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História Good Enough - All Of Me


Escrita por: SynthyaM

Notas do Autor


Em estado de amor por esse capítulo! Espero que gostem e ele está totalmente dedicado aos tubaronenses que perderam suas casas e outras coisas durante essa ventania toda que está ocorrendo, mas que mesmo assim estão lendo GE (rezando muito por você, Bia. Vai dar tudo certo e estamos todas juntas nessa).
Não esqueçam de comentar e favoritar, por favor! Leitoras fantasmas apareçam, não custa nada não.

Perdoem os erros. Como as meninas do grupo sabem, estava escrevendo pelo celular. Coloquem All Of Me do John Legend para tocar quando aparecer o (1) - link nas notas finais.
Boa leitura!

Capítulo 30 - All Of Me


Fanfic / Fanfiction Good Enough - All Of Me

Anthony não deixou-me faltar o resto da semana como pedi. Na verdade, nem sei porque insisti, sabia que sua resposta seria aquela.

O primeiro dia foi como estar em um colégio novo no meio do semestre. Eu era o centro das atenções. Alguns cochichos e muitas risadas, vários olhares de pena e até alguns tapinhas nas costas. Acho que eles pensavam que um "sinto muito pelo vídeo" iria apagar o fato de que todos eles tinham me visto naquela situação.

Eu queria fugir, mudar de cidade, de país, de vida.

Melhor, queria não ter essa vida, não ter uma vida, não existir. Seria mais fácil.

Precisava parar de ser tão dramática, Anthony disse. Mas ninguém o disse que não podia julgar e dar pitaco no que os outros sentem e esse alguém jamais seria eu, a não ser que acordasse com uma boa vontade de levar uma surra.

Ninguém falou comigo, pelo menos isso. Entrei e sai do colégio sem dar uma palavra, quando fui ao banheiro falei comigo mesma no espelho, sussurrei um "você está com olheiras horríveis", duas amigas de Jesse me olharam como se eu tivesse perdido o juízo e talvez eu tivesse mesmo, talvez tinha enlouquecido depois de tudo.

Como foi que deixei que tudo aquilo acontecesse? Como não percebi as reais intenções de Jesse?

Talvez a culpa do que aconteceu não foi inteiramente dele porque eu fui completamente burra do começo ao fim, se fui feita de trouxa tive uma parcela enorme de culpa nisso, Anthony estava certo.                        

Os próximos dois meses foram horríveis. Anthony me lembrava todos os dias o que tinha feito, o que eu tinha deixado que acontecesse. Eu me sentia cada vez mais cansada, desejando que as aulas terminassem logo, meu aniversário era em alguns dias e seria como todos os anos, passaria sozinha em casa. Faria um bolo de lama como costumava fazer com Harry e quando desse meia noite faria um pedido. Ele sempre me convencia a dizê-lo o que tinha pedido, talvez por causa disso nenhum se realizou.                       

Dessa vez seria pior porque provavelmente estava ficando doente. Faziam dois dias que não comia direito e vomitava, tive que sair no meio da aula de matemática para vomitar, graças aos céus o banheiro estava vazio.

Precisava comprar algum remédio antes que Anthony percebesse e me punisse por ter comido algo estragado, fez isso da última vez que adoeci por causa de um frango que mal cozinhei. Peguei alguns trocados na carteira de Anthony, uns poucos que ele não sentiria falta e fui até a farmácia mais próxima.

Uma mulher mascava um chiclete e exibia uma postura indiferente, levantou os olhos para mim e esperou que eu falasse alguma coisa.

- Ahn... - pigarreei - Eu preciso de um remédio.

Continuou a mascar o chiclete - E exatamente para o que?                       

- Eu estou me sentindo enjoada e vomitando a cada refeição. Provavelmente comi algo estragado.                       

- Está tossindo? – perguntou.                       

- Não.

- Febre ou coceira?

Neguei com a cabeça e ela levantou-se de onde estava sentada e seu olhar mudou, agora exibia interesse e algo a mais que não consegui identificar.

