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História Gostosuras ou travessuras? - A vingança


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 6 - A vingança


Cebola voltou-se imediatamente para vê-la sendo arrastada para uma parte escura do jardim. Ele correu para tentar segurar sua mão e Cascão tentou ajudá-lo.

– Segura firme, Mônica! Puxa, Cascão, puxa! – Os dois tentavam puxá-la com toda a força, sem sucesso. Algo mais forte ainda a puxava para trás da moita. Ela gritava e chorava de pavor ao imaginar que ia ser morta por um zumbi a qualquer momento. Alguma coisa também agarrou os pés do Cebola, fazendo-o cair. Cascão acabou caindo junto também e com aquilo, Mônica foi puxada para longe.

– Mônica! Não! – Cebola tentou correr atrás dela e não conseguiu encontrá-la. Ele a chamava, desesperado e com as lágrimas correndo pelo rosto. – Mônica, cadê você? Responde, pelamordedeus! Mônica!
– Calma, cara! Calma!
– Vou ter calma de que jeito? A Mônica foi raptada pelo zumbi! Eu tenho que encontrar ela! – Cebola gritava ainda desesperado e Cascão não conseguia acalmá-lo de jeito nenhum. Foi preciso que ele desse um soco na cara do amigo para fazer com que ele se acalmasse.
– Segura a onda aí, careca! Ficar apavorado é pior.
– Cascão, o que eu faço? Aquela coisa pegou a Mônica e eu não pude fazer nada! Que droga!
– A gente tem que sair daqui agora mesmo!
– Sem a Mônica? Eu não vou de jeito nenhum!
– Cara, você não tá pensando direito! Alguma coisa agarrou seu pé também, esqueceu? Pode ter outros zumbis andando pelo jardim!
– Eu não vou sem a Mônica!

Cascão segurou Cebola pelos ombros e o sacudiu com força.

– É tarde pra ela! Foi mal, careca, mas a essa altura já devem ter mordido ela também!
– O Franja pode pensar num antídoto! Temos que falar com ele!
– Tá certo, então vamos sair daqui bem depressa e... essa não!

Eles pararam quando um grupo de cinco zumbis apareceu na frente deles.

(Cascão) - Já tem um monte de zumbi!
(Cebola) – E cadê a Mônica? Ela não devia estar entre eles?
(Cascão) – Vambora, careca! – ele falou puxando o amigo pelo braço. Não era hora de pensar no paradeiro da Mônica, que aquela altura já devia estar morta.

Já que não tinha como irem até o salão de festas, os dois voltaram para a casa a toda velocidade e Cebola bateu na porta gritando loucamente.

– DC! Gente! Abram a porta! Socorro!
– Rápido!

Do outro lado, DC perguntou.

– O que tá pegando?
– Um zumbi pegou a Mônica! Deixa a gente entrar!
– Nem vem! Como eu vou saber se isso não é uma armadilha?
– E zumbi fala por acaso, seu burro? – Cascão falou zangado e apavorado ao mesmo tempo. – Anda, abre logo aí!

DC voltou-se para Toni, que olhava pela janela.

– E aí?
– É, parece que eles estão normais.
– Tem algum zumbi a vista?
– Eu não tô vendo nenhum!

Ele finalmente abriu a porta e foi preciso que Toni e Cascão segurassem Cebola para que ele não partisse para cima do amigo.

– Seu filho da puta, você ia deixar a gente trancado lá fora?
– Precauções, Cebola! O troço é pra valer e a gente não pode facilitar.
– Eu devia quebrar sua cara agora mesmo!

Toni procurou acalmar os ânimos.

– Peraí! A gente não pode ficar brigando desse jeito, temos que trabalhar junto pra sobreviver!
– O Toni tá certo, careca! Pra sobreviver a um ataque zumbi, temos que trabalhar em equipe!

Cebola largou a camisa do DC, ainda bufando de raiva. Mais tarde ele daria um jeito naquele imbecil. Sua prioridade era saber o que tinha acontecido com a Mônica.

– A gente precisa encontrar o Franja, ele pode ser capaz de fazer um antídoto para fazer esse pessoal voltar a ser humano.
– E isso tem jeito? – DC perguntou olhando-o cético.
– Tem que ter! A gente não pode ficar aqui sem fazer nada!
– Pode sim – Toni emendou – não temos armas, os telefones não funcionam e nossa única proteção é ficar aqui dentro. Não tem mais jeito.
– Acontece que se aqueles zumbis morderem o pessoal da festa, logo logo vai ter um exercito deles batendo a nossa porta! Não podemos deixar isso acontecer!

Cebola tentava desesperadamente pensar em um plano, mas nenhuma boa idéia surgia em sua cabeça. Toni voltou a olhar a janela e gritou apavorado.

– Essa não! Tem um monte deles lá fora!

Os outros foram olhar também e viram, espantados, que havia talvez mais de vinte zumbis do lado de fora.

– Eles estão se multiplicando rápido demais! – Cascão gritou apavorado, correndo de um lado para o outro.
– A gente vai morrer! – Felipe também gritou ao ver que os zumbis estavam se aproximando da casa.

