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História Grand Canyon - .o garoto do boné


Escrita por: tchenio

Notas do Autor


antes de tudo, gostaria de agradecer a sara PORQUE ELA FEZ ESSA CAPA XEROSA QUANDO EU ESTAVA EM CRISE.
OBRIGADA, SARA, SUA LINDA.SZSZSZ
eu peguei esse plot de um instagram que ajuda as pessoas quando elas estão necessitando de plots. vou deixar o link abaixo caso necessitem.
agradeço ao meu clã também.
porque amo ele. só isso mesmo.

Capítulo 1 - .o garoto do boné


Fanfic / Fanfiction Grand Canyon - .o garoto do boné

Olhando em volta, Heejin sentia-se extremamente fora de órbita. Muita fumaça, luzes de um lado para o outro, a massa dançante, os cheiros de bebida, cigarro, suor e perfume, a música alta. Tudo fazia com que seu estômago embrulhasse, somando a ansiedade de ter sido abandonada por Minghao no meio daquele buraco que chamavam de boate. 

O lugar era espaçoso, sendo somente um andar, com camarotes separados da pista por barras, dando assim a completa visão de seus bancos estofados e os baldes de bebida com gelo. A luz negra fazia as pessoas de branco se ressaltarem, juntamente com as maquiagens em néon. Haviam alguns copos que também brilhavam contra essa luz. Minghao devia ter pegado um desses. 

O bar era bem perto da saída dos fundos, tanto que Heejin conseguia ver perfeitamente as portas duplas negras pelos espaços vazios entre as garrafas de vidro colocadas nas prateleiras abarrotadas de bebidas. A garota já havia mirado muitas vezes aquele ponto, querendo sair dali o mais rápido possível, porém tendo de ficar onde estava graças a promessa que tinha feito para um certo chinês.  

A outra saída encontrava-se bem distante do bar, escondida por um mar de corpos em sincronia com a música eletrônica. 

Voltando-se para seu copo, a castanha, que fazia 20 anos naquele dia, se inclinou para checar se algum bartender estava por perto, chamando um assim que a camiseta preta dos funcionários surgiu em seu campo de visão. 

Ela não tinha escolhido o que iria beber e não estava com vontade alguma de provar o que seu amigo tinha optado. A coloração rosa choque, que era mais um ponto brilhante dentro da boate, com um guarda chuva laranja não a agradava em nada, a fazendo desejar somente um copo de plástico com refrigerante. 

Heejin não estava nem um pouco pronta para uma vida de adulta. 

– Ei, moço! – abanou, não conseguindo chamar a atenção do bartender, mesmo que estivesse quase dentro do bar. 

O bartender, um homem alto que parecia estar nos 20 anos – como a própria Heejin –, de cabelos pretos, a olhou, pedindo para a menor esperar com um sinal. Ele saiu do bar, correndo para algum canto fora do campo de visão dela. Rapidamente, a de cabelos castanhos se moveu para atrás, tentando enxergar aonde o outro tinha ido e notando que havia uma multidão para onde o desconhecido havia desaparecido. 

– O que aconteceu? – murmurou para si mesma, levantando com a intenção de ver melhor, porém muitas pessoas andavam até, discutindo alto o suficiente para se sobressaírem além da música. Ou a música tinha diminuído o volume, Heejin perdeu de leve os sentidos quando o prédio começou a balançar, os gritos inundando seus ouvidos, que cobriu em busca de protege-los daquele castigo, ao mesmo tempo que encolhia-se no chão e se refugiava do lado dos bancos giratórios onde antes estava sentada. 

O coração de alguém. Alguém ficou com o coração quebrado. 

Fechando os olhos, Heejin encostou a cabeça sobre o balcão, querendo sumir. Achava muito estúpido a pessoa responsável pelo fora. Por que fazer isso em um lugar público? Não sabia das consequências? Não sabia que estaria botando tantas pessoas em perigo? Ainda mais que, pelos tremores, a outra pessoa deveria estar muito apaixonada. O encanto tinha sido quebrado e agora o prédio dava a impressão de que iria desabar sobre todos. 

Mais gritos que os dedos pressionados sobre os ouvidos não puderam impedir de entrar. Heejin choramingou, desejando que o teto caísse logo e a esmagasse. Não achava que sua vida dali para frente iria melhorar, afinal, ela mesma teve seu coração partido no dia anterior, deixando uma bela abertura no seu quintal, que ia desde a porta traseira de sua casa, se indo por 2 metros, até chegar na cerca que separava sua propriedade e a do vizinho. 

