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História Good Day Sunshine - Manhã Agitada


Escrita por: NowhereUnnie

Notas do Autor


Na capa um claro exemplo do tipo de coisa que aconteceria se o maluco do Moon tivesse um carro nas mãos! 😝 Agora vamos ao capítulo para entender o que aconteceu, que sobre a imagem em si eu explico tudo nas notas finais...

Capítulo 11 - Manhã Agitada


Fanfic / Fanfiction Good Day Sunshine - Manhã Agitada

Naquele dia, por um milagre, eu tinha ido dormir cedo porque essa foi a melhor saída que encontrei para fugir dos meus problemas. No dia seguinte tomei o café da manhã só pensando em como falar com o George de novo, eu precisava pedir desculpas e não sabia se ia conseguir. Eu tinha um tempo extra para pensar, já que eu ia de ônibus e podia sair de casa um pouco mais tarde, mas nenhuma forma de reparar meu erro parecia convincente. Desisti de pensar nisso quando vi que já estava na hora de sair e, ao chegar no portão, tive a surpresa de encontrar Richard pronto para gritar meu nome mas, quando me viu, sorriu e acrescentou, enquanto eu abria o portão e saía:

— Você pode tentar fugir, mas não vai escapar de mim assim tão fácil...

— Droga! — Simulei uma decepção enquanto caminhávamos em direção ao ponto de ônibus. — Eu pensei que pelo menos hoje ia conseguir me livrar de você... Mas pelo visto você me ama tanto que até deixou sua bicicleta em casa só porque não aguentava esperar mais pra me ver, né?

— Na verdade eu tive que deixar minha bicicleta lá na escola porque, graças a certa pessoa, meu colega de trabalho estava um pouquinho mais estressado que Lily Powell e por isso não me deixou voltar para casa também...

— George... Não me lembre do George, eu odeio ele!

— Não odeia não!

— Odeio sim! E agora ele me odeia também, pronto, estamos todos felizes! — Soltei um longo suspiro. -Ele tá muito chateado comigo, né?

— Sim, mas você sabe como consertar isso.

— Sei... — Disse de má vontade e ele passou o braço em volta dos meus ombros, como se me encorajasse.

Mas quando chegamos na escola e me vi de frente ao George, não foi assim tão fácil quanto parecia. Eu tinha uma vontade enorme de pedir desculpas e abraçá-lo para nunca mais soltar, mas ao mesmo tempo sentia um misto daquela velha raiva e uma nova culpa por ter sido tão grossa com ele. Pensei que Richard ia me obrigar a falar alguma coisa, mas ele felizmente não o fez e eu pude simplesmente ignorar a presença do novato, enquanto um silêncio constrangedor envolvia os três.

Aquele mesmo silêncio tomou conta de nós por toda a aula, para a sorte dos professores. E até mesmo no intervalo, enquanto estávamos abrigados da multidão recostados em um muro, ninguém se animava a falar nada.

— Espero que vocês não tenham esquecido de domingo, hein! — Richard disse, tentando quebrar o silêncio e forçando alguma interação entre nós.

George se limitou a dizer secamente, se dirigindo exclusivamente a ele e sem me olhar:

— Não, pode deixar que não vou faltar...

— Domingo? Deixa eu ver... Hum, eu lembro de ter marcado de ir fazer compras com as meninas... — Respondi em tom pensativo, como se tentasse me lembrar do óbvio.

— Como é? — Richard me perguntou com uma das sobrancelhas arqueada.

— Compras... Mais o quê? Ah, lembrei! A gente ia no salão antes disso! Quase que eu esqueço, obrigada Rick! — Respondi bincalhona.

— Escuta aqui, Megan, juro que se você esqueceu eu...

— Deixa de ser besta, Richard, como eu ia esquecer? — O interrompi e joguei meus braços ao redor do seu pescoço, o abraçando exageradamente e rindo. — Eu disse pras meninas que tinha que fazer tudo cedinho porque de noite tinha o aniversário do meu melhor amigo e eu não podia faltar de jeito nenhum!

— Acho bom! Agora para de me enforcar porque não quero morrer antes de fazer 18 anos! — Ele disse rindo e eu o soltei, dando um beijo rápido em sua bochecha.

O idiota do George não falava comigo, não me encarava e parecia nem sequer me escutar, apenas voltou a falar com Richard normalmente, como se eu não existisse e ele estivesse falando sozinho antes.

— Você que tem sorte, cara! Não vejo a hora de ser maior de idade também pra fazer o que tiver vontade!

— Sorte por fazer o que tenho vontade? Ser obrigado a ter uma festa de 18 anos não me parece muita liberdade... — Ele dizia com um muxoxo e eu deixei de me importar e passei a fazer o mesmo joguinho do George, fingindo que ele não existia e nem olhando para o lado onde ele estava.

