História Good Night - Norminah - Dinah, is that you?

E NORMANI

Senti meu rosto queimando, abri lentamente os olhos, mas assim que o sol entrou em contato, os fechei rapidamente.

Virei para o lado contrário, alisando a parte vazia do colchão. Só então lembrei que havia pedido a Dinah que dormisse comigo.

- Dinah? – chamei na tentativa de ser respondida. Porém o lado frio e vazio, indicava que ela não estava mais ali á muito tempo.

Minha visão ainda estava prejudicada pelo simples fato de ter acordado á pouco tempo. Sentei lentamente, porém a figura escura perto da porta fez com que eu despertasse rapidamente.

Levei as mãos até os olhos , e assim que as tirei notei uma linda Dinah me encarando com sorriso nos lábios.

- Desculpe se assustei você! – seus braços estavam cruzados abaixo dos seios.

- Por que está aí? - eu a queria mais perto, porém a sensação que eu tinha, é que ela fazia de tudo para manter distância.

- Gosto de observar você enquanto dorme, e de longe fica ainda melhor.

Suas palavras fizeram meu rosto queimar.

- Que horas são? - Perguntei na tentativa de mudar de assunto.

- Você não está atrasada! – só então lembrei que tinha aula.

Levantei rápido demais para que meus pés pudessem perceber o movimento que deveriam fazer. Antes que meu corpo entrasse em contato com o chão, Dinah passou os braços em volta de minha cintura.

- Você tem sérios problemas de equilíbrio! – falou.

Ela estava sendo sarcástica?

Assim que fiquei de pé, ela me soltou. Só então percebi que a blusa do meu pijama não estava cumprindo com o papel de esconder meu corpo.

Tentei deixá-lo em seu lugar, mas seria em vão. Eu podia sentir Dinah analisar meu corpo. E de alguma forma, eu gostava daquilo.

- Acho melhor eu começar a me arrumar! -falei enquanto prendia o cabelo.

Olhei em sua direção, ela ainda estava parada ao lado da minha cama.

- Ah, desculpe, já estou de saída!

Tentava desesperadamente achar o par do meu chinelo, e quando meus olhos voltaram para encontrar o seus, ela já havia desaparecido.

Andei em direção a porta do quarto, e me surpreendi ao perceber que estava trancada.

Lembro-me claramente de ter deixado um vão, para que se algo de ruim acontecesse, eu pudesse sair às pressas.

Girei a chave e a abri lentamente.

Ao contrário das outras manhãs, a casa estava em silêncio, sem barulho da TV, e sem o cheiro do café.

Inclinei meu corpo para fora do quarto.

- Mãe? – minha voz ecoou por todo o corredor, o qual dava acesso á todos os cômodos do segundo andar.

O silêncio não foi interrompido.

Saí do quarto e desci as escadas.

Caminhei até a cozinha. Antes de entrar pude sentir a brisa fria entrar em contato com minha pele, fazendo com que todo meu corpo arrepiasse.

A porta de vidro que dava acesso a varanda, estava totalmente aberta.

O que me chamou atenção foi um pequeno papel amarelo que voou até meu pé.

“ Tive que sair para resolver algumas coisas, desculpe não ter feito café.

Se abrir alguma janela ou porta, não se esqueça de fechar, e ative o alarme ao sair!

Boa aula Mani!

Beijos,

Mãe “

Larguei o bilhete em cima da mesa e fui fechar a porta.

Estranhei o fato dela sair sem ao menos avisar. Ela não era de deixar bilhetes.

Ou talvez eu estivesse paranoica demais.

Andei até a sala para ver se faltava alguma coisa. A porta estava aberta, poderia ser algum espertinho, querendo pegar algumas sem precisar pagar.

Ao ver que estava tudo em seu devido lugar, pude respirar tranquilamente.

- Vamos lá, Normani, você ainda precisa tomar café! Precisa ir para o colégio! – falei comigo mesma tentando quebrar o silêncio instalado no ambiente.

Fui em direção as escadas. Quando coloquei o pé no primeiro degrau, senti alguém passar atrás de mim.

- Dinah? – a casa continuou em silêncio.

- Vamos lá, continue a subir! – falei enquanto olhava em direção aos degraus. Com medo de me deparar com algo á minha frente.

Talvez eu realmente estivesse ficando louca.

Resolvi olhar para trás, já que minhas pernas pareciam fracas demais para subir de forma ágil.

Meus olhos percorreram para cada metro daquela casa. E, nada!

Eu já estava na metade da escada, quando ouvi o piso estalar, agora o que quer que fosse, vinha de cima.

- Dinah, por favor, pare com isso! – falei olhando para trás novamente.

Quando olhei para escada meu corpo todo amoleceu. Com toda a certeza, não era Dinah.

Procurei desesperadamente um degrau atrás de mim, porém foi em vão.

Senti minhas costas colidirem com cada degrau. Eu podia sentir estalos vindos do meu corpo. Quando finalmente cheguei ao chão, tudo a minha volta escureceu.

A única pessoa que poderia me ajudar era:

- Dinah! – foi a única coisa que consegui pronunciar antes do meu corpo parar de responder aos comandos.

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- Mani, por favor fale comigo! – senti mãos quentes tocarem meu rosto. – Vamos Mani, abra os olhos! – senti outra mão segurar minha mão direita. Aquela voz me era familiar. Lauren?

- Ela está fria!- essa voz não era de Lauren. – Talvez devêssemos chamar um médico. – Camila?!

- Mani, sei que está ai, por favoerr, abra os olhos.