Rezou para Minghao sair daquele local antes do desastre, rezou para que seu irmão ficasse bem, que ele passasse na faculdade sem maiores dificuldades, que seus pais não ficassem tanto tempo de luto, para que pessoas idiotas não fossem em seu funeral e que seu gato... 

Antes que Heejin desejasse que Wonwoo cuidasse bem do gato, uma mão fechou-se em torno de seu pulso, o puxando e libertando seus ouvidos para a cacofonia que preenchia a boate em pânico. Confusa, abriu os olhos, deparando-se com um garoto alto, camiseta branca, jaqueta preta e calças jeans, a aba do boné a impedindo de ver o rosto dele enquanto era arrastada. 

Tropeçando nos próprios pés, Heejin se levantou, tentando acompanhar o estranho, que virou-se, passando a correr na direção da saída, onde muitos outros também iam, fato que tornava a fuga ainda mais difícil. 

A garota estava muito confusa, sem conseguir equilíbrio o suficiente graças aos tremores. Atrás de si, ouviu o rasgo sendo aberto no chão, destruindo as estruturas da boate e ameaçando engolir todos ali presentes. 

– Os fundos! – Heejin berrou, apoiando-se em uma das mesas quando um grupo de garotas passou pelos dois, quase os derrubando. 

O garoto virou-se, esticando o pescoço para ver a porta de saída, sinalizada por uma placa de luz néon na cor verde. Ninguém ia para lá, mas estava muito perto do casal responsável pelo desastre. Heejin virou-se. 

Com o tumulto dispersado, a castanha conseguiu ver a silhueta de um homem ajoelhado no chão, as mãos no coração, o apertando como se isso fosse suficiente para parar tudo o que estava acontecendo. A mulher, provavelmente a culpada, olhava desesperadamente para todos os lados acima deles, preocupada com um possível desabamento. Ela gritava, pedindo para saírem dalir ao mesmo tempo que tentava puxar o homem, mas este não ousava se mexer. Heejin sabia que ele chorava, mesmo estando distante. 

– Atrás do bar! – voltou-se para o de boné quando este gritou. – Não vamos chegar a tempo! O teto já vai ter desabado! – a aba ainda estava abaixada, mas Heejin conseguiu ver os lábios levemente cheios, assim como seu nariz de ponta empinada. A voz dele era grossa. 

– Tem muita gente na saída principal, não vamos conseguir passar por tudo aquilo! – a castanha exclamou de volta, tropeçando novamente. Poeira caiu do teto, um aviso para se apressarem. 

Bufando, o outro correu para onde Heejin citou, empurrando mesas e desviando de pessoas desesperadas de forma bem ágil. Ao chegarem no bar, pulou o balcão, esticando as mãos para ela. O teto fazia barulhos que indicavam sua instabilidade. Heejin apoiou as mãos nos ombros do outro, pulando quando sentiu o impulso para cima em sua cintura. Passou pelo balcão, por pouco não derrubando os copos ali dispostos. 

Ambos correram até a porta dupla, onde ele puxou os pinos que trancavam a parte de cima e Heejin puxava os debaixo, as empurrando em seguida. 

O vento frio da noite de inverno cortou o ar abafado de dentro da boate, alguns pingos de chuva caindo no rosto da dupla que saía do prédio o mais rápido que conseguiam, as primeiras pedras do teto começando a cair no interior. 

As pernas de Heejin só pararam de correr quando estava do outro lado da rua, a tempo de ver mais jovens saindo antes que o letreiro caísse juntamente com o restante do prédio. O estranho parou ao seu lado, tirando o boné da cabeça e apoiando as mãos nos joelhos para recuperar o fôlego. Ele tinha cabelos negros. 

O coração da garota bombeava o sangue rapidamente, a deixando tonta por um segundo, seu pulmão clamando por ar e seu cérebro confuso. Embaixo de seus olhos, uma luz vermelha de alerta piscava perigo. 

Se não fosse pelo estranho de boné, Heejin teria sido esmagada perto do bar. 