- A menstruação está atrasada?

Abri a boca pronta para negar quando a realidade me atingiu, fiz as contas na mente e percebi que estava atrasada e minha menstruação sempre havia sido certinha, como não percebi isso antes?

Ela percebeu a expressão assustada em meu rosto e suspirou - Quer algum teste de gravidez específico?

- Isso não é possível - gemi com a ideia e senti uma onda de enjoo me invadir.

- Oh! Aqui não, querida - deu a volta no balcão e conduziu-me até o que percebi ser o banheiro - Você está pálida, coloque tudo para fora e já trago o teste.

- Eu tomei pílula do dia seguinte - falei antes de ajoelhar-me frente ao sanitário e vomitar.

Ela deu de ombros - É o que dizem, não é 100℅ eficaz.                       

Fiz três testes. E mais outro quando comecei a chorar e a nao acreditar no que estava vendo. Quatro testes declararam uma única verdade: eu tinha 16 anos e estava grávida de um cara que fez sexo comigo por causa de uma aposta.

Anthony iria me matar.                       

- Quer que eu ligue para alguém? - a moça perguntou - O pai da criança, talvez.

Bufei - Ele é a última pessoa que eu quero que saiba disso.

- Seus pais?

Balancei a cabeça ao desistir de começar a explicar a bagunça que era minha vida - Eu preciso ir para casa.

- Tem certeza que está bem para ir? Não é por nada, mas você está com cara de quem vai se matar na primeira esquina.

- Quem sabe isso facilitaria tudo - falei enquanto caminhava até a porta, minha mente dando voltas.

- Isso foi brincadeira, não foi? - ela gritou do balcão, o tom de voz assustado.

Dei as costas quando fechei a porta atrás de mim, meus pés não sabiam onde ir, minha casa não era longe, porém não queria dar de cara com Anthony agora. Não saberia como contá-lo, na verdade nem sabia o que fazer a partir de agora.

Tinha um bebê dentro de mim.

Fruto de uma noite sem prazer e sem amor, vindo de uma aposta e de palavras falsas e malditas.

Anthony não o aceitaria de bom grado e muito menos Jesse. Esse caroço de feijão só tinha a mim. Eu que nunca tive ninguém.

Eu não saberia cuidar de uma criança, mas a ideia de tirá-la de mim me enojava. Era a esse mundo que eu queria trazê-lo? Sem condições algumas de sustentá-lo, que tipo de mãe eu seria?                       

Algo dentro de mim se agitou com a possibilidade de agir diferente da minha mãe e de Anthony, com a ideia de ser alguém para essa criança, de ser quem nunca foram para mim. Talvez eu conseguisse e a protegesse, talvez eu fosse uma boa mãe no final das contas porque, quando cheguei em casa e avistei Anthony com uma cara de poucos amigos, sabia que faria de tudo para defender meu bebê.

(...)

Fiquei esperando a porta bater novamente, dessa vez porque ele haveria de ter saído para não ter que falar nada em relação àquela cena grotesca em minha coluna. Mas voltei o olhar naquela direção quando, mesmo depois de alguns segundos, longos e intermináveis, não ouvi som algum.

Ele ainda estava parado lá.

Harry engoliu em seco e deu dois passos em minha direção. Não sabia por que, mas não consegui girar o corpo para olhá-lo, permaneci de costas, meu rosto denunciando a vergonha daquele momento porque era como se eu estivesse despida, completamente exposta a ele.

- Foi isso que aconteceu com você – sussurrou com a voz embargada, os olhos brilhando em alguma emoção que não consegui identificar – Oh, Lottie...

- Não preciso da sua pena – murmurei voltando minha atenção para o chuveiro, a água lavando o resto do sangue em minha camiseta, enquanto meu corpo demonstrava toda a tensão por estar naquela situação com Harry.

- Eu não estou com pena – a sinceridade em sua voz fez com que eu voltasse novamente o olhar para ele – Eu estou orgulho de você.

- O que?

