História Good Night - Norminah - Goodbye?

POV NORMANI

Para minha surpresa, quando acordei Dinah já não estava mais lá.
No fundo eu sabia que isso iria acontecer, porém eu não queria acreditar.
Lauren já estava de pé, há muito mais tempo que eu. Por incrível que pareça suas malas já estavam  prontas na ponta da cama.
Eu estava no banho quando ouvi a porta do banheiro ser aberta.
- Mani, eu preciso te contar uma coisa! – Lauren entrou desesperada no banheiro, e antes que eu pudesse impedi-la, a mesma abriu a porta do box.
- Ei, não está vendo que estou tomando banho, não? – falei enquanto tentava esconder meu corpo com as mãos.
Lauren revirou os olhos.
- Como se eu não soubesse como é o corpo de uma mulher! – falou cruzando os braços.
Tentei fechar a porta do box, porém Lauren foi mais rápida e colocou a mão na frente.
- Por favor, me deixe tomar banho! – falei mais alto para que ela prestasse atenção.
- A qual é Mani? Deixa de ser chata! – Lauren fez biquinho. – Prometo que assim que você me deixar falar, eu vou embora!
Puxei a toalha, enrolei no corpo, e fechei o registro do chuveiro.
- Ok, estou esperando! – falei cruzando os braços.
Lauren voltou a ter a mesma animação de quando entrou no banheiro.
- Você não vai acreditar, mas a Camila vai estudar no mesmo colégio que nós duas!
- Eu não acredito que você fez isso Lauren! – falei revirando os olhos.
Lauren deu um tapa no meu braço.
- Ai Lauren! Qual é seu problema? – perguntei.
- Eu não pedi pra ela mudar de colégio, Normani! – falou irritada. – A mãe dela está fazendo a mudança para Miami!
Comecei a me sentir culpada por ter julgado minha amiga.
- Quer dizer que não vai ser mais só eu e você na hora do almoço? – perguntei, fazendo bico.
- Nossa Normani, como você é ciumenta! Credo! – falou.
- Eu não sou ciumenta! – falei fechando a porta do box. – Agora me deixa tomar  banho!
Ouvi a porta se fechar, e então pude continuar meu relaxante banho.

