Lauren POV
Muitos amariam estar em uma turnê mundial, fazendo sucesso com músicas estourando nas paradas do mundo inteiro, a carreira no auge, a comodidade dessa vida, estar rodeada de gente famosa. E eu gostava, bastante por sinal. Mas podem me chamar de trouxa ou romântica incorrigível, mas depois que eu conheci Camila, eu sempre vou sentir falta dela. É como se faltasse parte de mim. É como se faltasse ela ali para que tudo ficasse bem e minha felicidade fosse completa. Mas eu não podia ser egoísta a ponto de querer ela sempre ao meu lado quando sabia que ela tem um trabalho ao qual era tão apaixonada quanto eu sou pelo meu. E por isso eu me desdobrava em mil para que em toda e qualquer oportunidade, mesmo que sendo pequena, eu pudesse vê-la e ficar junto dela.
- Normani Kordei Hamilton, daria para você por favor se apressar? - perguntei impaciente enquanto caminhava com ela e dois seguranças do aeroporto por aqueles intermináveis corredores.
- Sossega o cu Lauren - Normani reclamou, arrancando uma risada de um dos seguranças - Você nunca quis usar essas saídas alternativas em aeroportos, sempre quis sair pela frente e encontrar com seus fãs. Pois bem, agora eu tenho que garantir que o motorista vai estar no local onde ele deve estar quando a gente sair daqui.
- É bom que ele esteja porque…
- “Porque qualquer minuto perdido é um minuto a menos com a Camz” - Normani desdenhou imitando minha voz, arrancando risadas dos dois seguranças que estavam ali e meu dedo do meio apontado para ela.
Apesar da correria, a eficiência de Normani novamente ficou evidente quando finalmente saímos do aeroporto e o motorista já nos esperava com as malas dentro do carro. Entrei no mesmo seguida de perto por Normani, que ficou um pouco atrás para agradecer os serviços dos seguranças do aeroporto e dispensá-los.
- Certo, o que quer fazer Lauren? - Normani perguntou assim que o carro estava em movimento.
Ver Camila.
- Ah não brinca? - sorri de canto quando vi Normani desdenhar da forma direta como eu havia dado a resposta.
- Por incrível que pareça, não tenho nada mirabolante em mente Mani. Só quero pegar Camila no hospital, ir pra casa, e ficar com ela lá durante o final de semana inteiro.
- Deixa eu adivinhar… e trepando por todos os cantos daquela casa?
- Claro que não, só quero a companhia dela. Apesar que não vou negar que esteja sentindo falta de um bom sexo - acrescentei para não dar oportunidades de Normani fazer alguma brincadeira, porém como sempre, não havia sido suficiente.
- Isso eu percebo a distância. Você está mais ranzinza que o normal amiga
- Vá se foder - mostrei o dedo do meio novamente mesmo sabendo que ela não se abalaria - Aliás não vai não, eu preciso da sua ajuda com algo.
- Lá vem. Vai desembucha o que quer logo…
- Vai no supermercado pra mim Mani? Por favorzinho?
- Eu sabia, eu sabia que você ia me escravizar. Eu também preciso de folga panda albina. Eu tenho planos, não vai rolar - Normani ficou sem graça assim que lhe lancei um olhar sugestivo. E eu tinha certeza absoluta que os planos dela tinham nome e sobrenome: Dinah Jane Hansen. - Tá bom, tá bom... Se eu for pra você, promete não ficar me infernizando e deixar eu curtir essa folguinha?
- Mas é óbvio... Que eu vou te infernizar - Normani tinha uma expressão assassina no olhar enquanto eu ria - Mas sim, vou te deixar curtir essa "folguinha", porque você também está precisando gozar.
Passamos o restante do caminho até em casa quietas, cada uma concentrada em seus celulares, mas isso não me impedia de lançar olhares maliciosos em sua direção apenas para que ela ficasse sem graça. De alguma forma o assunto Dinah a deixava assim. Era fofo vê-la toda derretida e brincar com relação a isso, mesmo ela sabendo que eu dou meu total apoio à relação das duas. Talvez tudo o que elas precisam é uma boa dose de coragem para assumir seus sentimentos uma pela outra e se deixarem viver esse amor juntas.
Assim que chegamos, logo tratei de pegar as chaves de um dos carros que estavam estacionados na garagem, sem nem ao menos me despedir de Normani, que apenas ficou rindo enquanto eu praticamente corria em direção à garagem. E mesmo estando adiantada quanto ao horário de saída da Camila, eu ainda me vi acelerando acima da velocidade permitida e xingando de todos os nomes que conhecia cada semáforo vermelho que eu era obrigada a parar, e foram muitos. Porém não foram suficientes para me fazer atrasar completamente, e lá estava eu parando o carro perto da entrada do hospital com 15 minutos adiantados. Olhei em volta da rua e acabei sorrindo ao não encontrar aquela quantidade absurda de paparazzis e fãs esperando minha mulher sair do trabalho, e logo peguei meu celular dentro da bolsa para mandar umas mensagem para a latina.
