História Gotta Be You - Pillowtalk

    Camila POV    

    - Lauren! -  meu coração começou a disparar assim que a vi, ali parada em minha frente, mas se alguém me perguntasse, eu não saberia dizer se era pelo susto ou por qualquer outra coisa.

    - Camila - Lauren abriu os braços, a intensidade do seu  olhar sendo capaz de fazer os pelos da minha nuca arrepiarem, mas mesmo assim eu podia sentir o quão apreensiva a mulher a minha frente estava - Eu te amo. Você não sabe como dói a idéia de te perder. Como é acordar de manhã e horas depois descobrir que o amor da sua vida esta passando por problemas que de maneira indireta é causado por você. E o pior de tudo é que você não sabia, não fazia idéia. Mas eu acho que eu não te culpo. Na verdade eu tenho certeza. Não tem como te culpar, isso tudo é uma bosta. Mas eu vou estar junto de você para o que der e vier, quer você queira ou não. Porque caralho, só de te ver subindo essas escadas eu tive a certeza que eu sempre vou escolher você, isso é louco e me assusta, mas vai ser sempre você. Se você me pedisse pra largar tudo, e ser simplesmente a Lauren, a sua Lauren, sem toda essa merda e sem toda essa fama, eu largaria. Por você amor. - Lauren parou para recuperar o fôlego e seus braços caíram nas laterais do corpo, seu semblante que antes estava decidido agora estava triste, como se todas as defesas que ela levantou para aquele momento estivessem caídas - Só não termina comigo. Por favor Camz, não faça isso. Eu não vou suportar… 

    - Lauren, respira - Me aproximei da frágil mulher a minha frente e levantei seu rosto, me pondo a encarar aqueles olhos verdes que eu tanto amava - Quem foi que disse que eu iria terminar com você?

    - Ninguém! Eu só… quando eu fiquei sabendo de tudo, eu me senti tão perdida, e o pensamento de que você poderia terminar comigo não saia da minha mente. Então eu percebi que eu não aguentaria e por isso eu tinha que vir atrás de você.

    - Lauren, se acalma - essa era a primeira vez que eu a via tão frágil, o medo de me perder a fazendo tão vulnerável. E eu percebi que eu não tinha que lutar sozinha. Que ela não era somente minha namorada, mas minha companheira, e que ela estava disposta a tudo pela minha felicidade. Estava mais do que na hora de também me dispor a sua felicidade por completo. - Meu amor, olha pra mim. - pedi assim que ela ameaçou a baixar a cabeça novamente - Eu não vou mentir, eu cheguei sim a cogitar o término.

    - Camz…

    - Eu não terminei mocinha - disse em um leve tom de repreensão, sorrindo no final para tentar aliviar a tensão para os dois lados.

    - Me desculpa…

    - Sempre… - comentei olhando abobalhadamente para o pequeno bico que se formou em seus lábios. - Enfim, como eu posso pensar uma coisa dessas quando meu coração dispara quando eu te vejo, ou quando ele amolece só de olhar para o biquinho fofo em seus lábios, ou quando eu olho no fundo dos seus olhos e me sinto em casa, me sinto segura? Eu sou louca, mas não ao ponto de terminar com você. E sim louca de amor por você.

    - Você não faz ideia do quanto me alegra ouvir isso - Lauren tinha um sorriso tímido nos lábios e seus olhos estavam cheios d’àgua.

    - E você não faz idéia do quando eu senti falta do seu sorriso - sem conseguir resistir, encurtei a distância entre nós e encostando nossas testas - Eu sei que no começo de tudo prometemos ser sinceras uma com a outra, e que eu falhei com você quanto a isso. Eu escondi algo de você que eu não deveria ter feito. Eu errei, mas não vou mais errar. Eu também já não consigo me ver sem você meu amor.

    - Ah como eu quero te agarrar agora e te fazer minha a noite inteira. - os olhos da mulher a minha frente tomavam gradativamente uma coloração mais escura.

    - E porque não o faz?

    - Bem, primeiro porque eu tenho isso em mãos, que aliás são pra você - Lauren se afastou o suficiente para me mostrar que ainda tinha em mãos as flores e os chocolates - Mas é claro que isso eu poderia simplesmente jogar pro lado e esquecer. Mas se eu começasse, eu não iria parar e seu tio nos espera para o jantar. Eu não quero causar má impressão.

    - Nem se eu te segurar aqui? - perguntei sugestiva

    - Amor… é que eu também estou com fome.

    - Sabia! - exclamei e Lauren soltou uma risada sem graça, me virei e praticamente a puxei para a saída - Vem, deixa os chocolates ai pra gente comer mais tarde. Trás as flores pra gente colocar um copo com água sei lá.