               ---

Eu já tinha acertado todos ao detalhes da minha volta para casa com minha mãe pelo telefone.
Estava entrando no elevador quando notei alguém segurar a grade para também subir.
- Normani, faz alguns dias que não te vejo! – lá estava aquele sorriso que eu tenho evitado.
Não pude conter o descontentamento ao ver ele.
- Oi, Arin!
Ele entrou no elevador e para minha surpresa não selecionou nenhum andar.
Eu não queria ficar sozinha naquele elevador. Não com ele.
Antes que eu pudesse sair, as grades se fecharam.
Droga.
A única coisa que pude fazer foi selecionar o quarto andar.
Me mantive imóvel perto da porta. Nosso último encontro não foi um dos melhores, e isso estava me deixando ainda mais assustada.
Eu só queria que a droga daquele elevador chegasse rápido ao seu destino.
- Então, você está me devendo algumas resposta, não é mesmo?
Com toda a certeza do mundo ele não tinha esquecido nossa última conversa.
Eu tinha que parecer forte, mesmo não sendo, talvez assim ele parasse de me perseguir tanto.
- Acho que está enganado! Não estou te devendo nada! – falei friamente, olhando nos seus olhos.
Ele jogou a cabeça para trás  e riu.
A sua risada me causava calafrios.
Ele andou até mim e apoiou sua mão ao lado da minha cabeça, fazendo com que eu fosse para trás e pressionasse meu corpo contra uma das paredes do elevador.
- Ah garota, por que você tem que ser tão difícil? – falou aproximando seu rosto do meu ouvido.
Pude sentir seu corpo encostar no meu.
Eu podia sentir o calor de seu corpo sob minha pele.
Eu não conseguia ter nenhuma reação, meu corpo parecia ter congelado, por mais que eu quisesse, nem os dedos eu conseguia movimentar.
A única coisa que eu consegui fazer, foi fechar os olhos e torcer para que o elevador chegasse logo e abrisse aquela maldita grade.
Senti sua outra mão pousar em minha cintura, fazendo com que eu desse um pequeno pulo pela surpresa.
- Fique longe de mim! – finalmente consegui dizer alguma coisa.
Senti sua respiração perto do meu pescoço, ele riu novamente.
- Sabe, você é realmente um alvo muito fácil, Normani! – falou ainda perto de minha pele.
O tempo parecia não passar, e a droga daquela música clássica só piorava a situação.
Finalmente meus braços deram sinal de vida e então o empurrei com força, mas ele não parecia ter se movido nem um centímetro.
Como pode isso?
- Acho que eu preciso te contar uma coisinha, antes que seja tarde demais! – ele falou segurando meu rosto com as duas mãos.
Eu só queria me soltar de seus braços, e sair correndo daquele elevador.
Finalmente a grade do elevador se abriu, mas quando fui me movimentar para sair, senti suas mãos em meus ombros.
- Dinah só está esperando a oportunidade certa, para que possa executar seu plano, meu bem!  – falou rindo e piscando para mim.
Eu não conseguia processar suas palavras.
Como ele sabia de Dinah?
Eu não podia e nem queria pensar naquilo agora.
Antes que eu pudesse tentar afasta-lo de mim novamente, uma voz soou do lado de fora do elevador.
- Solta ela, agora! – Dinah estava parada bem á nossa frente.
No mesmo instante pude sentir seus dedos pararem de fazer pressão sob minha pele.
Ele não tirava os olhos dela.
- Dinah meu amor, que bom que você resolveu aparecer! – falou com um sorriso estampado no rosto.
Revezei o olhar para os dois, Dinah estava diferente, parecia tensa e irritada ao mesmo tempo.
- Não vai falar comigo? – Arin falou, chamando a atenção de mim e Dinah.
Dinah segurou meu braço e me puxou para perto, fazendo com que nos afastássemos de Arin.
- Fique atrás de mim! – ordenou.
Eu estava confusa sobre o que estava acontecendo.
Arin saiu do elevador e veio em nossa direção.
- Não se atreva a dar mais nenhum passo! – Dinah falou em um tom mais alto que o normal. Ela me empurrou, fazendo com que eu fosse para perto do corredor.
Arin estava segurando suas mãos na frente de seu corpo.
- O que foi Dinah? Acha que vou machucar alguma de vocês? – perguntou.
- Normani, por favor, vá para seu quarto! – Dinah cochichou entre meus fios de cabelo.
Eu sabia que ela só queria me proteger, de alguma forma, ela estava certa, porém eu queria saber o por que de tudo aquilo.
Eu continuei parada, e Dinah não parava de me encarar, seus olhos pareciam falar “Por favor, só vá para seu quarto”. Mas eu precisava saber mais.
- Dinah, por que você tem que ser tão dramática?– falou dando passos lentos até onde Dinah estava parada. – Você sabe muito bem, que eu posso deixar as coisas mais simples pra você!
Depois que Arin terminou de falar, meus olhos foram em direção a Dinah novamente.
Ela estava com as mãos fechadas, pareciam perfeitamente prontas para agir, caso fosse necessário.
Passos em minha direção me tiraram de meu breve devaneio.
- Não ouse! – Dinah falou trincando o maxilar.
Arin estava praticamente em minha frente.
- Acho que chegou a hora de você saber algumas verdades, pequena e frágil Normani! – falou revirando os olhos ao dizer meu nome.
Agora eu estava ainda mais confusa.
Dinah ainda estava na mesma posição, apenas seus olhos acompanhavam os movimentos de Arin.
- Então, frágil Normani. – sua mão veio em direção ao meu rosto e pegou uma mecha de cabelo que estava na frente dos meus olhos, e colocou atrás da orelha. – Existem tantas coisas ruins neste mundo. Coisas que você nem poderia imaginar! Não é mesmo Dinah? – falou virando seu rosto para onde Dinah estava, e sorriu logo que avistou seu rosto aflito.
Antes que eu pudesse perceber Dinah estava mais perto do que eu imaginava.
- Já chega Arin! – ela falou em quanto ia em direção á ele.
Arin esticou a mão, como se quisesse impedi-la, e Dinah parou no mesmo instante.
- Você sabe que é melhor você não dar mais nenhum passo! – o rosto de Dinah agora  não era mais de raiva, e sim de desespero.
O que fez com que eu também ficasse desesperada. O que ele ia fazer?
- Se você fizer alguma coisa á ela, eu juro que acabo com você! – Dinah falou entre os dentes.
Ele realmente queria me machucar!