Acho que a descrença em minha voz não foi o suficiente para demonstrar o quão surpresa estava por causa daquela frase e por ele não ter ido embora ainda.

- Mesmo com todas essas cicatrizes você continua aqui – balançou a cabeça em descrença – Desde que reconheci você me perguntava o que tinha acontecido para te transformar nessa mulher em minha frente, alguém totalmente protegida pelos muros de desconfiança, alguém que não acredita no amor e a verdade está bem aqui – olhou para minha coluna e aquilo me deixou sem graça, por isso mudei o peso para o outro pé e virei o corpo para encará-lo – Eu não sei o porque de tantas cicatrizes, mas sei que além de transformarem em alguém tão fechada, elas te tornaram mais forte.

- Para com esse papo mimizento – pigarrei para tentar esconder a emoção em minha voz ao ouvi-lo dizer aquelas coisas – Porque ainda não foi embora? – como todos os outros homens que um dia viram, por descuido meu, minhas cicatrizes.

- Porque eu iria embora?

A intensidade naquela frase e em seu olhar foi demais para mim, aquilo estava me enfraquecendo, deixando minhas pernas bambas e pensando que talvez Harry fosse diferente dos outros, mas era bobagem, era ridículo pensar assim. Todos eram iguais e amor não era para mim.

Torci a camiseta em minhas mãos e passei por ele, esbarrando em seu ombro e saindo do banheiro. Minha coluna ardia em pensar que a parte de mim que mais escondia estava exposta completamente a ele.

- Você é linda – ouvi sua voz atrás de mim – Tudo em você é lindo.

Bufei – Não precisa desse fingimento, Styles. Eu sei que as marcas em minha coluna são grotescas, ridículas – balancei a cabeça e tentei controlar o nó em minha garganta porque odiava aquilo, odiava ter aquelas marcas, a prova de que Anthony nunca me amou, de que nunca fui digna disso – São horríveis de serem olhadas – o encarei – E eu ainda não sei por que está aqui me olhando, é algum tipo de teste masoquista seu?

- Lottie...

- Não chegue perto – dei um passo para trás – Você não tem que ficar aqui, perto de mim e dizendo essas coisas. Não pode ser essa pessoa – tentei falar tudo que estava em meu peito porque não consegui parar de pensar que ele estava jogando comigo, brincando com meus sentimentos – os poucos que ainda tinha – Não pode me ver completamente vulnerável e achar que isso é motivo de orgulho para você. Logo para você – ri sem humor – Não pode, não pode.

- Oh, Lottie... – tentou se aproximar com sua fala mansa, mas bati em seu peito.

- Porque está me olhando assim? – continuei a batê-lo, meu ombro recém machucado ardendo por causa do esforço – Porque ainda não foi embora? O que você quer, Harry?

Ele levantou os braços para segurar minhas mãos, numa tentativa de conter-me, porém passei a esmurra-lo.

- Minhas cicatrizes são grotescas, horríveis – não percebi que estava chorando até que a maldita lagrima escorreu por minha bochecha e já era tarde demais para reprimi-la. Sei que aquilo o assustou e surpreendeu, afinal, eu nunca choraria em sua frente por vontade própria. Nem eu sabia o que estava acontecendo, não consegui frear a parte de mim que queria desesperadamente ouvi-lo dizer novamente que eu era linda, mesmo que cada parte de mim – principalmente as cicatrizes – gritassem que não. Que eu era quebrada da cabeça aos pés, inteiramente – Cada uma delas são as marcas de que eu fui estupida e idiota. E você não pode dizer que as acha bonitas e que eu sou uma pessoa melhor por tê-las. Não pode.

- Shh... – conseguiu segurar meus pulsos e prendeu-me em um abraço que não vi chegando até estar com a cabeça apoiada em seu ombro – Não chore, Lottie. Minha Lottie. Eu estou aqui com você, como sempre quis estar.

- Cale a boca – sussurrei tentando me soltar dele – Pelo amor de Deus, cale a boca.

