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História Good Day Sunshine - Act Naturally


Escrita por: NowhereUnnie

Notas do Autor


Em primeiro lugar quero agradecer a essas pessoas lindas que favoritaram e deixaram comentários!! ❤ Esse capítulo na verdade é a junção de 2, que ficaram curtos demais e resolvi postar aqui como um só

Capítulo 2 - Act Naturally


Fanfic / Fanfiction Good Day Sunshine - Act Naturally

Ele retribuiu o abraço com a mesma força e ficamos assim por alguns segundos, recebendo uma espécie de abrigo para aquela manhã fria, até que ele começou a se exibir:

— Eu sabia que você não ia se conter, sou irresistível, não sou?

Aproveitei que estava em uma boa posição e dei um soquinho em suas costas como resposta, o que fez com que ele ficasse tossindo de brincadeira e eu, morrendo de rir, fui pegar minha bicicleta e me posicionei ao seu lado.

— Isso é pra você deixar de ser besta!

Depois daquele falso ataque de tosse por falta de ar, Richard começou a rir também e me perguntou:

— Pronta, Meg?

Enquanto ele me olhava esperando uma resposta, comecei a pedalar e olhei para trás rindo :— Você ainda está aí? Deixa de ser lerdo Rick!

Ele disparou atrás de mim e logo tomou a dianteira, mas não por muito tempo, porque logo eu o alcancei e algum tempo depois ele com certeza iria me passar de novo. Esse era apenas o começo de um típico dia rumo às aulas do Liverpool Institute.

A escola não ficava muito longe de casa e íamos sempre de bicicleta porque eu gostava de sentir o vento contra meu rosto e enquanto pedalava me sentia livre, como se meus pés se desligassem do chão e a qualquer momento pudesse voar. Além do mais, Richard também tinha essa preferência pelas bicicletas, ainda que por outro motivo. Ele era muito preocupado com o meio ambiente e, além de ser vegetariano, defendia a ideia de que os ônibus eram apenas um meio a mais de poluição e se as pessoas passassem a usar bicicletas para se locomover, estariam contribuindo para um ar mais saudável. "Mesmo que ninguém mais na cidade se conscientizasse disso, ao menos duas pessoas já estavam fazendo sua parte." Era o que ele sempre dizia.

Assim que chegamos na escola, deixamos nossas bicicletas no bicicletário e fomos correndo para a sala, porque toda aquela paz e tranquilidade pelos pátios e corredores significava que estávamos muito atrasados. Richard já tinha 17 anos, mas sempre teve uma saúde bastante debilitada, o que prejudicou seus estudos e por isso ainda estava na mesma série que eu e o pessoal de 14, então estudávamos na mesma sala.

Por sorte o professor ainda não havia começado a aula, mas nos dirigiu um olhar severo de repreensão pelos 5 minutos de atraso. Pode parecer pouco tempo em outras partes do mundo, mas para os britânicos um atraso desses é inadmissível, ainda mais se tratando do primeiro dia de aula depois de tantos dias de folga, onde seria mais lógico que os alunos estivessem descansados e bem dispostos para retomar as atividades normais.

Richard e eu sempre nos sentávamos nas últimas carteiras e fomos direto para o fim da sala, mas quando chegamos lá, só havia um lugar vago. Ele se sentou ali porque sabia que eu expulsaria qualquer um que estivesse ocupando meu lugar. Imediatamente me dirigi ao magricelo que havia roubado meu lugar à direita do meu amigo e fiquei surpresa ao perceber que era um aluno novo e que, ao invés de analisar tudo à sua volta, estava de cabeça abaixada encarando seu caderno fechado. Não era comum que alunos se transferissem de escola naquela época do ano, mas não pensei muito nisso, afinal tinha um problema urgente para resolver.

Quando ele percebeu que havia alguém em pé diante dele, levantou a cabeça e, ao ver seu rosto, não sei bem o que aconteceu comigo, era como se aquela não fosse mais eu e a intrusa que havia tomado meu corpo se via incapaz de sequer lançar um olhar rude a ele. Diante da minha impotência, cerrei os punhos com força e me dirigi ao garoto que estava sentado à esquerda de Richard. Não tive muito trabalho a não ser levantar meus punhos já cerrados em um tom ameaçador, pois ele já me conhecia e sabia que eu  seria capaz de bater nele ainda que estivesse sob as vistas de um professor. Keith Moon era seu nome, ele já estava amontoando seu material espalhado para se levantar quando o professor levantou a voz, apontando para a única carteira vazia, que ficava no meio da sala:

— Senhorita Lewis, sente-se agora pois já irei começar a aula.

Eu não teria o menor problema em desobedecê-lo se Keith não tivesse se sentido completamente seguro sob a ordem do professor e se esparramado na carteira ao ouví-lo. Respirei fundo e, a contra gosto, me sentei na carteira vazia, rodeada por meninas fúteis e irritantes, que ficaram a aula inteira cochichando sobre compras, roupas novas, garotos e planos sobre uma tal festa do pijama.

Chegou um determinado momento em que eu já não aguentava mais aquilo, então peguei duas canetas com tampa e fingi enfiar uma em cada ouvido antes de continuar fazendo os exercícios que o professor ordenara. Eu só esperava que elas fossem inteligentes o suficiente para entender que aquilo era uma forma de protesto e que eu preferia ter duas canetas perfurando meus tímpanos a escutar aquelas conversas idiotas, mas pelo visto não eram, porque ficaram me olhando com uma cara esquisita, enquanto se podia ouvir um par de risadas no fundo da sala. Uma delas era a de Richard, eu reconhecia muito bem, mas olhei para trás mesmo assim, pois queria ver se entre as outras risadas estava a daquele novato esquisito.

