmes, na Millennium Bridge...

— Calma, Jungkook. – Tae me interrompeu e abriu aquele sorriso quadrado que eu amava. – Você está me deixando confuso. – Ele disse e deu mais uma golada no seu café.

— Nossa, Londres é tão incrível, que eu acho que quatro dias vão ser pouco. – Brinquei.

— Podemos ficar mais tempo aqui, se você quiser.

— Não, Tae. Você já avisou seus parentes que nós vamos para a Irlanda, então nós vamos para a Irlanda. – Sorri e lhe dei um selinho.

Terminamos nosso café da manhã e tomamos nosso rumo até a estação de trem, mais conhecida como King’s Cross.

— Isso me lembra Harry Potter. – Falei animado, enquanto tirava algumas fotos.

— Plataforma 9 ¾. – Tae comentou e me encarou sorrindo. – Deixe-me tirar uma foto sua perto dela. – Ele esticou a mão e pegou minha câmera fotográfica.

Fui correndo, saltitando igual a uma criança para perto da plaquinha que indicava a plataforma 9 ¾. O loiro abriu um sorriso bobo e tirou várias fotos minhas.

Taehyung definitivamente tirou esse mês para me agradar.

Durante o primeiro dia, nós andamos de trem pela cidade, visitamos a casa do Sherlock Holmes, tirei muitas fotos na Millennium Bridge – ponte que também fazia parte do cenário de Harry Potter -, andamos naqueles ônibus vermelhos, visitamos a Trafalgar Square, que é a principal praça de Londres e fizemos uma visita rápida ao Museu de História Natural.

Ao voltar para o hotel, tivemos um jantar bem tranquilo e uma noite ótima, já que o próprio hotel era super confortável e nele próprio tinham coisas que eu gostaria de ver e fotografar.

No segundo dia, tiramos fotos na Abbey Road – faixa de pedestre da capa do CD dos Beattles -, no palácio de Westminster – Big Ben -, visitamos o Aquário de Londres, fomos na London Eye – a terceira maior roda gigante do mundo – e tiramos foto da Tower Bridge, que é uma ponte famosíssima da Inglaterra.

O terceiro dia foi um dos meus prediletos. Sim, foi o dia em que visitamos os Estúdios do Harry Potter.

Para mim, aquilo tudo estava sendo incrível demais, diferente demais e eu não podia estar mais satisfeito por estar fazendo essa viagem magnífica, com o amor da minha vida.

Quando saímos dos Estúdios Do Potter, decidimos visitar o Museu de cera Madame Tussauds. Taehyung ficou maravilhado com as estátuas dos artistas. Ele apaixonou com a do Pirata Jack Sparrow, o que obviamente me rendeu várias fotos.

Quarto e último dia... nós dois queríamos passar o resto da vida ali, mas não podíamos, então, nós optamos por fazer uma coisa mais tranquila. Na parte da manhã, ficamos no hotel, mesmo, almoçamos por lá e só saímos de tarde. Visitamos a British Library, que é a biblioteca nacional da Inglaterra. Lugar incrível, enorme, cheio de livros interessantes e bem aconchegante, que cheirava a café. Mais tarde, Tae resolveu fechar com chave de ouro, e me convidou para assistir um show acústico do Iron Maiden no Royal Albert Hall.

Você deve estar pensando “Nada romântico levar o namorado no show do Iron Maiden”, e você está certo. Não foi nada romântico, mas foi muito foda. Eu sempre fui fã do Maiden, e poder vê-los no seu país, foi simplesmente inexplicável.

A noite estava maravilhosa, até que decidimos ir jantar... antes tivéssemos dormido com fome.

Como sempre, Taehyung escolheu um lugar super caro para jantar, mas diferentemente dos outros lugares que fomos, as pessoas de lá não eram tão agradáveis. Os garçons e garçonetes nós encaravam com desdém, até descobrirem que o loiro era rico e sabia se comportar no lugar. Depois disso, ele passou a ser tratado com todo respeito e eu estava satisfeito até que uma moça elegante chegou perto de nós e reclamou do jeito que eu estava me comportando.

