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História Grande Demais - Primeiro Porre


Escrita por: moonhwa

Notas do Autor


Finalmente deu tempo de atualizar! *coro de anjos cantando aleluia*
Uma atualização nem tão tranquila, mas a história tomaria esse rumo de uma forma ou de outra, vocês precisam concordar comigo... e também precisam concordar que sem esse rumo eu não estaria sendo verdadeira com a realidade que todos conhecemos... colegial é um ambiente cruel e traumatizante.
Mas a vida e as pessoas que amamos compensam.

Boa leitura.

Capítulo 5 - Primeiro Porre


- Hm... Baek... valeu por aceitar vir comigo... Eu realmente não queria vir sozinho e sei como você não curte muito socializar...

Baekhyun caminhava ao lado de Sehun por uma das clássicas ruas estreitas de Seul, naquela hora parcialmente deserta, ambos em silêncio até aquele momento. Já haviam alcançado a rua da casa de Kim Jongdae, anfitrião daquela noite, depois de percorrer algumas quadras após descerem na estação de metrô mais próxima do destino. O menor apertou a jaqueta estilo varsity no corpo – ele até que era fashion quando queria – e empurrou a armação dos óculos para cima do nariz ao encarar o amigo de baixo.

- Qual o problema de vir sozinho? Não é como se você não falasse com ninguém da escola... – Baekhyun franziu o cenho, genuinamente curioso.

- Bem, é que... Jieun vai estar aqui... e... somos amigos de qualquer forma... imaginei que seria legal virmos juntos... além de que você conhece ela como eu conheço... pode me ajudar...

- Jieun? Você tá afim da Jieun e só me diz agora?

Lee Jieun, a doce e delicada assistente do laboratório de Física que dividia as tardes com os dois era, pelo visto, o alvo amoroso de Oh Sehun e Baekhyun não poderia estar menos surpreso. Sempre soube que Sehun era heterossexual, e não pelo fato de nunca ter dado em cima dele mas sim porque simplesmente parecia ser. Simples assim. Baekhyun não se impressionou, na verdade sorriu de canto para o amigo e lhe empurrou a lateral do corpo com o próprio ombro.

- É... ninguém sabe... só você. Não quero agir como um panaca e estragar o clima maneiro que existe entre a gente... – Sehun coçou a nuca, demonstrando um real nervosismo.

- Puxe assunto com ela hoje e veja se ela demonstra algum interesse. Se ela demonstrar, avance... se não, é melhor ficar na sua. Não seria agradável forçar nada.

- É, eu estava pensando exatamente nisso. Achei que iria me dar conselhos mais úteis.

- Ei! – Baekhyun o empurrou de verdade agora, usando as duas mãos. Ambos riram e a conversa se dissipou após o celular de Baekhyun vibrar e o som de uma mensagem de texto tomar conta da calçada.

 

Grandão (23:34)

Boa festa! Se divirta com Sehun. Jongin vai estar por aí, se ver ele acene por mim. Um de nós precisava nos representar, afinal somos “jogadores populares”. Blergh.

 

Baekhyun sorriu de canto, as bochechas corando levemente. Ainda não estava acostumado a trocar mensagens com Chanyeol e aquilo era muito “namorados”. Seu estômago ardia a cada nova mensagem do jogador. E os apelidos bregas, é claro, eram essenciais. Baekhyun os amava e se sentia confortável usando eles. Apesar de ter a plena consciência de que se alguém visse aquilo vomitaria.

 

Pequeninho (23:35)

Queria que estivesse aqui comigo. Chato.

 

Costumava ser bem direto, e tinha a leve impressão de que Chanyeol amava isso.

 

Grandão (23:35)

Você não enjoa de mim? Precisa dar um tempo às vezes, eu posso ser sufocante. Ora, vamos... vai ser divertido sem mim. Sehun é parecido com você.

 

Pequeninho (23:36)

Quero que você me sufoque até eu perder a consciência.

 

Grandão (23:37)

Tudo bem, câmbio. Chega de papo. Você é doido e não quero alimentar sua loucura.

 

Pequeninho (23:37)

Idiota. Foi no bom sentido. Câmbio.