Os cinco se afastaram das portas e janelas e em pouco tempo, ouviram alguém tentando arrombar a porta tentando entrar. Outro grupo de zumbis tentava entrar pela janela e em pouco tempo algumas foram quebradas. A porta também foi arrombada e vários zumbis invadiram o local.

Eles correram para o andar de cima, gritando feito loucos, e entraram em um dos quartos, trancando bem a porta e colocando alguns móveis para reforçar.

Quando fizeram silêncio, eles puderam ouvir os passos dos zumbis subindo as escadas e andando no corredor. Depois, a porta começou a ser esmurrada. Cebola gritou.

– Arrumem mais alguma coisa pesada pra colocar na porta! A penteadeira!

Tudo o que foi possível arrastar, eles colocaram em frente a porta como uma tentativa de barrar a invasão dos mortos-vivos. No fundo, eles sabiam que aquilo não ia detê-los para sempre. Pelo que Cascão sabia, zumbis não sossegavam enquanto não pegassem suas vítimas.

Eles começaram a chorar de medo, DC rezava, Cascão fazia várias promessas e Felipe estava encolhido num canto chamando pela sua mãe. Cebola ainda tentava pensar em alguma coisa e algo lhe ocorreu.

– Gente, peraí! Como foi que aquela garota foi virar uma morta-viva se não foi mordida por nenhum zumbi?
(DC) – Sei lá, de que adianta pensar nisso agora?
– Adianta muito, alguma coisa aí tá errada!

Outro barulho de alguém esmurrando a porta chamou a atenção dos cinco e Cebola continuou raciocinando.

– E por que isso tá acontecendo justo hoje? Por que justo com a gente?
(Toni) – Porque estamos zicados e condenados!
– Não, tem que ter outra explicação!

O barulho se fez mais forte e os móveis não estavam mais conseguindo bloquear a porta. Uma mão podre apareceu no vão da porta, arrancando gritos de pavor da garganta dos quatro. Cebola olhava para tudo aquilo tentando entender a situação.

– Gente, não pode ser... será que... ah, só pode ser isso, só pode!
(DC) – Isso o quê? Fala logo, caramba!

Cebola olhou para os lados, como que procurando alguém e começou a gritar.

– Ei! Eu sei que você tá aí! Olha, foi mal a gente ter invadido sua casa, tá legal? Desculpa!

Cascão e os outros olhavam para o Cebola como se ele tivesse enlouquecido.

– D. Morte, por favor! Desculpa! A gente promete que não faz mais isso! Ei, vocês! Peçam desculpas também! Cascão, anda!

Mesmo duvidando do amigo, Cascão tentou se desculpar também. DC cruzou os braços.

– Eu não tenho que me desculpar por nada, não fui eu quem entrou na casa da morte pra roubar as calcinhas dela!
– Mas foi você quem teve essa idéia infeliz! E foi você quem quebrou o vidro da janela, esqueceu?
– Ah, fala sério! Por que ela não vai cobrar pros meus pais então?

Toni e Felipe logo se defenderam.

– A gente só tava lá pra olhar, não temos culpa de nada!
– Seus burros! – Cebola gritou, furioso. – A gente tá pra morrer e vocês ficam cheios de bobagens? Anda, peçam desculpas agora!
(DC) – Se eu pedir desculpas, não serão sinceras! Então eu não vou fingir nada!
(Toni) – Mas eu vou, não tô afim de morrer! Desculpe, D. Morte, perdoa a gente!
(Felipe) – É isso mesmo, desculpa a gente, desculpa!

A porta foi empurrada com mais força e um morto-vivo com o rosto em decomposição colocou meio corpo para dentro, babando e gemendo. Eles tentaram empurrar os móveis de novo para fechar a porta e Cebola voltou a gritar.

– D. Morte, eu já pedi desculpas, que coisa! Precisa disso tudo?
– E se ela não tiver nada a ver com isso, já pensou?
– Deve ter, Cascão! Ela é a morte, deve ser capaz de controlar os mortos! D. Morte, escuta a gente, por favor! Pára com isso!

O som de uma risada cínica chamou a atenção deles. Um vulto preto foi se materializando até eles poderem ver totalmente a figura sinistra de D. Morte empunhando sua foice.

– E então, meninos? Estão se divertindo muito?
(Cebola) – Se você queria dar um susto na gente, conseguiu! Olha, desculpa a gente ter invadido sua casa, valeu? Não precisava por esses zumbis atrás de nós!

Ela coçou o queixo, como que pensando em alguma coisa e depois olhou para eles lambendo os lábios com malicia.

– Bem, eu ainda não estou satisfeita. Vocês ainda vão ter que fazer mais uma coisinha antes que eu pare esses zumbis.

Cebola falou desesperado.

– Tá bom, qualquer coisa!
(DC) – Peraí! Você não sabe o que ela quer que a gente faça!
– Seu cabeção, é isso ou virar zumbi! O que você prefere?
(Toni) – O que é pra gente fazer, D. Morte? Eu faço qualquer coisa, só não me deixa morrer!
(Felipe) – Também tô dentro!
(Cascão) – Eu também!