*Flashback on*
- E por favor, se não for pedir muito, fique longe de Arin!
O que ele tinha a ver com tudo aquilo?
Flashback off**

Acho que agora eu sabia.
Eu estava confusa, as palavras de Arin mexeram comigo.
E se Dinah não fosse o que eu imaginava?
O que Arin era, para saber algo sobre Dinah?
Havia tantas perguntas se formando em minha cabeça, mas eu não conseguia processar nenhuma delas.
Dinah me encarava, e pelo seu olhar eu sabia o que ela queria.
Aproveitei que Arin estava distraído com as palavras de Dinah, e corri desesperadamente para meu quarto.
Eu não podia olhar para trás, talvez esse simples gesto, fizesse com que eu perdesse a velocidade e Arin poderia me alcançar.
Aquele corredor parecia não ter fim, comecei a sentir falta de ar, mas consegui chegar até o quarto antes que aquilo pudesse interferir em minha corrida.
Girei a maçaneta, e entrei, fechei rapidamente a porta e me escorei na mesma, respirando fundo. Só depois abri os olhos e percebi que Lauren me encarava cuidadosamente.
- Parece que você viu um fantasma! – Lauren falou séria. Quando percebeu o que tinha falado colocou a mão na boca. – Desculpa, eu não quis dizer isso!
Eu não conseguia nem processar o que acabara de acontecer do outro lado da porta, fazendo com que eu a brincadeira de Lauren não me afetasse de nenhuma forma.
- Ei, está tudo bem? – Lauren perguntou franzindo o cenho.
- Está, é só aquele garoto novo, que é muito estranho! – falei de uma forma com que não fizesse Lauren ficar curiosa.
- Hum, realmente você tem razão, ele é muito estranho! Outro dia eu vi ele conversando com você e ele estava todo sorridente, e depois quando fui puxar assunto ele foi super grosso comigo!
- Idiota! – falei enquanto ia em direção á minha cama.
- O que eu te fiz? – Lauren perguntou com o rosto confuso.
- Ele Lauren, ele é que é idiota!
Lauren sorriu.
- É bom mesmo! – falou.
Assim que me sentei na cama Lauren me fuzilou com os olhos.
- Deixa de ser preguiçosa Normani! – falou enquanto separava algumas coisas em cima de sua cama.
- Eu já sei que tenho que arrumar minhas coisas Lauren! – falei desanimada.
A verdade era que, eu não estava com preguiça, eu estava assustada e confusa.
Será que Dinah estava bem?
O que aconteceu depois que vim para o quarto?

                    ---

As malas já estavam ao lado da minha cama, Lauren desceu para se “despedir” de Camila, e trocar os números de telefone.
Haviam se passado quatro horas desde aquela confusão toda, e desde então não vi mais Dinah.
Agora eu estava mais preocupada ainda.
Eu só queria saber se íamos continuar nos vendo, ou não.
Eu só queria poder me despedir.
Resolvi descer pra chamar Lauren, pois já estava quase na hora de irmos.
Botei o celular no bolso e sai pela porta.
Tranquei a porta e quando me virei para sair, percebi que meu casaco estava preso na porta, tentei puxar para ver se saía, mas estava difícil, então fiz um pouco mais de força.
Duas tentativas foram em vão, então coloquei um pé na porta para que eu pudesse puxar com mais força, foi então que o casaco saiu, e me corpo se chocou com o de outra pessoa.
- Você só pode estar de brincadeira! – alguém falou atrás de mim.
Virei para trás, e ali estava a garota do copo de suco.
Quando olhei em sua direção ela estava com a blusa molhada e um copo de água em sua mão, só então percebi que meu cabelo estava pingando.
- Por favor me desculpe, o casaco estava trancado na porta, e eu tive que puxa-lo! – tentei explicar a situação a ela.
- Você me persegue! Só pode! – falou tentando ajeitar a blusa molhada que estava grudada em seu corpo. – Por que ao invés de puxar, você simplesmente não abriu a porta? – falou franzindo o cenho.
Eu tinha pensado nisso, porém achei que daria mais trabalho, então descartei essa alternativa.
- Você tem razão, mas peço que realmente me desculpe! – falei tentando ao máximo ser honesta, mas a verdade era que eu só queria deixa-la ali falando sozinha. Ela era tão grossa que não valia a pena ficar pedindo desculpa.
- Vamos, Normani? – a voz de Lauren ecoou em todo o corredor, fazendo com que eu e Ally olhássemos em sua direção.
- Vamos! As suas malas estão esperando que você vá pega-las! – falei enquanto abria a porta do quarto.
Lauren fez aquela cara de sofrimento, que só ela sabia fazer.
- Graças a Deus vocês vão embora! – a garota baixinha fez questão de mostrar que estava ali.
No mesmo instante Lauren virou em direção a ela.
- Pode ter certeza que quem está feliz aqui sou eu! – Lauren falou sorrindo.
Ally colocou a mão na cintura e cerrou os olhos encarando Lauren.
- O que você quis dizer com isso? – perguntou Ally.
Lauren colocou as mãos na cintura e também cerrou os olhos, imitando os movimentos da garota menor.
- Eu quis dizer que estou feliz por me livrar de você! – falou.
Eu já estava dentro do quarto e então puxei Lauren antes que ela falasse demais.
- Ok mocinhas, todas nós vamos ficar bem se cada uma for para seu devido quarto! – falei enquanto puxava Lauren para dentro.
- Foi maravilhoso conhecer você Lauren falou e eu fechei a porta antes que Ally pudesse retrucar.
- Lauren, você precisa parar de ser tão infantil assim! – falei enquanto pegava minhas malas.
Lauren fez o mesmo.
- Ela me irrita Mani! – falou fazendo bico.
Apenas revirei os olhos.
Estávamos perto da porta, só então percebi que quando eu saísse daquele quarto eu não voltaria mais.
Lembranças começaram a rodear minha cabeça.
Meus olhos percorreram pelo quarto, mas parei na janela, e então lembrei a primeira vez que Dinah e eu tivemos o nosso primeiro encontro.
Só então lembrei que ela já havia tentado me matar.
Sacudi a cabeça.
Mas meus olhos pararam na cama, sem que eu percebesse. Então lembrei do nosso último beijo, aquele que eu fiz questão de interromper.
- Ei, vamos Normani! – Lauren tirou minha atenção, ela já estava parada do lado de fora da porta.