 

Pequeninho (23:38)

Ainda quero que me sufoque.

 

Grandão (23:38)

É claro que quer. Posso sufocar você de beijos amanhã. Mas agora... FESTA para você. Tchau.

 

Baekhyun bufou e bloqueou o celular. Não era burro, conseguia perceber o que o namorado estava fazendo. É claro que Chanyeol estava tentando dar um espaço para que Baekhyun socializasse e fizesse novos amigos. O pequeno havia contado ao jogador seus problemas de solidão e ambos sabiam que apenas Chanyeol não iria ser capaz de compensar aquela ausência. Afinal, o que seria de Baekhyun quando Chanyeol não estivesse por perto? Precisava criar mais laços. E era exatamente o que estava fazendo com Sehun naquele momento.

- Estou pensando em beber um pouco hoje – Baekhyun comentou sem compromisso, agora já haviam alcançado a casa estreita e iluminada de Kim Jongdae. As escadarias depois dos altos muros já estavam ocupadas por alguns adolescentes e a porta da frente estava aberta. Naquelas situações Baekhyun se perguntava onde estaria o resto da família do garoto para permitir uma invasão daquelas.

- Você não costuma beber, não é? Lembro que comentou algo comigo – Sehun respondeu, cumprimentando com a cabeça alguns dos estudantes enquanto Baekhyun, ao seu lado, encolhia-se em sua insignificância. Recebeu alguns olhares confusos depois de passarem pelo portão e subirem os degraus para chegar na pequena varanda.

- Nunca bebi, na verdade – O pequeno confessou, mordendo o lábio inferior. Sehun tomou a iniciativa de entrar na casa, já que a porta estava aberta, e a música alta e o cheiro forte de maconha invadiu a realidade dos dois.

- Tem certeza que quer fazer isso em uma festa da escola? Eu deixaria para perder essa virgindade em casa, com amigos. Ou sozinho mesmo. Aqui tem muita gente... – O mais alto agora precisava se abaixar para falar perto do ouvido do menor.

- Sou jovem, Sehun... acho que... preciso me enturmar... entende? – Baekhyun gaguejou de volta, apreensivo, olhando para os lados e já percebendo o quão desconfortável seria receber aquelas fuziladas curiosas de gente que ele nem lembrava o nome.

- Entendo... beba cerveja, então, Baek. Demora mais pra ficar bêbado e assim você não toma um porre e passa mal. – Sehun sugeriu, sorrindo de canto e cruzando os braços. Agora estavam parados no hall de entrada tumultuado, próximos de uma parede segura.

- Tudo bem, cerveja então – Baekhyun concordou, sorrindo de volta e também cruzando os braços. Sehun parecia tão encaixado ali, enquanto ele próprio era um peixe fora d’água. Por um momento quis ser Oh Sehun, descolado, alto, atraente e decidido. Não um garoto baixinho, magro, indeciso e inseguro. Teve quase certeza que fez um bico ao comparar-se com Sehun em sua mente.

- Baek!

Uma voz familiar pronunciando seu nome o fez arregalar os olhos e acompanhar o som com o corpo. Sehun fez o mesmo, franzindo o cenho. Era Jongin, o melhor amigo do seu namorado. Baekhyun abriu um sorriso simpático e um tanto aliviado, sentindo Jongin logo em seguida apertar carinhosamente seu ombro.

Estava se sentindo bem melhor agora. Por algum motivo estranho, ter Jongin por perto era como estar indiretamente ligado a Chanyeol e isso o deixava mais relaxado. Não era mais como se estivesse jogado no meio de um monte de gente desconhecida que lhe franzia o nariz, apesar de ser exatamente onde estivesse.

- Chegaram agora? – Jongin perguntou, agora falando com Sehun também. Os dois concordaram com a cabeça e então Baekhyun notou uma garrafa de cerveja quase cheia nas mãos do jogador.

- Jongin-ah... – Baekhyun murmurou, abrindo um sorriso de canto e lançando um olhar engraçado para o jogador, que o devolveu estreitando os próprios. Se Baekhyun olhasse daquele mesmo jeito para Chanyeol sabia que iria conseguir o que quisesse. Não custava tentar com o melhor amigo, eles não podiam ser tão diferentes assim.

