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História Good Day Sunshine - Seguindo em Frente


Escrita por: NowhereUnnie

Notas do Autor


Em primeiro lugar venho pedir desculpas pela demora, mas minha vida anda uma correria só e por isso não postei esse capítulo antes, mas vou tentar manter a frequência dos capítulos pelo menos nos fins de semana.
E acho que esse capítulo vai deixar alguém contente! (só não digo quem porque quero evitar spoilers... 😝)
OBS:
Tem 3 pontos de vista diferentes aqui, começando com a Lily.

Os membros da banda (da esquerda para a direita) nessa foto são: Johnny Guitar, Wally "Lou Walters" Eymond, Ringo Starr, Rory Storm e Charles "Ty" O'Brien.

Capítulo 33 - Seguindo em Frente


Fanfic / Fanfiction Good Day Sunshine - Seguindo em Frente

Lily:

Eu já não aguentava mais ver aqueles dois esbanjando a felicidade do amor deles na minha frente e diria até que eles faziam de propósito, se algum dos dois imaginasse o quanto eu o amava. Decidi sair de perto e procurar a única pessoa do mundo que me entenderia e, se eu desse sorte, talvez ainda estivesse em casa.

– Lily, você por aqui? – Richard me perguntou surpreso, enquanto fechava o portão e me encontrava andando pela calçada em direção à sua casa.

Dei um suspiro pesaroso ao lembrar do que havia me levado até ali e já fui desabafando, o que era tão comum nos últimos tempos, que eu já estava vendo o dia em que meu único confidente iria enjoar de tanto drama e começar a me evitar.

– Aqueles dois me irritam! Ficam agarrados o tempo todo e bem na minha cara, com tanto lugar pra fazerem isso por aí! – Expliquei quase bufando, ao que ele me lançou um olhar compreensivo e segurou minha mão.

– Vem comigo, lá no Cavern a gente conversa melhor. – Assenti e fomos até o carro dele, chegando ao clube algum tempo depois.

Ringo:

Eu sempre me sentia mais aliviado quando a Lily vinha conversar comigo. Não que eu gostasse do fato de ela ter o mesmo problema que eu, mas era reconfortante saber que ao menos uma pessoa no mundo sabia o que me matava por dentro e ao mesmo tempo me entendia. 

Chegando ao Cavern, entramos lá juntos e os garotos já estavam preparando seus instrumentos para começar a ensaiar, mas pararam e ficaram olhando como bestas para a loira ao meu lado. Qual o problema deles, será que nunca viram uma mulher na vida? Revirei os olhos e passei os braços em volta dos ombros dela protetoramente, lançando um olhar fuzilador para eles, o que fez com que todos voltassem as atenções para o que estavam fazendo antes e nos deixassem em paz. Fomos para uma pequena sala nos fundos do Cavern, que era o mais próximo do que teríamos de um camarim e, assim que fechei a porta, ela desatou a chorar assim que eu a abracei.

– Isso não é justo! Eu o conheci primeiro e sempre gostei dele! EU é que deveria estar com ele agora!

– Sei bem como é... – Eu disse com um pesado suspiro e dei um beijo no topo de sua cabeça. Preferia apenas fingir que entendia para apoiá-la, mas eu sentia exatamente a mesma coisa.

– Ela nem gostava dele, vivia dizendo que era chato e ficava perseguindo ela o tempo todo! Eu não entendo como aquele idiota foi ficar logo com ela! – Ela deu um soluço dolorido em uma mistura de raiva e choro.

– Mas você já tentou falar isso pra ela, Lily? Quer dizer, ela é sua irmã, se ela soubesse o quanto isso te faz mal talvez nem estivesse com ele... E você mesma disse que ela nem gostava tanto dele assim. – Ela não respondeu e por um momento achei que tivesse dado o conselho mais idiota do mundo, até que ela levantou a cabeça para me encarar e devo ter ficado tão bestificado quanto os garotos ficaram alguns minutos atrás quando percebi que, mesmo chorando, ela ainda era incrivelmente linda.

– Você acha que eu deveria...? Não! Claro que não! Ela nem ia acreditar em mim, ia falar que eu sempre quis tudo que é dela! E além do mais, mesmo que por um milagre ela se afastasse dele, ele nunca ia querer nada comigo! Quantas vezes eu aceitei sair com o Paul só por causa dele e ele não me dava bola? Eu devia ter imaginado desde o início que pessoas da idade dele só me vêem como uma criança!