Olhei em volta para ver se não tinha esquecido nada, e então puxei a porta e tranquei.
Adeus Dinah.

                    ---

O carro já estava a nossa espera.
Camila estava grudada em Lauren, como o de costume.
Quando eu estava passando pelo salão principal, olhei para os lados e não encontrei Arin, não que eu gostaria de encontra-lo, o único motivo de procurá-lo era por que eu ainda estava com medo.
- Camila, onde foi aquele garoto novo?
Camila tirou os olhos de Lauren e olhou para mim.
- Ninguém sabe ao certo, disseram que ele simplesmente sumiu, que ele nem pegou o salário que ele receberia conforme esses dias trabalhados.
Eu não sabia se aquilo era bom ou ruim, afinal, eu também não tinha visto mais Dinah.
Ao lembrar dela, pude sentir um aperto no peito.
Eu sentia sua falta, de alguma forma eu me sentia culpada por isso.
- Prontas? – perguntou o motorista.
Lauren estava agarrada a Camila.
- Laur, precisamos ir! – eu estava triste, porém eu não pude me despedir como minha amiga.
Lauren deu um beijo na testa de Camila e então soltaram as mãos.
Eu fui em sua direção e a abracei.
- Foi um prazer te conhecer, e esperamos você no nosso primeiro dia de aula! – falei piscando para a garota magricela a minha frente.
- Pode ter certeza que vou procurar vocês! Boa viagem garotas!
- Obrigada! – Laur e eu falamos juntas e em seguida fechamos a porta.
E o motorista ligou o carro e passou pelo portão  do hotel, o qual eu nem havia percebido que estava ali.
Uma lágrima escorreu pelo canto do meu rosto.
Vou sentir sua falta, Dinah. – sussurrei para mim mesma.
- Me chamou? – Lauren falou praticamente berrando em meu ouvido.
Revirei os olhos.
- Não, eu não te chamei, Lauren! – falei enquanto me virava para  o lado da janela, virando as costas para Lauren.
- Ok, senhorita mau humorada! – falou virando de costas para mim também.
Coloquei os fones no ouvido e deitei a cabeça no banco.

                 ---

~
Acordei com sons de passarinho.
Abri os olhos com dificuldade por causa da luz que entrava no quarto.
Me sentei lentamente na cama e então percebi que estava no meu quarto.
Como assim?
Mas a pouco tempo eu estava no carro voltando para casa.
Levantei rapidamente da cama e procurei por algum indicio de que eu havia viajado, as malas ou algo do tipo.
Mas nada.
Peguei meu celular e liguei para Lauren.
 