- O que houve? – Jongin murmurou de volta, desconfiado. Sehun observava o menor sem entender. E era assim que um nanico desorientava dois gigantes.

- Me dá essa cerveja? – O pequeno apertou um lábio contra o outro timidamente, fazendo as bochechas incharem. Jongin imediatamente negou com a cabeça.

- Não, Chanyeol me falou que você não costuma beber – O jogador afastou a garrafa para o lado mais longe possível. Baekhyun suspirou, rolando os olhos.

- Ele nunca bebeu antes – Sehun completou, recebendo um olhar de ódio do menor. – Que foi? É verdade, estou fazendo isso para o seu bem...

- Baek... – Jongin começou, e foi a vez dele receber o olhar entediado de Baekhyun. O pequeno era como uma criança pidona no meio de dois adultos. – Não sei se é uma boa ideia você beber... ainda mais sem o Chanyeol...

- Por que você fica falando do Chanyeol? Park Chanyeol? Seu amigo jogador? O que temos a ver com ele?

Sehun não sabia. Sehun não sabia que Baekhyun namorava Chanyeol e ambos haviam esquecido. Estavam tendo uma conversa normal, como se o garoto soubesse, e nem perceberam. Baekhyun olhou nervoso para o jogador, que lhe devolveu o olhar confuso.

Porém, infelizmente, Sehun era esperto. Ou a situação não tinha mais volta, do jeito que Jongin se referiu a Chanyeol e os olhares que trocaram logo depois de perceberem a situação.

- Oh... Oh! Wow. – O olhar de Sehun se perdeu em um ponto indefinido do chão, como se estivesse relembrando de algo. – Vocês dois... nossa... nunca imaginaria...

- Por favor... Sehun... não... não fale nada – Baekhyun engoliu em seco, encarando o amigo de forma apreensiva.

- É claro que não, eu só... estou surpreso... não sabia que algo assim rolaria no colegial... quer dizer... tem que ser muito corajoso... – Sehun se defendeu, ainda muito confuso e surpreso.

- Ninguém sabe. Por favor. Fica entre a gente. Só Jongin sabe.

- Tudo bem, nem tenho para quem contar algo tão pessoal assim... e afinal, por que Chanyeol não veio?

- Não estava com vontade – Jongin deu de ombros, voltando sua atenção para o menor. – E é por isso que não acho que deva beber hoje. Por mais que estaremos aqui para observá-lo... Chanyeol o conhece melhor, e...

- Não vou esperar Chanyeol para fazer algo que estou com vontade – Baekhyun murmurou, reproduzindo seu melhor bico. Arrancou a garrafa de cerveja das mãos distraídas de Jongin e deu um grande gole, engasgando e tossindo logo em seguida. – É horrível.

Jongin e Sehun riram discretamente, trocando olhares cúmplices.

- É... das primeiras vezes não é tão bom. Enfim, você que sabe, Baek. Mas vai com calma, de verdade. Lembro do meu primeiro porre e não foi nada agradável.

Baekhyun concordou com a cabeça, dando mais alguns goles – agora menores. Sehun comentou algo sobre dar uma volta e procurar Jieun, deixando claro que estaria de volta logo. Os dois assentiram e foram deixados sozinhos no hall.

- Está com seus amigos do basquete, não? Pode ir lá com eles, eu estou bem aqui. A cerveja vai me manter ocupado – Baekhyun comentou, levantando a garrafa e sorrindo de canto.

- Estava, mas eles foram jogar algum jogo idiota. Fico com você, vamos para a sala de estar, tem uns sofás livres por lá – Jongin respondeu, sinalizando com a cabeça para Baekhyun o acompanhar. Atravessaram o primeiro andar da casa, era uma estrutura bem estreita, mas não havia tanta gente assim por ali, então estava tranquilo se movimentar.

Er verdade, a sala mal iluminada, seguida de portas de vidro que se abriam para um jardim, estava relativamente desocupada. Parecia que todos estavam ou no jardim fumando, ou na frente da casa, ou sabe-se lá sobre os outros andares.

