História Good Boy - Dude Look Like a Lady

PARK JIMIN

O ônibus era divido com quatro lugares cada, uns iriam de costas outros de frente. Eu e May nos sentamos de frente para Tae e Ji que no caso iam de costas. Não reparei em mais ninguém ali, pelo fato de não estar com vontade. 

- Você poderia ter sido menos grossa com ele. – Mayeong disse ao afivelar o seu cinto, não encarando a loira. Esta que a olhou com desdém, como se não acreditasse nas palavras da amiga. 

- Vai me crucificar também? – Retrucou JiYeol cruzando os braços. 

- Não estou crucificado ninguém Ji, mas acontece que discontar a sua raiva em quem não tem nada a ver, de forma alguma irá te ajudar. 

- Se não se importa Mayeong, não estou a fim de ouvir seu discurso de mãe no momento, então... –Ji tirou o celular com os fones já plugados, colocou-os no ouvido e virou-se para o lado passando então a não nos encarar.

Eu sabia que aquele mero bate boca havia irritado Mayeong, por tanto, por baixo da pequena mesinha peguei em sua mão e acariciei com o dedão, ela me sorriu singela e voltamos o olhar para frente.

Taehyung parecia perdido em seu próprio mundo olhando para o Jeon, que por infelicidade se sentou com seus amigos nos assentos ao lado. O Kim parecia distante olhando para o mais novo com certa dor, Jungkook pareceu retribuir, mas desviou o olhar constrangido de mais para manter o contato visual. Tae então bufou e se voltou para frente com um bico de todo tamanho, e sem falar mais nada ou fazer alguma piada ele simplesmente pegou o celular e começou a mexer. 

O ultimo a entrar no ônibus foi Yoongi, ele nos cumprimentou e seguiu para o seu lugar lá atrás, com Taeyong, Mark e Jackson. Ele não estava com uma cara muito boa, afinal de contas bebeu como se fosse um louco na noite passada, não sei quem o levou para casa, e como ele estava aqui, mas essa pessoa que teve que cuidar dele está de parabéns, pois acredite, no estado em que ele se encontrava ontem ao final da festa, era impossível ele voltar sozinho para casa. 

Uma ultima chamada então foi feita e o ônibus enfim arrancou.

Duas horas dentro daquele ônibus, eu já estava exausto de ficar balançando de um lado para o outro, e irritado por causa do calor. Os únicos acordados no nosso assento, éramos eu e Taehyung, já que as duas princesas fizeram o favor de adormecer, JiYeol escorada na janela, e Mayeong em meu ombro. Não conseguia ver como aquilo estava confortável para elas. E eu pensei que o Kim fosse animar a minha viagem fazendo piadinhas ou comentários idiotas, mas a única coisa que ele fazia enquanto o pessoal gritava, era ficar com o rosto apoiada na mão me encarando. Resolvi fazer caretas para ver se pelo menos um sorriso ele era capaz de soltar. 

E de fato resolveu, Taehyung soltou aquele sorriso quadrado que eu tanto amo, e botou o capuz sobre a cabeça tentando se esconder a todo custo, mas era impossível, pois seus ombros iam de cima para baixo freneticamente, e a sua risada rouca e gostosa escapava pelo capuz. 

- Agora o senhor vai parar com essa cara de merda? – Soltei, ele por sua vez tirou o capuz da cabeça e me encarou com o sorrisão no rosto.

- Aigoo, não quer me ver irritado? – Fez aegyo e um bico virando o rosto de lado e piscou para mim, soltei um riso de forma contida. 

- De forma alguma meu amor. – Fiz o mesmo que ele. Foi então que Tae se debruçou na mesa a colocou as mãos de cada lado do meu rosto ficando bem próximo a mim, eu só conseguia rir. 

- Eu te amo sabia Jiminie? – Assenti e mandei-lhe um beijinho tímido. Taehyung gargalhando como uma hiena velha se afastou de mim em um pulo rindo e se contorcendo todo no banco. – Credo! 

