-Deixa eu te ajudar Anne.- A nova babá da minha irmã Deborah, estava carregando uma caixa pesada da mudança.
- Não precisa May, eu aguento.
Mesmo assim eu ajudei-a. Meus pais entraram na sala pela porta de entrada carregando mais caixas. Minha família acabou de se mudar para Nova York, em um apartamento perto da Time Square.
- Mayanna pode ir para a faculdade, você está atrasada.- Minha mãe. Assenti e sai correndo e, sem querer, bati a porta com força o que causou um grito de meu pai.
Peguei um táxi e pedi para o motorista ir em direção a North Square University. A universidade era enorme e tinha muitas pessoas na entrada. Entrei na gigante universidade e fui ver que horas começaria a minha primeira aula, ganhei uma cadeira em história.
- Oi, você está precisando de ajuda?- Uma garota loira ao lado de um menino moreno me perguntou.
-Não precisa, obrigada.- Eu sai de perto dos dois. Sei que fui grossa, por isso pensei duas vezes e voltei a falar com eles- Olha pessoal, me desculpa. Vamos dizer que eu não sou muito...social.
- Não tem nada, só queríamos saber se você estava conseguindo entender, você parece não ser daqui.- Falou com um sorriso no rosto- A propósito, meu nome é Alice e o do meu amigo aqui - apontou para o garoto moreno - é Lucas.
- Prazer, o meu nome é Mayanna.- Falei estendendo a mão para que apertassem- Eu não sou daqui de verdade, eu sou do Brasil e acabei de me mudar.
Os dois fizeram várias perguntas sobre o Brasil, principalmente a Alice, o Lucas era mais na dele, eu acho. Eu e o Lucas acabamos por ficar na mesma sala de história e fomos juntos até a mesma. Uns minutos depois entra um homem em seus vinte ou trinta e poucos anos, o professor de história.
-Bom dia turma, meu nome é William e eu sou seu professor de história.- Ele escreveu seu nome no quadro negro e a pergunta: o quê é um historiador?-O historiador estuda o passado humano em seus vários aspectos: economia, sociedade, cultura, ideais e cotidiano. Investiga e interpreta criticamente os acontecimentos, buscando resgatar a memória da humanidade e ampliar a compreensão da condição humana. Seu trabalho se baseia, principalmente, na pesquisa de documentos, como manuscritos, impressos, gravações, filmes, objetos, jornais e fotos. Vamos lá, eu quero que todos se levantem e digam sua futura profissão, todos JUNTOS, VAMOS LÁ!- Todos na sala se levantaram e gritaram sua profissão.- Muito bem, muito bem.- William escreveu algumas profissões como: Psicologia, Licenciatura em história, Letras, entre outros.- Por favor, levantem apenas as pessoas que não têm sua profissão escrita no quadro.- Me levantei junto com mais sete pessoas, três meninos e quatro meninas contando comigo. William foi passando de aluno em aluno, perguntando suas profissões, até chegar em mim.- Qual o seu nome e para o quê você está estudando?
- Meu nome é Mayanna e eu quero fazer jornalismo.
- Por que?
- Gosto de escrever...
- RESPOSTA ERRADA.- Gritou-me gargalhando e pulando em direção à sua mesa - A resposta certa seria: Por que eu quero! Todos vocês estão errados, vocês não estão cursando algo por que tem habilidade para isso, vocês estão cursando algo por que querem, por que ninguém obrigou-os. - Ouvimos o 'sino' tocar- Acabou por agora darlings.
Eu e o Lucas saímos da sala rindo e falando sobre o professor, ele era incrível.
- O que você achou dele?- Lucas pergunta me olhando.
- Ele é simplesmente incrível, faz tempo que não me divirto em uma sala de aula, sério.- Rimos e senti meu celular vibrar e o peguei percebendo o número do Thiago, meu melhor amigo- Hey viado.!
- Oi Gata. Você vai me dever uma depois dessa, estou gastando todo o meu crédito com você.
- E é por isso que te amo de mais.Como está aí sem minha ilustre presença?- Perguntei sorrindo, sentia falata dele e de tomar sorvete com ele todo sábado.
- Sempre modesta. A Gabi terminou comigo.- Gabi é nossa amiga que diz que acabou se apaixonando pelo Thiago e provavelmente já deve estar com outro agora. Gabi é a pessoa mais rodada que eu conheço, mas eu a adoro mesmo assim.
- Você vai superar.- Lucas me cutucou, com a testa franzida por não entender nada do que eu estava falando, apontando para o café da universidade, assenti. Tínhamos apenas vinte minutos para comer e voltar às aulas- Meu amorzinho, eu tenho que desligar, vou comer.
- Me trocando por comida Mayanna?- Falou rindo, tive que acompanhar- Vai lá linda, te amo.- Dei tchau e falei um eu também te amo. É péssimo não poder falar com ele por causa dos fusos horários.