- Jongin-ah... – Baekhyun murmurou, sentindo-se um tanto molenga e com uma vontade estranha de soltar algumas risadas. – Deu sono agora...

- Ah, você esta ficando bêbado só com uma garrafa? Caramba, esqueci mesmo que você nunca bebeu. Pare com os goles por um instante – Jongin, já sentado no sofá, se esticou e arrancou a garrafa das mãos de Baekhyun, que ainda estava em pé. O menor fechou os olhos e abriu um sorriso sem sentido, começando a se mover no ritmo da música. Era algum R&B lento e um tanto sensual. Ele tirou o celular do bolso e abriu a conversa que tinha com Chanyeol, entregando o aparelho para Jongin.

O jogador franziu o cenho, pegando e encarando a tela.

- Jongin-ah... quero seduzir Chanyeol... me filme e mande pra ele... – O pedido fez o jogador começar a rir, mas fez o que o menor pediu. Apontou a câmera para o pequeno, que se movia no ritmo da música, de forma até bastante máscula. Jongin engoliu em seco, não entendendo da onde havia surgido aquela persona máscula e sensual. Baekhyun costumava ser tímido e mais delicado, era o seu jeito e combinava com ele. O que estava acontecendo naquele momento era como Baekhyun ficava quando bebia?

Chanyeol iria adorar saber disso.

- Baek... se continuar assim vai atrair todas as garotas da festa – Jongin comentou, voltando a rir, ainda filmando o menor que agora mordia o lábio inferior de propósito e levantava a barra da blusa. – Sério, duas já olharam.

- Olharam porque devem achar que estou tentando seduzir você – Baekhyun murmurou, rindo sozinho e parando de atuar. – Puxa, estou envergonhando você? Me desculpe. Esqueci que as pessoas...

- Não me importo – Jongin murmurou, dando de ombros. Voltou sua atenção para o celular de Baekhyun, parecia tentar enviar o vídeo para o amigo e digitar algo logo em seguida. O menor o observou por um instante, a embriaguez dando espaço para a lucidez por um instante. Chanyeol e Jongin eram caras bem legais. Eram provavelmente os caras mais legais daquela escola. Não se importavam de passar vergonha na frente dos outros por causa de Baekhyun. Talvez Jongin soubesse o quanto ambos se gostassem e ver o amigo feliz o deixava feliz também.

- Enviou? – Baekhyun perguntou, jogando-se ao lado do jogador no sofá. Esticou o corpo para poder dar uma olhada na tela.

- Enviei... ele não visualizou ainda, deve ter pegado no sono. Já notou como ele pega no sono do nada? – Jongin perguntou, rindo e fazendo Baekhyun rir e concordar com a cabeça. – É um saco ver filme com ele. Não sei como você aguenta.

- Ele é lindo quando está dormindo – Baekhyun sussurrou, corando. A bebida novamente tomando conta de sua espontaneidade. – Gosto de olhar.

- Deus que me perdoe, o amor é cego mesmo – O jogador resmungou, recebendo um soco sem força no braço. Os dois riram por alguns segundos até ficarem em silêncio, se recuperando. – Você gosta dele mesmo, não gosta?

- Muito – Baekhyun concordou, deitando a cabeça no encosto do sofá e corando.

- Bonitinho – Jongin murmurou, devolvendo o celular para o menor.

- Quem?

-Você. E ele. Quer dizer, nunca acharia o Chanyeol bonitinho, isso é muito “eca”, mas você eu posso achar. Você e o namoro. Chanyeol não. – Jongin se explicou, corando um pouco.

- Ora, porque garotos héteros são tão sensíveis? E obrigado. – O menor rolou os olhos e depois sorriu de canto.

- Não sei, acho que é mais uma questão de orgulho amigável. Não se trata de orientação sexual. Chanyeol me maltrata, não merece meus elogios. – Apesar de parecer falar sério, o jogador sorria irônico.

- Aposto que vocês se maltratam o tempo inteiro.

- Faz parte da amizade. – Ele concordou, cruzando os braços.

- Então você gosta dele. – Baekhyun concluiu, inclinando a cabeça pensativo.