Minha cabeça parecia uma caixa de som no volume máximo.

Finalmente consegui abrir os olhos. E lá estava aqueles olhos verdes me encarando.

- Porra Normani! – gritou. – Não faz mais isso comigo! – senti os braços de Lauren envolver meu corpo e me apertar com força, fazendo com que eu sentisse uma forte dor nas costas.

Não consegui esconder o fato de estar desconfortável com aquilo.

- Lauren, acho que ela não está bem! – Camila rapidamente notou meu rosto.

- Desculpe! – Lauren falou tirando cuidadosamente suas mãos de mim. - Ei, como está se sentindo?

- Eu não sei! – eu disse isso mesmo?

- Ei, quantos dedos tem aqui? – Lauren perguntou aproximando a mão do meu rosto.

Seus dedos iam de um lado para o outro, fazendo com que eu ficasse confusa.

- Cinco?! – falei forçando a vista. Lauren não tirava os olhos de mim, como se ainda esperasse algum tipo de resposta. – Talvez eu não consiga contar, por que você não para de mexer as mãos?!

Camila e Lauren olhavam uma a outra.

- Acho melhor levarmos você ao médico! – Camila finalmente falou, enquanto Lauren me encarava preocupada.

- Eu estou bem! – falei enquanto tentava me levantar. Porém tudo a minha volta começou a girar, fazendo com que eu caísse para trás.

- Ei, calma aí, mocinha! – Lauren falou assim que me segurou pelo braço.

Pelo som de passos, Camila parecia caminhar de um lado para o outro.

- Mani, acha que consegue subir as escadas, com nossa ajuda? – Lauren.

- É... – eu só queria fechar os olhos e dormir. Minha cabeça doía demais.

- Camila, me ajuda aqui! – senti outro braço envolver minha cintura.

Finalmente conseguimos chegar até o segundo andar.

- Preciso ligar pra Ally! Fiquei de passar na casa dela! – Camila falou enquanto arrumava o lençol em cima da cama.

Apesar de não enxergar muito bem o que estava acontecendo, pude ouvir Lauren suspirar ao ouvir o nome da Ally.

- Pessoal não precisa de tudo isso, estou bem! – falei tentando me ajeitar na cama.

- Eii, fique quieta!- Senti as mãos de Lauren segurar meus ombros.

Apesar de estar um pouco tonta, eu só queria aparentar estar bem, para que as duas saíssem da volta.

- Meninas, estou bem, ok?! Não foi nada sério!

Antes que eu pudesse encostar meus pés no chão as mãos de Lauren seguraram minhas pernas.

- Vou ter que te amarrar? Deixa de ser teimosa Mani!

Ahhhhhh por que sou tão desastrada?

- Ok, ok. Eu me rendo! – deitei minha cabeça no travesseiro e suspirei.

Por que diabos Dinah faria isso?!

- Mani, como você está? – Camila perguntou aproximando-se novamente da cama. –Tudo bem se eu for agora? Eu preciso encontrar a Ally, parece que algo aconteceu, de novo!

Camila suspirou cruzando os braços abaixo dos seios.

- Eu já falei que estou bem, quer que eu escreva com letras garrafais ? – falei tapando os rosto com o braço.

- Não reclame, sua chata. Sou sua amiga e fico preocupada! – Lauren falou tocando em meu braço.

- Bom, acho que vou indo. Laur, fica com ela, depois nos encontramos! – com os olhos cobertos pude ouvir os passos de Camila indo até a porta e em seguida ouvi Lauren ir atrás.

Tirei o braço do rosto e vi Lauren encostar a porta atrás de si ficando do lado de fora do quarto.

As duas conversavam algo, mais era impossível ouvir algo, já que falavam através de sussurros.

Logo depois ouvi a porta principal ser aberta e Lauren voltar a entrar no quarto.

- Ei, vou ficar com você, até sua mãe chegar! – falou ajeitando a roupa e sentando na cama.

Dei um meio sorriso. Mesmo não querendo incomodar Lauren, eu não queria ficar sozinha.

- Eu posso fazer isso! – parecia que meu coração tinha acordado, só em ouvir sua voz.

Dinah estava parada na porta do quarto com os braços cruzados.

Por que tão linda, e tão... Misteriosa?!

Lauren ficou de pé rapidamente e arrumou os óculos.

- Sinceramente, vou morrer do coração toda vez que essa garota aparecer!

- Desculpe, vou ser mais cuidadosa! – Dinah falou.

- Por que acha que eu deixaria minha melhor amiga a mercê de uma garota estranha que aparece do nada?!

Ahhh Lauren e seu instinto protetor...

- Laur, tudo bem, qualquer coisa eu grito, ok?! – falei brincando. Lauren me encarou surpresa, como se não tivesse entendido a brincadeira.

Pude notar um pequeno sorriso se formar nos lábios de Dinah. Óh céus, me lembrei do sonho...

- Vou ficar com o celular perto, me liga se ela fizer algo, ok?! - sussurrou enquanto deixava um beijo na minha testa.

É sério isso Lauren?!

- Eu juro que não vou morder! – Eu não me importaria! Droga Normani, o que você está pensando.

Dinah caminhava até os pés da cama.

- Acho bom! Tchau Mani, e tchau garota estranha?! – Lauren falou indo até a porta.

Pude ouvir todo seu percurso até a porta da frente ser fechada.

Dinah sentou próxima aos meus pés.

- Pronto, agora somos só eu e você, garotinha! - falou arqueado a sobrancelha.

Uauuu.