- Está fazendo desfeita TaeTae? – Me fingi de ofendido. 

- De forma alguma. – Ele ergueu uma sobrancelha, e caímos na gargalhada de novo. Com toda aquela movimentação  Mayeong se mexeu desconfortável ao meu lado 

- Tae tem uma caneta aí?

- Mas é claro. – Ele me entregou uma caneta esferográfica preta, não perdi tempo. A destampei e comecei a desenhar no rosto da morena em meu ombro. Primeiro o nariz e depois os bigodinhos. Ao terminar a encarei apreciando a minha arte e tirei uma foto. 

- Agora sim está parecendo uma gatinha arisca. 

Não demorou para que a rodovia sumisse dando espaço para uma estrada de terra, vindo em conjunto uma paisagem campestre, com campos desocupados dos dois lado da estrada, montanhas enormes completavam a paisagem a frente, deixando o céu azul ainda mais bonito, o cheiro de grama molhada pela relva da manhã era gostoso, só não era o meu favorito, pois o meu favorito tinha se tornado o perfume de Mayeong. E só de imaginar toda àquela calmaria me trazia uma certa paz. Já Taehyung, bufou assim que o sinal de seu celular caiu por esse claro sinal de insatisfação, eu percebi que ele passaria a viagem todo reclamando. 

O calor começava a ser insuportável, e o ambiente dentro daquela lata de metal se tornava cada vez mais quente, à medida que o pessoal gritava. 20 minutos foram necessários para o ônibus começar a subir como se não fosse parar mais. Assim que a estrada se normalizou de novo, pudemos observar um arco artesanal feito de pedras, e no topo escrito “Acampamento Cachoeira dos sonhos”, passamos pelo meio dele e adentramos algo que se parecia uma floresta úmida, porém logo a vista dos chalés e de um enorme lago se fez presente. O ônibus estacionou, e pouco a pouco fomos sendo liberados para sair. Havíamos parado no topo de uma colina. 

Joguei a minha mochila nas costas, e enquanto Tae acordava JiYeol, me ocupei em acordar May. Ela acordou com um susto que me fez rir, esfregou os olhos e esticou os braços, jogou a mochila sobre os ombros como eu fiz e se levantou pronta para sair. Fiz o mesmo, como era bom finalmente esticar as pernas. Esperei alguns passarem para finalmente dar a passagem a meus amigos. 

Assim que descemos do ônibus aquele cheiro gostoso invadiu novamente, pássaros cantavam por todo lado, e o sol fraco da manhã nos iluminava. Taehyung colocou seus óculos escuros e mascava seu chiclete em completo tédio, JiYeol ainda ouvia músicas, May tentava focar a visão em algo que não lhe doesse os olhos. Yoongi chegou ao meu lado sorrindo como nunca. Qual o remédio que Min Yoongi tomou contra a ressaca? Porque eu quero um! 

- Bom dia! Eu sou Kim Jooho. – E foi com essa simples apresentação, que o cara que chegou de surpresa ganhou a atenção de todas as meninas dali, quando eu digo todas. É TODAS. Até mesmo Kang Meyeong que se esforçava para acordar, tratou de ficar desperta rapidinho. JiYeol tirou os fones de ouvido e arrumou o cabelo naquele seu pijama de coelhinho e tratou de sorrir de forma mais inocente possível. May concertou a postura e olhou para o homem com atenção. Eu a olhei de forma desacreditada, e vendo que não conseguiria um pingo de atenção soltei uma risada soprada em deboche, cruzei os braços e voltei meu olhar para frente, olhando com extremo desdém para aquele homem, não só eu, mas metade dos garotos ali presente. 

O tal do Jooho nem era tudo isso assim. Ele usava uma camiseta regata branca colada que deixava seus músculos a mostra, e evidenciava o quão definido seu tronco era. Por Deus! Eu também tenho um tanquinho, mas nem por isso saio exibindo ele.  Usava uma calça jeans clara apertada também deixando claro o quanto suas pernas eram torneadas. Fala serio! Uma blusa xadrez verde de flanela amarrada na cintura, e um par de timberland’s completamente surrado nos pés. 