CHAMADA ON**
- Oi Mani, tudo bem? – Lauren falou e bocejou no final.
- Laur, que horas nós chegamos de viagem?
Lauren ficou calada por alguns segundo, que pareciam ser eternos.
- Mani.. faz uma semana que você está tendo esses sonhos, você tem que superar o que aconteceu!
Como assim? Sonho? Do que ela estava falando?
- Sonho? De que sonho você está falando Lauren? -  Meu coração começou a acelerar, eu não estava entendendo nada.
- Estou indo aí, por favor, fique calma! – Lauren falou e em seguida desligou o telefone.
Eu não sabia o que estava acontecendo, de que sonho ela estava falando.
Peguei meu celular para ver o número do hotel que eu havia gravado desde o dia em que minha mãe me pediu. Eu sabia que estava ali.
Percorri toda a agenda telefônica, e nenhum sinal do número.
Talvez eu não tenha salvo direito. – pensei
Comecei a procurar entre minhas coisas qualquer vestígio que mostrasse que aquilo tudo havia acontecido.
Depois de quase dez minutos procurando, eu apenas desisti.
Ouvi duas batidas na porta e logo uma Lauren toda escabelada entra.
- Mani, você está bem? Sua mãe me disse que ouviu uma barulheira vindo aqui de cima, mas acho que já sei o que é! – Lauren olhou tudo o que estava a minha volta, as roupas jogadas no chão, papeis e outros objetos que estavam em cima da minha escrivaninha e gavetas.
Eu estava sentada no chão com a cabeça apoiada nas mãos.
- Não Lauren, não está nada bem! O que está acontecendo? Por que você não lembra de nada?
Eu não conseguia mais conter as lágrimas que teimavam em sair, então apenas me deixei chorar.
- Ei, vai ficar tudo bem! Você vai conhecer outras garotas! – falou enquanto passava a mão em minhas costas.
- Como assim? De que garota você está falando?
- De Dinah, você não consegue superar o fora que ela te deu!
Agora sim eu realmente estava confusa, Dinah não tinha me dado um fora, pelo contrário, ela que tinha vindo atrás de mim no hotel.
- Lauren, a última vez que vimos ela no hotel, ela não falou nada que pudesse parecer um fora!
Lauren se sentou em minha cama e cruzou os braços.
- Mani por favor, se você continuar com isso, vou ter que falar com a sua mãe! Já faz uma semana desde que você falou com ela, e você ainda insiste neste sonho!
Eu estava perdida, aquilo não podia ser um sonho, eu sabia que não era.
- Não foi um sonho! – comecei a andar de um lado para o outro procurando lembranças que pudessem mostrar que eu estava certa. – A Camila, a garota pela qual você se apaixonou, lembra? -falei esperando uma resposta.
Lauren revirou os olhos.
- Mani, eu já te falei que não existe nenhuma Camila!
Ela realmente não lembrava de nada!
Até que me veio na cabeça as fotos que Lauren tirou na floresta, no mesmo dia em que me perdi.
- As fotos Lauren, as fotos, você deve ter guardado em algum lugar! – falei procurando nas gavetas do criado-mudo.
Lauren veio até mim e segurou minhas mãos.
- Por favor, pare Normani! Você está me assustando! – Lauren falava calmamente.
Eu não podia aceitar de nenhuma forma que aquilo havia sido apenas um sonho.
Eu me lembrava de tudo, dos beijos, e até mesmo de Arin.
Não tinha como ser mentira.
- Laur, você tem que lembrar! Dinah é diferente, ela tentou me matar, você consegue lembrar disso? – falei com esperanças.
Lauren estava agachada no chão, então ela se levantou e sentou na minha cama.
- Certo, vamos conversar, isso já passou dos limites! Não posso mais ver você sofrer assim!
Lauren me puxou para que eu sentasse ao seu lado.
- Mani, você consegue lembrar da festa? – perguntou.
- Não! – eu realmente não sabia do que ela estava falando.