Engoliu em seco, lembrando-se do casal. Observando os arredores, não os encontrou. Pessoas não tinham conseguido escapar e isso estava óbvio pelo modo que alguns gritavam e choravam, tentando correr até o prédio, mas sendo impedidos por amigos que também tinham o rosto encharcado de lágrimas. Seus ouvidos só tinham se aberto naquele momento, uma vez que a adrenalina era tanta ao ponto de ter se tornado surda aos sons externos, deixando somente o interno de seu coração batendo em uma velocidade nada saúdavel. 

Agora, a realidade estava começando a ser presente. Heejin sentiu vontade de chorar pensando nas mortes e começando a procurar por Minghao desesperadamente. Não queria acreditar que seu amigo estava presente nos escombros para ser achado na manhã seguinte pelo corpo de bombeiros. 

– THE8! – berrou, empurrando os vultos, olhando cada rosto distorcido em luto, girando a cabeça sem parar. 

– EI! – a voz que tinha a acompanhado naquele terror parecia muito longe, mas seu dono estava na frente da confusa Heejin, que olhou para cima com o cenho franzido. O boné ocupava sua cabeça novamente. 

– Meu amigo... – murmurou, tentando soltar das mãos que a seguravam pelos braços, voltando a varrer as expressões em busca daquela familiar que sempre esteve ali por ela. – Ele não pode ter ficado lá! – gritou, chorando enfim, as mãos em concha envolvendo sua boca para disfarçar os soluços. 

– Não vai achar seu amigo desse jeito! – o estranho a sacudiu forte o suficiente para fazê-la acordar de seu torpor. Heejin engoliu em seco, olhando para ele. 

Os gritos estavam fazendo surgir uma dor de cabeça na castanha, que pensava apenas em achar Minghao e voltar para casa. Seus pensamentos eram uma prece para ele estar bem, repetindo que o chinês continuava respirando e a procurava do mesmo modo. Novamente, estava se desligando do mundo e ignorando os sons que ele fazia, caindo em um buraco de paz. Um pequeno e frágil refúgio. 

– Seu celular. – o estranho estalou os dedos na sua frente. – Tem celular? – ela assentiu. – Perdeu na corrida? – negou. Suspirando, o de boné a levou para fora do bolo de gente desesperada, a sentando no meio fio quando os primeiros carros da polícia começavam a chegar, acompanhado dos bombeiros e das ambulâncias. – Liga para o seu amigo. 

Heejin estava muito trêmula ao pegar o aparelho, errando a senha três vezes. Sentia-se inúti, como se tivesse voltado aos seus 14 anos de idade quando não sabia de nada do mundo. 

– Quer que eu chame? – mal tinha terminado de perguntar, Heejin acenava positivamente, entregando o celular para o outro. – Nome do contato? 

– T h e 8. – soletrou com dificuldade, virando-se para checar as pessoas alvoroçadas sendo amparadas pelos enfermeiros enquanto outros mais calmos eram entrevistados pelos policiais. Ao voltar, o de boné tinha o celular colado na orelha enquanto a encarava. Agora ela conseguia ver os olhos dele. Eram castanhos. 

Heejin respirou fundo, juntando as mãos nos joelhos e pensando em coisas positivas, mas os pensamentos de que haviam cadáveres do outro lado da rua predominavam em sua mente, a deixando com um horrível aperto no coração ainda machucado. Sua rachadura em casa devia estar piorando. 

– Qual seu nome? – perguntou o de boné. 

– H-Heejin. – gaguejou, passando os dedos nervosos sobre os cachos castanhos. Estavam suados, a deixando com a pele pegajosa. – Você é... 

– Mingyu. – ele deu um sorriso de canto, abaixando a cabeça quando alguém atendeu do outro da linha. Mesmo da onde estava Heejin conseguiu ouvir os berros de Minghao, a fazendo suspirar de alívio e começar a chorar de felicidade. 

Estendeu a mão rapidamente para pegar o celular de volta, recebendo seu aparelho na mesma hora. Colou a tela no ouvido e gritou pelo nome do chinês. 

– TÁ VIVA! – Minghao gritou. – Jinnie! Onde você tá?! – berrava acima da confusão no fundo. 

Olhou em volta, tentando achar um ponto de referência que pudesse ajudar o amigo a acha-la, enfim vendo que uma das ambulâncias estava perto. Avisou o que estava vendo e não demorou mais do que dois minutos para a figura de Minghao aparecer, os braços estendidos para envolver Heejin, que não teve tempo de levantar para retribuir o abraço, por pouco não sendo jogada na calçada. 

