Lauren point of view
Depois de um dia de aulas estressantes eu recebi um comunicado pela irmã Alice que a madre queria conversar comigo em sua sala. Por segundos eu tremi na base e pensei ter sido descoberta. Fui andando em direção ao corredor que dava na sala da madre e quando parei em frente a porta notei que estava tremendo. Bati na porta e esperei alguma resposta.
- Pode entrar - a voz da madre saiu de forma abafada. Entrei e avistei a mesma sentada de forma intimidadora me encarando, ao mesmo tempo que sorria e tentava, de alguma forma, me passar segurança.
- Madre, eu..
- Irmã Lauren, essas coisas acontecem nas melhores famílias, espero que saiba que todos estamos aqui para te apoiar - ela me cortou, falando em tom calmo. Espera, como é?
- Desculpe? - retruquei franzindo as sobrancelhas.
- Não vejo forma melhor de dizer isso, mas sua avó morreu - ela concluiu seu pensamento, fazendo tudo ficar em câmera lenta.
- E-eu..
- Está tudo bem querida, seu pai está numa viagem de negócios, então nos ligou e pediu pra que você passasse um mês com uma amiga que ele tem como irmã e confia muito. A localizamos e ela já está a caminho - ela me interrompeu novamente, tocando meu braço de leve. A primeira lágrima escorreu e junto a ela, várias outras.
- Tudo bem, só vou arrumar minhas coisas, madre - eu falei quase de forma sussurrada, com os olhos marejados. Ela apenas assentiu. Me virei e sai da sala, indo em direção ao meu quarto. Assim que entrei Lucy se sentou de forma apressada na cama, e quando viu meu estado veio me abraçar, sem questionar ou me julgar.
- Shh, vai ficar tudo bem - dizia de forma baixa, abraçada comigo.
- Eu realmente preciso arrumar minhas coisas - falei de forma abafada no ombro dela. Ela se afastou sem dizer nada, me dando o espaço que precisava - Minha avó morreu - soltei de repente, olhando para o nada.
- E-eu realmente sinto muito, Laur - ela disse baixo.
- Está tudo bem, eu volto em 1 mês - informei e comecei a arrumar minhas coisas, até que tudo que eu achei que precisaria estivesse na mala.
- Eu amo você - Lucy disse quando me levantei para ir encontrar a madre e sair do convento.
- Eu também - respondi a abraçando e seguindo para sala da madre. Quando cheguei na frente da mesma a porta abriu, revelando um homem alto e com aparência de 40 anos, revelando a madre logo atrás, assim eu percebi que os dois conversavam animados.
- Lauren, esse é o Alejandro, ele é motorista da amiga que o seu pai falou, e ele veio te buscar - a madre disse sorrindo para mim e logo em seguida para ele.
- Sinu está louca para te ver, mas não pode vir, quis preparar um jantar especial - Alejandro falou exibindo um sorriso amigável a mim.
- Tudo bem, eu estou pronta e ansiosa também - respondi a ele, corando.
- Então tudo ok, qualquer coisa ligue e estaremos prontas para te receber - a madre disse para mim - Tchau, vão com Deus - finalizou entrando em sua sala novamente, deixando eu e Alejandro a sós.
- Vamos? - ele perguntou apontando o caminho para mim.
- Vamos - fui na frente até chegar ao estacionamento em frente ao convento.
- Esse é o carro, entre - Alejandro disse parado ao lado de um Porsche prateado. Entrei no mesmo e seguimos em silêncio durante o caminho.
[...]
Depois de 30 minutos de viagem, chegamos à um condomínio muito luxuoso, todo arborizado e bem alegre. Alejandro dirigiu por mais 5 minutos até parar em frente a uma casa grande e branca, com portas de madeira.
- Chegamos - falou de forma animada saindo do carro. Saí logo em seguida, o acompanhando para dentro da casa, que era muito mais bonita por dentro - Dona Sinu, já chegamos - ele disse assim que entrou.
- Estou na cozinha, cadê ela? - respondeu meio gritado da cozinha.
- Está aqui - Alejandro gritou de volta. Logo uma mulher com aparência bondosa e cansada apareceu, enxugando as mãos em um pano de prato enquanto andava em minha direção.
- Oh meu Deus, você está enorme! - a mulher que eu acreditava ser a Sinu, veio falando em minha direção me abraçando - Sinto muito que nosso encontro tenha sido por uma causa ruim, mas eu estou feliz que tenha vindo - ela completou me olhando de cima a baixo com as mãos apoiadas em minha bochecha - Está dispensado, Alejandro.
- Sim senhora - ele respondeu se retirando.
- O seu quarto é o último do corredor, espero que goste e se sinta em casa, vá guardar suas coisas e desça para comer - ela ordenou voltando para cozinha.
Me dirigi até o quarto, era branco com detalhes marrons. Sofisticado. Deixei minha mala no quarto e voltei para a cozinha. Me sentando na mesa em frente a Sinu. Comemos em silêncio e quando acabamos Sinu me lançou um olhar de conforto.
- Se quiser pode ir dormir - ela falou sorrindo fraco. Assenti e fui para o quarto, tomando um banho e me deitando em meio às cobertas fofinhas e confortáveis que estavam dispostas na cama.
[...]
Aos poucos retomei minha consciência, olhei para janela e ainda era noite, estava suada e com muita sede. Me levantei com o máximo de cuidado possível e caminhei para cozinha. Abri o armário e peguei um copo, logo enchendo o mesmo de água gelada do filtro. Bebia calmamente a água no escuro, era possível enxergar algumas coisas. Terminei o copo de água e ouvi passos leves vindo da entrada da casa, imediatamente peguei uma faca suja, da pia e fiquei apontando em direção ao corredor. Os passos se aproximavam e logo tomaram a forma de uma pessoa. Tremi por inteira, vendo a minha vida passar como um filme diante dos meus olhos. Quando a pessoa estava perto o suficiente eu chutei a perna dela e joguei a faca em direção reta, acendendo a luz rapidamente. Ouvi um grito feminino logo em seguida, o que me fez franzir a testa. Olhei para o chão e vi uma menina com a mão na perna.
- Qual o seu problema? - a menina gritou, raivosa. Espera, eu conheço essa voz. Olhei novamente e vi os olhos que tanto me perturbavam.
- M-me desculpe - falei nervosa, me desesperando.
- O que você ta fazendo aqui? - ela perguntou de forma grosseira enquanto se levantava do chão, ficando uns 15 centímetros maior que eu.
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