– Não é verdade, eu não te acho tão criança assim! – Eu disse enquanto corria os polegares pelo seu rosto, secando suas lágrimas.

– Ah, mas você é diferente Ritchie!

– É verdade, eu pelo menos sei que você é maravilhosa e que qualquer um teria a sorte de ter você como namorada!

– Ah, você diz isso só pra tentar me animar... – Ela parecia descrente e baixou outra vez a cabeça.

– Claro que não! Só tô dizendo a verdade e quer saber? O nosso erro foi exatamente o mesmo de não ter deixado todas as intenções claras desde início e agora que o mal já está feito, não adianta ficar se lamentando! – Tomei o rosto dela entre as mãos, fazendo com que ela me olhasse outra vez. – Já passou da hora de seguir em frente com as nossas vidas, você não acha?

– É, eu... Acho que sim... Mas não é tão fácil assim!

– Eu sei que não, mas a gente nunca tentou!

– Não... E eu nem sei se quero tentar, tô bem assim.

– Bem?! Já vi pessoas que pareciam estar melhor que você em funerais, Lily! – Disse enquanto a sacudia de brincadeira.

– Chato! – Ela resmungou após deixar escapar uma leve risada.

– E agora pode parando com essa tristeza porque não quero mais te ver nesse estado, tá me ouvindo? E você vai esquecer aquele idiota, nem que pra isso eu tenha que fazer alguma coisa!

– E se eu quiser ficar deprimida pelo resto da vida o que você faria, posso saber? – Ela perguntou desafiadora e eu respondi apenas com um sorriso malandro, tomando seu rosto com uma das mãos e enlaçando sua cintura com o outro braço, a puxando para um beijo.

Lily:

Aquele beijo havia me pegado de surpresa, mas o que me deixou mais surpresa ainda foi ter esquecido de tudo o que havia me levado até ele. Eu já tinha ouvido falar que o Richard era muito bom, mas não esperava algo tão intenso quanto aquele beijo arrebatador, que só foi interrompido quando ambos já estávamos sem ar.

Eu ainda estava afogada em um mar de emoções enquanto ele me encarava com um sorriso de satisfação ao perceber que tinha conseguido esvaziar minha mente por completo e, como se não me restasse outra alternativa, tomei a iniciativa de voltar a beijá-lo, porque precisava daquela sensação mais uma vez, como se fosse um alucinógeno que estava me salvando da cruel realidade.

Gostosos arrepios estavam tomando conta de mim enquanto ele distribuía beijos pelo meu pescoço e soltei um gemido de frustração quando ele parou de repente ao ouvir batidas na porta e se virou naquela direção, ainda sem me soltar. Um garoto lindo abriu a porta e começou a reclamar em um tom autoritário, que me levou à conclusão de que ele era o líder da banda.

– Oh Ringo, vai ficar a noite toda aí, é? Daqui a pouco o pessoal começa a chegar e você nem armou a bateria ainda!

– Já vou, Rory, já vou! – Ele revirou os olhos contrariado e, assim que Rory fechou a porta, me deu um beijo breve, mas não menos intenso do que os anteriores.

– Viu? Não é tão difícil quando você tenta. – Ele disse todo convencido.

– É, até que você tem razão... – Concordei enquanto enterrava meus dedos pelo seu cabelo e puxava de leve. – Quando é que eles vão te liberar hein? – Mordisquei seu lábio inferior em seguida, demonstrando o desejo que eu tinha de continuar com ele, sem me importar com mais nada.

– Deixa eu pensar... Ainda tem o ensaio, a apresentação, depois vamos guardar os instrumentos e... Acho que só amanhã de manhã! – Ele respondeu rindo e me perguntei qual era a graça, será que ele não sabia o efeito viciante que causava? Bom, talvez sim e era exatamente por isso que estava se divertindo daquela maneira com a minha reação. – Mas se você quiser me esperar, garanto que não vai se arrepender! – Ele sugeriu com um ar maroto e minha vontade era de ficar ali esperando ansiosamente por toda a noite, mas eu nem tinha avisado em casa pra onde tinha ido e teria que voltar logo.

– Eu vou te esperar só até o fim desse ensaio e é bom que você arrume um tempinho pra mim, entendeu, Richard?