(1)

- Não, não vou me calar – o som da sua voz retumbou em meus ouvidos – Você se acha alguém que não é. Eu vejo tanta força em você. Eu preferiria que não tivesse cicatriz nenhuma para ser vista, nenhuma marca do quanto seu passado foi difícil, mas, se elas estão ali, te tornaram mais forte e são partes de você.

- Me deixe ir embora, Harry – consegui me afastar do seu aperto, meu peito doendo assim que fiz isso.

- Ainda não entendeu, não é? – puxou meu pulso novamente e meu corpo esbarrou com o dele, as perolas verdes brilharam contra o meu rosto e sua voz rouca estava carregada de intensidade ao dizer a próxima frase – Nunca mais deixarei que vá embora.

O que eu faria sem a sua boca inteligente?
Me atraindo, e você me afastando

Minha cabeça está girando, sério, eu não consigo te decifrar

 

Minha respiração ficou presa na garganta quando seu rosto se aproximou do meu, nossos narizes se tocando enquanto ele colava a testa na minha e suspirava.

- Não faça isso. Por favor, não faça – pedi num sussurro porque não era capaz de resistir aquilo, sabia que assim que nossos lábios se tocassem não irai conseguir manter em pé todas as barreiras que construí para que não chegasse tão perto de mim assim, mas a quem estava tentando enganar?

- Ah, Lottie... – murmurou e seu lábio inferior tocou o meu de relance causando um tremor por todo meu corpo – A ultima coisa do mundo que eu quero é parar.

Então sua boca beijou a minha e eu não pude protestar contra o que disse, mas a verdade é que não sei de onde tiraria argumento para convencer ele e a mim mesma de que não queria aquilo.

Você é louca e eu estou fora de mim

 

Ele tocou os lábios suavemente em minha boca, a mão soltando meu pulso quando percebeu que eu não iria a lugar nenhum porque simplesmente não conseguia fazer meu corpo obedecer à pequena parte de mim que ainda insistia em ficar longe dele. Eu o odiava por me fazer sentir aquelas coisas, porém não estava conseguindo fugir mais.

Sua língua encontrou a minha ávida por senti-lo e suas mão direita acariciou meu braço antes de pará-la em minha cintura, só percebi que meus dedos estavam tremendo quando os enlacei em seu pescoço. Queria entender tudo que estava sentindo, tantas emoções que achei não existir dentro de mim, mas cada toque seu queimava em mim e me fazia perder a noção de tudo ao meu redor.

Rápido demais sua boca soltou da minha. Harry desceu os beijos por meu pescoço e eu mordi o lábio inferior para evitar um gemido, estava tão entregue aquele momento, olhos fechados, quando senti sua boca em meu ombro bom depositando uma trilha de beijos.

Foi só quando moveu o corpo para o lado que percebi sua intenção. Meu corpo travou, meus olhos abriram-se repentinamente e o encarei.

Porque eu te dou tudo de mim

E você me dá tudo de você

 

- Não – respondi firmemente.

Ele fingiu não me ouvir e moveu-se para estar atrás de mim, tentei fugir dali, mas seu braço direito enrolou-se em minha cintura com firmeza, prendendo meu corpo no dele.

- Você não vai fugir de mim, Lottie – murmurou em meu ouvido, o tom de voz me excitando embora aquele momento fosse mais de tensão – Nunca mais.

O mundo está te castigando,

Eu estou por perto acompanhando tudo

 

Os fios do seu cabeço fizeram cocegas em meu pescoço quando desceu a boca para o começo da minha coluna, seus lábios beijaram a primeira cicatriz e eu engoli em seco.

- Porque está fazendo isso? – minha voz estava embargada e eu me recriminava por estar sendo tão sensível, porém não conseguia mais controlar o que sentia ou dizia.

- Porque quero provar que tudo em você é lindo – disse enquanto acariciava a pele nua em minha cintura antes de beijar a cicatriz entre as alças do meu sutiã.

Eu senti a lágrima cair agora, pude perceber cada uma delas que molhava minha bochecha e não ergui a mão para enxuga-las. Fechei os olhos e tapei a boca para evitar um soluço que senti chegando enquanto ele descia a boca para beijar mais uma cicatriz.

