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História Gotta be Somebody - I hate u I love u


Escrita por: Tifioni-chan

Notas do Autor


OI GENTE!
como vão vocês? Eu to bem. Só morrendo de calor. Onde vocês moram também está quente assim?

Sinto muito pela demora do capítulo. A faculdade é um dementador sugador de tempo e inspiração hahaha
Mas, de toda forma, tem capítulo novinho novinho YAY

Muito obrigada por ler e comentar. Não vou me alongar muito aqui. Nos falamos nas notas finais ;)
Boa leitura.

Capítulo 4 - I hate u I love u


— Eu tenho total certeza que isso viola alguma diretriz da vigilância sanitária... – Resmunguei, encarando o gato.

O gato que, aliás, estava deitado bem no centro de nossa mesa, ao lado do enorme prato de batatas fritas com queijo e bacon que Natsu e Gray devoravam com sofreguidão.

Nossa refeição ainda não havia chego, e os dois engoliam o aperitivo como se nunca tivessem visto comida na vida. Natsu, em particular, era o mais sem modos. Mas aparentemente ninguém, além de mim, reparava nisso.

Erza era só sorrisos, relembrando, juntamente com Gray, as coisas que Natsu e eles aprontavam na infância. Jellal também parecia bastante envolvido na conversa, rindo do que eles contavam hora ou outra. E Levy, ah... Levy estava encantada com o maldito gato-monstro-azul.

Apenas eu parecia deslocada e mal-humorada lá. E ninguém parecia ligar.

— Ah Lu! – Levy me cutucou com o cotovelo. – Para de ser chata!

— Levy. – Respirei profundamente. Não estava com a menor vontade de conversar. Eu só queria voltar para o quarto. Eu me sentia apavorada ali. Me sentia exposta. – Ta voando pelo desse animal imundo por aí e...

— Eeeei! – Natsu, o meu infelizmente novo colega de apartamento, gritou com a boca cheia. Cheddar manchava sua bochecha. Ele engoliu e tomou um grande cole de sua soda antes de continuar. – O Happy é limpinho e asseado, tá?

— Estou vendo mesmo. – Disse já sem paciência enquanto o gato erguia uma das pernas acima da cabeça para lamber suas “partes”.

— Happy! – Natsu abaixou a perna do gato, com o rosto violentamente corado. Admito que foi bastante fofo. – Desculpa por isso. He. Você sabe, é o jeito que eles tomam banho.

— Levando em conta que estamos num restaurante, é realmente muito adequado que ele tome banho aqui, bem em cima da mesa. – Comentei. Até eu mesma sentia a arrogância em meu tom de voz.

— Ah Lucy, pelo menos o Happy toma banho, diferente de você. – Levy ergueu uma sobrancelha para mim e Gray engasgou com seu refrigerante antes de começar a gargalhar. Natsu e Jellal o acompanharam.

— Não acredito! – Natsu disse em tom de brincadeira, tapando o nariz teatralmente. – Quer dizer que temos uma porquinha no grupo! E estava falando que o Happy era sujo!

—Ela estava só brincando. – Eu disse, olhando torto para Levy.

— Não estava não. – Levy comentou, rindo. – Hoje foi a primeira vez que ela tomou banho em o quê? Uns quatro dias?

Senti meu estômago embrulhar. Porque Levy estava fazendo aquilo. Ela não tinha o direito de me expor para um completo estranho. Ela podia confiar nele, mas eu não! Eu gostaria de evitar que ainda mais gente soubesse de minha infeliz condição psicológica e sentimental, obrigada!

—A Lucy tem medo do chuveiro. – Gray provocou, enfiando a ultima batata na boca.

— Parem com isso. – Erza olhou severa para Gray. – Quantos anos vocês tem? Oito?

— Mas tudo bem Erza! – Natsu levou o copo de soda aos lábios e virou o restante de seu conteúdo. – Na Europa Antiga eles não tinham o costume de tomar muito banho não. É normal.