"Menos de 15 minutos para eu matar a saudade do amor da minha vidaaaaaaaaaaa. Baby, já estou aqui fora te esperando, me controlando para não entrar nesse hospital e te raptar antes do horário �� amo você"
Eu não esperava resposta, mesmo porque a qualquer momento Camila sairia e viria diretamente até a mim. Porém, mesmo tendo ciência disso, eu não podia evitar o nervosismo, a ansiedade e a antecipação de vê-la, tocá-la, abraçar e beijar todos os cantos daquela latina que eu não cansava em dizer que me tirava a sanidade. Eu alternava meu olhar entre o celular, onde eu mantinha o Twitter aberto lendo todas as teorias sobre onde e como eu passaria essa mini folga que estava tendo da turnê, e a porta do do hospital. Era engraçado ler todas aquelas teorias, a maioria delas girando em torno do fato de que não importasse onde, eu estaria com Camila. "Povo esperto!". Outros diziam que eu e Camila havíamos terminado e que eu passaria o final de semana festejando com várias mulheres na minha casa de praia nas Bahamas. "Esses precisam de tratamento psicológico urgente". Mas eu gostava mesmo era de ler os comentários daqueles que defendiam a Camila, e diziam que ela era a melhor coisa que havia me acontecido, que nunca tinham me visto tão feliz assim antes e que torciam para que nós ficássemos juntas para sempre. "Eu também torço meus caros fãs, eu também torço muito por isso". E o sorriso que estava em meu rosto só aumentou ainda mais quando pude observar uma Camila sorridente saindo do hospital, vindo diretamente até onde eu havia estacionado o carro.
- Oi amor! - Camila me cumprimentou selando seus lábios aos meus, muito mais rápido do que eu gostaria, me deixando parada com cara de trouxa e um biquinho nos lábios. - Não tenha pressa amor, temos o final de semana inteiro para ficar juntas, até cansar.
- Primeiro: eu nunca poderia me cansar de você amor. - respondi enquanto lutava contra meu impulso de ficar olhando para Camila por mais tempo do que o necessário. Voltei minha atenção para o carro e sai daquela vaga em frente ao hospital, consciente de que nem a mínima infração de trânsito passaria desapercebido por Camila e por isso dirigi de volta à minha casa respeitando todos os limites de velocidade e sinais de trânsito pelo caminho.
- Amor, eu tenho uma notícia muito triste para dar. - a voz de Camila interrompeu meus pensamentos quando parava em um dos muitos sinais vermelhos, o tom usado me fazendo virar rapidamente para encontrar um biquinho em seus lábios. - Eu tô com fome. Muita fome.
- Own meu bolinho! - falei me aproximando dela e escondendo meu rosto em seu pescoço. - É uma pena, pois não tem comida em casa.
- Lauren Michelle Jauregui! Como assim você está me levando pra sua casa e não tem comida lá? - Camila se afastou fingindo falsa indignação. - Mas isso é sério amor?
- Eu estou em tour bebê, não dá pra deixar comida em casa porque estraga. Mas relaxa amor, eu pedi pra Mani ir no supermercado, só não sei o que ela vai comprar.
- Tomara que seja algo gostoso - Camila disse pensativa e voltei minha atenção ao trânsito, entrando em modo automático e logo ja estava percorrendo as ruas da minha casa, olhando de relance para Camila que mexia na sua bolsa preocupada.
- Algum problema Camz? - parei o carro na garagem e olhei para a latina que tinha um olhar preocupado no rosto.
- Não, nenhum. Eu só preciso fazer uma ligação rapidinho. Pode ir na frente. - respondeu com um sorriso que deveria ser tranquilizador, mas que ainda assim me deixava curiosa demais.
Mesmo me preocupando com o que quer que estivesse acontecendo, entrei em casa esperando que em algum momento Camila me contasse o que houve mesmo que não fosse nada demais. Sem saber se Camila demoraria ou não resolvi que o melhor era preparar um bom banho de banheira pra gente enquanto esperava, mas não esperei muito pois logo que eu voltei pro quarto, Camila aparecia pela porta como se nada tivesse acontecido.
- Oi amor, o que está fazendo? - perguntou vindo até onde eu estava parada como uma estatua e envolvendo meu pescoço com os braços.
- Primeiro você para de me deixar curiosa e me responde sobre o que era seu telefonema.
- Iiiiih ta com ciúmes é?
- Não é ciúmes Camila, é só que você me deixou preocupada com a cara que fez no carro e depois fica toda misteriosa com uma ligação.
- "Não é ciúmes Camila” - a maldita latina a minha frente debochou e sorriu da exata maneira que me faz amolecer todas as vezes e como resposta apertei sua cintura e a puxei mais para perto, mantendo contato visual e colocando toda a minha força de vontade em não sorrir de volta. - Eu estava falando com a Normani ciumenta.
- Certo, isso não muda muita coisa e continuo curiosa, mas é menos pior eu acho. - Dei um breve selinho em seus lábios antes de continuar - Estou preparando nosso banho.