Tudo bem, pernas fortes como os braços, barriga e peito bem definidos, ombros largos. Mas porra! O cara tinha cabelos grandes, iam até abaixo das orelhas. O cara parecia uma garota!  Ele mantinha um sorriso aberto e mãos na cintura olhando para todo aquele pessoal que teria que tutelar. 

- Eu sou o monitor de atividade de vocês. E essa é a minha amiga Kira. – O tal do Jooho acariciou a cabeça de um cachorro que eu não tinha notado a presença até então. Ela era enorme e parecia um lobo. – É uma Wolfdog, então se ouvirem uivos a noite não se assustem é só a nossa amiguinha aqui. – Bom pessoal, a um livro de regras no qual vou citar apenas algumas, porque de fato as outras não merecem serem respeitadas. – Ele riu de forma cumplice, e assim arrancou risos das garotas.  – A primeira regra e a mais importante de todas, é que pedimos que preservem o meio ambiente, a lixeiras por todo o acampamento não e necessário jogar o lixo no chão. Segundo que o café da manhã e a janta tem horários, Há um quadro de avisos em cada chalé informando vocês dos tais. Perguntas?

Todas as meninas levantaram as mãos, mas ele olhou para JiYeol e sorriu para a mesma, apontando para que ela pudesse fazer sua pergunta. Ji sorriu de forma ainda mais tímida, brincando com as unhas olhando para Jooho como se ele fosse um pedaço do céu. 

- Primeiro quantos anos você tem? E segundo o que é preciso fazer para meter a língua na sua boca? – Alguns rapazes riram, eu revirei os olhos e as meninas concordaram. Os professores responsáveis olharam para a Ryu tentando repreende-la, mas ela estava vidrada de mais no homem a nossa frente para dar bola. Jooho apenas riu da pergunta da loira e balançou a cabeça negando. Parecia estar acostumado com esse tipo de situação. 

- Eu tenho 20. E a segunda pergunta não é necessária. 

- Que ótimo tenho 18, já pode me levar para o altar. – Taehyung deu uma cotovelada na garota que o olhou sem muito entender. – O que? 

- Alguém mais além da nossa amiga ali tem uma pergunta? – May levantou a mão, ele a olhou e sorriu. Não gostei desse sorriso pra ela. 

- Aonde você conseguiu esse Wolfdog? – Dava para ver que não era isso que ela queria falar, mas por JiYeol já ter sido “atirada” de mais ela resolveu perguntar outra coisa. 

- Kira foi deixada a beira da estrada quando filhote, então nós a demos um lar. 

- Ela é linda. – Com um sorriso completamente derretido foi o que May disse, “Você é um puta de um gostoso” foi o que eu entendi. 

- Sim pena que não se dá bem com gatinhas. – E então ele piscou para ela. 

_QUE PORRA ESSE CARA TEM!_

E assim foi Jooho respondendo todo tipo de pergunta, das mais sensatas até as sem noção, com uma paciência de mestre, me parecia bastante animado com aquele tanto de gente para dar movimento ao acampamento. Até que ele resolveu fazer um tour pelo acampamento com toda a turma. Ele foi andando e o pessoal foi atrás dele. 

- Alguém aqui trouxe camisinha? – Perguntou JiYeol olhando para Jooho andando de costas, mordendo os lábios. – Porque eu vou dar para esse cara. – O comentário sem noção de Ji nos arrancou varias risadas. 

- Ji amiga, calma. – Disse Taehyung colocando as mãos nos ombros da mais baixa. 

- Não, é serio se tiverem trago me avisem. – E então ela saiu andando se enfiando no meio dos alunos para poder ficar perto do Jooho. 