    - Você não está esquecendo de nada? - Lauren fez força para se manter no lugar e depois de colocar os chocolates na mesinha que havia ali, segurou em meus braços e me puxou para encará-la. - Te dou dois segundos para descobrir o que é.

    - E se eu não descobrir?

    - Tempo esgotado - Lauren mal deu tempo para eu processar o que estava acontecendo e seus lábios já se encontravam colados ao meu. O beijo era um tanto desesperado, como se ambos os lados quisessem matar toda a saudade ali, naquele beijo. E foi com relutância que, algum tempo depois, nos separamos ofegantes. - Agora sim podemos ir.

    Lauren tomou a frente e desceu as escadas primeiro, parando pomposamente para me esperar e estender a mão para mim assim que atingi o solo. 

    - Acho que vamos ter que trazer mais cobertores pra cá - constatei assim que senti uma brisa fria nos atingir, fazendo ambas estremecer.

    - Mas e o calor humano Camz? - Lauren se virou pra mim, andando de costas em direção a casa.

    - É pra depois que a gente cansar né Lo!

    - Isso é o que veremos - Lauren piscou e parou ao lado da porta - As damas primeiro.

    Assim que pisei para dentro da cozinha a primeira coisa que pude reparar era no cheiro delicioso que vinha da comida que tio David preparava. A segunda foi vê-lo dançar ao som da nova música da Rihanna enquanto preparava a comida. Percebi Lauren logo atrás de mim segurando o riso, e apenas a cutuquei em um sinal claro para que ela não fizesse barulho, para logo depois eu descaradamente fazer um som de quem limpava a garganta.

    - ¡Dios mio!¿Quieres que yo tendrá un ataque al corazón? - Tio David exclamou em um perfeito espanhol, um mal habito de família.

    - Claro que não - respondi rindo e sai puxando Lauren até sentarmos na bancada que havia na cozinha - Tio, olha só quem eu encontrei perdida lá na casinha.

    - Nossa, bonita ela. Quem é? - tio David facilmente entrou no jogo.

    - É minha namorada tio. Ela é meio famosa, mas ainda tá no flop. - disse em tom de brincadeira e vi Lauren abrir a boca em um claro sinal de indignação. - To brincando amor. Tio essa é a Lauren, mas eu acho que vocês já se conhecem.

    - Sim meu anjo, ela chegou aqui louquinha atrás de você e já se apresentou.  

    - Ela tem essa mania de fazer surpresas. Não sei se fico muito feliz, ou muito brava por você não ter me dado nem uma dica que ela estava lá.

    - Nossa, nem lembrei bebê - cínico. Eu não sabia o que era pior, meu tio agindo como se avisar que minha namorada estava me esperando ou ela rindo ao meu lado - Que bom que vieram, o jantar está pronto. 

    - Oba, estou com fome.

    - Lauren querida, espero que não ligue pra simplicidade, estou com a mínima vontade de colocar a mesa - tio David se dirigiu a Lauren - Vamos comer aqui mesmo na bancada, tudo bem?

    - Não se preocupe, sério, aqui está ótimo - Lauren respondeu sorrindo.

    - Eu ia fazer “arroz com pollo” mas achei que seria muito simples…     

    - Você não deveria ter se preocupado tanto, eu amo “arroz com pollo”

    - Sério? - tio David perguntou cético e Lauren apenas confirmou com um aceno de cabeça - Bem, agora temos salmão grelhado, purê de batatas e arroz branco. Não é lá essas coisas mas…

    - Tio - o chamei indo em sua direção e o virando de frente pra mim - É bem fofo você querer agradar a Lauren, mas se tem uma coisa que eu aprendi desde que comecei a namorar com ela, é que ela é gente como a gente. A diferença é que ela fez sucesso. Mas ela ainda solta pum e gosta de coisas simples.

    - Camila! - Lauren praticamente gritou me repreendendo, mas logo escondeu o rosto entre as mãos. Porém tanto eu quanto tio David começamos a rir e logo ela se juntou a nós.

    O jantar transcorreu da melhor forma possível, com tio David resolvendo me constranger e contar algumas histórias de infância, provocando crise de risos em todos ali, inclusive em mim apesar do constrangimento. Era bom ver Lauren interagindo com parte da minha vida e não pude deixar de desejar que tivéssemos esses momentos com meus pais e quem sabe com a família dela também.

    - Meninas, obrigada pela companhia e pela ajuda pra organizar a cozinha.

    - “Magina” tio David, era o mínimo que poderíamos fazer, a janta estava deliciosa - por incrível que pareça não foi eu quem disse isso, e sim Lauren, que passou a chamá-lo de tio depois dele muito insistir.