– Meu Deus, Heejin, o susto que você me deu! Você tinha razão, ok? Hoje em dia até badalar ficou perigoso! Essa gente sem senso fica dando fora em lugar público! Idiota do caralho! – Minghao balançava Heejin nos braços, indo e voltando como se fosse uma cadeira de balanço. Mingyu riu com a cena, levantando-se. Heejin o olhou com os olhos brilhando, tanto de felicidade quanto pelas lágrimas, retribuindo o abraço do amigo de modo desajeitado. 

– Ei, cara, calma. A garota morreu lá dentro tentando tirar ela e o cara que ela deu o fora. – Mingyu comentou, chamando a atenção de Minghao, que o olhou com uma expressão confusa. Não tinha percebido a presença do estranho, uma vez que estava muito mais preocupado com sua amiga de infância, se desligando dos arredores. Em momentos de pânico, focamos em uma única coisa e esquecemos das outras. Sempre assim. – Ela devia ter pensado que em público, o cara evitaria dar um chilique e abrir uma fenda. 

– Não controlamos isso. – Heejin franziu o cenho. – Como ela pôde considerar esse tipo de suposição e ainda testar? 

– Talvez ela nunca tenha tido o coração partido. – o de boné deu de ombros. – De qualquer forma, ela aprendeu de um péssimo jeito que estamos diretamente ligados com a Terra e que não escolhemos quão grande a fenda vai ser ou quando vai abrir. 

– E isso acabou na morte de tanta gente inocente... – Heejin desviou o olhar para os escombros, querendo chorar novamente. Tinha tido sorte de Mingyu ter decidido ajuda-la, coisa que muitos não fizeram. Todos só se preocuparam com a própria pele e quantos não tinham sido esmagados por essa falta de ajuda? – Obrigada. – mirou Mingyu, sorrindo de canto. 

– Você tirou ela de lá? – Minghao indagou surpreso, encarando o desconhecido com os olhos esbugalhados. Mingyu assentiu, ficando igualmente desconcertado quando o chinês se pôs de pé, estendendo uma mão para ele apertar. – Jeon Heejin é praticamente minha irmã mais nova e prometi cuidar dela, não importa o que acontecesse. Hoje falhei com isso porque esse arrastão todo me levou para fora da boate antes que eu achasse ela, mas você a salvou. Obrigado. – Heejin quase riu com toda a postura do amigo, mas sentia-se impossibilitada de expressar esse som de felicidade em um momento como aquele. 

Mingyu riu de leve e apertou a mão de Minghao. 

– Na verdade, eu que devia agradecer ela. – o de boné focou a castanha. – A gente ia pelo lado errado quando ela falou da saída dos fundos. – sorriu. – Obrigado. – Heejin devolveu o gesto. 

Minghao ficou feliz de ver que a amiga não estava tão detonada. Sabia quão sentimental a Jeon conseguia ser e que, provavelmente, a fenda no quintal dela deveria estar maior pós esse acontecimento. Lembrando que deveria leva-la para casa, apertou mais uma vez a mão de Mingyu, agradecendo uma segunda vez. 

– Wonwoo vai me matar quando souber desse acidente. – o chinês suspirou, olhando em volta para todas as pessoas que ainda choravam e berravam pelos amigos soterrados pelo teto do prédio. Sorriu ao pensar que Heejin não estava lá embaixo. 

Heejin levantou-se, espanando a poeira presentes em sua saia preta. Seu olhar encontrou-se com o de Mingyu e a garota sorriu de leve. Minghao avisou que iria pegar o carro ao mesmo tempo que checava os bolsos em busca da chave. Por um breve instante, ele pareceu assustado com a possibilidade de ter perdido na confusão, mas com uma batida no bolso da calça, o objeto tilintou, o deixando aliviado. 

Após sumir, Heejin abraçou-se para espantar o súbito frio que a açoitou. Estava começando a chover. Tinha sentido os pingos quando saiu da boate, mas agora estavam mais fortes, a atingindo nos ossos e piorando para que o calor a abandonasse naqueles trajes. Cropped e saia, combinações que Heejin podia até usar no dia-a-dia, mas que a fizeram se sentir exposta demais ao sair de casa para ir naquele lugar. 

– Obrigada de novo. Acho que não pegaria bem morrer no dia do seu aniversário. – brincou sem muito humor, observando dois policiais conversarem sobre a fenda ter sido bem profunda. 