Jooho explicava como tudo funcionava na maior animação do mundo. A distribuição dos chalés era interessante em formato de um ômega, com cerca de 40 chalés ao todo. Arvores se mesclavam a eles, dando uma aparência mais confortável para eles, na clareira que ficava no espaço do meio entre os chalés, havia um circulo de pedras com bastante madeira no centro, indicando que teria uma fogueira mais tarde. Atrás dos chalés um lago de agua verde e limpa. Havia canoas na margem e uma ponte de corda que atravessava o lago e morrendo em uma trilha. Jooho disse que se seguíssemos a trilha, daríamos em uma pedreira, que se olhasse para o alto entre as montanhas, veria uma cachoeira como se estivesse saindo das nuvens. 

O refeitório era ao ar livre, algumas pilastras de pedra foram erguidas, formando uma construção retangular com um telhado. Apenas isso não havia paredes dos lados, o único lugar do refeitório que era completamente fechado era a cozinha, uma casinha pequena, rustica com uma pequena chaminé no topo. 

A única coisa que me intrigou ali, era as casinhas de banheiro químico postos do lado de fora dos chalés. Mas Jooho explicou que estavam ali apenas por uma emergência, pois nos chalés haviam banheiros e tudo mais. Haviam outras casinhas que não me vi interessado em saber para o que eram. E me senti muito aliviado quando finalmente fomos dispensados para irmos para nossos chalés. Eu, Taehyung e Yoongi ficaríamos no 17 da direita para a esquerda, e Mayeong, JiYeol e Chloe no 13 da esquerda para direta. Foi assim que dividimos a área feminina da masculina.

Todos os chalés tinham uma construção rustica emadeirada com cheiro de pinheiros. E pelo que percebi, alguns continham quatro ao invés de três camas. Mas no chalé em que ficamos apenas três camas se faziam presente. 

Peguei a dos fundos, Tae a da janela e Yoongi a da porta. No momento estávamos organizando as nossas coisas, nas pequenas prateleiras que nos disponibilizavam ali. E a cada passo dado as tabuas do chão rangiam avisando que eram velhas e que correrias não seriam possíveis. 

Yoongi se jogou na cama, e exclamou de alegria ao gostar do colchão, ele se aconchegou e fechou os olhos, prestes a tirar um cochilo, Taehyung continuava organizando suas coisas, e eu resolvi trocar de roupa, já que o calor ia fica do cada vez mais insuportável. Abria a mochila pegando uma bermuda e uma blusa fresca, e entrei dentro do banheiro para me trocar. 

Quando eu saí de lá de dentro com as outras roupas dobradas, vi Tae sentando em minha cama com algumas de minhas camisinhas nas mãos, me sorrindo da forma mais travessa possível.

- Garanhão. – Eu ri e balancei a cabeça negativamente tirando a camisinhas do alcance dele e as guardando novamente. 

- Você não vai usar isso tudo com a minha May, não né? –  Yoongi havia se levantado apenas para me perguntar algo desse porte com o sorriso travesso no rosto. Apenas revirei os olhos, afinal a minha vida sexual de forma alguma dizia respeito a eles. 

- Mas é claro que não, até porque, ela não aguentaria. – Os respondi entrando na brincadeira ambos riram, e voltaram para os seus afazeres. 

Algum tempo depois Jooho apareceu batendo na porta do chalé avisando que o café da manhã estava servido, segundo ele, toda a equipe do acampamento sabia que iríamos chegar com fome, então prepararam algo para comermos. 

Taehyung tirou o moletom que vestia e os óculos escuros, e por fim calçou o par certo de seu tênis preto, chamamos suponho para ir também, mas ele disse ué estava ocupado de mais cochilando para ir comer, então deixamos por isso mesmo. No caminho encontramos as garotas, e fomos juntos. May havia tirado o meu moletom e se mantinha apenas com um short de cintura alta é uma blusa cinza solta por cima. JiYeol também substituíra o seu pijama fofo por um short e um cropped rosa. Até batom ela tinha passado. E quando chegamos no refeitório, ela fez questão que ficássemos com a mesa mais próxima da do Jooho que se sentou com os outros funcionários. 