- Então, um dia te convidei para ir a uma festa, por que você não queria sair deste quarto de jeito nenhum, e com muita insistência eu consegui! Você estava com medo do que os outros iam achar de você, e passou a maior parte da festa sentada em um canto, eu te deixei sozinha por um segundo para ir ao banheiro e quando voltei você estava bebendo feito uma louca. Eu tentei te impedir mas você ficou irritada e foi para o meio da pista de dança! Dinah estava dançando com o namorado, e você a puxou e beijou, mas ela te empurrou e disse que você foi uma completa idiota para fazer aquilo.
Eu não conseguia lembrar de nada que ela havia dito, nem sequer uma pequena parte.
- E depois daquilo você saiu da festa correndo! E desde então tem esses sonhos estranhos!
Eu estava em choque depois de tudo que Lauren disse.
- Não, não pode ser! Dinah não tem namorado! – novamente meus olhos foram tomados pelas lágrimas.
De alguma forma Lauren tentava me acalmar, porém era o que eu menos queria.
As únicas memórias que eu tinha de Dinah era ela aparecendo naquele quarto de hotel.
- Ela tem Mani, os dois estudam no nosso colégio, o nome dele é Arin!
Arin? Não, isso não podia ser verdade.
- Não, isso não está certo! – senti um aperto no peito.
Meu coração estava acelerado. Eu não conseguia acreditar que aquilo era real.
As lágrimas começaram a sair descontroladamente dos meus olhos.
- Por favor, me diga que isso é mentira! 
- Não Mani, não é! – ela falou.
Eu queria sair correndo dali, eu não acreditava naquilo tudo.
Levantei e comecei a andar em direção a porta, eu só queria sair dali, eu tinha que ver Dinah.
- Mani, onde você vai? Ei, volte aqui! – pude ouvir Lauren gritar atrás de mim.
Desci as escadas correndo, abri a porta e corri, deixando tudo aberto atrás de mim.
O fluxo de carros estava demais, me impedido de atravessar a rua.
Depois de longos minutos o fluxo diminuiu, permitindo que eu atravessasse.
Ao olhar para o lado, pude ver Dinah descendo de um carro, ela vestia uma calça jeans clara e uma regata branca, ela parecia estar feliz, eu sorri com aquilo, mas meu sorriso se desfez assim que avistei Arin pegar sua mão. Os dois estavam andando em minha direção.
Eu não conseguia acreditar naquilo que estava acontecendo bem a minha frente.
O que estava acontecendo comigo?
Minha cabeça parecia girar, eu não conseguia sair do lugar. Só então percebi que estava parada no meio da rua.
Eu vi um carro vindo em minha direção, mas antes que ele pudesse me alcançar, minha visão escureceu e eu senti meu corpo indo de encontro ao chão.
~
- NORMANI, ACORDA! – Lauren gritou fazendo com que eu me assustasse.
Lauren estava praticamente em cima de mim, e o susto fez com que minha cabeça fosse de encontro com a dela.
- Porra Normani, vai ficar fazendo sempre isso? – falou enquanto esfregava a testa.
Sentei rapidamente e então percebi que nós estávamos dentro do carro.
- Chegamos sua doidinha! – Lauren falou enquanto abria a porta do carro.
Senti um alívio ao perceber que foi apenas um pesadelo.
Não pude deixar de sorrir.
- Só pra avisar que vou passar o final de semana com você, eu não quero ter que ir para o almoço em família! – Lauren falou revirando os olhos, enquanto pegava a pequena mochila que estava no banco de trás.
- Vocês chegaram! Que saudade! – não tinha como não reconhecer a voz da minha mãe, que veio correndo em minha direção, para me abraçar.
- Que saudade do meu bebê! – falou enquanto enchia meu rosto de beijos.
- Ok mãe, já pode me soltar! – falei enquanto tentava respirar, Lauren estava vermelha de tanto rir. – Não estou achando nenhuma graça Jauregui!
Imediatamente minha mãe me soltou e correu até Lauren.
- Não precisa ficar com ciúmes, senti muito sua falta! – eu não consegui controlar o riso.
- Há Há Há, estou morrendo de rir Normani!
O motorista colocou todas as malas na frente da casa, e levamos todas elas para dentro.

