História Gotham City - Cap. 67 - Iate

O “térreo” do iate era simplesmente deslumbrante, havia uma sala de televisão impecável ali dentro com direito a um balcão de bar para prepara qualquer tipo de bebida e com uma enorme variedade para escolher. A sala era bem iluminada, tinha um carpete cor creme, um sofá branco de couro onde uma manta preta posicionada como um losango o enfeitava e uma mesinha de centro de frente para a uma enorme televisão, havia até mesmo um piano branco mais distante do sofá e algumas poltronas brancas.

- Essa é a primeira vez que entro num iate luxuoso tendo sido, de fato, convidada.

- Coloquei no piloto automático. – Bruce disse saindo da cabine de navegação que ficava isolada por uma porta com vidro aprova de qualquer tipo de barulho.

- Parabéns, bolou um ótimo plano. – ela disse se sentando no sofá – Colocar um gato em um lugar cercado por água.

- Eu disse que você não ia conseguir fugir. – ele se dirigiu para o bar.

- Pois é, minhas opções se resumem a: ou eu me jogo no mar e tento voltar pra terra firme, ou fico aqui no conforto com você.

- Espero que tenha escolhido a segunda opção. – ele pegou duas taças e colocou em cima do balcão.

- Eu ainda estou aqui, não estou?

Bruce deu leve sorriso enquanto enchia as taças com o champanhe Taste of Diamonds para a servir.  

- Então, qual o real objetivo aqui? – ela pegou a taça que lhe foi oferecida.  

- Bom, você mentiu. – ele se juntou a ela no sofá.

- Eu menti. – ela concordou dando um gole – Eu sempre minto.

- Contratou serviços de foras da lei. – ele deu um gole grande.

- Eu sabia que você não ia gostar. – ela esboçou um sorriso maroto no rosto.

- Podia ter me contado.

- Você deixou bem claro que não ajudaria.

- Gata...

 Ele se aproximou admirando fixamente aqueles olhos verdes brilhando como esmeraldas, as últimas palavras o faziam se sentir mal por perceber que não havia apoiado a pessoa que amava no momento que mais precisava. Delicadamente o playboy elevou sua mão esquerda até o rosto dela, enquanto seus dedos acariciavam aquela pele aveludada os seus rostos foram se aproximando cada vez mais até seus lábios se fundirem em um longo beijo.

O calor entre os dois foi ficando cada vez mais intenso, em segundos as mãos de Selina já estavam desabotoando a camisa social branca de Bruce enquanto as mãos dele puxavam o zíper do vestido preto dela pra baixo o fazendo cair, deixando aquela pele macia e hidratada exposta para que seus dedos pudessem finalmente a tocar. A gata foi se deixando levar pela maciez dos lábios do morcego escorregando de seu pescoço, onde um leve cheiro doce do perfume penetrou nas narinas dele, seguindo caminho para seus seios.

As mãos dela largaram a camisa social no chão e voltaram a acariciar as costas do parceiro que não tinha a pele tão macia como a sua, além das cicatrizes que a deixavam mais desnivelada e ríspida. Enquanto mantinha seus lábios ocupados, as mãos dele foram deslizando até a calcinha rendada preta e a desceu pelas penas dela, depois levou seus dedos delicadamente até o clitóris o massageando a deixando mais excitada.

Os gemidos entre um toque e um beijo era extremamente excitante para ambas as partes e a vantagem de estar em alto-mar é que ninguém se incomodaria com nenhum tipo de barulho que fizessem. Ele mesmo se adiantou para despir suas próprias partes de baixo e apesar dos toques suaves terem deixado sua vagina lubrificada, seu corpo se estremeceu levemente quando o mesmo penetrou em seu corpo. Gritos de dor podiam ser ouvidos quando suas unhas se fincavam e causavam arranhões nas costas de Bruce, cada vez que intensificava a velocidade de seus movimentos.

Um calor incontrolável percorreu suas veias até soltar seu último gemido de total satisfação ao ter atingido o orgasmo e o sentiu ainda pulsar dentro de si, tremores secundários de seu orgasmo. Ofegantes, eles ficaram ali deitados por algum tempo esperando suas respirações voltarem ao normal, com o corpo em repouso o ar gelado começou a ser notado e a gata puxou a manta decorativa do sofá para se esquentar.

- Você está bem? – ele perguntou se levantando.

- Eu estou mais do que bem. – ela esboçou um belo sorriso nos lábios enquanto se espreguiçava – Você não pode ouvir o quão bem eu estava?

Ele sorriu de volta colocando a cueca, foi quando notou que as taças estavam quebradas no chão e o carpete todo molhado cheirando a champanhe.