- Eu vou matar você quando tiver a oportunidade Jimin. – Mayeong disse enquanto comia o seu bolinho de arroz com calma. 

- Hein? – Perguntei sem muito entender. 

- Vocês desenharam no meu rosto, e terá volta. 

- Estou morrendo de medo. – Debochou Taehyung rindo. 

- Se não se importam eu estou tentando admirar um Deus. E estão me atrapalhando. – Ji disse enfiando um pedaço de pão na boca enquanto olhava para o monitor. Tae fez uma careta.  

- Comendo parecendo um porco? Ele não vai te notar assim. 

- YAH! Pare de ser pessimista. – Ralhou ela com ele. 

- Ele está olhando para cá. – Eu disse fazendo pouco caso. JiYeol mais rápido que o Flash concertou a posição e engoliu o pão tratando de sorrir para ele em seguida. Este que retribuiu o sorriso da loira com agrado.

- Tá com pedacinho de pão aqui ó. – May brincou com ela apontando para o próprio dente tentando alertar JiYeol de algo que não tinha em seus dentes. 

- Meu Deus! – Ela então colocou a mão tapando a boca e se levantou da mesa, nos fazendo rir.

Minutos depois nós nos levantamos e saímos do refeitório, encontramos Ji nos esperando fora dele e seguimos juntos para as margens do lago. A ponte e boas condições era convidativa e não surpreendeu ninguém quando Taehyung foi o primeiro a pisar nela decidido a fazer o que mais gostava, merda. E como sempre foi liderando a turma pela ponte a fora.

Tudo bem que havia dois modos de atravessar o rio, mas convenhamos que pela ponte era bem mais rápido, sei que não deveríamos estar fazendo isso sem ter algum nos tutelando, mas acontece que quando o sangue grita por adrenalina, não tem nada que impeça.

Do outro lado da ponte era uma mata fechada, onde apenas uma pequena trilha mantinha-se no chão para seguirmos. Diferente de todo o clima do acampamento, dentro da mata era úmido e fresco, gostosinho em outras palavras. E à medida que íamos nos afastando os gritos e risadas iam se cessando, e em pouco tempo tudo o que se ouvia era o barulho das cigarras cantando ao longe.

Nos demos por cansados quando paramos de frente para um barracão no meio da mata, algo como um deposito para coisas velhas, sem interesse nenhum com aquilo resolvemos voltar, ignorando os comentários de JiYeol dizendo que tinha mapeado tudo direitinho, e já tinha traçado sua rota para a perdição, coisa que todos nós reclamamos dizendo que não precisávamos de forma alguma saber o que ela ia ou não fazer. Mas de qualquer forma eu não a julgava, estava procurando um lugar para fazer um certo tipo de surpresa, e vejo que vou ter que falar com Jooho para encontrar o local perfeito.

Já de volta ao acampamento e agora a sentados a beira do rio, tinha tudo para apenas apreciar a bela vista se não fosse uma ideia de Mayeong de jogar água em JiYeol, esta que se levantou e jogou agua em Mayeong de volta, e isso resultou Taehyung jogando em mim, e por ai foi. Já estávamos todos molhados e rindo como se fossemos doidos. Era engraçado ver o cabelo das meninas molhado, um belo escorrido, e os de Taehyung caídos a testa sem nenhuma caimento.

A brincadeira estava prestes a se encerrar, mas eu senti algo estourar nas minhas costas. Me virei e vi o acampamento todo com balões de água nas mãos, e Jooho jogando um para cima e para baixo sorrindo como se fosse matar alguém.

- É GUERRA! – Alguém gritou. E isso bastou para que todo mundo saísse correndo. Fomos em direção aos balões na tentativa de nos armar. Que plano de merda. Levei na cara e em tudo quanto é canto.