Ela olhou para DC, como que esperando a resposta dele. Cebola lhe deu um tapa na cabeça e por fim ele acabou concordando.

– Tá bom, tá bom! O que você quer que a gente faça?
– Uma coisinha de nada. Cada um peque um desses. Vamos! – ela jogou no chão pequenos pacotes que os rapazes foram pegando. Ao ver que só tinha quatro ali, Cebola perguntou.
– E o meu?
– Não precisa. O seu já está no bolso do seu terno.
– Heim?

Cebola procurou em seus bolsos e tudo o que encontrou foi a calcinha e o sutiã que ele tinha roubado da casa de D. Morte. Seu rosto ficou vermelho e os outros rapazes mal acreditaram quando cada um abriu seu pacote.

(Toni) – Peraí, já é sacanagem!
(DC) – Tá de brincadeira!
(Cascão) – Isso é doideira!
(Felipe) – Nem morto eu vou vestir essa coisa!
(Cebola) – D. Morte, que maluquice é essa?

A morte deu uma risada e voltou a encará-los com seu olhar demoníaco.

– Eu sei muito bem que vocês fizeram uma aposta. Se você, Cebola, conseguisse roubar uma das minhas peças intimas, seu amigo DC a usaria. Então agora eu quero ver todo mundo usando! E sem resmungar!

Eles iam protestar mais uma vez quando a porta se abriu e alguns zumbis entraram para o quarto. D. Morte levantou uma mão, ordenando que parassem.

– Basta apenas um gesto meu para eles avançarem ou irem embora. Vocês escolhem.
– E a Mônica? O que aconteceu com ela? – Cebola quis saber.
– Andem logo, eu não tenho a noite toda!

Ao verem que não tinham nenhuma escolha, os rapazes foram tirando suas roupas, morrendo de vergonha por ficarem nus um na frente do outro.

– Credo, vira essa bunda cabeluda pra lá!
– Eu heim, você é feio pra caralho!
– Merda, eu não acredito que tô num quarto cheio de marmanjo pelado!
– Essa calcinha é pequena demais, vai entrar na minha bunda!
– Como é que abotoa esse sutiã?

D. Morte assistia a tudo dobrando de tanto rir e ainda fazia comentários maldosos sobre os corpos e a anatomia dos rapazes. Quando todos terminaram, Cebola voltou-se para ela.

– E aí, satisfeita?
– Ainda não! Falta alguma coisa... ah, já sei!

Ela pegou um travesseiro que estava no chão, rasgou o tecido com a foice e entregou o enchimento para os rapazes. Ao perceber o que ela pretendia, Cebola ainda tentou protestar.

– Aí você tá abusando demais!
– O que foi? Já que estão no inferno, então abracem o capeta!
(DC) – Eu não vou te abraçar de jeito nenhum!

Cebola deu outro tapa na cabeça do amigo e depois de protestarem um pouco, eles finalmente pegaram um pedaço do enchimento e foram colocando nos sutiãs sob os risos de D. Morte.

– Hahaha! Isso é totalmente hilário! É o melhor dia das bruxas em décadas! Pessoal, venham ver isso!

Um a um, Penadinho e o resto da turma foi aparecendo no quarto e todos morriam de rir dos rapazes que estavam na pior situação possível. Tudo o que Toni queria era poder abrir um buraco bem grande e esconder sua cara nele. Felipe cogitava seriamente a possibilidade de se jogar para os zumbis e DC tentava se controlar para não voar no pescoço daquela pervertida.

Quando eles riram bastante, fizeram várias piadas e comentários maldosos, D. Morte falou para o grupo.

– Tirem essa bagulhada da porta.
– Os zumbis... – Cebola falou e logo resolveu obedecer quando ela ergueu sua foice.
– Bom. Agora podem sair. Já acabou.

Eles hesitaram, com medo de que ainda houvesse algum zumbi lá fora.

– Está tudo limpo agora. Vocês podem ir.

Cebola suspirou de alivio, mas quando abaixou-se para pegar suas roupas, D. Morte bateu em suas mãos com o cabo da foice.

– Vocês vão, as roupas ficam.

DC gritou.

– É pra gente sair desse jeito? Você é doente!
– Sim, eu sou. Agora saiam daqui antes que eu chame os zumbis novamente! E nunca mais aprontem comigo de novo, senão...

Cebola engoliu ruidosamente e prometeu.

– Tá bom, pode deixar! A gente não faz mais isso!
– Ótimo. Agora saiam da minha frente!
– Mas você ainda não disse o que aconteceu com a Mônica!
– Fora! Já!

Cascão pegou Cebola pelo braço e os cinco saíram do quarto o mais rápido que suas pernas permitiam. Quando eles foram para o corredor, Cebola arregalou os olhos ao ver que o ambiente parecia mudar de forma. Uma música alta começou a tocar e gritos vieram de toda parte. Luzes coloridas piscavam sem parar e várias pessoas cercaram o grupo rindo, apontando, tirando fotos e Cebola ouviu uma voz familiar lhe chamando.

– Cebola? Pelamordedeus, o que vocês estão fazendo? Ficaram loucos?
– Mônica? É você?



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