- Eu morreria por ele, é meu melhor amigo. Por isso que estou aqui fiscalizando seu primeiro porre. Se é que uma garrafa de cerveja pode ser considerada um porre. Acho que pra você sim.

Baekhyun separou os lábios, fingindo-se ofendido e ignorando a última parte da declaração.

- Então você não gosta de mim? Só está aqui comigo por causa do Chanyeol?

- Não! – Jongin o interrompeu rápido. - Claro que não, você... não entendeu. Quis dizer que é um dos motivos. Não faria isso por mais ninguém... acha que me importo se alguém dessa festa tomar um porre e passar mal? Não dou a mínima. Mas você é outra história. É tão precioso para Chanyeol que acabei absorvendo o cuidado por osmose. Vai ter que me aturar.

Baekhyun riu, o observando com certa ternura.

- Bom saber disso, eu acho... obrigado por se importar.

- E você é um cara legal, de qualquer forma. Talvez me importaria mesmo se não estivesse namorando meu melhor amigo.

- Ah, pare. Não precisa exagerar. – O pequeno rolou os olhos mais uma vez.

- É sério, Baekhyun. Você é divertido. Não passamos quase nenhum tempo juntos mas pelo que Chanyeol conta você é um ótimo amigo. Espero que agora que vocês estão namorando possam me chamar pra algum programa, é tão estranho não interagir com o namorado do meu melhor amigo...

- Vou chamar você da próxima vez. Podemos assistir filmes ou ir jogar boliche. Você tem alguma namorada? Pode levar ela se quiser...

- Não, não costumo namorar. Gosto de estar solteiro. Mas isso não quer dizer que eu não possa achar bonitinho o namoro de vocês dois...

- Claro. Você tem todo o direito. Inclusive pode nos elogiar quando quiser. – Baekhyun completou, sorrindo irônico. As narinas de Jongin inflaram e ele estreitou os olhos para o baixinho.

- Essa folga toda é porque você está bêbado ou estamos ficando mais íntimos?

- Provavelmente os dois...

A conversa um tanto emocional foi interrompida por assovios altos invadindo a sala de estar. Eram os caras do time de basquete e mais uma galera popular que andava com eles, ou seja, a galera do Jongin e do Chanyeol. Yohan, um dos jogadores mais maldosos e machistas – Baekhyun infelizmente acabava por conhecer a reputação de todos – levantou as sobrancelhas e se aproximou dos dois no sofá. O grupo começou a se instalar na sala, nos lugares livres, e também encaravam.

- O que temos aqui? – Yohan vociferou, os olhos famintos percorrendo a posição inclinada de Baekhyun na direção de Jongin. – O melequinha está tentando fazer amiguinhos populares? Foi depois que o Chanyeol te juntou do chão, foi? Achou que ele fez aquilo porque queria ser seu amiguinho? Tava era com pena...

- Yohan, quer parar? Deixa a gente em paz – Jongin pediu, sentando melhor no sofá e se enrijecendo de raiva. Baekhyun, apesar de bêbado, podia notar que a situação estava bem humilhante e constrangedora para ele. Acabou ficando quieto.

- Que merda é essa? Sério que você tá com pena do melequinha também? Você e Chanyeol dariam uma bela dupla de ativistas humanitários...

- Yohan... não seja tão cruel assim... olha pra ele... – Jihae, a líder de torcida que Baekhyun lembrava ter rido dele e o chamado de “porquinha” no dia do acidente com a bandeja de comida, sentou do seu outro lado e o encarou com um sorriso enviesado. – Quer que a gente arrume uma namoradinha pra você, meleca? Deve ser difícil... a gente te ajuda a perder a virgindade hoje. Que tal?

- Jihae, dá licença? Ele não fez nada pra vocês – Jongin praticamente se inclinou por cima de Baekhyun, que estava encolhido quase se enfiando no estofado. – Por que não voltam pra onde estavam?

- Para de ser empata foda, Jongin. O garoto precisa perder o cabaço e você tá atrapalhando! – Jihae contestou, ficando igualmente séria. – Essa sua mania de ser pacífico sempre estraga as brincadeiras.