Não se tinha amigos, todos ali eram inimigos, bexigas voavam para cima e para baixo sem rumo algum, eu sentia alguns passando de zunindo por meus ouvidos. A este ponto eu tinha perdido meus amigos de vista, por tanto apenas peguei o máximo de balões que consegui e comecei a correr com eles debaixo dos braços, eu jogava em uns e acertava, assim como também era atingido por todos os lados.

Yoongi me tacou um na cabeça, e eu lhe acertei de volta na barriga. Me afastei um pouco para ver aquela cena linda, todo mundo se divertindo e jogando balões uns nos outros. Taeyong ia acertar Jaehyun, porém o Jae se abaixou e acabou por acertar um professor, ele olhou com uma cara irritada procurando o responsável, mas em meio àquela bagunça era impossível achar para punir apenas um. Impossível.

Rindo daquilo me distrai, apenas acordei quando outro balão se chocou contra minha cabeça me fazendo virar. Era Mayeong sorrindo de forma totalmente travessa, com um balão nas mãos. Então ela começou a correr e eu fui atrás dela, ambos rindo e se afastando indo em direção aos chalés.

Ela então foi por trás dos mesmos achando que eu estava atrás dela, mas eu fui por cima pela frente. Virei uma esquina e reparei que ela estava escorada em um dos chalés olhando para o lado oposto do meu, o que me serviu de forma certeira para uma emboscada. Tomando cuidado por onde eu pisava, para não fazer um ruído sequer fui me aproximando como um predador faz de sua caça. Já perto o suficiente, corri em sua direção a assustando. Prendi-a contra a parede do chalé e fiz com que soltasse o balão que segurava. Ela ria com a boca fechada e olhava fundo nos meus olhos.

Então eu a beijei, beijei com gosto, como eu estava com vontade de fazer pelo resto das férias. Ela entrelaçou os braços no meu pescoço, e se envolveu no beijo assim como de manhã. Um ótimo momento para me vingar do que ela havia me feito.

Como de forma alguma eu não podia perder a chance de ganhar de Mayeong, pois o dia da queimada ficou marcado na minha mente, o quanto ela foi trapaceira. Poxa meu orgulho feriu naquele dia. Aproveitando que ela estava entretida com o nosso beijo molhado, ergui minha mãe que segurava o balão, e fiz questão de estoura-lo em cima de seus seios.

May com o susto separou-se bruscamente de mim e ficou me encarando, como se não acreditasse que eu realmente havia feito aquilo. Ela estava prestes a sair andando, mas eu a puxei pelo pulso colando-a novamente a mim e a prendendo no chalé mais uma vez, com uma de minhas pernas eu separei as suas deixando-a ali no meio em contato com sua intimidade. Nossa pele molhada dava um ar de graça ao beijo quente.

Minhas mãos foram parar na sua bunda, apertando com força ali sentindo dessa vez o jeans nos atrapalhar com tudo. Ela puxava meus cabelos e castigava meus lábios. Nossas respirações estavam ofegantes e o ar começava a se fazer falta. Foi então que ela transmitiu os beijos para o meu pescoço dando ali mordidas e beijos.

- Você. – Mordeu. – Fica. – Beijou. – Muito gostoso. – Mordeu meu lábio inferior e o puxou para si, o soltando em seguida. – De cabelo preto. – Finalmente me encarou e mordeu o lábio inferior.

Eu sabia que tinha de resistir àquela provocação e iria, mas é claro que eu iria. Era a minha vingança não iria deixa-la ganhar nessa.  

- É? – Disse em um tom baixo rente a seus lábios. Ela maneou a cabeça positivamente. Eu apenas ri. – E eu quero saber que fogo é esse que a senhorita está hoje.

- Você faz isso comigo Jimin. – Respondeu tentando pegar meus lábios, mas eu me afastei.

- Faço?

- Huhum!

- Eu posso fazer muito mais. – Disse sorrindo como ela havia me ensinado, como se eu fosse a cria do diabo.