Quando o vi fiquei intrigada, pois Keith e Richard estavam rindo, enquanto ele estava muito concentrado escrevendo em seu caderno e não teve a menor curiosidade em saber o que estava acontecendo de tão engraçado à sua volta.

— Ele é lindo não é?

Ouvi uma voz feminina perguntando e não imaginei que fosse comigo até sentir alguém cutucar meu braço, então me virei para ver quem era. Uma garota de face arredondada que devia ter o dobro do meu tamanho e estava sentada bem na minha frente era a dona daquela voz.

— Olha, eu sei que você não entende nada de garotos, mas se gostou do George é melhor disfarçar um pouco né...

Eu teria mil respostas imediatas para dar, desde “E por acaso eu pedi sua opinião?” a “Quem disse pra você que não entendo nada de garotos? Eu entendo bem mais que vocês, que ficam tagarelando que acham todos lindos e não andam com nenhum!” mas como ela disse isso em um tom de voz que fazia parecer mais um conselho amigável do que uma afronta pessoal, resolvi não responder mal-educadamente, até porque aparentemente essa era menos irritante das três amiguinhas espalhafatosas. Aquele garoto fazia uma confusão tão grande na minha cabeça, que eu fiz algo que jamais imaginei fazer na vida: Estabelecer contato com uma daquelas criaturas.

— É bonito mesmo... Quer dizer, claro que não gosto dele! Só acho estranho ele ter chegado assim do nada e... Ei, como você já sabe o nome dele?

Ela fez uma careta engraçada engraçada ao me ouvir e respondeu: — Como assim? Você não sabia que a gente ia ter um novo colega de classe?!

Outra garota irritante que estava ao meu lado logo se intrometeu na conversa, sem nem ao menos me dirigir o olhar, enquanto lixava as unhas:

— Querida, você precisa urgente de vida social! Não se fala em outra coisa há mais de um mês...

Eu fiquei chocada com aquilo e, antes que pudesse dizer qualquer coisa, uma menina loira que eu sabia que se chamava Lily e estava sentada diante dela e ao lado da primeira, também já estava virada para trás participando da conversa.

— Vocês estão assustando a Meggie, meninas... O que ela vai pensar da gente?

Eu já estava pensando que elas são um bando de fofoqueiras, mas achei melhor permanecer calada e deixar que ela continuasse a falar, porque a curiosidade sobre aquele George era maior.

— Meu pai conhece os Harrison e disse que o filho deles viria para a nossa escola.

— Ah...

Foi tudo o que eu consegui responder e já ia pedir para que ela nunca mais me chamasse de Meggie outra vez, mas não consegui porque elas não paravam de falar e uma interrompia a outra tão rápido que desisti de acompanhar a conversa, atentando apenas para um detalhe ou outro que Lily acrescentava sobre aquele garoto e sem saber ao certo quem estava falando o quê quando as outras meninas diziam algo a mais.

Sinceramente, nunca me interessei em socializar com todos os meus colegas de classe e dessas meninas eu mal sabia o nome, mas mesmo assim reconhecia que duas delas eram as senhoritas Watson e Plummer, as meninas de nariz empinado que viviam levando bronca dos professores por conversar demais durante as aulas e andavam sempre com aquela Lily Powell, que era impossível alguém não conhecer. Era a menina mais popular do instituto e todos sabiam seu nome, endereço, telefone e quais eram os membros de sua influente família em Liverpool.

— Ele toca violão, sabiam? Já teve até uma banda...

— Sério? Que banda?

— The Rebels.

— Nossa, adoro músicos! faz com que eles sejam diferentes e únicos, sabe?

— Querida, só aqui em Liverpool devem existir umas duzentas bandas com meninos metidos a futuros astros. Imagina em Londres e no resto do mundo? Se tem uma coisa que eles não são, é únicos!

Dei uma risada ao ouvir essa última frase de Lily, pois eu achava exatamente a mesma coisa, e cheguei a pensar que elas ficariam até o fim do dia conversando, até que o professor se levantou e disse:

— Vocês já tiveram tempo suficiente para fazer os exercícios. Peço agora que vocês se dividam em grupos de 4, separem algumas partes dos exercícios de cada um e me entreguem como se fosse um trabalho só. Será parte da avaliação, então pensem duas vezes antes de formar esse grupo.

A sala inteira se viu em um alvoroço enorme para a divisão de grupos, mas eu sabia que nós éramos 26 alunos e alguém teria que entregar em dupla. Por instinto, eu ia me levantar para formar a dupla com Richard, mas uma das meninas me perguntou que eu queria fazer parte do grupo delas, porque eram só 3 e eu não vi problema em dizer não, afinal, meu amigo também não era o mais inteligente da turma para que eu jamais abrisse mão de tê-lo em um trabalho em dupla.

Não sei se ele também pensou em mim como primeira opção, mas vi que ele e o novato haviam formado uma dupla, o que era bom, porque o tal George parecia ser tímido e deveria estar completamente deslocado naquela confusão de formação de grupos. Essa é uma das coisas que eu mais admiro no Richard, ele sempre se dá bem com todo mundo e não precisa de muito esforço para isso, apenas age naturalmente.

 


Notas Finais


Lembrando que o George tinha mesmo uma banda que se chamava The Rebels quando era novinho...
E aí, o que acharam?


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