— Ah Rick, não reclama! Vai ser uma grande festa festa para celebrar sua entrada na vida adulta! — Simulei meu maior ar de maturidade, gesticulando exageradamente ao falar isso e ele deu um sorriso amarelo.

— Eu preferia ganhar um carro pra celebrar essa passagem, isso sim seria legal!

— É mesmo! Eu ia adorar ter um carro também, sabia? Nossa, imagina só, as garotas iam me amar e ninguém ia me alcançar e...

— Eu não lembro de alguém ter te chamado na conversa, Moon! — O interrompi mal-humorada e nem sequer vi de onde ele tinha saído.

Provavelmente estava fugindo de alguém, como sempre. Essa era a desvantagem de viver afastada na hora do intervalo, esse chato sempre estava por ali se escondendo.

— Eu que não lembro ter falado com você! — Ele respondeu me dando a língua e correu para trás do George.

Minha vontade era de quebrar a cara dele e eu já estava com os punhos cerrados e preparados, mas ele resolveu se esconder logo no único lugar do mundo onde eu não perseguiria ninguém até a morte. Bufei vencida, enquanto Richard passava o braço em volta do meu ombro, dando tapinhas.

— Calma Meg, ele é só uma criança... E por sorte ainda está muito longe de ter uma habilitação para dirigir, imagina só o estrago que o maluco do Moon faria com um carro nas mãos!

— Eu não sou criança, tá bom? Já vou fazer 14 anos! — Ele reclamou com ar de convencido, como se ninguém ali fosse mais velho que ele.

— E eu já vou fazer 15, isso quer dizer que vou ser sempre mais velha que você, então cala sua boca se não quiser ficar sem os dentes, como um recém-nascido! — Keith arregalou os olhos e, ao invés de continuar se protegendo atrás de George, saiu correndo pelo pátio e eu corri atrás dele, ouvindo os gritos de Richard atrás de mim.

— Megan, deixa ele! Volta aqui! — Pela forma ofegante como suas palavras saíam, sabia que ele tentava nos alcançar, seguido pelas risadas de George que provavelmente estava correndo ao lado dele.

— Volta aqui, Moon, e me enfrenta como homem! — Eu esbravejava percebendo que ele era bem mais rápido que eu e que seria difícil alcançá-lo.

— Homem? Ahá! Essa coisa ainda é um menino, ou melhor, uma menininha! Olha só como ele treme de medo... — Parei de correr imediatamente quando percebi o que aconteceu: Um dos garotos mais velhos, que viviam implicando com ele, o havia parado e seus dois amigos grandalhões o seguravam da maneira mais agressiva possível. Ele, por sua vez, mais parecia um bebê assustado ao ser pego de surpresa daquele jeito.

— Keith, deixa de se ser frouxo e faz alguma coisa! Chuta a canela deles! — Eu gritava desesperadamente, porque estava com raiva daquele menino irritante, mas a forma como eles o tratavam era realmente assustadora.

— Não se mete nisso, garota! A gente tá tentando dar o troco nesse pirralho desde o início do intervalo! — Então era deles que o maluco do Moon estava fugindo, eu fiquei imaginando o que será que ele tinha aprontado dessa vez para despertar tanta raiva.

— Seus idiotas! Não estão vendo que ele ainda é criança? — A forma como eu repeti o mesmo discurso de Richard há alguns instantes atrás, quando era eu que tinha vontade de quebrar a cara do Keith, soaria engraçada se aquele não fosse um momento tão tenso.

— Calma, gente, calma! — Richard tentava acalmar as coisas, visto que tinha a mesma idade que os maiores e o grandão com o qual eu estava discutindo parecia querer avançar contra mim quando viu que eu havia dado um passo a frente, como se fosse enfrentá-lo no braço. — E vocês, deixem o garoto em paz! Por que não vão procurar alguém do seu tamanho?

— Alguém do nosso tamanho? Eu até enfrentaria você, mas pra ainda estar estudando com as criancinhas, deve ser tão retardado que aí sim seria covardia lutar com alguém tão doente que não pode nem se defender... — Ele debochava rindo e seus colegas gargalhavam tanto que até se esqueceram que estavam segurando alguém. Vi as orelhas de Richard ficarem vermelhas de raiva e, sem pensar, avancei contra o imbecil que ofendera meu amigo mas fui parada por dois braços que vieram por trás e envolveram minha cintura com força, tentando me impedir de continuar.

— Me larga Richard, vou acabar com eles! Primeiro por bater no Keith e depois por te ofenderem! Me solt... — Parei de falar e de me debater quando percebi que meu melhor amigo avançava para cima deles e não estava ali me segurando.

— Escuta aqui, eu podia acabar com vocês agora mesmo, mas não vou me rebaixar ao nível de vocês três! Porque retardado é quem não pensa antes de agredir as pessoas, por mais irritantes que elas sejam!