    - Fico feliz em ouvir isso Lauren. Eu vou subindo para descansar menina, e não demorem muito para subir também - tio David se dirigiu até nós e deu um carinhoso beijo na testa de cada uma.

    - Eeeer, tio. Nós vamos dormir na casinha - falei em voz baixa.

    - O que? Não! Vocês vão pegar friagem, ficar doentes.

    - Tio, eu prometo buscar mais cobertores, não vamos pegar friagem, eu prometo. 

    - Não sei não… Pode ficar muito frio de madrugada.

    - Tio, a gente vai se cuidar. A gente só queria ficar juntas e… 

    - Certo, acho que já entendi. Eu já tive a idade de vocês, e se querem fazer isso não posso fazer nada, tenham juízo. Boa noite.

    E dito isso tio David saiu da cozinha deixando para trás eu e Lauren vermelhas e constrangidas. 

    Narrador POV

    Alguns minutos mais tarde Camila e Lauren saíam novamente em direção a casa na árvore, suas mãos estavam entrelaçadas e  nas mãos que estavam livres cada uma carregava um grosso cobertor. Seus olhares quando se encontravam eram cúmplices e cheios de promessas silenciosas. A tensão sexual chegava a ser palpável entre elas, pois ambas queriam se amar a noite inteira, mas por estar tão óbvio assim Camila sabia que ela provavelmente teria uma crise severa de vergonha, por mais que fosse sua namorada ali. 

    - Ta tremendo porque amor? Está com frio? - Lauren perguntou assim que chegaram as escadas. 

    - Mais ou menos - Camila soltou sua mão de Lauren e passou a subir as escadas, sendo seguida de perto por Lauren.

    - Acho que te conheço o suficiente para saber que você está com vergonha. - Lauren deixou o cobertor que tinha em mãos em cima do puff que havia ali, para logo chegar mais perto de Camila e segurar em suas mãos, que também ja estavam livres, a trazendo para mais perto.

    - Mas não é estranho? A gente sabe onde quer chegar, mas quem é que vai começar? Eu não conseguiria ser tão atirada assim.

    - Eu posso ter atirada por nós duas - Lauren encostou suas testas e começou uma carinho gostoso em suas mãos - Mas eu te entendo, e não precisa se preocupar com isso. Vem, vamos comer os chocolates.

    Lauren se afastou de Camila pegando um dos cobertores e o estendeu no chão enquanto Camila pegava algumas almofadas para deitarem. Camila sentou-se no local que haviam preparado enquanto observava Lauren buscar a caixa de chocolates, voltando logo em seguida e sentando de frente para Camila, colocando a caixa entre elas.

    - Bem, você sabe que eu não gosto muito de chocolate, mas acho que posso fazer uma exceção - Lauren buscou um chocolate dentro da caixa e o levou até a boca de Camila, que aproveitou e beijou suavemente os dedos da mulher mais velha - Pra quem estava com vergonha, desse jeito fica difícil concentrar nos chocolates Camila.

    - Você nem gosta deles Lolo - Camila sorriu sapeca, inconscientemente instigando a mulher a sua frente.

    - Tem razão, eu quero você - Lauren colocou a caixa de lado e rapidamente se aproximou de Camila, a beijando sem cerimônias. Era um beijo cheio de saudades e segundas intenções guiado por Lauren, mas prontamente correspondido por Camila - Desculpa, eu não vou conseguir ir devagar, eu quero tanto você.

    - Eu sou toda sua.

    Lauren POV

    - Eu vou te beijar inteirinha - sussurrei sem fôlego enquanto me afastava e permitia que Camila se deitasse, colocando meu corpo gentilmente sobre o seu.

    Com todo o cuidado que me era permitido no momento, afastei seus cabelos e comecei a beijar sua clavícula suavemente, vez ou outra sugando levemente, subindo até que pudesse morder o lóbulo de sua orelha. E céus, eu amava provocar a Camila, sentir sua respiração ficando cada vez mais pesada. 

    Voltei minha atenção aos seus lábios tão provocantes que conseguiam me levar a loucura enquanto minha mão explorava cada centímetro de seu corpo por cima da roupa e ao mesmo tempo lamentando que elas estivessem me impedindo de sentir Camila.

    - Camz, muita roupa.

    Minha voz saiu mais rouca que o normal e completamente abafada por estar com os lábios ainda colados aos dela. A coloquei sentada apenas para retirar aquelas peças de roupa que tanto me incomodavam, a deixando apenas de sutiã para que eu pudesse admirar toda a sua beleza, que me faziam salivar vergonhosamente. Eu encarava seu belo par de seios medianos que estavam a minha frente, mesmo que ainda cobertos pelo sutiã quando senti Camila levar as mãos até minha roupa, fazendo o mesmo comigo.