- Vou ter que pegar algo para colocar esses cacos de vidro.

Enquanto perambulava o iate a procura de algo, como uma caixinha para poder colocar os cacos, Selina aproveitou para se vestir com a camisa social branca que ficava extremamente larga em seu corpo, quase como uma camisola. Em questão de minutos ele estava de volta com uma caixa de papelão de um dos vinhos do bar e começou os recolher.

Perdido em seus pensamentos, Bruce procurava uma maneira de começar a conversa que o levaria a tomar uma decisão definitiva sobre o rumo desse relacionamento, pelo menos era isso o que pretendia e com os ânimos acalmados era uma boa hora para que essa conversa acontecesse. Selina não deixou passar despercebido a distração do morcego enquanto pegava o último fragmento da taça e o colocava na caixa, estava curiosa para saber o que se passava na cabeça dele.

- Qual o problema? – ela o provocou – O gato comeu a sua língua?

- Selina... – ele se levantou e deixou a caixa em cima da mesa de centro – Eu...

Ela ficou o observando vir em sua direção com o rosto sério, porém não estava bravo, na verdade parecia um pouco inquieto e apreensivo.

- Eu fiz planos. – ele disse se sentando no sofá ao lado dela – Na verdade, eu tenho planos.

Ela ficou o escutando atentamente, enquanto seu coração começou a bater rapidamente devido a ansiedade em saber o que tudo aquilo significava.

- Isso envolve você. E eu quero... – ele fez uma pausa e se corrigiu – Não. Eu preciso confiar em você.

Ela se surpreendeu ao ouvir tais palavras e sua ansiedade diminuiu consideravelmente, fazendo seus batimentos diminuírem o ritmo quase voltando ao normal.   

- Mas se toma decisões sozinhas como vou poder confiar em você?

Eles se olharam fixamente por alguns segundos até ela se levantar e ficar de costas com os braços cruzados, não conseguia responder aquilo olhando em seus olhos.

- Não pode. – ela sentiu uma lágrima escorrer por seus olhos – Nunca vai conseguir confiar em mim completamente.

- Selina...

O playboy se levantou e a abraçou por trás, percebeu que estava um pouco gelada então a apertou ainda mais forte para que o calor de seu corpo a aquecesse. Apoiou o queixo no ombro esquerdo dela.

- Eu te amo. – ele sussurrou no ouvido dela.

Ele pegou na mão dela levemente fria e a virou para que ficassem cara a cara. Aos poucos ele foi se agachando até ficar de joelhos enquanto segurava as mãos delas.

- Casa comigo?

Sem conseguir conter as lágrimas escorreram pelo rosto da gata, era difícil acreditar que ele havia feito aquele pedido mesmo depois de ouvir a resposta sobre não ser digna de confiança. Mesmo assim, algo dentro dela dizia que não seria um final “e viveram felizes para sempre”, a gata soltou suas mãos das dele o que fez com seu rosto se retraísse em uma expressão mais preocupada.

- Bruce, eu também te amo. – ela respondeu com um leve aperto no coração – Mas nós sabemos como isso vai terminar.

- E como seria? - ele a questionou se levantando.

- Começamos bem e ai um belo dia eu acordo cansada de tudo aquilo, querendo novas aventuras, querendo sentir aquela adrenalina de novo. E então eu vou embora. – ela fez uma pausa e suspirou – Você fica magoado, eu fico magoada e todos os envolvidos também se machucam.

- Não precisa ser assim. – retrucou rapidamente – Podemos nos ajudar.

- Morcego... – ela lhe deu um sorriso bobo – Eu não sou um de seus Robins.

O silêncio prevaleceu por alguns segundos enquanto Bruce examinava a ideia que lhe veio em mente e apesar de não ser uma opção bem estudada era a única coisa que tinha naquele momento.

- E se eu te colocar na Liga?

- O que?

- Pense bem, não vai ter que trabalhar sempre comigo e pode até trabalhar sozinha.

- Se você não confia em mim, por que a Liga confiaria?

- Porque eu vou dizer que confio.

Selina ficou observando a seriedade nos olhos dele, estava realmente disposto a fazer aquilo apenas para ficarem juntos.

- Você realmente quer isso, não é?

- Quero.

Havia total convicção em sua resposta, então ela limpou as lágrimas do rosto com suas mãos para finalmente tomar uma decisão que com certeza mudaria sua vida.

- Faça o pedido de novo.

Ele voltou a se ajoelhar e a segurar as mãos dela, agora um pouco húmidas das lágrimas que havia limpado de seu rosto.

- Casa comigo?

Ela esboçou um leve sorriso enquanto se olhavam fixamente.

- Sim.