Seus dedos desenharam o traçar de uma, arrepiando minha pele e me fazendo tremer dos pés a cabeça. Ficou de joelhos atrás de mim, uma mão em minha cintura e a outra desenhando em algumas marcas enquanto beijava as cicatrizes grotescas feitas por Anthony.

- Não se afasta de mim, Lottie – pediu enquanto descia os lábios para mais perto do meu quadril, a mão apertando minha cintura com força porque estava sentindo a intensidade daquilo tanto quanto eu – Porque eu não consigo mais ficar longe de você.

Porque tudo de mim

Ama tudo de você
Ama as suas curvas e seus limites
Todas as suas imperfeições perfeitas

 

Cada toque em minhas cicatrizes externas iam preenchendo lugares nas marcas internas que trazia comigo. Cada beijo, cada demorar dos seus lábios na minha pele marcada pelo castigo do passado, iam encontrando lugares quebrados e queimando cada centímetro deles.

Harry beijou a ultima cicatriz perto do cós da minha legging preta, demorando-se ali e apagando a memória das surras. Agora, quando pensasse nas cicatrizes, iria lembrar-me dos seus beijos nelas, do seu toque sem medo e sem nojo. O que ele queria com aquilo eu não sabia, mas eu não podia segurar a onda que estava vindo, minha barragem não seria suficiente, não haveria muro que aguentasse a inundação que estava vindo e eu tinha plena consciência disso.

Ainda de joelhos moveu-se para estar diante de mim, abaixei o olhar para encará-lo e vi meu rosto embargado refletido em seus olhos. Ele beijou meu umbigo e a cicatriz de uma facada que tinha levado anos atrás.

Harry não parou ai. Sua intenção ia mais além. Ele levou os dedos até o cós da minha legging e lentamente a fez escorregar por minhas coxas, encarou meu corpo que aos poucos ia ficando cada vez mais exposto, mas não tive vergonha, já tinha visto meu interior como ninguém antes havia feito. Tinha conhecido meu corpo sem ao menos vê-lo.

Escorregou aquela peça de roupa por meus pés e a jogou para o lado, beijando o interior da minha coxa de forma lenta. Apoiei-me em seu ombro antes que minhas pernas ficassem ainda mais bambas, como uma adolescente em sua primeira vez.

Cartas na mesa, nós dois estamos mostrando corações

Arriscando tudo, embora seja difícil

 

Seu olhar demorou-se na minha calcinha preta que já estava molhada em excitação. Ela teve o mesmo destino que a legging, porém, de forma ainda mais lenta, torturando-me com seus beijos em minha virilha. Quando achei que iria finalmente dirigir sua boca para o local úmido entre minhas coxas, ergueu-se e acariciou minha bochecha antes de, para minha surpresa, pegar-me em seu colo.

Ele tirou meu sutiã assim que depositou-me na cama, eu estava nua e completamente exposta a ele, não só fisicamente, mas todo meu coração estava diante dele, um momento de fraqueza meu, não sei, mas poderia fazer o que quisesse agora. Minha coluna ainda parecia arder em cada local que beijou, mas ainda não era suficiente para ele.

Me dê tudo de você

Eu darei tudo de mim para você
Você é o meu fim e o meu começo
Mesmo quando eu perder estarei ganhando

 

Harry beijou meu ombro machucado, meu pescoço arranhado e meus seios. Sua língua molhou meus mamilos até que endureceram também por seus dedos travessos e lentos ao toque. Seu cabelo fez cócegas no local entre meus seios quando beijou minha barriga e quadril, suavemente desceu o rosto para o interior das minhas pernas, as abrindo devagar e acariciando-as enquanto levou a boca até meu clitóris, sugando num movimento lento.

Em suas mãos eu era como uma granada prestes a explodir. Era diferente de quando estava com Zayn. Não tinha pressa.