- Acha que a vida sexual do Baekhyun é brincadeira? – Jongin perguntou de volta. Baekhyun estava quase levantando e saindo correndo. Não queria que Jongin o defendesse, não queria que o jogador ficasse mal falado por causa dele. Só queria voltar para sua insignificância, só isso. Na verdade, nem deveria ter se atrevido a ficar com Jongin naquela festa.

- Claro que não – Jihae negou, forçando uma expressão falsa no rosto, as sobrancelhas levantadas e a boca aberta em choque. – Como pode pensar isso de mim? Só queremos ajudá-lo... Ele não pode morrer virgem e sem namorada... quer dizer, sozinho ele não vai conseguir nada... cá entre nós...

- Cala essa boca, Jihae... Sinceramente... sai daqui, leva todo mundo com você...

- Você não pode me expulsar da sala, é a sala do Jongdae. Não sua. E também não pode me impedir de ajudar o Baekhyunzinho... eu só quero o bem dele... cada vez que o vejo me dá uma pena... sempre sozinho, e com esse jeito todo estranho nunca vai transar com ninguém se depender só dele...

Era como se Baekhyun não estivesse ali no meio dos dois, ouvindo tudo. A sala inteira acompanhava a conversa, que não era abafada pela música ambiente. Era mais do que humilhante, era o fim dos tempos.

Talvez tivesse sido o álcool, aquela substância desconhecida que havia invadido o seu corpo pela primeira vez em dezesseis anos. Uma garrafa e ele por algum motivo sentia-se mais corajoso. Quanto mais raiva, mais coragem.

Foi isso que o fez levantar abruptamente e vomitar a confissão, que silenciou a sala inteira por uns cinco segundos.

- Eu namoro! – Ele gritou, as mãos fechadas em soquinhos e o rosto todo vermelho. Jongin, como que por impulso, levantou do sofá e parou do seu lado, os olhos arregalados e a mão agora em seu ombro, como em um aviso silencioso para ele parar. Baekhyun nem lhe devolveu o olhar. - Há meses! Eu namoro Park Chanyeol há meses e não precisei de ninguém pra fazê-lo gostar de mim!

Depois dos cinco segundos de silêncio, a sala inteira explodiu em risadas e assovios, urros e palmas. Baekhyun sentiu todo o corpo esquentar e imediatamente a mão de Jongin puxá-lo pelo ombro um pouco para trás, para longe de todos.

- Seu nojento! Doente delirante! – Yohan gritou, aproximando o rosto do de Baekhyun a ponto de quase cuspir na cara dele. – Retire o que disse agora ou a gente vai te quebrar na porrada, acha que pode manchar o nome do Chanyeol assim? Se você é um viadinho imundo o problema é seu, guarde sua paixão nojenta e incubada pra você. Aposto que estava tentando se aproximar do Chanyeol através do Jongin! Olha como você é otário, Jongin!

-  Porra, ele era viado o tempo inteiro e eu querendo procurar mulher pra ele... eu sou muito burra... – Jihae tinha as duas mãos no rosto e um sorriso maldoso nos lábios. – E ainda obcecado pelo coitado do Chanyeol... só porque o garoto o ajudou naquele dia...

- Ele é um doente, até parece que ninguém aqui sabia! Só que agora a gente sabe que ele delira também! – Yohan continuou, se aproximando mais e mais de Baekhyun até quase o atingir com a própria testa. Elevou as mãos para empurrá-lo mas Jongin foi mais rápido, puxando o menor para trás e se colocando na frente dele.

- É verdade – Jongin murmurou, encarando Yohan de cima, já que era mais alto. – Baekhyun está falando a verdade. Agora deixa ele e o Chanyeol em paz, você não tem nada com isso.

- Que porra... – Yohan começou, os olhos quase saltando das órbitas. – Tá maluco, Jongin? Que merda é essa? Não precisa acabar com teu amigo pra defender esse doente...

- Para de chamar ele assim. O nome dele é Baekhyun. Vou falar pela última vez, deixa ele em paz e não se mete na vida do Chanyeol. Se eu ver você incomodando o Baekhyun de novo eu quem vai te encher de porrada, só pra você aprender a respeitar os outros. E isso vale pra todos aqui. E você, Jihae, pode falar pras suas amigas que se falarem com ele de novo eu vou denunciar todas na direção por bullying. Tô falando sério.