Eu e Lucas pegamos café e uma poção de pão de queijo para dividirmos. Ficamos conversando mais um pouco sobre a aula e o professor de história. Eu pensava que o Lucas era introvertido como eu, mas ele me surpreendeu, ele é muito divertido e engraçado, é aquela típica pessoa que nos faz rir apenas pela sua presença. Ele falou um pouco dele, sobre sua amizade/irmandade com a Alice, que eles moravam juntos, pois suas mães se casaram, tipo uma com a outra e viajaram em lua de mel e descobri que ele era gay também, sempre quis ter um amigo gay. Falei um pouco sobre mim também, sobre o Brasil, meus pais e minha irmã e ele ficou atento a tudo.
- Você já sabe, não é?- Lucas.
- Sei de quê?
- Pera, você não sabe que está estudando na mesma universidade que o ídolo teen mais famoso do momento estuda?- Olhei para ele sem entender nada. Ou eu sou muito lerda e não sei, ou ele falou grego - May acorda, você está de baixo do mesmo teto que Shawn Mendes.- Agora tudo faz sentido.
-Eu não gosto muito do Shawn Mendes, prefiro o trabalho da Nick Minaj, Jessie J e das bandas Magic e Maroon5.- Falei. Fui sincera, não via um pingo de graça em Shawn, não gostava de suas músicas. Lucas fez um escândalo quando falei isso, mas não me importo, opinião é igual a bunda, cada um tem a sua, no sentido literal. Nós dois fomos para a nossa segunda aula, a minha era de inglês. A professora de inglês era legalzinha, nada comparado ao professor William, mas legal.
No fim do dia me encontrei com Lucas e Alice, eles moravam perto da minha casa e me deram uma carona. Fomos conversando sobre vários assuntos, inclusive Shawn Mendes.
-Eu também não gosto dele, acho que ele é um pouco forçado.- Alice falou com toda a razão, ele não canta...normal, ele canta forçado, como se isso fosse uma obrigação é não uma vontade dele.
- Vocês são completamente loucas. Ele é um gato.
-Beleza não é qualidade, Lucas.- Quando eu disse isso, Alice tirou uma mão do volante e a esticou para trás para que eu desse soquinho na mesma.
- De vez em quando, beleza é qualidade sim.-Lucas. Depois de nossa pequena 'discussão', paramos de falar do cantor e voltamos para a estaca de assuntos aleatórios.
- May, você já está pronta?- Minha mãe, Alana. Minha família iria jantar fora. Eu estava apenas penteando meu cabelo quando dona Lana perguntou se eu já terminei - Você está linda.
- São seus olhos, mãe.- Passei batom e peguei minha bolsa- Vamos?
-Vamos.
-É um restaurante mexicano, mamãe.- Deborah falou sorrindo. Minha irmã adorava tudo o que envolvia música, cor, dança e comida, e restaurantes mexicanos tinham tudo isso.- Pede um beilute, quero beilute mamãe.- O papai chamou o garçom e pediu as bebidas e o jantar. Beirutes e tacos.
- Como foi o primeiro dia de universidade, filha?- Pai.
-Foi bom pai, conheci duas pessoas ótimas e o meu professor de história é incrível.
-Que bom!- Meus pais sorriram. Eles eram muito presentes na nossa vida. A comida chegou um tempo depois e a Deborah se lambuzou todinha com o beirute.
Quando estávamos subindo o elevador, meu celular vibra. Mensagem.
Alice: Oi May, eu e Lucas estamos em uma festa aqui em uma das casas da universidade, vou te mandar o endereço, não aceito não como resposta.
Eu estou um pouco cansada, mas não custa nada se divertir um pouco.
- Mãe, pai, eu posso ir a uma festa em uma das casas da universidade? Minha amiga acabou de me chamar.
-Claro filha, leva o carro.- Meu pai jogou a chave para mim e eu a peguei no ar. Apertei o botão do estacionamento.
Peguei o carro e segui na direção do endereço que a Alice me mandou. Foi difícil achar uma vaga, mas consegui.
A casa estava cheia e na entrada já dava para ver as pessoas dançando coladas uma na outra e se agarrando, praticamente se comendo.
-Hey May.- Lucas e Alice acenaram. Eles estão sentados com mais duas pessoas, um menino e uma menina um pouco mais velhos que a gente.- Esses são Gina e Ed.
-Prazer.
Nós cinco ficamos conversando. Eles me ofereceram bebida só que eu não aceitei, por não beber. Depois de um tempo decidimos ir dançar.
Eu e Alice estávamos descendo até o chão com as costas coladas em uma rodinha de pessoas batendo palmas e rindo histericamente.
Virei de frente para Alice e continuei a rebolar quando senti duas mãos na minha cintura, me virei e me deparei com um homem alto e com certeza bem mais velho do que eu.
Tirei com brutalidade suas mãos de minha cintura e dei uma joelhada no seu pinto.
-Isso é para você respeitar e não tocar em alguém, quando essa pessoa não dá permissão.
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