Ele gritava de um jeito que eu nunca tinha visto antes e eu ainda olhava para a frente estática, até que me recuperei da surpresa e voltei a tentar me desvencilhar de George, o que foi difícil porque dessa vez ele segurava meus braços com tanta força que eu já sabia que iam ficar algumas marcas por baixo das mangas do casaco.

— Fica. Quieta. Sua. Doida. — Ele falava entredentes e quando viu que eu não ia parar, me empurrou para trás, se colocando à minha frente.

— Soltem ele! Agora! — George esbravejou e se posicionou ao lado de Richard.

— Ou o quê? Você pensa que pode enfrentar a gente, magricelo? — Os três valentões se entreolhavam e riam, porque era realmente engraçada a forma como George era esmirradinho e falava como se pudesse lutar com eles.

Aproveitei aquele momento e corri até os maiores, puxando Keith de lá, porque era tão lerdo que não havia percebido que eles já não estavam mais o segurando e parecia que estava esperando eles pararem de rir para pegá-lo de novo.

— Vamos embora, não vale a pena perder tempo com esses dois manés que ficam defendendo suas garotinhas! — O grandalhão disse e saiu, seguido pelos outros dois.

— Você me salvou, Megan! Obrigada! Se eu dependesse desses dois aí, ia apanhar até a morte, porque eles não me defenderam nadinha! — Moon disse em um tom histérico de alívio e me abraçou.

— Ai, tá bom Keith, agora me larga! Saaaai! — Eu dava tapas tentando me livrar dele, que agora tentava me beijar como agradecimento.

— Violência não leva ninguém a lugar nenhum, Moon! — Richard disse enquanto dava tapinhas amigáveis no ombro dele. — Isso é uma coisa que você precisa aprender, além de parar de provocar esses garotos. Nem sempre vamos estar por perto pra te defender, sabia?

— Como vocês tivessem me defendido hoje... — Ele murmurou tão baixo que acho que só eu tinha escutado e dei uns chutes na canela dele.

— E ainda por cima é mal-agradecido! — Exclamei irritada, tentando me soltar daquele abraço grudento, mas ele se agarrou a mim como se eu fosse a própria vida salva dele.

Percebi que George e Richard riam daquela cena ao invés de me ajudar, o que me deixou com mais raiva ainda.

— Ahm... Desculpa se eu estou atrapalhando alguma coisa... — Ouvi a voz de Lily e a risadinha das outras garotas por trás e, como por um milagre, Keith finalmente me largou.

— Lily chegou, agora me deixa Meggie, porque sou dela e ela pode ficar com ciúmes... — Ele piscou o olho e eu revirei os olhos antes de me virar para trás. A julgar pelo suspiro de cansaço e desaprovação de Lily, ela também havia feito o mesmo que eu.

— Então, Meggie, a gente já te procurou pela escola toda! Você não vai acreditar no que aconteceu! — Ela estava tão animada que eu até esqueci de tudo o que havia acontecido e logo fiquei curiosa.

— O quê? O quê?

— Paul McCartney acabou de convidar a gente pra sair! E ainda fez questão de mandar a gente avisar pra você ir também!

— Sério mesmo?! Quando? — Perguntei quase pulando, me sentindo Polly Plummer.

— Sábado. Parece que vai ter uma festa na igreja ou alguma coisa assim... Claro que não é nenhum encontro romântico, mas olha só a gente... Saindo com Paul dois sábados seguidos!!

— A gente tem que comprar vestidos novos também, né? — Perguntei animada e, ao perceber que dessa vez quem arregalava os olhos era Richard, que estava bem na minha frente e parecia não me reconhecer mais, pedi licença e empurrei as meninas para longe dali.

— Sabe, na verdade preciso de dois vestidos porque domingo tem o aniversário do Rick, vocês sabem...

— Claro! E o George vai estar lá também, por isso você quer ser a mais bonita da festa, não é mesmo?

— Credo, não! Eu só... Ai... Não posso querer vestidos novos? Que coisa!

Eu respondia irritada porque talvez ela tivesse toda razão e, por sorte, o sinal que indicava o fim do intervalo tinha acabado de soar, pondo um fim na conversa e nas risadinhas.

 


Notas Finais


Esse Rolls-Royce afundado na piscina é a capa do álbum Be Here Now da banda Oasis, que fez isso em homenagem a Keith Moon, cuja lenda diz que realizou a mesma façanha. Sendo que o Pete e o Roger (The Who) já explicaram que na verdade a história do Rolls-Royce é um mal entendido sobre dois incidentes diferentes, o primeiro foi que ele esqueceu o freio de mão solto e o carro foi sozinho até uma piscina vazia que ainda estava em construção. E também conduziu um Chrysler Wimbledon até um lago ornamental, esse sim cheio de água. 😝 De qualquer jeito, sempre que a gente vê um carro afundado na piscina é do Moon que a gente lembra! ❤ kkkkkk


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