- Então….. você pode ir tomando sozinha - dessa vez Camila tinha um sorriso amarelo - eu prometi que esperaria Normani chegar com as compras. Desculpa Lo.
- Eu fui traída. Duplamente - confesso que estava fazendo mais drama do que o necessário, mas tudo o que eu queria era poder tomar um banho bem gostoso com minha namorada e se amar na banheira. - Normani me paga, nunca mexi com coisa dela.
- A culpa não é dela Lauren, além do mais eu pedi para ela comprar algo e eu me prontifiquei a espera-la.
- E nenhuma de vocês estão ajudando na parte de não me deixar curiosa.
- Larga de ser boba, não é nada demais. Agora vá tomar seu banho - ordenou Camila dando leves batidas em minha bunda, e ainda que eu tentasse convencê-la acabei indo para a banheira sozinha.
Já de banho tomado, desci novamente até a cozinha e encontrei Camila colocando algo no forno e por isso decidi não assusta-la para que ela não se queimasse.
- E ai, o que Normani comprou? - perguntei curiosa me fazendo presente no ambiente.
- Lasanha - respondeu simples vindo até mim.
- Não estava me referindo a isso. - revirei os olhos e escutei Camila bufar.
- Vai morrer curiosa - Camila depositou um selinho em meus lábios e contornou indo em direção a ao quarto - Vou tomar meu banho, fique de olho na lasanha.
- Camila eu ainda descubro o que você está escondendo e porque você esta me evitando - gritei para me fazer ouvida e escutei de volta “eu não estou te evitando amor”.
O problema é que ela estava sim me evitando, e acabei descobrindo o motivo mais tarde aquela noite, quando um filme qualquer passava na televisão e minhas mãos tentavam inutilmente e literalmente entrar nas calças da latina.
- Amor, amor - Camila me chamava ofegante e respondi com um simples som nasal e sem me preocupar em desgrudar minha boca de seu pescoço por onde distribuia beijos molhados - Vamos com calma.
- Você não teve calma minutos atras quando me fazia gemer e gozar maravilhosamente forte em sua boca - respondi cética finalmente desgrudando e olhando em seus olhos.
- É diferente…
- Diferente onde amor? Sempre fizemos isso, e até agora você nunca reclamou ou me deu um fora dessa forma! - Deixei que minha boca verbalizasse o que estava em minha mente, pois a ideia de que Camila não estivesse mais satisfeita sexualmente me assustava.
- Não Lo! Não é isso - Camila segurou meu rosto quando lagrimas ameaçaram cair. - Hey, não chora meu amor.
- Se não é isso então o que é? Eu sabia que você estava me evitando Camz.
- Você vai achar bobo - sua voz manhosa conseguiu quebrar minha postura e quando vi ja tinha as mãos em seu rosto e a olhava fixamente.
- Eu prefiro que você me diga o que esta acontecendo e eu te ache boba do que ficar com essa preocupação e esse sentimento de que eu não sou mais suficiente para você. - respondi sincera dando um sorriso nervoso.
- Não pense assim. É só que…
- É só que….
- Eu… eu estou naqueles dias Lo, e é meio nojento.
- PUTA QUE PARIU CAMILA - me levantei de onde estava e a olhei parada ao seu lado - Você está falando sério que me preocupou desse jeito por causa disso? E porque do telefonema misterioso?
- Eu esqueci absorventes e fui pedir para a Normani comprar - respondeu tímida.
- Amor, você é realmente muito boba - me agachei a seu lado no sofá - Era só você ter me falado, isso é coisa que acontece. Além do mais existe uma solução. - Acrescentei me levantando para pegá-la no colo e nem me importei em deixar a televisão e as luzes ligadas ao me dirigir escada acima.
- O que você está fazendo?
- Te levando pro chuveiro. Não vou deixar que isso atrapalhe minha noite de folga amor. Além do mais, você pode muito bem me fazer gozar a noite toda que eu não ligo.
( . ) ( . ) > reza a lenda que esses são os peitos de alguém famosa.
Há quem diga que o tempo passa rápido quando temos dias agitados e cheios de coisas para se fazer. Eu sou obrigada a discordar. Quase dois longos meses haviam se passado desde a última vez que eu pude estar com Camila e eu não via a hora dessa tour interminável acabar. Eu tentava a todo custo não descontar a frustração em minha equipe mas tinha dias que era simplesmente impossível. Hoje por exemplo eu poderia jurar que minha equipe escondia algo de mim. Ainda hoje mais cedo peguei Normani falando aos sussurros com alguém no telefone, e quando perguntei o porque do mistério fui chamada de paranóica. Mais tarde vi a banda aos cochichos em um canto e quando cheguei perto o assunto foi encerrado. Mas meus fãs matritenses mereciam o melhor de mim no show, e era exatamente isso que estava dando a eles, enquanto esperava o momento certo de voltar ao palco depois de uma breve pausa. Mas a luz, que deveria focar em mim no centro do palco, focou a lateral, e a música que antes era agitada passou a ser lenta, numa batida suave e melodiosa. E bem ali, embaixo daquele foco de luz, encontrava-se o amor da minha vida.
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