    Meus olhos amavam o que viam, e avidamente pediam por mais, por isso minhas mãos foram direto ao cós de sua calça, calmamente abrindo o botão e baixando o zíper enquanto eu observava Camila morder os lábios em claro sinal de vergonha. 

    Em questão de segundos tanto eu quanto Camila estávamos apenas com as roupas de baixo e eu pude finalmente parar para observá-la por completo. Camila era a única pessoa que conseguia ter um ar inocente e ao mesmo tempo super sexy vestindo aquele conjunto de lingerie rendada na cor azul bebê. E eu não conseguia mais aguentar a vontade de senti-la por completo.

    Quando dei por mim suas mãos se encontravam em minha nuca, me puxando para um beijo guiado por ela, e gentilmente deixei que meu corpo guiá-la até que estivéssemos deitadas novamente. Assim que o ar nos faltou, minha boca começou a rumar novamente pelo seu corpo, dessa vez dando uma atenção redobrada aos seus seios, mesmo que por cima do sutiã, acompanhados gentilmente por minhas mãos. Tudo o que se ouvia ali eram nossas respirações pesadas misturadas com gemidos baixos. 

    Cumprindo a promessa que havia feito a poucos minutos, deixei que minha boca explorasse o corpo de Camila, descendo beijos por sua barriga e propositalmente parando com o rosto bem próximo de sua intimidade, inspirando seu cheiro que me levava a loucura, mas eu ainda tinha que terminar de cumprir minha promessa antes de me entregar totalmente a insanidade. Por isso guiei meus beijos suavemente por suas pernas a provocando lentamente, e sentindo seu corpo todo se contorcer, principalmente quando meus beijos chegavam até sua virilha. Porém o que me tirou do sério foi quando ouvi meu nome saindo por seus lábios suplicantes, em forma de sussurro logo quando guiei meus beijos até seu sexo, por cima da calcinha. 

    Tendo aquilo como um convite claro para continuar, nem me importei em retirar aquela peça de roupa e apenas puxei para o lado, deixando o caminho livre para minha lingua percorrer por toda a extensão de seu sexo. Eu alternava entre beijos e chupadas, por vezes introduzindo minha língua e meus ouvidos sendo agraciados com o lindo som de Camila gemendo meu nome, e eu juro que poderia gozar só de ouvi-lo. 

    - Laur… P-por favor… e-eu preciso d-de m-mais - Camila suplicou ofegante e como uma boa namorada tomei aquilo como uma ordem, fazendo meus dedos se juntarem a minha boca, os posicionando em sua entrada, mas ainda sem penetra-la, apenas para provocar ainda mais - Filha da…

    Sua frase foi cortada por um alto gemido quando a penetrei, estocando firme com meus dedos enquanto minha boca chupava seu clitoris com devoção. Camila estava tão entregue que eu sabia que logo a faria gozar, por isso continuei a penetrando, aumentando gradativamente a velocidade das estocadas. E de fato, não demorou muito até que senti as paredes de seu sexo se fechando contra meus dedos e meu nome sair por sua boca em um quase grito, seu corpo relaxando logo em seguida. 

    Lentamente retirei meus dedos e passei minha lingua por toda a extensão de seu sexo a fim de capturar cada gota de seu liquido, logo em seguida escalando seu corpo e selando nossos lábios em um beijo carinhoso.

    Antes de me deixar a seu lado, me estiquei toda para poder pegar um cobertor e nos cobrir, sorrindo bobamente ao constatar o lindo sorriso que brincava em seu rosto.   

    - Cinco - Camila disse ainda com os olhos fechados.

    - Cinco? - perguntei confusa enquanto colocava uma mecha do cabelo que estava em seu rosto atras da orelha.

    - Me dê cinco minutos e eu prometo que te recompenso. - o sorriso em seu rosto continuava ali mesmo que suas bochechas corassem de vergonha. 

    - Tome o tempo que precisar babe. Eu te amo e estarei para sempre aqui do seu lado, você precisando de 5, 10 minutos ou até mesmo uma hora. 

    - Besta - Camila deu um pequeno tapa em meu ombro, mas logo chegou mais perto, se aconchegando em meu peito. Uma de suas mãos apoiada em minha cintura e a outra perdida entre meus cabelos - Eu também te amo Lo. Obrigada por ser maravilhosa e não desistir de mim, mesmo quando eu mereci o contrário.

    - Desistir de você seria o mesmo que desistir de mim Camz. Você se tornou a melhor parte de mim. - e ali eu soube, que estavamos mais firmes do que nunca.