— Provavelmente então – Levy apertou minha bochecha. – Lucy era de lá numa encarnação anterior.

Levy riu da própria piada. Gray e Natsu gargalharam. Jellal, talvez pela represália da namorada, deu apenas um riso discreto, cobrindo a boca para disfarçar.

E aí, minha paciência que já era pouca, foi para o espaço.

— Talvez – Eu falei mais alto que as risadas – Se eu tivesse ânimo para levantar da cama,  poderia tomar banho. Não foram quatro dias sem banho, Levy, foram quatro dias deitada sem me mexer porque eu simplesmente não tinha vontade nenhuma nem de estar viva!

— Lucy! – Erza gritou, com a mão no peito, em choque.

— Eu prometo a vocês que se um dia eu conseguir sair da cama sem ter uma crise de choro antes, eu tomarei oito banhos! Assim quem sabe, minha higiene pessoal não vire assunto em uma mesa de conversa em um bar onde eu nem mesmo queria estar!

Eu ofegava. Meu coração estava disparado. Lágrimas já tentavam escapar dos meus olhos. As pessoas das mesas mais próximas olhavam para a nossa mesa e cochichavam. Talvez eu tenha falado um pouco alto demais.

Erza me olhava com olhos arregalados, assim como Jellal. Levy parecia que ia chorar a qualquer momento. Gray sacudiu a cabeça, pesaroso. E Natsu... Natsu me olhava com completa incredulidade. Havia um misto de graça e horror em seus olhos, como me pensasse “É com essa louca que eu terei de morar?”

Aquilo me irritava.

— Eu sinto muito. – Consegui balbuciar enquanto me levantava, sentindo o peso de dezenas de olhares em minhas costas. – Eu vou pra casa.

— Eu te levo. – Gray se levantou, enquanto pegava o casaco nas costas da cadeira.

— Não quero, Gray. – Eu disse, já saindo. – Eu quero ficar sozinha.

— Não depois do que você disse. – Gray deu a volta na mesa rapidamente e me segurou pelo cotovelo. – Não queremos aquele... Acidente de novo.

Ah.

Sim. O Episódio do Remédio para Dormir.

Aconteceu cerca de algumas semanas após o término. Eu estava sozinha em casa. Tinha faltado a aula e estava sozinha. Eu não dormia há dias. Estava em meio a uma crise. Eu só queria parar de chorar, só queria conseguir dormir.  Fui até o armário do banheiro e peguei o remédio para dormir que meu médico havia receitado. E virei todo o vidro garganta abaixo.

Foi Gray que, chegando do treino do “esporte do dia”, me encontrou no sofá da sala. Inconsciente. Sem respirar. Ele ligou para a emergência e a próxima coisa que me lembro foi de acordar em uma cama de hospital.

Todos eles sabem que eu não tentei me matar. Eu sei disso também.  Apesar de tudo, eu nunca realmente tentei. Não quero morrer. Só quero que a vida passa logo. É diferente. O episódio do remédio para dormir foi uma atitude desesperada. Pessoas desesperadas tomam atitudes desesperadas.

Naquele dia eu só queria fazer a dor parar.

Tolice.

Quase quatro meses depois e ela ainda está aqui, a cada dia mais forte.

— Okay. – Disse entre dentes, com a cabeça baixa.

— Okay. – Gray pôs a mão em meus ombros, me conduzindo para longe da mesa restaurante. – Eu volto logo gente. Podem ir comendo sem mim.

Eles o responderam com um “tchau” uníssono. Eu, porém, não me dei ao trabalho de me despedir.

Enquanto Gray e eu nos afastávamos, eu pude ouvir Levy fungar.

— Era só uma brincadeira...

— Sabemos disso, Levy. – Jellal disse em um tom delicado. – Mas você sabe... Lucy tem estado...

— Eu só quero minha amiga de volta... Eu sinto muita falta da antiga Lucy. – Levy suspirou. – Muita falta.