— Senhor, você está incomodando alguns de nossos clientes com seus modos, por favor, ria mais baixo. – Ela disse e deu um sorriso falso.

— Mas ele é meu acompanhante e não está me incomodando. – Tae disse sério.

— Se os senhores não falarem mais baixo, serão convidados a se retirarem do local.

— Mas nós não estamos gritando. – Falei e recebi um olhar reprovador da outra.

— Mas caso o senhor não saiba, é falta de educação sorrir enquanto come.

— Minha cara, você sabe com quem está falando? – Kim se levantou da mesa e encarou a menor com os olhos faiscando.

— Realmente não me interessa quem você é. – Ela disse simples.

— Olha aqui. – Ele apontou o dedo na cara dela.

— Tae, para com isso. Vamos embora. – Chamei, mas ele não me deu ouvidos. – Taehyung, por favor? – Nesse momento, um garçom passou perto de nós, e esbarrou em mim, derramando vinho na minha camisa.

— Olha para onde anda, seu imprestável. – O loiro xingou o garçom, que encarou a mulher, assustado.

— D-Desculpe, senhor. – Ele me disse.

— Tudo bem. – Menti.

— Tudo bem nada. Você vem aqui e nos incomoda – Ele apontou para a mulher. – E você derrama vinho na camisa do meu namorado. Esse restaurante é uma porcaria.

— Tae? – Peguei na mão do mais velho. – Vamos embora?

— Vá pro carro. – Ele disse simples. – Eu vou pagar por essa comida sem gosto que nos serviram. – Kim deu as costas e saiu de perto de mim.

**

— Amor? – Chamei quando terminei meu banho. – Não precisa ficar nervoso.

— Eu tenho que ficar nervoso. Odiei aquele lugar.

— Está vendo, Tae? É por isso que eu me incomodo quando você gasta dinheiro com isso. Não precisava ter sido aquele restaurante. Podíamos ter comido um sanduíche na rua, qualquer coisa.

— Jungkook, eu estou pagando, eu quero o melhor. – Taehyung disse nervoso.

— Ah, então você vai jogar na minha cara que é você quem está pagando tudo?

— Não é isso. Você entendeu.

— Entendi sim. Entendi muito bem que já que é você que paga, é você quem escolhe.

— Eu não vou discutir com você. – Ele pegou uma roupa e foi tomar banho.

Depois de uns vinte minutos, o loiro sai do banheiro e anda até a mim.

— Kookie? – Ele sussurra e me abraça por trás.

— Oi?

— Me desculpe? – Tae cheirou meu pescoço e eu arrepiei todo. – Não quero brigar com você. Londres foi perfeita e eu não quero estragar isso.

— Você é um idiota, Taehyung. – Falei e me virei de frente para ele.

— Eu sei. – O mais velho encarou minha boca e mordeu o lábio inferior. – A partir de hoje, você escolhe os nossos hotéis, nossos restaurantes, nossos...

— Não. – O interrompi. – Eu não quero escolher. Eu quero que a gente decida isso junto. Até porque, essa viagem é nossa, é para nós dois e não para mim ou para você.

— Tudo bem. – Tae sussurrou e se aproximou de mim, roçando seus lábios nos meus. – Eu te amo. – Ele me deu um selinho. – Muito. – Outro selinho. – E eu te quero para sempre.

— Eu também te quero para sempre. – Sorri e pulei no colo do mais velho, que gargalhou e me segurou firme, me levando até a cama, me jogando sobre ela e deitando em cima de mim. – Meu hyung, meu amor.

Passei minhas mãos para o rosto do loiro e o puxei para um beijo, que inicialmente era calmo e sem malícia alguma, mas isso foi só no início mesmo.

Será que vamos nos despedir de Londres, do mesmo jeito magnífico que despedimos de Roma? Talvez...