– Seu aniversário? – Mingyu perguntou, seguindo o olhar da garota. Ela assentiu, alheia, logo piscando por uns segundos e pigarreando em seguida. – Feliz aniversário. – Heejin levantou as sobrancelhas, levemente surpresa, virando-se para ele. Sorriu em agradecimento. – Quantos anos? – o sorriso murchou de leve. 

– Vinte anos, mas ainda me sinto como uma garotinha que acabou de descobrir que o Papai Noel não é real. – respirou fundo. 

Mingyu pareceu ficar sem jeito depois de ver que Heejin estava chateada por já ter se tornado adulta. E justamente nesse dia, ela quase morre em uma boate graças a um erro de outra pessoa. Imaginando-se nessa situação, Mingyu não sabia bem como poderia ajuda-la. Muita coisa tinha abalado o emocional da garota e isso era óbvio, mas ela estava séria e até sorria de canto, como se lembrasse de uma piada só dela. 

– É normal se sentir assim. – comentou Mingyu, ele próprio já com 20 anos, lembrando-se do que tinha feito no ano passado ao entrar na maioridade. Tirou carteira de motorista, bebeu ao ponto de acabar vomitando no apartamento de seu amigo e muitas outras bobagens que arrependeu-se depois. Evitava essas memórias, mas talvez a garota ao seu lado precisasse ouvi-las para sentir-se melhor. – Quando fiz vinte, fiz tanta estupidez. É melhor manter essa parte de você, em vez de tentar se tornar adulto da noite para o dia. – soprou uma risada. – Tendo experiência própria, posso dizer que não é bom. – sorriu para ela. – Só se sinta velha com os seus 80 anos de idade, sim? – piscou um olho, enfim vendo Heejin com um sorriso aberto e verdadeiro. 

Notou que as mãos pálidas da castanha iam de cima para baixo nos braços, na intenção de mantê-los aquecidos. Nisso, tirou seu casaco, lembrando-se dos filmes antigos, dando a peça para Heejin, que também pareceu recuperar a mesma memória ao aceitar a gentileza de bom grado. 

– Obrigada. – soltou uma risada, encolhendo-se embaixo da jaqueta e suspirando quando o calor começou a voltar. – Estou muito endividada com você, Mingyu. 

– Não precisa retribuir. – ele riu, cruzando os braços. Heejin fixou os olhos nos pelos dele, esperando vê-los se arrepiar com o frio, porém Mingyu parecia bem alheio a baixa temperatura. 

– Não consigo assimilar que tem gente morta do outro lado rua. – ela sussurrou depois de algum tempo em silêncio. Olhou para o de boné. – Como consegue estar tão calmo? 

Mingyu deu de ombros. 

– Não sei. – devolveu o olhar. – Acho que por dentro estou tão assustado, que assim como você disse, não consigo assimilar. – engoliu em seco. – Talvez eu chegue em casa e tenha uma crise. – rugas surgiram em sua testa. – Não sei. 

Mais silêncio se seguiu enquanto ambos continuavam observando o movimento, pessoas indo embora, outras entrando nas ambulâncias, os bombeiros vasculhando os escombros... 

E enfim o carro de Minghao estacionou na frente da dupla, que se assustou de leve, Mingyu subindo na calçada para os pneus não passarem em cima de seus pés. 

– Wonwoo tá me lotando de mensagem, Jinnie. – o chinês deu um sorriso sem graça, acenando para Mingyu. – Carona?  

O de boné negou. 

– Tenho meu carro, mas obrigado. – olhou para Heejin, que sorriu sem mostrar os dentes, tirando a jaqueta e a estendendo. – Pode ficar. Posso usar como desculpa para te ver de novo. – brincou. 

Heejin riu, aproveitando que o celular ainda estava em sua mão para estende-lo para Mingyu. Minghao observou sem falar nada enquanto o de boné colocava o número no celular da amiga, apenas com um sorriso no rosto que já demonstrava sua felicidade por Heejin não estar se lamuriando por Hansol. 

Recuperado o aparelho, Heejin deu um leve abraço em Mingyu, tentando demonstrar sua gratidão mais uma vez, logo correndo para entrar no banco do carona. 

O carro partiu, deixando a cena de tristeza que era a existência de mais uma fenda na cidade, porém com um ponto positivo de que Heejin logo poderia fechar a que já tinha em casa.


Notas Finais


AVISO: não esperem um final feliz levando em conta o nome da fic, pessoal. :) alerta de lágrimas.


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