                ---
Já era domingo, o final de semana passou mais rápido do que nós duas esperávamos. Lauren tinha ido em casa buscar a bolsa e uma muda de roupa para ir no nosso primeiro dia de aula juntas.
Dinah não apareceu, e isso fez com que meus dias só ficassem mais triste. Eu não conseguia dormir, eu estava preocupada com ela.
- Da pra parar de se mexer, assim não vou conseguir dormir! – Lauren me cutucou irritada.
- Desculpa Laur, mas estou sem sono! – falei virando de lado.
Eu não conseguia parar de me mexer, o sono parecia estar fugindo de mim.
Resolvi ir tomar um chá pra ver se meu sono dava as caras.
Lauren pegou no sono rapidamente, então tomei todo o cuidado do mundo para não acorda-la.
Apenas encostei a porta, pra que eu não fizesse barulho quando voltasse.
Desci calmamente as escadas e fui até a cozinha.
Para minha surpresa, estava frio, um vento passou entre as janelas, e fez com que meu corpo se arrepiasse.
Coloquei água em uma xícara e marquei o tempo no micro ondas, enquanto isso fiquei escorada na pia, observando o jardim, já que a porta era de vidro  e dava a plena visão do lado de fora.
O micro ondas apitou, fazendo com que eu levasse um pequeno susto, e chutasse a mesa.
- Droga! – falei enquanto pulava com uma perna só.
Peguei a xícara e coloquei um sache de laranja.
Enquanto tomava o chá, resolvi admirar a vista das flores do jardim.
Abri lentamente a porta de vidro para não fazer barulho.
Eu podia ouvir as corujas que estavam por perto.
Apenas a luz da lua iluminava o jardim e a piscina.
Com toda a certeza, há um mês atrás eu não teria coragem de ficar sozinha no escuro.
Mas depois que Dinah apareceu, esse medo começou a ir embora.
Pude ouvir algumas folhas estalarem atrás de mim, e aquilo fez com que eu sentisse um frio na espinha.
- Lauren, é você?
Eu não tinha coragem de olhar para trás.
- Você sabe que eu não gosto deste tipo de brincadeira!
Eu sabia que tinha alguém atrás de mim.
Eu apenas fechei os olhos e fiquei parada.
De repente, ouço o mesmo barulho, porém do meu lado esquerdo. Mas o barulho não tinha como ser da mesma pessoa que estava atrás, o som do lado esquerdo era mais suave.
Então percebi que agora eram duas pessoas!
A xícara tremia em minhas mãos, eu não queria abrir os olhos.
Mas então senti uma mão encostar em meu ombro.
- Está tudo bem agora! Já pode abrir os olhos!
Aquela voz.
Abri os olhos lentamente, e lá estava aquela figura perfeita.
- Dinah! – falei surpresa.
Eu não sei por qual motivo, mas as lágrimas tomaram conta dos meus olhos.
- Ei! Vai ficar tudo bem, garotinha! Eu estou aqui para te proteger!
Seus braços estavam em volta de mim.
- Eu pensei que tinha acontecido algo com você! – falei enquanto estava com a cabeça apoiada  em seu peito.
- Está tudo bem! – ela falou  perto do meu ouvido.
- Você sumiu! – falei entre os soluços.
Ela pegou meu queixo e levantou meu rosto, fazendo com que eu olhasse em seus olhos.
- Eu não vou mais fazer isso, ok?! Prometo! – ela parecia falar a verdade. – Eu tive que resolver umas coisas, por isso não pude estar aqui!
- Tudo bem, eu acredito em você! – falei.
Dinah olhou para os lados e se aproximou de meu rosto.
- Por favor, me prometa que não vai mais sair á noite sozinha! – sussurrou.
- Mas eu...- Dinah interrompeu.
- Por favor,  apenas prometa! – falou.
- Eu prometo!
- Eu não sei o que poderia ter acontecido se eu não tivesse aparecido exatamente aquela hora.
- Então tinha outra pessoa aqui? – perguntei confusa.
Dinah apenas assentiu.
- Quem era?
- Não queira saber! – falou enquanto me envolvia em seus braços.
Ela definitivamente me acalmava.
- Acho que você precisa dormir! – Dinah falou.
O que eu menos queria agora era dormir, mas eu sabia que ela não ia desistir.
- Eu vou ver você de novo? – eu não podia deixar de perguntar.
- Sim! Sempre que precisar, eu vou estar lá! – Dinah sorria enquanto falava. – Agora é melhor você ir, ou amanhã você não vai acordar!
- Como você sabe? – perguntei curiosa.
- Digamos que eu sei de quase tudo! – falou piscando para mim.
Eu senti um calor tomar conta de meu rosto, será que ela sabia a sensação que causava em mim?
Eu só queria abraça-la.
Ates que ela pudesse se afastar envolvi meus braços em seu pescoço e apoiei minha cabeça em seu peito. Eu pude ouvir seu coração acelerar.
- Está tudo bem? – perguntei apontando para seu peito.
Ela pareceu surpresa cona pergunta.
- Você ouviu? – perguntou sem tirar os olhos dos meus.
- Mas é claro que ouvi! É seu coração!
O rosto de Dinah mudou totalmente.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntei confusa.
- Eu não sei, isto é tão novo para mim! – falou colocando a mão no peito.
- O coração? – perguntei.
- Sim, faz muito tempo que eu não sentia isso!
- Mas como?
Ela riu.
- É uma longa história, talvez um dia eu possa te contar!
Seu rosto voltou a ficar sério. Parecia que de alguma forma, aquelas últimas palavras mexeram com ela.
- Ei, vamos esquecer isso ok?! Eu vou ir dormir!
Antes que eu pudesse terminar de falar, Dinah segurou meu rosto e uniu nossos lábios.
- Agora você precisa ir! – ela falou.
- Ok, boa noite, Dinah!
- Boa noite, garotinha!