Eu também sinto, Levy.

Eu também.

 ***

Gray tinha uma caminhonete Ford F100 de um azul tão escuro que, a noite, aprecia preto. Ela estava estacionada logo em frente ao Fairy Tail.

Assim que abri a porte dei de cara com uma infinidade de embalagens para a viagem dos mais variados drive thru’s da cidade por todo o assoalho do carro.

— Eu... Preciso limpar isso né. – Gray pigarreou enquanto pegava alguns dos copos e guardanapos que estavam ao seu alcance e jogava na caçamba, junto das malas de Natsu. – Só... Empura pro lado. Depois eu cuido disso. – Suas bochechas coraram.

— Não precisa ter vergonha. – Eu disse enquanto me ajeitava no único lugar do banco sem embalagens de hambúrguer e colocava o cinto. – Eu não tomo banho mesmo. Estou acostumada com a sujeira.

— Lucy... – Gray colocou a chave no contato e olhou para mim. – Para, vai. Você sabe que era tudo uma piada. Uma piada das bem idiotas, aliás...

—Piada Gray? Sério? Como você acha que é ter tanta dificuldade em fazer alto tão simples quanto levantar da cama ou tomar um banho?– Eu me afundei no banco de couro. - Você acha que eu gosto de abrir os olhos e sentir um grande vazio dentro de mim?

— Lucy, eu entendo, é só que... Você não era assim... Eu achei que isso logo passaria, mas...

— Por favor Gray. Não me cobre da velha Lucy agora. Por que eu juro... – Eu funguei, permitindo que as lágrimas escorressem por minhas bochechas. Eu estava esgotada. – Eu juro que eu não sei onde ela está. Eu queria saber, eu queria trazê-la de volta, Gray. Você acha que eu gosto de causar tanta dor aos meus amigos?

—Eu sei que não é de propósito Lucy. – Ele esticou o braço e tocou a minha bochecha levemente, secando uma de minhas lágrimas. – Mas você precisa reagir loirinha. Você tem que... Superar o Loki. Superar esse término.

— Eu fui largada Gray. Por não ser o bastante.

— Lucy... – Seu tom de voz era gentil, mas eu notei uma nota de impaciência. Já havíamos tido essa conversa antes. – Você é o bastante. – Eu abri a boca para falar, mas Gray me pediu silêncio com um sinal dos dedos. –  Me deixa falar... Você é o bastante. Você é especial e muito importante para mim. Para todos nós. Você acha que gostamos de ver nossa amiga assim, Lucy?

—... Não.

— Não. Não gostamos. – Ele colocou as duas mãos no volante e olhou fixamente para a rua. – Por isso estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance pra te ver bem. Mas chega um momento, Lucy, que é com você. Você tem que reagir.

— Eu estou tentando Gray. – Eu sequei o rosto com uma de minhas mangas. – Mas isso tudo é muito difícil para mim.

— É difícil para todos nós. – Ele esboçou um sorriso cansado e eu pude observar pequenas rugas de preocupação entre suas sobrancelhas.

— Você sabe que eu nunca quis... Nada disso...

Gray assentiu e ficamos em silêncio por um instante. Ele então suspirou pesadamente e deu a partida. A caminhonete barulhenta rugiu e começou a andar.

— Ainda tá fazendo muita fumaça. – Gray falou mais para si mesmo do que para mim, enquanto olhava pelo retrovisor. – Vou ver se Natsu me dá uma mão com isso. Talvez esteja vazando óleo do motor...

 — É difícil arrumar? – Perguntei, tentando ser educada.

— Difícil não é. – Ele ligou o pisca, fazendo uma curva. – É que o carro é meio velho já, às vezes pode ser algo mais grave. E mais caro.

— Se precisar de ajuda para pagar, eu ainda tenho algumas economias... - Disse, pensando no depósito que eu recebia todo mês da editora. Embora eu tivesse parado o segundo livro no meio, minha primeira publicação ainda vendia relativamente bem. Graças a esse dinheiro, eu não dependia do auxílio do meu pai e conseguia ajudar nas contas do apartamento onde vivíamos. 