Naquele momento, todos perceberam que sim, Baekhyun estava falando a verdade. A seriedade no tom e na expressão facial de Jongin transmitia o que as palavras não conseguiam alcançar. No instante seguinte o jogador pegou o menor pelo pulso e o arrastou para fora da sala, o levando pelos corredores para fora da casa. Baekhyun só percebeu que tudo havia chegado ao fim quando sentiu o vento gelado batendo no rosto.

Estavam na calçada e ele podia ouvir a voz de Sehun um pouco distante, perguntando o que havia acontecido.

Estava tonto. Nervoso, ansioso, triste, arrependido, deprimido e confuso. A barriga doía e quando notou já estava apoiado no muro da casa, vomitando toda a bebida que havia ingerido naquela noite. Sentiu a mão de Jongin novamente em seu ombro, enquanto explicava em sussurros o que havia acontecido para Sehun.

- Eu não tô acreditando que eles são cruéis nesse nível... – Sehun murmurou, agora mais alto, parando ao lado de Baekhyun e analisando seu rosto enjoado. – Tudo bem, Baek, ninguém tá olhando. Pode vomitar mais se quiser. Cara, que ódio... que ódio mesmo... Eu vou lá, Jongin.

- Fazer o quê? Tá maluco? Vai acabar apanhando, é um grupo grande. Fica na sua, não adianta mais fazer nada. Já falei pra eles o que eu tinha que falar.

Baekhyun vomitou mais, lembrando de toda a cena de novo. Sentiu os cabelos da franja, grudados na testa pelo suor, serem afastados pela mão um tanto delicada de Jongin.

- Vou levar você pra casa, pegamos o mesmo Uber. Sehun... não comenta com mais ninguém, a situação já vai estar bem complicada, beleza?

- Cara, eu gosto de vocês como amigos, tem que ter algo que eu possa fazer...

- Pode ficar com o Baek essa noite? Dormir na casa dele? – Jongin voltou a sussurrar, como Baekhyun estava passando mal e ainda cuspindo no chão, não podia ouvir. – Tenho medo que ele faça algo... foi bem pesado. Toda a escola vai estar sabendo dos dois na segunda-feira. Eu vou falar com o Chanyeol, explicar o que aconteceu.

- Claro que sim, fico com ele.

- Valeu mesmo. Porra, que merda. Eu odeio o ser humano. – Jongin resmungou mais para si do que para Sehun, voltando a observar Baekhyun se recuperando aos poucos. – Como está se sentindo?

- Enjoado – Baekhyun resmungou, apertando a própria barriga com ambos os braços.

- Quer esperar o enjoo passar ou quer que eu chame o Uber?

- Chama, por favor – O menor conseguiu pedir, olhando em volta apreensivo. Jongin sem demora tirou o próprio celular do bolso e abriu o aplicativo.

- Eles tem água no carro, vai se sentir melhor lá dentro – O jogador o tranquilizou, apesar de saber que suas palavras não fariam efeito naquela situação horrorosa.

Provavelmente nada tranquilizaria Baekhyun por um bom tempo. Uma garrafa de água gelada ou um abraço de Chanyeol, nada iria acalmá-lo. O esforço que o pequeno tinha em manter o relacionamento dos dois em segredo era real e ter de conviver com a nova realidade, a realidade na qual toda a escola sabia do envolvimento dos dois por causa dele próprio o iria assombrar por tempo indeterminado.


Notas Finais


Nos vemos na próxima parte, mas já aviso que os rumos dessa história não vão agradar a todos, mas é aquele ditado: é isto.
O final é chanbaek, quer dizer, olha pra mim sou EU, mas os meios não são muito agradáveis... histórias são histórias, né? Gosto de dar um toque de realidade de vez em quando.

Ah, eu fiz um Twitter, se vocês quiserem me seguir e me xingar por lá, tá liberado: @moonhwaexo
Mentira, por favor não me xinguem, sou sensível :B

Até mais!


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