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Senti algo puxar meu pé.
- Vamos Normani! Eu não quero chegar atrasada no primeiro dia de aula!
Ao ouvir aquelas palavras, levantei rapidamente e percebi que o celular já havia despertado, há vinte minutos.
VINTE MINUTOS! DROGA!
Fui correndo para o banheiro e liguei o chuveiro.
Lauren parecia impaciente por causa do horário.
- Anda logo, Normani! Eu ainda tenho que achar Camila naquele enorme colégio!
- Eu já estou saindo! – falei enquanto enrolava a toalha no corpo.
Coloquei a primeira roupa que estava por perto.
Uma calça jeans azul, e um suéter cinza.
Coloquei meu all star preto e prendi o cabelo.
- Por Deus Normani, não vai arrumar esse cabelo, não? – Lauren perguntou.
- Você me apressou, então anda logo!
Peguei a mochila e coloquei nas costas.
Descemos as escadas correndo.
- Bom dia pra vocês também, garotas! – ouvi minha mãe gritar da cozinha.
Fui correndo até lá para pegar algo, para comer ate chegar no colégio.
- Lauren, me espera na porta que já vou! – falei.
Peguei e sai correndo, se não Lauren enlouqueceria.
Mas ao sair pela porta da sala eu acabo esbarrando em Lauren, que estava parda feito uma estátua na porta.
- Eu falei para me esperar na porta, não para ficar parada na frente da porta! – falei, mas Lauren não parecia ter ouvido nada.
- Eu não acredito! – Lauren falou enquanto olhava para o lado de fora.
- Ei, o que foi? – perguntei curiosa.
- Olha quem está morando na frente da sua casa! – Lauren apontou.
E então eu segui onde seu dedo estava apontando.
E lá estava Camila com a mochila nas costas olhando um MAPA?
- Ela não podia ter ido morar perto da minha, não?
Eu não pude deixar de rir.
- Acho que ela está perdida! E nada melhor do que você para ajudar ela com isso! – falei piscando para Lauren.
Lauren foi na frente gritando e acenando para a garota de mochila rosa. Que logo sorriu ao ver Lauren.
Camila estava vestida como eu e Lauren, a não ser pelo seus allstars, um era vermelho e o outro era branco.
Eu realmente estava na duvida se deveria falar sobre aquilo ou não. Mas não consegui me conter.
- Legal seu tênis! – falei.
Camila abaixou os olhos para olhar os pés, e Lauren fez a mesma coisa.
- Droga, eu jurei que tinha separado os dois da mesma cor! Como chegamos ontem a noite, a nossa luz ainda estava desligada e então eu tive que achar esses dois no meio das caixas!
- Eu gostei! – Lauren falou rindo.
Camila sorriu.
- Acho que precisamos ir agora ou se não vamos todas nos atrasar!
 
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Nos três estávamos correndo desesperadas pelo corredor para chegar até nossa sala.
Por pura sorte, Camila acabou ficando na mesma sala que eu e Lauren.
Ao correr senti que algo estava solto no meu pé, e quando olhei para baixo, meu cadarço estava desamarrado.
- Podem ir na minha frente, ei já vou! – gritei para que elas continuassem.
Me abaixei e amarrei o tênis. Assim que me levantei, voltei a correr para ver se eu conseguia alcançar elas antes que chegasse na sala.
Quando eu estava quase na frente da minha sala, acabei esbarrando em alguém, fazendo com que eu caísse para trás e essa pessoa também.
A sala toda se levantou para ver o que era.
Ao levar meus olhos para a garota que estava se levantando a minha frente, me assustei ao ver quem era, e ela parecia estar pensando a mesma coisa.
Meus colegas estavam todos na porta empilhados para ver o que havia acontecido, principalmente Lauren e Camila.
Nós duas paramos o olhar uma na outra.
Aquilo só podia ser um pesadelo.
- Eu não acredito! – falamos juntas.