— Que isso, Lucy. – Ele pisou no freio, para parar no semáforo. – Agradeço, mas ta tudo bem. Além disso, Natsu vai me ajudar a achar soluções mais baratas.

— Ele é algum tipo de expert? – Resmunguei sentindo meu mal-humor voltando. Natsu me irritava.

— Ele ta se formando em engenharia mecânica. –Gray disse, simplesmente.

— O que? Ele? Engenharia? – Falei impulsivamente, sem pensar que Gray poderia se ofender, afinal eram amigos.

— Eu sei, eu sei! – Gray gargalhou. – Aquele cabeça de bosta parece tudo menos um engenheiro né? E engenharia mecânica? Ele enjoa em veículos! – Gray riu do que parecia ser uma piada interna. – Mas ele é muito bom no que faz. Não conheço um único cara que entenda mais de motores de combustão do que ele. Aliás, não conheço ninguém que entenda mais de qualquer coisa que envolva explosões e fogo do que ele! Uma vez, quando éramos moleques, ele...

Assenti com a cabeça, olhando pela janela. A chuva havia começado a cair de novo. As poças d’agua refletiam a luz dos postes, assim como naquele dia. O dia em que minha vida foi para o buraco... Era injusto o quanto eu ainda sentia falta do traste do Loki. Injusto, porém real. É provável que se ele voltasse hoje, pedindo para que eu o perdoasse e voltássemos a namorar, eu o faria sem pensar duas vezes.

Eu o odiava por me fazer sofrer. Mas eu o amava ainda. E se ele voltasse, tudo ficaria bem.

— Lucy? – Gray me chamou. – Está me ouvindo?

— Desculpa. – Eu me virei e ele estava olhando para mim. – Tive um... Devaneio. O que você dizia?

— Ah, nada de mais. – Ele pareceu chateado. – Tava contando uma história que passei com o Natsu.

— Ah. – Eu não consegui esconder meu tom de desinteresse. – Natsu...

— Você não foi mesmo com a cara dele. – Gray riu baixo.

— Oh, imagina. Ele só tentou me matar com aquele filhote de cruz credo que ele chama de gato. Além disso, ele é tão escandaloso e sem modos! E cheio de liberdades. Mal me conheceu e já veio fazendo piada...Eu sei que ele é seu amigo, então não me leve a mal, mas... Sei lá, acho que vou demorar a me acostumar com ele.

— Por quê? Você nem falou com ele direito... – Gray estava nitidamente sorrindo. Parecia se divertir com meu relato irritado sobre seu melhor amigo.

— Bom, por que ele meio que junta tudo que eu...

— Mais odeio? – Gray completou, rindo.

— Exatamente. – Eu disse. – Ei! Pode parar de rir! – Resmunguei enquanto atirava uma bolinha de guardanapo na cabeça dele.

—Não to rindo de você, loira. Eu só estava pensando... – Ele riu, desviando facilmente da bolinha. Não sei como ele conseguia dirigir e ainda sim prestar atenção em mais alguma coisa. – Que há uma linhazinha, uma linhazinha bem tênue, que separa o amor do ódio.


Notas Finais


E é isso aí.
Eu meio que entendo a Lucy. Ela tá passando por uma situação dificil... Mas será que não é egoísmo? Os amigos dela estão sofrendo também.
E Natsu? Como será que a convivência dos dois será daqui pra frente?
COMENTEM! A sua opinião é muito importante para mim. AH é! e se gostou da fic, não esquece de favoritar :)

Além dessa fic, estou com mais uma, "Apenas Amigos?", em andamento. Eu ficaria super feliz se você pudesse passar lá dar uma espiada.
Tentarei postar capítulos novos semanalmente.

Muito obrigada por ler até aqui. Nos vemos no próximo capitulo.
Best wishes, Tifi-chan <3


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