- Eu quero. – Ela se afastou um pouco e começou a desabotoar a minha bermuda. Segurei em suas mãos, fazendo a maior força para não mandar aquela vingança à merda e fazer tudo o que eu queria fazer. Ela me olhou sem muito entender, eu também ficaria assim, afinal de manhã eu queria tanto e agora eu estava nessa, a “negando”.

- Deixa que eu, faço pequena. – Mayeong apenas concordou e voltou a me beijar, eu sorri e comecei a desabotoar seu short. Ela afastou um pouco mais as pernas me dando mais liberdade. Coloquei apenas a ponta de meus dedos por dentro de sua calcinha.

- Chimchim... – Ela disse contra meus lábios. E no momento em que ela mais esperava que eu fizesse algo, eu me afastei da mesma e comecei a rir de forma contida. Me recompus e a olhei vitorioso. May tinha um ponto de interrogação enorme no meio do rosto. E quando percebeu ela jogou as mãos para cima e bufou.

- É serio isso Jimin?

- Tudo que vai volta meu amor.

- Aish!

- Mas sabe que valeu a pena me conter? Ouvir você gemendo “ChimChim” é uma coisa deliciosa sabia May?

- Vai a merda. – Eu gargalhei, mas logo parei quando ouvi um grito. – Eu odeio você.

- Espera ai Mayeong.

- O que foi? – Ela me olhou de forma preocupada enquanto eu tentava ouvir em meio a todos aqueles gritos.

- Escuta.

- PAREM! – Era Taehyung. Mayeong abotoou o short e seguiu correndo junto comigo para onde estava o pessoal.

Todos haviam parado de brincar e agora estavam em uma rodinha observando algo. Abri espaço entre eles e me infiltrei no meio, e pude ver Jungkook caído no chão com uma cara assustada, Taehyung em sua frente com sua blusa cinza manchada de sangue nas costas, e quatro caras olhando para o ruivo com uma cara nada boa, eu não os conhecia e sentia que não queria conhecer.

- O QUE PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO? – Gritou ele com os caras. E um deles riu.

- Estamos fazendo guerra d’água horas. – Respondeu o do meio como se fosse obvio.

- Guerra d’água? Vocês tem pedra dentro desses balões não água. Querem matar alguém seus animais?

- Não, nós só não precisamos saber o que VOCÊS DOIS, fazem no escuro. – Gritou um mais alto, eu estava prestes a ir lá e arrebentar a cara deles, mas May me segurou.

- Você realmente acha que queríamos ser gravados? ACHA? – Taehyung estava transtornado.

- Acho. Logo você Taehyung? Que gosta de se expor...

- Isso não vem ao caso seu brutamonte de mer-

- OK! – Gritou Jooho. – Isso nunca aconteceu antes, e não vou permitir que aconteça. Vocês quatro. – Apontou para os intimidadores. – Venham comigo. Taehyung suspirou aliviado e se virou para o Jeon estendendo a mão para que ele se levantasse, mas o mais novo apenas fechou a cara e se levantou sozinho.

- Eu não preciso da sua ajuda Taehyung. – Disse o Jeon e saiu andando em direção aos chalés. Taehyung ficou abalado, muito abalado.

- O QUE ESTÃO OLHANDO! – Gritou ele para o pessoal. – O JOGO ACABOU NÃO ESTÃO VENDO? – O pessoal sem muito entender desviou o olhar e começou a sair de fininho como se não tivessem assistido nada, muito menos ouvido.

Quando o pessoal já estava longe, ele colocou a mão nas costas onde sua camisa estava manchada de sangue, e abaixou a cabeça. Eu sabia que ele chorava. Então eu corri em direção a ele, e o abracei. Eu queria o proteger, mas não consegui, e vê-lo ali, chorando em meus ombros me doeu tanto. Senti como se um pedaço de mim tivesse ido embora.

- Vem, vamos cuidar desse machucado TaeTae. – Disse May pegando na mão do maior. – Não se preocupe, vai ficar tudo bem.