– Tá bem, você que manda! – Ele respondeu com certo entusiasmo na voz e, ainda que a contragosto, saímos dali para que ele pudesse ensaiar. Mas tirar o John da cabeça por alguns instantes ainda não era o bastante para acabar com a angústia que eu tinha no coração.

Megan:

Ir escondida ao Cavern Club já havia se tornado um hábito e eu ainda não tinha cruzado com nenhum conhecido. Até aquele dia.

– Megan?! O que você tá fazendo aqui? – Lily me perguntou enquanto olhava para minhas amigas de cima a baixo.

– Tecnicamente não estou aqui, fui pra sua casa. – Dei de ombros e as meninas riram. Lily fez uma careta e eu disse para elas irem andando porque as encontraria no bar.

– Que maravilha, hein? Fica fazendo besteira e ainda coloca meu nome no meio! Se sua mãe me ligasse, eu ia dizer que você não estava! – Ela ralhou cruzando os braços.

– Ah Lily, não encrenca. E além do mais, você já veio aqui e viu como é legal! Agora vem aproveitar a noite com a gente! – Sugeri amigavelmente, afinal ela era minha melhor amiga.

– Não posso. – Ela respondeu com um certo descontentamento e resolveu descontar sua frustração em mim. – Eu tenho que ir pra casa porque, ao contrário de certas pessoas, não digo que estou dormindo na casa dos outros pra fazer coisas erradas!

– O que você tá fazendo aqui então? – Achei muito estranho alguém ir para o Cavern e sair assim tão cedo.

– Vim com o Ritchie...

"Ah, que legal!" Pensei sarcasticamente "Então a Lily podia ir ao Cavern Club com ele e eu não? ... E eu não!" De repente me dei conta do perigo que corria se alguém descobrisse que eu frequentava aquele lugar.

– Lily, por favor, não conta pra ele que me viu aqui! – Pedi em tom de súplica.

– E por que não? – Ela me perguntou com um brilho maldoso no olhar, como se revelar tudo fosse a vingança perfeita por eu estar fazendo algo tão divertido sem ela.

– Porque ele vai fazer um escândalo, se nem me deixava vir aqui com ele, imagina sozinha!

– Tá bem, vou pensar no seu caso. Agora eu tenho que ir mesmo, vê se não apronta nada, hein!

– Pode deixar, vou tentar não exagerar.

Fui andando em direção ao bar e logo encontrei Emma e Lucy, que já haviam se separado das outras meninas.

– E então, Megan, muito encrencada? – Lucy perguntou.

– Nada, acho que a Lily não contaria pra ninguém. Só pro Richard talvez e, bem, isso sim seria um problema porque...

– Alô, brotos! –  Parei de falar quando Josh nos cumprimentou. Ele vinha acompanhado de Timothy e Ronald, como sempre.

Não demorou muito para que Josh e Lucy ficassem de agarramento em um canto. Os outros dois resolveram ir para a pista e Timmy e eu fomos nos sentar nos banquinhos do bar. Passamos a metade da noite bebendo e conversando agradavelmente, até que fomos dançar e as coisas saíram do controle quando ele tentou me beijar e dei um soco bem no meio da cara dele, quando finalmente conseguiu. Eu devo ter exagerado só um pouco, porque ele se desequilibrou e caiu no chão, chamando a atenção de todos ali, inclusive Lucy e Josh. Mas não foi por mal, fazia tanto tempo que eu não batia em ninguém que aquele golpe devia ter todas as minhas raivas acumuladas.

– O que aconteceu aqui?! – Lucy perguntou preocupada enquanto Josh ajudava seu amigo a se levantar.

– Esse idiota tentou me agarrar! – Respondi bufando enquanto cruzava os braços.

– Você ficou maluco, Tim? – Josh perguntou, alternando os olhares entre mim e o sangue que escorria do nariz dele, como se não acreditasse que uma garota fosse capaz daquilo.

– Foi só um beijinho, nem precisava disso tudo... – Timothy se explicava enquanto limpava o sangue com a manga da camisa.

– Claro, só um beijinho depois de eu ter dito dez vezes que não queria! – O corrigi com raiva ao me lembrar daquilo, eu sabia que tinha exagerado mesmo, mas me recusava a pedir desculpas. – Quer saber? Não tem mais graça ficar aqui, acho que vou embora! Deixa só eu avisar pras meninas...