- Apenas sinta – sussurrou quando sentiu-me reprimir um gemido – Deixe-me fazer você sentir, Lottie.

Foi sua voz que me levou a um gemido, o tom provocante e rouco nela. Eu estava tão envolvida naquele momento, completamente entregue a sua língua em meu interior. Gemendo, sentindo, enroscando os dedos indecisos em seu cabelo e nos lençóis ao nosso redor. Minha nuca suava e senti as pernas tremerem quando o orgasmo se aproximou, Harry sabia que eu estava quase lá e foi com beijos que me fez senti-lo.

Eu lhe dou tudo de mim
E você me dá tudo, tudo

 

Beijou dentro de mim como havia feito em meu exterior. Sua língua demorando-se, provando cada centímetro da minha pele e eu já não sabia mais segurar-me e nem queria. Derramei-me em sua boca, fechei os olhos e joguei a cabeça para trás sentindo o prazer se verberar por todo meu corpo.

Ele esperou que eu tivesse recuperada para beijar minha boca, senti meu gosto em ambas as línguas e esperei que tirasse a roupa para terminarmos, mas franzi a testa quando puxou-me para seu peito, deitando-se ao meu lado.

- Não vou fazer amor com você essa noite – explicou – Por mais que eu queira, ainda tenho muita coisa para provar a você.

- Isso é errado – consegui dizer – Não deveria ter feito nada disso.

- O que eu sinto está longe de ser errado e eu sei que você sente algo também. Então, você tem duas opções: vestir sua roupa e fugir por aquela porta como se nada tivesse acontecido ou ficar até o amanhecer comigo. Nas duas opções, eu não desisto. Eu não vou te deixar ir para longe de mim de novo.

Sabia pelo seu tom de voz que estava falando sério. Travou o maxilar e, embora seu olhar estivesse esperançoso, o corpo todo estava tenso e com medo de que eu fosse embora. Não vou negar que não sabia o que estava fazendo quando levantei-me da cama e coloquei as roupas intimas de volta, foi quando encarei-o que não consegui mais mover-me.

Era o olhar de um homem que não se deixaria derrotar tão fácil. Não do garoto que eu julgava que ele era, não do mimado e arrogante que pensei que seria durante a missão. Deitado na cama a minha espera estava o homem que tinha a sombra do menino que eu deixei em Holmes Chapel quando fui embora, a mesma perseverança no olhar, mas era um homem maduro que me encarava de volta, o olhar brilhando em emoções distintas quando voltei para cama, mantendo alguns centímetros de distancia entre nós antes que eu fosse a responsável por nossos corpos nus na cama.

- Como conseguiu essa cicatriz? – apontou para a marca que ia do cotovelo até o pulso. Agradeci por mudar de assunto, por falar sobre qualquer coisa exceto a decisão que eu tomei.

- Foi no começo, quando comecei a treinar com Anthony – falei – Era rasgar meu braço ou cair de uma altura de 10 metros.

- E essa? – tocou em minha barriga e deixou a mão lá. Maduro ou não, Harry era um pervertido.

- Levei uma facada por Niall. Foi quando invadiram nossa base no ano retrasado.

- E essa? – tocou no meu quadril, na pequena cicatriz que ali se encontrava.

- Ah, essa foi devido a uma cirurgia, sabe? Aumentei minha bunda – brinquei para não ter que explicar aquela.

Ele fez uma cara fingida de descrença e jogou o cabelo para o lado – Qual é, sempre achei que ela era verdadeira – cutucou minha bunda – Tem certeza que isso tudo não é seu?

Dei uma risada – Toda minha e bem melhor que a sua.

- Você ainda não me olhou nu, querida – piscou o olho – Sou a coisa mais sexy que verá em anos.

- Você é muito magrelo, Harry – estralei a língua – Que mulher iria querer ver você pelado?

E estávamos conversando. Sem pressões, sem julgamentos e sem ser de uma forma profissional. Eu não era sua Guarda Costas ali ou até era, mas estava deixando que me ensinasse algumas coisas.