– Tá bem, Megan, se não achar elas, vou continuar por aqui. – Lucy me disse.

Assenti com a cabeça e andei por uma boa parte do Cavern, mas não consegui ver nenhuma das meninas. Também não vi que estava perto demais do palco e, quando percebi, Johnny tinha me reconhecido durante o intervalo das músicas e já estava fazendo um sinal para avisar ao Richard que eu estava ali também. Por sorte, ele estava abaixado, pegando uma das baquetas que havia caído e tudo que pude fazer foi balançar a cabeça negativamente em um pedido desesperado para que ele não chamasse a atenção do meu amigo. Ele entendeu o recado e abaixou o braço com o qual estava tentando chamar o baterista da banda, então aproveitei para sair dali o mais rápido que pude, torcendo para que ninguém além do Johnny tivesse me visto ali.

Foi por um tris que consegui me esconder do Richard, mas logo outra pessoa conhecida me achou.

– Esse não é mesmo meu dia de sorte. – Murmurei enquanto caminhava até Cynthia, que olhava em todas as direções, como se procurasse alguém. Mas ao invés de me esconder, fui ao seu encontro torcendo para que ela pudesse me tirar dali.

– Megan! – Ela exclamou assim que me viu.

– Cynthia! – Eu a abracei como faria com uma boia em um naufrágio.

– Ih, deve ter bebido todas né? Pra vir com esse amor todo pra cima de mim... – Ela riu, gozando com a minha cara enquanto me abraçava de volta e eu também ri, mas de alívio.

– Escuta aqui, Megan, posso saber o que deu em você pra vir aqui sozinha?! – Ela me soltou e colocou as mãos sobre meus ombros para me reprender..

– Eu não vim sozinha, vim com minhas amigas e a gente sempre vem aqui, tá bem? Mas não consigo achar mais ninguém no meio dessa multidão e quero ir embora!

– Mas já quer ir embora tão cedo?! Ah, fica só mais um pouco, eu nem sei quando vou ter essa chance de vir aqui outra vez!

Olhei para ela confusa, pois ela falava como se eu é que fosse a mais velha que a tinha levado até o clube. Ela percebeu minha expressão intrigada e logo se explicou.

– A Lily me contou que você estava aqui e quando cheguei no Cabash e comentei com o John, seu namoradinho quase teve um treco e queria largar tudo pra vir até aqui te buscar, então eu falei que vinha e te levava direto pra casa. O John daria outro ataque se eu viesse pra cá sozinha, mas como esse era o único jeito da banda dele continuar inteira, me deixou vir só pra te buscar... – Ela disse revirando os olhos. – Mas ele não precisa saber que eu te encontrei logo de cara, não é? – Ela deu uma piscadela de cumplicidade e começamos a rir.

– Tá beeeeem, Cyn! – Dessa vez eu é que revirei os olhos e a puxei pelo braço. – Vem comigo. – A levei até o bar como a boa veterana que era e Lucy ainda estava lá, ao lado de Josh e Timothy, que estava com uma sacola de gelo sobre o rosto dolorido.

– Desculpa Timmy... – Me dei por vencida e reconheci que havia errado, mesmo que aquele imbecil merecesse ter a cara quebrada.

– Sem ressentimentos... Me desculpa você, Megan, eu não devia ter feito aquilo!

– Ainda bem que reconhece! – Disse rindo e dei tapinhas em suas costas suas costas pois, assim como as meninas do balé, os meninos do Cavern também tinham se tornado meus bons amigos.

Expliquei para a Cynthia que estava quase como uma fugitiva, que corria mais perigo ainda naquele dia e que precisávamos sair de lá antes da banda tocar a última música, então fomos embora antes das outras meninas e levamos Lucy com a gente, porque Emma ainda não tinha voltado com Ronald e Timothy queria ir embora também, então Josh se ofereceu para levar todos nós em casa antes de voltar para buscar seu outro amigo.


Notas Finais


Rily já é oficial! 💕 Na verdade sempre foi, antes mesmo de essa fic ser escrita, só mudou a forma como eu tinha planejado inicialmente de juntar esses dois, mas no fim eles deram um jeito de se encontrar na bagunça que virou o enredo dessa história. haha Espero que tenham gostado do capítulo, nos vemos em breve pelos comentários! 😘


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