Ele recostou-se no meu ombro quando estava prestes a amanhecer, eu conseguia ficar horas sem dormir porque era treinada para aquilo, mas suas pálpebras pesaram antes de perguntar alguma coisa sobre uma missão em Madrid. Foi quando o sol surgiu em sua janela que olhei para seu rosto e percebi que dormia recostado a mim. Queria me mover, mas o acordaria e uma parte de mim, uma grande e malditamente sensível parte, o queria bem. Então permaneci o olhando e, antes que desse conta, meus dedos já estavam em sua bochecha, tirando um fio de cabelo que insistia em cair por sua testa.

A intenção era só essa, disse a mim mesma, tirar aquele fio dali e tentar dormir um pouco. Mas meus dedos tinham vontade própria e acariciaram sua bochecha, a barba rala e a pele macia em seu queixo.

O que ele tinha que sempre me puxava para si? Desde criança, Harry tinha algo que me fazia sentir em casa.

A grande questão é que eu não tinha casa desde que sai de Holmes Chapel, não tinha um lar e desconfiava que ele queria que ele fosse o meu. Ou lutaria com todas as minhas forças contra isso ou daria uma chance a coisa que estava crescendo em meu peito, seja ela o que for. A verdade é que estava cansada de lutar e, ao mesmo tempo, temerosa de deixar aquilo fluir, a barragem cair.

Senti o sono chegar e tirei a mão do seu rosto antes que aquilo se tornasse mais estranho do que estava sendo. Acordei com batidas na porta, deveria ter levantado antes, tinha que checar se a garota estava bem, se os meninos tinham novidades sobre Brad.

Ergui o olhar para Harry e sorri porque estava exatamente como quando éramos crianças, uma ruga no meio da sua testa porque provavelmente estava tendo um sonho ruim. Consegui mover-me sem acordá-lo e deitei sua cabeça sobre o travesseiro no qual estava recostada. Vesti uma blusa qualquer na sua gaveta e abri a porta, a camiseta caindo em minhas coxas.

- Não me diga que vocês dois fizeram sexo - Louis disse assim que deu uma olhada nos meus trajes e em meu cabelo bagunçado.

Rolei os olhos - Claro que não - não era bem uma mentira, mas não queria dizer o que tinha acontecido entre nós, não só a parte física, mas tudo que seus beijos causaram sob minha pele marcada pelas surras e lutas, nem mesmo para Louis - O que houve?

- Seu ombro está melhor? - perguntou ainda com uma expressão maliciosa no rosto - A garota está bem, o médico que Niall arrumou conseguiu conter o sangramento. Liam está com ela esperando que acorde.

Dei de ombros - Já senti dores piores. Ela não pode ficar aqui, Lou. Não podemos meter mais alguém nessa confusão que estamos.

Louis iria me responder quando passos apressados surgiram pelo corredor.

- Porque a pressa? - Louis perguntou a uma Victória ofegante e com uma expressão nada boa em seu rosto - Aconteceu alguma coisa?

- A garota acordou e não sabe de nada com relação à família dela. Mas, o pior não é isso.

- O que é pior que uma desmemoriada no meio dessa missão? - perguntei franzindo a testa - Não me diga que Brad...

- Eu não sei se isso é obra dele, mas chegaram essas fotos pelo correio. Liam já conferiu, estão limpas.

E por limpas ela quer dizer que são seguras.

Abri o pacote que me entregou e soltei um palavrão contido quando vi a primeira foto. Era da noite passada, Harry beijando meu ombro.

- Uou - Louis puxou o ar e colocou a mão na cintura, indignado - Sério que você mentiu para mim?

Ter mentido para Lou era o menor dos meus problemas porque as fotos eram todas da noite passada e quem quer que as tirou teve uma bela visão do quarto de Harry.

 


Notas Finais


(1) - https://www.youtube.com/watch?v=Spe6113csjU
Prometo não demorar para continuar, farei isso quando a média dos comentários estiver boa.
Mil beijos e não esqueçam de opinar sobre o andamento da história, amo vocês!!


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